Thursday, December 31, 2020

filme do mês: Dezembro '20

Pimba! 31 filmes em 31 dias. Foi quase até ao último minuto. Claro que a temática que sobressai é o Natal. Duh! Que outra deveria ser? Filmes com o Coelho da Páscoa? Hum... Talvez para o ano. Não me parece má ideia.

Olhando para a lista, no entanto, não há assim tanta coisa que dê para destacar. Sim, gostei de ver os filmes de Natal com o Kurt Russell ou a Anna Kendrick, claro. Adorei rever o Big Business e o Scrooged. É uma lista extensa mas não com muita coisa boa. Até porque vi Tenet e WW84, supostamentes dois dos «filmes do ano», e... Que desilusão.

No entanto, vi dois colossos e não sei bem qual deve ser o filme do mês. Soul é um mega filme Pixar, cheio de mensagem, sentimento e inteligência, mas Klaus... Klaus é um excelente filme de Natal, que deveria ter recebido muito mais louros quando saiu. É um filme também todo ele cheio de sentimento e criatividade, perfeito para a época.

Por ter sido visto na altura perfeita, suponho que tem de ser.

Monday, December 21, 2020

despachada: Corporate


Que bela série!

Não estava nada à espera. Pensava que seria uma coisa meio tola, com com um ou outro bom momento. Não, é algo pessoal. Vê-se dedicação dos criadores para fazerem algo que lhes é querido. Está cheia de bons pormenores e tem «continuidade» até ao final. Não é uma coisa «episódica», como maior parte que anda por aí.

E o episódio da reunião é qualquer coisa de genial. Quem nunca esteve numa reunião destas, em que só apetece mandar toda a gente bugiar e sair dali para fazer qualquer coisa minimamente mais útil?

Havendo possibilidade, vejam Corporate. É bem fixe.

Monday, November 30, 2020

filme do mês: Novembro '20

OK, assim sim.

Não foram muitos, mas houve variedade, algumas boas surpresas e um par deles bem fixes. A escolha fica difícil, e não consigo deixar de mencionar clássicos como o Overnight Delivery, coisas «verídicas» e mais sérias como The Trial of the Chicago 7, The Boys in the Band ou Bad Education, ou mesmo os mais bem dispostos Band Aid, Save Yourselves, Love and Monsters ou The Broken Hearts Gallery.

O destaque vai para o filme que me leva a uma fase específica da vida, onde tentei (e consegui, de alguma forma) encontrar um espaço para dizer parvoíces. O «filme deste mês» é Imagine Me & You.

Saturday, October 31, 2020

filme do mês: Outubro '20

Chiça, se me vi aflito para escolher alguma coisa para destacar em Setembro, então em Outubro...

Terminámos o embaço duma série e fizemos um longo embaço (pouco episódios mas todos bastante extensos) doutra. Houve menos tempo para filmes, suponho.

Acima de tudo, por falta de opções, o filme do mês é Ruth.

Wednesday, October 28, 2020

despachada: Sherlock


Depois do sacrifício que a minha senhora fez em despachar a série anterior, tive eu de fazer um sacrifício e aceder a ver uma série que, por norma, não veria. Não tenho nada contra Cumberbatch ou Freeman. Longe disso. É mais por não morrer de amores pelo personagem ou por séries policiais.

Acabou a ter muito mais a ver com as relações pessoais, algo que o próprio personagem principal até repudiava, do que sobre os crimes e a sua resolução em concreto. Ou seja, acabou por ser uma novela, desta feita em contexto crime policial.

Mas viu-se bem, apesar de que cada episódio tinha a duração dum filme. A química entre os dois actores principais era óptima, providenciando mais momentos humorosos do que esperaria.

É uma série com notória qualidade. Quando assim é está longe de ser um sacrifício.

Friday, October 9, 2020

despachada: The 100


A série das frases. May we meet again. Your fight is over. For all mankind.

A série das decisões idiotas, em que todos os personagens fazem coisas completamente absurdas, desprovidas de sentido e, maior parte das vezes, simplemente fora do que o personagem à partida faria.

A série em que é quase impossível concordar com os «bons da fita», e muitas vezes nos vemos a concordar com os «maus da fita».

Eu só queria ver uma série longa, Com princípio, meio e fim. Algo no campo da ficção científica. Procuro algo assim desde que acabaram com o meu rico Stargate.

100 consta de muitas listas de boas séries do género, em especial das (poucas) coisas mais recentes. No final acabei por ter uma série com que a minha senhora embirrou do princípio ao fim. Não tanto pela história, com a qual estava OK. Embirrou com as decisões parvas e a despropósito de quase todos os personagens, em especial da Clarke, líder e personagem principal. Chiça, o que ela embirrou com a Clarke.

Não foi a única pessoa. Consta que há para aí bastantes fóruns a criticar a personagem. E têm razão para o fazer, porque há momentos por demais ridículos onde ela se contraria... várias vezes... por vezes no mesmo episódio.

Sendo uma série aceitável de se ver (maior parte dos problemas não me incomodaram, mas eu sou um gajo que aceita muita coisa), não deixa de ser supreendente que esteja em tanta lista. A minha teoria é que será porque tem uma coisa em comum com algumas das séries mais populares da última década: o final é estúpido.

