Wednesday, June 30, 2021

filme do mês: Junho '21

Mais do que ser um mês com números que não são por aí além (embora fique sempre contente quando são acima de 20), foi um mês em que não vi nada de especial.

In the Heights (que está nesta lista por causa do Miranda, apenas e só), Long Story Short (que mistura comédia romântica com o gancho de «fantasia temporal»), Luca (é sempre divertido ver um filme de animação bem feito) ou Shiva Baby e Love Spreads (que são projectos engraçados), mas não há nada que fique para a história.

O filme do mês acaba por ser Raya and the Last Dragon, mas só por ser um projecto grande, que tive o prazer de ver no conforto do lar, através do Disney+.

Friday, June 25, 2021

despachada: The Undoing


A certa altura durante a série é pedido à personagem de Kidman que não mostre qualquer emoção. E é aqui que vejo a actriz brilhar, em não ter emoções. A cara dela está a ser construída de forma magistral, para poder alcançar este objectivo de ser uma pessoa totalmente desprovida de qualquer reacção facial. Perfeito para jogar poker ou representar uma inteligência artificial, um robô ou até ciborgue. E quando esse dia chegar, se alguma vez conseguirem convencer Kidman a fazer o papel de robô que destrói o mundo, será o seu maior e melhor papel. Pelo qual será para sempre reconhecida. Pelo qual ganhará todos os prémios. Um daqueles papéis que jovens actrizes darão como referência, do que sonham alcançar.

Mas até fazer este papel magistral e histórico, temos de contentar-nos em vê-la sempre como esposa enganada, que não consegue ver o mal nas pessoas que lhe são mais próximas. Mesmo quando é psicóloga de topo, especialista em comportamento humano.

Em defesa de Kidman, todos nós conhecemos Hugh Grant do famoso filme dos casamentos. Todos nós queríamos casar com o homem, salvo seja. Ou, pelo menos, temos tal apreço pelo cavalheiro, que nunca acreditaríamos que seria capaz de homicídio.

Thursday, June 24, 2021

despachada: Jupiter's Legacy


Estragaram uma bela história. 200 milhões gastos para isto?

Com a mania de quererem tudo, tiveram de «encher chouriços». É que ainda por cima estava tudo feito na BD. Até parecia que foi feito de propósito para o Netflix. Três arcos de história (dois estão publicado, o terceiro está a sair neste momento) a fazer as três temporadas que o serviço de streaming tanto gosta de ter. Seria necessário desenvolver algumas partes, para complementar as temporadas, mas nada do que se andou a fazer aqui.

Os traumas do Utopian (herói principal) com o paizinho não existem na BD. E com razão, porque não têm interesse nenhum. É um exemplo. Outros existem, como toda a verborreia sobre matar ou não matar, que não acrescentou nada à história, é uma narrativa já gasta e apenas fez com que as pessoas não conseguissem ter interesse. Para que fizeram isto? Quiseram ter um produto maior e acabaram por não ter produto nenhum.

Na BD há factos que são dados como adquiridos. Na década de 20 há um tipo que quer ir numa expedição. E a malta vai! Não interessa se é porque teve uma visão. O tipo era líder e também por isso torna-se o maior herói que existe. Para que foi preciso a conversa se era maluquinho ou não? Só debilitou o personagem aos olhos do espectador. É uma coisa com que nos preocupamos agora, não então. E para quê mostrar o que se passou na ilha? Aposto que foi teimosia dum qualquer produtor, que não consegue não saber algo. Less is more, caramba! É assim tão complicado?

Estava tudo feito. Tudo pronto. Personagens com uma evolução ideal em dois ou mais espaços temporais. Uma narrativa porreira que vai dando detalhes e explicando mais, mais à frente, sem pressas e sem necessidades extremas. «Era só encostar.»

Depois, no final, com toda a gente fã do universo, podiam inventar os spin offs que quisessem e contar as histórias da treta que excitam produtores, que a malta ia sempre ver. Mas Millar quer é dinheiro e com isso abre mão da parte criativa. Deixou e deixa que lhe destruam as suas boas histórias.

Olha, vou reler a BD. Não há muito mais que possa fazer.

Tuesday, June 8, 2021

despachada: The IT Crowd


Vi outra vez. Claro que vi outra vez. A série é genial. Continua a ser. E, para mais, a minha senhora é fã, o que ajuda. E vá, veio na sequência de termos visto outra boa série Britânica.

Adorei voltar a ver momentos que ainda me fazem rir, que tenho ainda bem presentes. Adorei rever episódios que já não tinha tão presentes. É tudo bom por demais. Aqui está uma óptima série, que toda a gente devia ver.

E rever.

Saturday, June 5, 2021

despachada: Catastrophe


- Is that a boner?
- I'm so sorry.


É um diálogo, tido entre os personagens principais, enquanto ele consolava-a na cama, depois da morte do pai dela. E é OK. Não é nada abusivo, como poderá soar pela breve descrição. Acontece que o homem é bastante atraído pela mulher. Independentemente das circunstâncias. E vice-versa.

Catastrophe é muito divertido, principalmente pela enorme empatia dos dois personagens. É cheio de alma e coração, apesar das constantes asneiras e até alguns insultos. E não se fica pelos principais. Os secundários têm óptimos momentos também. É tudo malta com piada.

Há algum tempo que andava com esta debaixo d'olho. Valeu bem a pena.

despachada: Sharp Objects

Uau!

Estou em choque. O final é qualquer coisa. Tudo é bastante intenso, bastante chocante. Ou não começasse com a morte duma miúda adolescente numa pequena terriola, e com o desaparecimento de outra. A segunda acaba por aparecer também morta. Ambas assassinadas. Ou seja, começo forte, quase a fazer crer que não precisa haver muito mais, mas depois...

Amy Adams, jornalista, volta à terra natal para investigar os crimes, ao mesmo tempo que a polícia local e um agente federal. Ao longo dos episódios vamos sendo levados numa montanha-russa de abusos, entre a história das pobres moças e a da própria Adams, que perdeu a irmã tragicamente, enquanto ambas eram adolescentes. E o pior é que não é o único trauma que Adams tem. Vai desde a mãe, uma sádica manipuladora emocional, à própria terriola, cheia de gente vil, mesquinha e pequena.

Uma história, ou mesmo várias histórias, terríveis e extremamente bem contadas. Belíssima série.