Monday, September 29, 2014

despachada: Californication


Melhor começo de série de sempre deu-se no piloto de Californication. Moody entra numa igreja à procura de algo. Uma freira aproxima-se para o ajudar. Conversam um pouco. Algo profundo e intenso, como era costume ver nesta série. Culmina com um tipo de reza um pouco diferente da usual em igrejas.

É consensual que Moody é o homem com quem todas as mulheres querem estar. Seja de que raça, credo, idade ou país for. E não há como não aceitar e respeitar. Entendo perfeitamente. Tem tudo. Charme. Carisma. Autodestrutivo o suficiente para ter-se ilusões de redenção. Classe a rodos, a impedir ser demasiado depressivo. Para Moody basta um olhar e a sedução terminou, mesmo antes de começar. E até as que o odeiam de morte... Qual «e até as», especialmente essas, aliás.

A série decaiu depressa de qualidade. Nunca deveria ter durado tanto tempo. Como qualquer «relação» que Moody teve (tem [terá]), deveria ter sido fugaz e brilhante. Esticaram até sete temporadas e, com isso, as personagens maravilhosas, que nos foram apresentadas ao início, desfizeram-se graças aos desenrolares de história que apenas serviam para o efeito cómico imediato. Moody chegou a perder sentido. Porque a suposta mulher que lhe faltava na vida, aquele elemento que perdeu de forma tão errónea e abjecta, o seu sentido, esteve outra vez nas suas mãos. E que fez ele com esta benesse? He "Moodyed" it.

Depois disso continuei a achar-lhe piada. Continua a ser um gajo com quem gostaria de beber um copo. Mas deixei de empatizar com ele. Passou a ser só mais um tangas pintarolas. A série passou apenas a valer pelos seios... eerrr... pelas mulheres incríveis (e os seus seios) que passavam pela cama do nosso protagonista. E por um ou outro momento esporádico daqueles, dos que nos fizeram amar a série em determinado ponto.

Dois momentos estranhos e sintomáticos da bipolaridade da série (tenho que acabar a dizer mal, porque foi estranho dizer que amei uma série):
- A terceira temporada, com ele professor, devia ser erradicada da história da humanidade. Toda a temporada foi um quebrar com um personagem bem estruturado. Meteram-no totalmente infantil (infantil mau de primária, não infantil bom de secundário). Foi péssimo. E falo dum conjunto de episódios que teve a presença da maravilhosa filha da Susan Sarandon. É preciso ser mesmo muito mau para apelar a que se apague tempo de antena deste monumento à beleza feminina.
- Nesta última temporada, Moody não vai para a cama com ninguém. Ameaça sempre. Muito. Um dedo aqui. Uma penetração acolá. Muitas beijocas a moças diferentes, em momentos diferentes. Ele chega até a estar presente quando outras pessoas têm sexo. Já ter o acto do princípio ao fim... népias.

You overstayed your welcome, m0th€rfUUUckAA... but it was still very good to have met you, good sir.

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