Wednesday, September 30, 2020

filme do mês: Setembro '20

Não tenho muitas opções. Vi um número simpático de filmes, mas maior parte foram segundos ou terceiros visionamentos. Quase metade são dos que não posso destacar como sendo «do mês».

Os Ralphs e a sequela de Bill & Ted foram divertidos de se ver, mas a decisão final foi entre Argument e Enola Holmes. Ambos foram bom entretenimento. Destaco o segundo porque teve mais produção, suponho. Mas apenas e só por isso.

Monday, August 31, 2020

filme do mês: Agosto '20

Foi um mês com um número simpático de filmes vistos (e também de séries). Já fiz muito melhor neste período, noutros anos (é um mês conhecido por bater recordes), mas não deixa de ser melhor número que maior parte dos meses recentes.

O curioso é que foi muito díspare. Vi coisas boas e más. Despachei alguns que tinha para aqui há tempo, mas também revi antigos e descobri coisas que passaram-me ao lado nos últimos anos. Vi desde ficção científica a comédias românticas, passando por alguns outros géneros. Estou longe das minhas sequências/padrões que fomentei no passado recente.

Talvez seja reflexo dos tempos em que vivemos, em que parece que estamos todos um bocadinho em todo o lado do espectro de emoções. Esta miscelânea torna o destaque de um só filme muito mais difícil.

Gostei de Deidra & Laney Rob a Train, de Copperfield, 5 Bloods, Every Day ou I Kill Giants, para além de ter apreciado rever Nick and Norah's ou Anchorman. Acabo por destacar um dos revisionamentos, apenas e só porque levou-me a um tempo deveras longínquo, muito mais simples e inocente, onde ingenuamente acreditava na vida e no amor.

Tomem lá mais um pouco de Carly Simon a cantar sobre a nossa Working Girl favorita.

Saturday, August 22, 2020

despachada: I Am Not Okay With This


Terminámos de ver a primeira temporada há algum tempo. E, apesar da Netflix ter anunciado uma segunda, na altura, soube agora que cancelou a série por causa do raio do vírus. Está acontecer muito. O confinamento interrompeu toda a produção. Para retomar existem custos de testes que o canal de streaming não parece querer suportar, em demasiados casos.

E isto é o mais preocupante. O cancelamento duma séria como esta é apenas mais uma ocorrência como muitas. Milhentas outras séries foram canceladas que mereciam talvez mais a renovação que IANOWT. O verdadeiro problema é o precedente criado. Já não estamos a avaliar séries pela qualidade ou pelos resultados de audiência ou, mais relevante hoje em dia, o número de visualizações/likes/partilhas ou referências online. Sempre se juntou estas medições ao custo. Agora o que é apenas relevante é este último factor.

Para a Netflix parece que há demasido que não merece o esforço. Quem se lixa somos nós, que pagamos um raio dum serviço que cospe conteúdos ao sabor das preferências do dia, não lhes interessando nada se nós investimos tempo e dedicação a uma série, só para a vermos cancelada a meio da narrativa.

Avizinham-se tempos ainda mais frustrantes, pois parecia que caminhávamos para uma programação mais coordenada, com fechos de histórias acima de cancelamentos depois dos resultados. Agora espera-nos esta realidade miserável, com a qual «não estou OK», mas sobre o qual pouco posso/podemos fazer.

Sunday, August 16, 2020

despachada: Normal People


Drama for drama's sake.

É uma história de amor «à moderna», apesar de passar-se no passado. Ou seja, tudo muito trágico e fadado ao insucesso.

Um casal conhece-se no secundário, sendo ele relativamente popular e ela nem por isso. O que faz com que seja um amor proibido, já que o rapaz, sendo um adolescente «normal», teme que a sua reputação vá por água abaixo se alguém souber que estão juntos. Voltam a encontrar-se na universidade, onde as posições sociais invertem-se, gerando novos/velhos problemas. O certo é que são ambos muito inteligentes e sensíveis, apesar de serem ao mesmo tempo completos idiotas que não sabem o que fazer da vida. Têm uma ligação que vem com o tempo e com a intimidade partilhada mas, mais uma vez, não sabem que fazer com isso.

São nós e não são nós, sendo que sofremos por empatia e por querermos o melhor para eles. Às vezes somos os únicos, parece.

Saturday, August 15, 2020

despachada: Marvel's Agents of S.H.I.E.L.D.



A série que me fez pousar o telemóvel.

Todos nós temos esse hábito, hoje em dia. Já não chega a distração que a TV providencia. Para além de algo que se passa no ecrã maior, temos ainda de alimentar a nossa necessidade de mais estímulos com o ecrã pequeno. Comigo o vício começou quando precisei de desligar o cérebro a 100%. Ver um filme ou uma série deixou de ser suficiente. Havia sempre uma vozinha lá atrás a lembrar do que é preciso fazer, ou de tudo o que correu mal naquele dia/semana/mês/ano/década. Precisei de jogar jogos enquanto via coisas. Às tantas deixou de ser uma necessidade (melhores fases da vida, suponho), mas o hábito estava criado. Tento combater a coisa. Cada vez mais. E acho que tudo começou com Agents.

