Thursday, September 30, 2021

filme do mês: Setembro '21

Sinto que foi um mês de altos e baixos. Exemplo maior: vi dois comic book movies e Shang-Chi foi óptimo enquanto que The Squad foi meh. Vi novos filmes que foram boas surpresas, mas às tantas tive de ir ao passado porque não tinha nada mais que quisesse ver. Acima de tudo sinto que houve momentos em que vi um bom número de filmes, mas noutros não vi sequer um. Suponho que Setembro seja mesmo assim. Um mês ainda com alguns dias de sol, mas já demasiados de chuva.

O filme do mês foi Vacation Friends, porque fez-me rir a bom rir. Foi uma mui agradável surpresa. Confesso que nunca pensei que Cena pudesse ter piada. Mas aqui ficam mais alguns destaques: Cruella (pelo espectáculo da coisa), CODA (pelo sentimento), Small Engine Repair e Playing God (pelo desenrolar da história), Kate (pelos tiros), Together (pelas representações) e Planes, Trains & Automobiles, Summer Rental e Brewster's Millions (pelo saudosismo e, acima de tudo, pelo John Candy).

despachada: Brooklyn Nine-Nine


Ora aqui está outra série que andámos a «embaçar» nos últimos tempos. A minha senhora lembrou-se de rever tudo, já que a última temporada ia começar em breve. Assim, «despachei» a série mais ou menos quando terminou. E que série foi...

Lembro-me de ver Nine-Nine em todas as listas de melhores séries de comédia na televisão, quando estreou. Achei exagero. Imaginei que tivesse a ver com a obsessão que os Norte-Americanos têm com malta do SNL. Ainda por cima já tinha visto um ou dois filmes com Samberg (que em tudo, até no nome, é parecido ao Sandler) e não foram mesmo nada de especial. Revirei os olhos sempre que a série ocupava a primeira posição em qualquer lista ou mesmo quando era destaque num qualquer artículo. Até que fui fraco e lá vi o primeiro episódio, para ver o porquê de tanto alarido.

E fiquei agarrado. Logo no primeiro episódio. Logo nas primeiras frases. Acabei de ver a primeira temporada e depois revi logo quando apareceu no Netflix. Aliás, acho que já revi a série, pelo menos o que existia até ao momento, mais uma ou outra vez. Porque Brooklyn Nine-Nine é es-pec-ta-cu-lar. Tem um grupo de malta talentosa, que funciona lindamente em conjunto. É que logo a primeira temporada leva tudo à frente. Tem tudo. Title of your sex tape. O primeiro heist. Doug Judy. A festa em casa do Holt, com todos os psiquiatras e psicólogos fascinados com a insanidade que é Gina Linetti. Só não teve o grito NINE-NINE, vá. Isso só aparece mais tarde, embora tenha nascido nos bastidores. Reza a lenda que era uma forma do actor Terry «motivar as tropas» e unir o grupo. Funcionou tão bem que acabou a ser mais um momento chavão.

E depois há todas as coisas que mostram que a série estava à frente do tempo. O elenco é diversificado, quando ainda não era obrigação (já devia ser há mais tempo, mas sabemos como são as coisas). Ninguém era maior que os outros. Abordavam assuntos polémicos. Procuravam abordar muitos dos problemas que existem com a polícia. As bocas nunca eram de baixo nível. Não há personagens sacos de pancada. O Boyle, que é um totó numa data de coisas, por exemplo, não deixa de ser um óptimo detective. Até Hitchcock e Scully têm os seus méritos em vários momentos. Todos estão dentro das piadas, nunca são alvos das piadas. Era tudo sempre pela positiva.

E agora terminou. Finalmente o agente do Bruce Willis terá algum sossego. Imagino que tenham sido oito anos de massacre, a tentar que a estrela de Assalto ao Arranha-Céus entrasse na série. Spoiler: não aconteceu. Mas não deixa de ser um buraco gigante que agora existe na programação, nas séries cómicas. Como é que a série foi cancelada a certa altura? Como é que não tem mais prémios? Como é que não ganhou todos os prémios? Sempre!

Terminando com as palavras do personagem principal, essa criança gigante que todos deveríamos ser, porque o mundo seria tão melhor: «I think I just wanted a big dramatic moment so that I wouldn't feel sad. Because goodbyes are inherently sad. They mean that something's ending. And this one is especially sad because what we had was so great.»

Gritemos todos juntos: NINE-NINE!

Sunday, September 26, 2021

despachada: Jane the Virgin


Isto tem andado parado em relação a posts sobre séries «despachadas», mas não quer dizer que eu não ande a ver as ditas. Ando é a fazer embaços longos, de quatro séries. Ou melhor, andava a «embaçar» quatro séries, terminando uma delas agora.

A história de Jane Gloriana Villanueva é rocambolesca de princípio ao fim, como qualquer telenovela que se preze. A premissa inicial é que ela, por acidente, engravida sem nunca ter tido sexo. É uma história tão antiga como... Até antes da Bíblia, imagino. Em especial no universo latino-americano, por um qualquer motivo. Algures durante a minha vida vi um filme sobre uma moça latina que também engravidou enquanto virgem. Ao contrário de Jane, essa moça estava a fazer umas coisas marotas com um rapaz, que teve a infelicidade de «disparar» demasiado próximo da «zona de tiro» e dos seus «rapazes» serem excelentes nadadores, mesmo fora da «piscina». Jane teve só azar da sua ginecologista estar a ter um mau dia e confundir as consultas. Straight out of a telenovela.

Depois disso os criadores e escritores fizeram todos os esforços para manter o nível de drama, a acontecer na vida da moça. E conseguiram! Com muito humor, criatividade narrativa e talento no elenco, Jane the Virgin é uma série cheia de chavões, com muita repetição, mas que nos faz sorrir bastantes vezes, para além de conseguir fazer-nos gostar muito de (maior parte) das personagens.

Jane foi um sucesso comercial, durante algum tempo, colocando Gina Rodriguez na berra. Fico curioso para ver se alguns dos actores «secundários», sem quem não teria sido possível tornar esta série tão popular, também vão atingir algum nível de estrelado internacional. Até ver, não está a acontecer. O que é estranho e triste, tudo ao mesmo tempo. Como também deve ser uma novela, aliás.