Friday, March 31, 2023

filme do mês: Março '23

Arranque porreiro do mês, a voltar a um ritmo aceitável na primeira quinzena. A segunda não correu tão bem. Por dois motivos. Porque cheguei ao fim do mês com muito pouca coisa que quisesse ver. Parece que os estúdios entraram naquela posição de aguardar para começar a batalha. «Hoooooooold! Só atacamos quando estiver calor suficiente em todos os fins-de-semana!» Os filmes só vão sair com as pessoas na rua. A outra razão não tem nada a ver com uma indústria que continua a cometer erros parvos, mas a verdade é que tenho menos tempo livre, infelizmente. E à noite... Os olhos começam a fechar mais cedo.

De qualquer modo, vi umas coisas giras. Nota de destaque individual, salvo seja, para estas três magníficas interpretações: Living, Whale e Aftersun. O segundo até poderia ser o «filme do mês», mas Fraser merece destaque acima de tudo o resto.

Depois houve ainda óptimos visionamentos com See How They Run, She Said, Empire of Light, I'm Totally Fine e Wunderschön. Tudo coisas bastante recomendáveis, mas nenhuma consegue bater um clássico: White Men Can't Jump.

Tuesday, March 28, 2023

despachada: Buddies


Há uns tempos li algures sobre as negociações entre Chappelle e a Netflix, sobre direitos de transmissão do Chappelle Show. Inicialmente o cómico não queria que a série passasse na Netflix. Pelos vistos o trauma ainda está bastante presente. Para aceder, Chappelle colocou como condição a Netflix tirar do catálogo uma outra sua série. Ou melhor, uma em que tinha entrado. Chappelle tem vergonha do trabalho que fez em Buddies. Tem vergonha do que a série é.

Achei estranho. Eu tinha boas memórias de Buddies. Lembro-me perfeitamente de ter achado um piadão a Chappelle. De achar que a série era «muito à frente», porque tinha esta amizade tão forte entre rapazes de raízes diferentes, e como davam-se tão bem, apesar de todo o racismo e preconceito da era, yadda yadda yadda...

Chappelle tem razão. Buddies é mauzinho. Se na altura achei que tinha sido cancelada por preconceito, agora acho que foi mesmo porque apenas tinha humor de muito baixo nível.

Monday, March 13, 2023

despachada: Wellington Paranormal


Belíssima e hilariante série, da mente perversa dum dos tipos mais criativos em Hollywood... Quer dizer, isto se calhar não é bem assim.

Taika é o nome conhecido. E todos nós tendemos a fazer esta coisa de dizer «a série daquele tipo» ou a «o filme da outra». Só que isto são projectos que envolvem uma data de pessoas diferentes. Taika e amigos criaram o What We Do in The Shadows, como gente talentosa da Nova Zelândia que são. O filme original, que deu origem à série e também a esta série. (E depois a uma outra série, que não tem tanto a ver, mas não entremos por mais caminhos espinhosos.) No processo, Taika passou de conhecido no seu país para estrela de Hollywood. Jemaine é um tipo muito conhecido no seu país, mais nuns quantos outros sítios onde existem nerds. Já o terceiro gajo do WWDITS é só conhecido no seu país, parece-me.

À custa do sucesso do mockumentary, progrediram na carreira. No caso de Taika, ele chegou àquele ponto em que qualquer projecto em que entra é dele. O que não será assim tanto o caso. A série de WWDITS não é «criada» por ele, por exemplo. E Wellington, sendo um spin-off dentro deste universo, claro que também é um projecto de Taika. Mas podemos dizer que é uma série sua? Especialmente tendo em conta que os seus projectos vivem tanto do talento de improvisão dos seus intérpretes. Os actores de Wellington têm créditos de escrita. É natural. Os dois principais trabalhavam juntos antes. Ou seja, isto terá sido junção de «tipos com potencial para criar séries» encontram «grupo de actores com talento» e cola-se tudo, numa tempestade perfeita.

Bem, alonguei-me demasiado sobre esta coisa do crédito criativo. O certo é que Wellington Paranormal foi das coisas mais engraçadas que vi nos últimos tempo. E é tão genial, que soube acabar antes de esgotar-se. Há também muito mérito nesta parte.

Tuesday, March 7, 2023

despachada: The Best Man: Final Chapters


Cá está o terceiro capítulo da vida destes personagens.

Valeu a pena fazerem tanto sobre esta malta? Não sei. A verdade é que o primeiro filme é bastante datado, apesar de ter sido porreiro na altura. O segundo não é nada de especial. Este terceiro «episódio» vive do sucesso que os actores têm, assim como da História que existe deste universo. Tem total mérito, sem dúvida. É um elenco recheado de talento e também eu sou fã de ver a progressão no tempo de personagens. Já se são bons personagens...

Todos nós temos os nossos defeitos. Se há coisa que podemos apontar a esta saga «Best Man» é que os personagens estão muito próximos da realidade, cheios de defeitos e tiques de egoísmo, egocentrismo e mais uns quantos ismos de que não nos orgulhamos, mas todos temos. A história deve ser contada? Sem dúvida. Acrescenta algo? Não sou a pessoa indicada para responder. Esta série não foi feita para mim. Consigo apreciá-la, mas há muito que nunca conseguirei compreender - há mesmo decisões com as quais não concordo -, porque não passei pelas mesmas experiências.

Seria amigo desta malta? Não. São ricalhaços. Tenho pouco a ver com malta com esse estatuto social. Foi simpático de acompanhar a evolução? Sim, foi.

Thursday, March 2, 2023

despachada: Plebs


Andei não sei quanto tempo a ponderar ver ou não esta série. Por um lado tem gente fixe. Por outro tinha aspecto de não ser nada de especial. Eventualmente acabei por decidir ver, mais que não seja porque é um visionamento fácil. São cinco temporadas, é certo, mas com oito episódios cada, de 20 e tal minutos cada. Mais um filme, mas também curtinho. Despachei isto numa semana, mais ou menos, às vezes a ver uma temporada por noite.

Até que não estava a ser mauzito, só que esticaram a corda com as duas últimas temporadas e o filme. No final da terceira substituíram o personagem engraçado por um mimbo. Percebo a escolha do rapazito. Tinha boas dinâmicas com os outros dois, mas por si só não tinha grande piada. Não foi só o tal outro a sair (morto de forma infame, no primeiro episódio, pelo substituto). Saiu ainda uma actriz por quem tenho carinho, já que fazia parte do trio do Smack the Pony. É muito engraçada.

A banda sonora também não era má, estranhamente. Fizeram uma combinação curiosa entre universo dos tempos romanos, com os maneirismos dos britânicos e música reggae. Funcionou e os genéricos ficarão na memória, por acaso.

Não é grande série, mas foi uma companhia simpática.