Agents surge no fim da fase 1 dos filmes da Marvel. Pegam no Coulson, trazem-no de volta à vida, e montam uma série à volta dele e da S.H.I.E.L.D. No fundo decidiram fazer uma espécie de extensão para o que já era o Coulson nos filmes: uma ligação entre vários elementos, para além de levar o espectador a assistir a algumas origens. Nada disto entusiasmava-me por aí além. Gostei de Coulson nos filmes, sim, mas a sua morte tinha servido um propósito. Para mais, nunca fui fã das histórias de espionagem e afins da agência. Não haveria muito para mim em Agents, mas eu sou uma p#t@ da Marvel. Tenho de ver tudo, ?

A primeira temporada é um pouco enfadonha, até que levam ao twist que, ainda por cima, estava interligado com o Winter Soldier. OK OK. Se vão meter os filmes ao barulho, estou nessa. Foi fogo de vista. A ligação entre TV e cinema tornou-se cada vez mais ténue. E toda a trama da série era muito light. Até que...

Lembro-me perfeitamente. Skye passou a ser uma agente a série, e não só uma sidekick engraçada. E passou a arrear porrada. Estava eu deitado no sofá, com o jogo de todos os momentos parados no telemóvel, e dá uma sequência da Skye a derreter uma pandilha de gandulos, num laboratório pouco iluminado. Uma cena sequencial, com a câmara muito perto, com acção da boa.

Pousei o telemóvel e apenas estava focado na série, naquele episódio. A vozinha estava calada, provavelmente de boca aberta.

A partir daí comecei a apregoar a série a quem queria ouvir (quase ninguém) e a alguns que não queriam (quase todos). Tornei-me algo irritante. Mas as histórias só subiam de tom. Foi universos alternativos com a Hydra a mandar, futuros pós-apocalípticos, fim do mundo a cada virar de esquina. Tudo seguido. Tudo quase sem respirar.

Foi muito bom. Sempre que havia novo episódio tinha de ver. E quando soube que ia acabar, porque tudo o que está fora da supervisão de Feige tem de acabar ou voltar à casa mãe... Foi um momento triste.

Muito do que foi feito para TV foi uma porcaria. Quase tudo, em boa verdade. Mas Agents e Carter, as que saíram directas dos filmes, essas séries foram boas. Não sei como Agents sobreviveu. Carter não teve tanta sorte. Suponho que tenha sido apenas graças ao sucesso dos filmes. Mas ainda bem que sobreviveu, porque ajudou-me a começar a combater maus vícios e fez-me vibrar com uma série, algo que não acontecia há algum tempo, neste mundo de consumo exagerado em que vivemos.

Tuesday, August 11, 2020

despachada: The Newsroom


Volta e meia paramos para decidir que vamos ver a seguir. Eu tenho uma lista gigante de coisas que quero ver. Maior parte não são assim tão apelativas para o mundo em geral. E convém não ser sempre eu a escolher. E não sou, atenção! Fui acusado disso durante demasiado tempo, até que arregaçámos as mangas, contabilizámos quem tinha proposto o quê e, embora eu tenha mais propostas, a balança não está assim tão desiquilibrada.

Ganhei uma briga. Claro que vou falar dela na Internet, mesmo que só tenha um ou dois leitores.

Em vários destes momentos de ponderação, a minha senhora lá dizia «Não me importava de rever Newsroom, até porque não sei se vi tudo. Já viste?» Pfffff... Claro que já vi. Como é que pode haver série no mundo que não tenha visto? Que coisa tola de se pensar!

Confundi Newsroom com Sports Night. Em minha defesa, ambas são do Sorkin e sobre redações de noticiários de TV, embora em tempos e registos bastante diferentes. A minha argumentação não foi aceite. Foi mais uma das muitas brigas que perdi e perco regularmente.

Independentemente disto tudo, Newsroom é uma muito boa série televisiva, com excelentes personagens e um senhor elenco. Convém sempre ter muito presente que não deixa de ser completa e absoluta ficção. Não é bom as pessoas deixarem-se levar por este endeusamento dos jornalistas. A profissão, hoje em dia, está a milhões de anos luz do que é apresentado em Newsroom. Aliás, a série até bem que pode ser catalogada como «fantasia», juntamente com Game of Thrones ou Mandalorian.

Friday, July 31, 2020

filme do mês: Julho '20



Nada contra os tirinhos da Charlize (não é um eufemismo), mas tenho sempre um fraquinho por histórias românticas no reino da fantasia. O filme do mês é Palm Springs.

É irónico gostar de histórias de loops infinitos, apesar destas apenas repetirem-se?

Wednesday, July 22, 2020

despachada: Big Little Lies


Não sei se já deu para perceber, mas andamos um pouco obsecados com a HBO cá em casa.

Eu ando. A minha senhora ficará mais contente com uma qualquer nova série da moda da Netflix, a tornar famosos uns quantos pós-adolescentes a fazer de adolescentes. E não há nada de errado nisso, mas eu nesta fase estou mais numa de explorar o raio da «TV de qualidade» que a HBO andou a fazer durante anos. E que continua a fazer, já agora.

Big Little Lies não é publicidade enganosa. Percebo o hype. Percebo porque tem um elenco tão forte, cheio de nomes grandes. Percebo como maior parte delas terão saltado perante a oportunidade de participar nesta história, tão bem contada.

