Wednesday, November 30, 2022

filme do mês: Novembro '22

Estou a fazer isto do «filme do mês» há 175 meses. 176 com este. Desde o início do blogue. Parece demasiado tempo, porque são 176 meses. Mas não, é só muito tempo. O processo de fazer o post evoluiu. Tento destacar não só um filme, muito para ajudar-me a depois fazer o post de resumo do ano. No processo aproveito ainda para ter uns pontos de situação da vida. Um diário para mim, onde volto para relembrar-me do Passado, mais que qualquer outra coisa.

É verdade que Novembro teve boas visitas, que ocuparam tempo não só durante a visita em si, mas que levou a alguma preparação. Mas a verdade é que ultimamente sinto um desligar de filmes. Também poderá ter a ver com fases da vida, que não deixam aproveitar a experiência cinematográfica como deve ser. Talvez. O certo é que esta semana dei por mim a pensar que, num futuro próximo, poderei apenas ver filme da Marvel e Star Wars. Mais DC e umas coisas soltas, vá. Ou seja, o que gosto verdadeiramente, o que ainda deixa-me entusiasmado. Como fazem as pessoas normais, no fundo. Vêem o que gostam e não andam a explorar uma data de lixo, na esperança de encontrar algo especial.

Parece uma conversa deprimente, mas não é. Simplesmente é o ciclo normal das coisas. Há muito que penso nisto. Ao envelhecermos ficamos mais selectivos. Porque é difícil haver novas experiências, porque não há nada que venha a marcar como o que vimos quando éramos novos. Convenhamos que a repetição torna-se mais evidente à medida que vemos mais coisas. E depois porque, eventualmente, deixamos de ser o público-alvo. As coisas deixam de ser para nós e começam a ter métodos de narração que o nosso cérebro não consegue compreender. É a evolução natural. Não me deixa deprimido. É o que é. Num futuro próximo conto ver menos coisas, sendo mais selectivo. E se chegar a muito velho (só «velho» já sou há algum tempo) passarei a rever os filmes que adoro, muito mais do que ver coisas novas. Se calhar até em exclusivo. Quem sabe.

Bem, o texto vai longo porque estou a protelar. Tenho de estudar neerlandês, fazer a contabilidade do mês e deveria estar a fazer outras coisas bem mais importantes. Porque a verdade é que este mês o post é simples. Poucos destaques (Weird: The Al Yankovic Story, Bar Fight!, The People We Hate at the Wedding, Clara) - alguns dos quais talvez não marcariam presença num mês «forte» - e um destaque maior. Que merece, atenção. Porque há talento do mais alto nível em Raymond & Ray.

Sunday, November 13, 2022

Rutherford Falls


Começando pelo positivo, é efectivamente uma grande produção. Vê-se que a Peacock está a fazer investimento para enraízar-se. Tenho grandes expectativas para o serviço, embora pouca esperança que o venha a utilizar tão cedo. A NBC sempre criou óptimas séries cómicas, se bem que com as restrições de ser um canal «aberto». Agora com o serviço de streaming o potencial é ainda maior, como se vê nesta produção de Falls. Já a execução, pelo menos aqui, deixou algo a desejar.

De forma estranha não é bem uma comédia, pelo menos na primeira temporada, e é muito difícil gostar de Ed Helms. É a continuação das partes más do seu personagem em Office. O que é estranho. À custa dum qualquer aniversário de Office, tenho visto em muitos sítios (e já mesmo antes disso) a famosa história que os criadores tiveram de mudar o personagem principal. Para a série ter sucesso no mercado norte-americano, para que a série pudesse ter a longevidade conhecida de séries desse território, Michael Scott não podia ser o que o personagem de Gervais foi. Não podia ser o tipo incompetente e odioso. As pessoas não iamter paciência para o acompanhar durante dez anos. Logo, na segunda temporada mudaram-lhe a personagem, o cabelo, os fatos e maneirismos, assim como tornaram-no bom no trabalho. Porque é que voltaram à fórmula de tipo odioso com Helms, depois de terem aprendido a lição, custa-me a perceber.

A verdade é que Helms passa, mais ou menos, pela mesma transição da primeira para a segunda temporada. Terá sido tarde demais? E como é que a série sobrevive a primeira, que não foi boa, caindo com a segunda, que até foi bastante agradável? É daqueles mistérios. Poderá ter a ver com COVID. Ou pelo facto de que o público norte-americano terá tido menos interesse no destaque dado aos personagens nativos. Ou porque o personagem de Helms era cada vez mais supérfluo à história, em boa verdade. Não sei. Foi pena não ter sobrevivido, mas a verdade é que não se perdeu assim grande coisa. Já houve demasiados cancelamentos bem mais controversos.