Saturday, April 11, 2020

despachada: Mrs. Fletcher


Que final «cármico».

Sei que já o disse, mas cada vez sinto mais isto: as mini-séries são o formato para mim. No cinema parece cada vez mais difícil encontrar uma história original bem contada. Atenção, continuo a adorar ir ao cinema e ver «filmes pipoca», para além de que continuarei sempre a ver filmes. Encontrarei sempre algo fixe, volta e meia. Só que parece que o formato é demasiado limitativo. Ou falta orçamento para acabar a história como deve ser, ou é uma questão de tempo. Para além de que a estrutura é cada vez mais igual, seja uma fantasia com extra-terrestre ou a história dum tipo cuja lavandaria foi à falência, sinto que estou sempre a ver a mesma coisa. E não me obriguem a falar em séries de TV. Temporadas e temporadas, sempre a contar a mesma coisa ou a tentar chegar a algum lado, só para serem desviados ao mais pequeno soluço das audiências. Ou então a nova realidade do streaming, onde tem de haver uma série nova todas as semanas, sendo que muitas não chegam a terminar as respectivas narrativas, pois o volume de «coisas novas» é que interessa.

Na mini-série temos uma história com tempo para ser contada, com tempo para dar dimensão aos personagens, mas também com tempo para o espectador digerir a acção. Pode ser a história mais simples ou a mais complexa, mas há tempo para tudo, sabendo que o que interessa é chegar bem ao objectivo, que foi traçado desde o primeiro minuto. E tudo com um bom orçamento, que permite ter gente talentosa a trabalhar para nós. Tanto à frente, como atrás das câmaras.

Vamos dar-nos muito bem, HBO. Já tínhamos um bom historial, nós os dois, mas parece-me que teremos ainda um bom caminho a percorrer.

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