O único senão é... Para quê a segunda temporada? Para mim, foi gritante a diferença entre as duas. E atenção que não era nada fácil continuar. Tenho noção disso. A primeira temporada está muito bem contada. Com analepses e prolepses metidas em todos os melhores momentos, sempre a deixar-nos na expectativa de saber o que verdadeiramente aconteceu «naquela» fatídica noite. A segunda temporada é o lidar com as consequências. Não há propriamente grandes surpresas. Viveria bem só por si. Há talento a transbordar de cada cena e muita intensidade em cada representação.

Só que, por comparação...

Tuesday, July 14, 2020

despachada: Run


A vida é injusta.

É o que tenho a dizer sobre o cancelamento precoce desta série. As expectativas para mim eram elevadas. Óptimo elenco. Produção duma das mais promissoras (já realizadas, em boa verdade) vozes na escrita de séries. E uma premissa bem interesante.

Embora aqui possa estar a raíz do problema. A premissa é fixe. Um ex-casal tem uma regra, um plano de contingência. Se um mandar a message «Run» ao outro, e se este responder o mesmo, ambos partem numa viagem de comboio através dos EUA. Sem mais conversa, sem «rodriguinhos», sem pensar em consequências. Bora! O problema é... e depois? Não tanto as consequências. Sim, encontram-se, fazem o que ex-amantes têm de fazer.

Como é que isso é interesante para o público a médio prazo?

Terá sido aqui que a dita porca torceu o dito rabo. Inventaram uma história com personagens secundários agressivamente interventivos. E foi giro de se ver, mas eram demasiado notórias as pontas soltas. Houve demasiado a acontecer sob pressão. Pressão de mostrar mais do que um relacionamento antigo, duma tentativa de reatar esse relacionamento. Foi fácil estabelecermos uma ligação com personagens próximos de qualquer um de nós, mas também foi demasiado óbvio que foi um erro terem-se separado e não fazia sentido algum não voltarem a estar juntos. Como tal, tinha de haver conflito externo. E esse conflito não foi realista.

Talvez tenha sido excesso de confiança. Talvez não merecesse ser uma série sem fim à vista. Teria funcionado tão bem como uma temporada fechada.

Tuesday, June 30, 2020

filme do mês: Junho'20



Três filmes. Início, meio e fim do mês. Curioso.

Mais ainda porque mesmo com poucos, a escolha não é fácil. Qualquer um deles foi um visionamento agradável e cada um trouxe algo fixe para a mesa.

Seja Dating Amber, numa de apoiar os pequenos.

Sunday, June 28, 2020

despachada: The Leftovers


Que final tão estúpido e anticlimático. Lindelof tem uma predilecção por finais estúpidos. Podia pensar-se que o rapaz tinha sido influenciado por outros para fazer aquele final miserável no Lost, mas... Bem, só me enganas uma vez, meu caro. Terá sido milagre que o final de Watchmen não tenha estragado a coisa.

Fora isso, é preciso ultrapassar a presença de Justin «Cara de Cu» Theroux. A sério que não sei como é que este rapaz trabalha. O certo é que a série tem excelentes pormenores. A primeira temporada tem uma envolvência tremenda, que faz-nos esquecer do detalhe de só estarmos a ver a pequena população duma terriola no meio dos EUA, quando falamos dum evento mundial que fez desaparecer 1% da população.

E sim, é óbvio que não me passou ao lado o paralelismo com a situação em que vivemos. Na série foi uma drama traumático quando toda a gente desaparece. A sociedade mudou. No mundo real nem sei se não passámos já o 1%, e o certo é que a vidinha vai continuando.

Wednesday, June 10, 2020

despachada: The Comeback


Vi a primeira temporada há alguns anos. Entretanto fizeram uma segunda temporada, quase uma década depois, e confesso que passou-me completamente ao lado.

Não é algo fácil de começar a ver. Única e exclusivamente porque qualquer fã de Kudrow está à espera de ver a Phoebe. Não é o caso. Longe disso. Fez confusão à minha senhora, como me fez a mim da primeira vez que vi. Ao segundo visionamento já nem tanto. Tenho algum distanciamento do Friends. Como tal, apreciei mais a primeira temporada que a minha senhora.

Já a segunda temporada ambos gostámos. Está muito bem conseguida e percebo porque foram repescar a série desta forma. A personagem quase está igual à superfície, mas vê-se muito mais madura à medida que a história avança. Óptimos momentos de confronto com os personagens do passado. Com uma produção genial a ir buscar todos os mesmos actores, alguns deles em fase bem mais avançada na carreira.

Ganhei respeito por Valeria Cherish, de forma independente das outras duas. Vamos não considerar a imagem acima ao ler a frase anterior, por favor.

Saturday, June 6, 2020

despachada: Deadly Class


Gosto muito da ideia duma escola para rufias e assassinos, mas ter geeks e outras classes, como cheerleaders e afins, não faz qualquer sentido. Uma escola assim não seguiria os chavões usuais dum secundário americano.

No fundo os meliantes destruiriam os nerds, ou aproveitar-se-iam dos pais ricos e influentes, no limite. É que um dos nerds era só sacana. Os pais nem pertenciam a nenhum sindicato criminal, por exemplo. Eram só totós com dinheiro. Qual a lógica de meterem o filho num colégio privado onde a educação não é propriamente o forte? Não estou a ver a escola de assassinos a aparecer nos rankings. E se assim fosse, a Assassins Guild seria primeira opção, imagino.

Ó último episódio até é bastante emocionante, mas mostra que a série deve ter sido cara demais. Sem vedetas de maior (e a moça do To All The Boys I Loved não conta, porque não é famosa para este género) a série nunca conseguiria ter audiências suficientes.

Não é uma temporada muito bem conseguida, com demasiados dramas de liceu parvas, mas teve alguns momentos interessantes, como um episódio a homenagear o Breakfast Club.

Sunday, May 31, 2020

filme do mês: Maio '20



No meio de nada que fazer em tempo de quarentena, passando para um regressar a ritmos menos desejáveis do passado, consegui despachar todos os filmes Irmãos Marx e pela saga X-Men, que deu-me mais gozo do que estava à espera.

Mesmo não sendo as melhores coisas, gosto mesmo de embaçar comic book movies. Acho que até se visse os DC movies estaria entretido.

Consegui ainda entreter-me com alguns bons buddy movies e até umas comédias românticas (género que a Netflix procura revitalizar a toda a força, mas só com uma geração específica em destaque). E até consegui ver em média um filme por dia, algo que não creio que se repitirá tão cedo.

Não há muito para ver hoje em dia, mas ainda é possível ver algumas coisas decentes. Dá algum alento, no meio do caos da vida real.

Destaque para Lovebirds, porque a dupla merece isso e muito mais.

Tuesday, May 19, 2020

despachada: The Last Dance


Não queria começar a ver antes de terminar. Estava aqui na lista, para ver no momento certo. Mas a pressão foi grande. O meu grupo de conversa semanal só falava nisto. E em todo o lado apareciam coisas. Nunca pensei ver o fenómeno de desmultiplicação de artigos, nos dias a seguir a saírem episódios, para um documentário!

E o impresssionante é isso mesmo. Será o documentário mais famoso do planeta, não? Até nisso o sacana do Jordan tinha de ser o melhor. Foi aburdo. Não gostava do Jordan. Não gosto de documentários. Mas Last Dance é espectacular e vê-se tão bem. Desde o primeiro segundo ficas agarrado e queres ver tudo de seguida. O que não só é possível, como é super fácil de fazer.

Porque é que foi tão incrível para mim? Não falo pelos outros, nem pelo sucesso mundial que teve. Para mim foi o acesso a mais informações. Muito mais do que nos chegou na altura. Por exemplo, tinha uma noção completamente errada da morte do pai dele. Em Portugal chegou-me a parte das intrigas e fofoquices. Até ver o documentário estava convencido que o Jordan tinha saído do jogo porque devia dinheiro a máfias que mataram o pai. Nada disso é verdade. É até bastante estúpido. Mas notícias sem polémica não tinham qualquer força para chegar ao resto do planeta. O que se queria e ainda quer hoje é sangue.

Percebi também que tive muito azar. A altura em que vi NBA foi quando os Bulls dominaram. A década de 90. Foi a única altura em que dominaram, aliás. E quando o Jordan esteve reformado pela primeira vez e a jogar (mal) beisebol, os Rockets ou os Spurs ganharam. Que trágico. Torcia por equipa que estiveram perto, mas não chegaram lá.

À partida foi a última vez que vi os Bulls de Jordan a dominar. A não ser que se lembrem de fazer filmes ou séries. Esperemos que não.

Monday, May 18, 2020

despachada: Schitt's Creek


Uma das séries mais badaladas nos últimos anos.

A comédia pura, inocente e familiar, está cada vez mais em desuso. Logo é difícil encontrar séries de boa qualidade nas listas anuais de premiados. Coitaditos não podem propriamente dar prémios ao Rick & Morty, apesar de ser hilariante e super inteligente. Daí que se diga que a comédia esteja a morrer um pouco. Ou, pelo menos, a transformar-se.

Contudo, há «sobreviventes».

Schitt's Creek tem algumas obscenidades mas é, no fundo, a história duma família. Uma família branca, rica, que perdeu tudo. Há tons de homossexualidade, bissexualidade e outras coisas no espectro, mas continua a ser a história dos que sobrevivem e prosperam no grande país que é a América. E isso faz com que, mesmo se não tivesse piada, seja uma presença garantida nas listas de nomeados dos grandes prémios.

Agora, independentemente de tudo isto, Schitt's Creek tem mesmo muita piada. É uma série engraçada. Tem um pouco menos de parvoíce do que pensava - há momentos mesmo bastante profundos e bonitos -, mas tem interpretações absolutamente divinais. Enalteço alguns dos personagens da terriola, que são deliciosos, mas o ponto máximo é a personagem de Catherine O'Hara. Não que a mulher precisasse, mas este papel é fabuloso e marcante numa carreira. Ainda não ganhou o Emmy, mas se não o ganha para o ano é só criminoso.

Foi uma excelente série para embaçar (com moderação) durante a fase final da quarentena.

Monday, May 11, 2020

despachada: Muppets Tonight


Mais uma que demorei demasiado tempo a acabar. São 22 episódios, mas acho que durou cerca de três ou quatro anos para «despachar».

Sou fã dos Marretas. Fiquei todo entusiasmado quando o novo filme foi um sucesso e quando soube que iam fazer nova série. Também fiquei super triste quando percebi que a série não era grande coisa e ia ser cancelada, e que o estúdio decidiu arruinar o sucesso do novo filme e dum possível franchise com uma trampa duma sequela.

Só que esta iteração de Muppets não foi mesmo fácil de digerir. Nem era muito má. A sequela cinematográfica recente foi pior, por exemplo. Mas o formato era muito igual. Era trazer uma estrela da altura para um episódio (ou várias, até) e fazer piadas com isso. Um variety show, à la SNL, mas com Marretas.

Tudo muito ideal, mas demasiado. Demasiado tudo. Demasiadas secas, musiquetas, referências de então (datadas, entenda-se), demasiados chistes físicos. Talvez se visse semanalmente fosse mais tolerável. Só que comecei a ver de enfiada uns quantos episódios, e depois tinha de fazer longas pausas entre visionamentos.

Uma coisa tenho de aceder. Seja em que formato for, toda a gente quer participar em coisas com os Marretas. Toda. A. Gente. É impressionante.

Sunday, May 10, 2020

despachada: Cybill


Cybill é o cromo que me faltava das séries mais antigas, criadas por Lorre. Para quem não sabe, o cavalheiro criou coisas como Dharma & Greg, Two and a Half Men ou Big Bang Theory. E, apesar de ser tudo muito igual, vi todas. Não tenho paciência para ver coisas novas. Ele tem três ou quatro séries a dar, neste momento, incluindo um spin-off do Big Bang. Mas eu já dei o suficiente para o peditório Lorre. Ele não precisa mais de mim.

Tinha Cybill para ver há algum tempo. E, sendo honesto, ando a vê-la se calhar há mais dum ano. Não, não é assim tão longa. São quatro temporadas de episódios de vinte e poucos minutos. Em situação normal, demoraria cerca de quatro/cinco dias a ver. Porque demorei assim tanto tempo?

Não, não é nada má. É formatada no mesmo registo de todas as outras que listei acima. É um registo cansado e que já não funciona tão bem para o público mais novo, mas eu ainda tenho alguma tolerância para a coisa. E poderá surpreender, mas Cybill teve Alan Ball a escrever para a série, por exemplo. Mais uma vez, para quem não sabe, Ball escreveu coisas como o Six Feet Under ou o American Beauty.

Mas, mais que tudo isto, Cybill tinha Cybill Sheperd que, para quem não se lembra, entrou na muito famosa (na altura) série Modelo e Detective. Série essa que lançou para a ribalta um jovem moçoilo de seu nome Bruce Willis. Admito que, enquanto miúdo, fiquei fixado foi em Willis. Era um gajo com piada, mas que se aguentava na acção. Esperto e mordaz, sempre às turras com a personagem de Sheperd. Chiça, ele era o John McClane!

Hoje em dia vejo que Sheperd não ficava aquém do companheiro de cena. Era uma mulher bonita, inteligente e com muita piada. Também canta, mas esse tipo de coisas não me impressiona. A não ser que façam uma versão musical do Assalto ao Arranha-Céus. Cybill trouxe muitas das qualidades de Sheperd ao de cima, aproveitando para mandar uma data de bicadas a Hollywood e à sociedade em geral. Especialmente na forma como as mulheres eram tratadas, na vida em geral e no trabalho em concreto.

Demorei a ver porque a série é repetitiva e usa todos os mesmos artifícios das outras séries Lorre. Não por falta de qualidade. Ou seja, se visse na altura em que saiu, com os olhos de hoje, teria apreciado muito mais e «despachado» muito mais rapidamente.

Thursday, May 7, 2020

despachada: Crashing


Phoebe Waller-Bridge é a nova grande cena. Uma daquelas vozes que Hollywood vai engolir e esmifrar até toda a gente dizer que afinal não era assim tão fixe. O certo é que, por enquanto, cá em casa somos fãs.

Crashing são seis episódios duma série britânica que até tinha pernas para continuar, mas que PW-B sempre disse que era uma coisa fechada. A série começa a grande velocidade. É sempre a despachar. (Porque, convenhamos, seis episódios de 20 minutos cada não é assim tanto para se poder contar o que seja.) Tem um conjunto de momentos bastante engraçados e teve um absolutamente hilariante lá pelo meio, que fez-nos rir a bom gargalhar. Até que nos apercebemos que estávamos a fazer demasiado barulho para as onze da noite.

Gostava que a moça fizesse mais coisas ao género disto e de Fleabag, mas parece que a estamos a perder para a acção. Alguém sabia que o guião do novo Bond é escrito por ela?

Brilliant.

Sunday, May 3, 2020

despachada: Band of Brothers


Weekend passes are canceled.

Para mim, é a frase que fica desta mui clássica série. Nos primeiros episódios é repetido até à exaustão, durante o período de treino. Pensa-se que na «parte da guerra» não será grande assunto. Errado. Ter o período de divertimento e descontração cancelado é quase um perigo tão presente como os próprios nazis.

A Segunda Guerra Mundial foi diferente de todas as outras, aos olhos dos criativos de Hollwood. Enquanto que em maior parte das guerras os homens são brutos, sanguinários, infantis (são miúdos, afinal), cheias de demasiado sexo e deboche, tanto quanto violência e homicídio, nesta Guerra específica os soldados são sempre dotados duma honra inabalável. São miúdos, vão «às meninas» à mesma, matam e morrem, mas é tudo com uma distinção notável, de quem tudo faz por uma causa maior. Mesmo frequentar prostitutas. «Não são maus rapazes. Têm é necessidades e precisam dum escape, pois estão a lutar pelo bem da humanidade.»

Há uma cena quando entram na Holanda, onde certas mulheres são despidas pela população em praça pública, sendo que é-lhes cortado o cabelo à força. Choram e tentam defender-se. É bastante violento, mas o público bate palmas. Porque são umas malandras que foram para a cama com Alemães, durante a ocupação. Então e depois dos Americano saírem? Estas mulheres serão vistas como heroínas pelas pequenas comunidades, pois dormiram com os «bons da fita»? Estou certo que estátuas existirão a honrar o que fizeram pela causa.

Mesmo a simples história do soldado que, durante uma batalha, teve um caso de ceguez histérica. Lamento, mas compreensão e solidariedade não é o que aconteceria durante uma guerra. Teriam duvidado e gritado com ele até a coisa passar, ou piorar substancialmente. Há demasiada inocência neste bando de homens.

Posto isto, é realmente uma bela série, com histórias notáveis. E foi melhor ver agora, passado algum tempo. Todos os jovens actores que aparecem aqui em início de carreira, conheço-os quase todos doutras andanças. Neste tipo de séries de guerra, os rapazes parecem-me sempre demasiado iguais e torna-se difícil reconhecê-los nas cenas ou até simplesmente saber quem é quem. Em Band of Brothers consegui reconhecê-los quase sempre. O que me leva ao ponto final que quero fazer.

Apesar do Michael Fassbender estar registado como tendo aparecido em sete episódios da série (que tem dez, no total), por vezes é mais difícil encontrá-lo do que ao raio do Wally, naqueles livros do demónio. E o ridículo é que, quando aparece mais, nos últimos episódios, tem o desplante de dizer que não fala alemão.

Ele nasceu no famigerado país, caramba!

Thursday, April 30, 2020

filme do mês: Abril '20

Ainda está tudo desse lado?

Eu por aqui ando, procurando novos hábitos diários que me permitam estar entretido e minimamente são. Ficar em casa nunca me custou, convenhamos. Não estou a sofrer por estar em quarentena. Há gente por aí com muito menos espaço para estar. Ainda por cima por este lado esteve sol quase todos os dias. Ajudou. O que me custa é tudo o resto. Como está o mundo e como serão os próximos tempos.

Tenho visto coisas giras. É ao que me agarro. Tenho de pensar nas coisas pequenas que possam dar alegria e contentamento (that's what she said).

Antes de referir o filme do mês (e o porquê da escolha), tenho ainda de destacar boas opções nos mais diversos géneros: My Spy (comédia ligeira), Invisible Man (terror), A Rainy Day in New York (romance), One Cut of the Dead (zombies) e Gentlemen (por ser castiço).

O filme do «mês da quarentena» é Onward. Porque é giro. Porque está bem feito. Porque foi das poucas coisas que ganhou com esta m€rd@ da pandemia. Se não fosse o fecho dos cinemas, o filme não teria saído tão cedo na Internet e tanta gente não teria visto.

Pequenas vitórias.


Sunday, April 26, 2020

despachada: Mad About You


Mais uma série sobre a qual podia jurar que já tinha falado neste blogue. Pensei que tinha visto a série há pouco tempo. Talvez não tenha sido assim há tão pouco tempo. Que raios!

Mad About You foi uma série que vi na TV. Quase tudo. Acompanhei o melhor que pude, sendo que na altura, como é sabido, a TVI (ou qualquer outro dos restantes três canais) não avisava quando começava ou acabava uma temporada. Chiça, continuo com a impressão que às vezes mudavam o horário a meio da coisa. Ou talvez não. Lembro-me que Mad About You dava todos os dias úteis a uma hora fixa, ou antes ou depois do telejornal. Mas também deu às tantas da manhã.

E sim, claro que gostava da série com um tipo simpático, uma mulher bonita e inteligente, o conjunto de familiares e amigos insano, e um cão! Tudo em Nova Iorque, quando o raio da cidade começava a mostrar demasiado encanto e a tornar-se na capital do mundo. Paul tinha uma vida extraordinária.

Quando revi, já com outros olhos, não fiquei assim tão impressionado, claro. Surpreendeu-me que uso algumas expressões, no meu dia a dia, que vieram desta série. Já não me lembrava. Aliás, há muito dos maneirismos de Paul que tenho em mim. Achava-lhe piada e tinha tudo. Como não querer ser como ele?

Fiquei entusiasmado quando soube que iam trazer de volta a série. Até porque ambos os actores, que muito admirava, tiveram carreiras não muito expansivas. Reiser continuou a tentar o sucesso na TV, mas nunca chegou ao nível desta série. Hunt deu o salto para o cinema e fez um par de filmes muito bem sucedidos, só para mais tarde desaparecer.

Foi bom revê-los. Valeu a pena esta temporada? Roubando mais uma das expressões do protagonista, que não tenho como imaginar sempre que a digo/uso: meh!

Friday, April 24, 2020

despachada: Arrested Development


Última série, último post do dia.

Mais uma que não tem cancelamento oficial. Acredito que porque a Netflix não quer acabar com a coisa, mas também não se quer comprometer em fazer mais. Porque um dos actores principais está envolvido em escândalos. Escândalos esses que o levaram a ser expulso da outra popular série que interpretava, em que até era personagem principal. Parece que o pai Booth devia mesmo ir parar à prisão.

Polémicas à parte, Arrested tinha um encanto muito particular. Será difícil encontrar algo ao qual se possa comprar, pois era mesmo muito único. Convém ainda dar mérito a como conseguiram desenvencilhar as últimas temporadas, quando já não se esperava grande coisa. Com o elenco muito mais famoso do que eram quando a série começou, tornou-se uma aventura conseguir articular as agendas dos «A listers». Creio que terá sido bom treino para os irmãos Russo.

Apesar de ter muito carinho por Arrested, se calhar já chega, malta. A última temporada não foi espectacular, convenhamos.

despachada: Flaked


Desta série então não há mesmo indicação nenhuma se continua. E até é possível que venha a existir mais uma temporada, mas já estou por tudo. Se é para limpar as listas, limpa-se tudo!

Sobre a série, não é nada má. Vê-se bem. Tem bons momentos e dá para sonhar com um outro tipo de vida, em que há sempre sol, praia perto e tudo é muito, muito mais descontraído. Mas, convenhamos, Flaked era uma má mesa de experiências para Bojack Horseman. O mesmo actor, em real e animação, é um tipo «porreiro», mas que mente e engana toda a gente, só para levar a sua avante, mas maior parte das vezes sem necessidade de o fazer. Lixa amigos, conhecidos e negócios só porque sim, porque a vida é difícil e, mesmo tendo óbvio talento/inteligência, é sempre mais fácil fazer menos para obter o mesmo resultado.

Will Arnett consegue sempre irritar-me. Não fosse até gostar do rapaz...

despachada: Idiotsitter


Qual é a cena da Comedy Central não cancelar séries? É esta e a da Amy Schumer.

Custa assim tanto fazer uma declaração com o que continua e o que não continua? Convenhamos que não perdi qualquer sono com Idiotsitter. Calma. Pouco quis saber se continuava ou não. Rala-me zero que a tenham cancelado. Ou não. Que a tenham «ignorado». Seja. Incomoda-me sim a falta de respeito para com o público.

Era uma coisa parva, em que duas amigas/actrizes/parceiras arranjaram uma história minimamente interessante, criaram personagens que podem ser vistos como «engraçados» e convenceram um canal a dar-lhes tempo de antena. Pouco mais se aprendeu, embora aceda que ambas têm talento e conseguem ser engraçadas.

O único verdadeiro «problema» é que a mais popular das duas agora anda com a mania de fazer coisas séries. Haja paciência.

despachada: Inside Amy Schumer


Mais uma que não teve notícia oficial de cancelamento.

Aliás, as primeiras notícias que se encontram na Internet continuam apenas a ser as que afirmam que a temporada 5 vai demorar «um bocado» a sair (notícias de 2016, atenção). Mas tendo em conta o perfil da actriz e a atenção negativa que a série teve em tempos, o prognóstico não é o mais favorável.

Schumer, como qualquer «estrela em ascenção», foi atacada por todos os lados. Mais por ser mulher e andar a dizer piadas sexuais, como se fosse um homem. O desplante! Claro que nem todos os ataques terão sido tão injustos. Schumer e demais equipa do programa foram acusados de plagiar piadas. Alguns sketches eram estranhamente parecidos com momentos de stand-up ou cenas de actrizes menos conhecidas. Ficou uma nuvem negra a pairar sobre o resto da série. Nada que tenha parado a «estrela da companhia», que pôs-se a fazer comédias tolas em Hollywood e deixou essas polémicas para trás... só para andar metida noutras.

Fora isso, era uma série de sketches, com alguns bons e outros menos bons. Nada de novo.

despachada: Master of None


Não saiu qualquer anúncio oficial de cancelamento de Master of None. Poderá ser precoce estar a falar da série e tirá-la das minhas listas, mas estou em limpezas. Hoje vai tudo. Se entretanto recomeçar logo se vê.

A razão das dúvidas é, apenas e só, a vida pessoal do criador e intérprete. Acima de tudo, as coisas idiotas que decidiu fazer na sua vida. Pois Aziz estava na ribalta. Saído duma série de grande sucesso, a começar a aparecer em papéis secundários em grandes filmes, Aziz encontrou na Netflix a liberdade para criar a série que queria criar. Uma espécie de autobiografia, com muito sentimento e a falar de todas as coisas que lhe interessavam trazer à baila. Tudo foi perfeito. Aziz tinha o melhor palco para o seu trabalho. O serviço de streaming tinha um tipo talentoso e na berra, a fazer algo com muita qualidade, que traria (trouxe) muitos novos aderentes ao serviço.

Até que o idiota de m€rd@ armou-se em gajo famoso e julgou-se invencível. Fez o que não devia e levou com as consequências disso. Os seus espectáculos de stand-up foram cancelados. Deixou de ter papéis secundários em grandes filmes. E a série foi posta em stand-by por tempo indeterminado.

É a cena à Hollywood. Ninguém toma decisões, porque ninguém quer perder nada. Aziz começa agora a aparecer outra vez. Começa a fazer coisas. Porque tem talento, porque Hollywood prioratizará sempre fazer dinheiro, e porque a memória é curta. Quem sabe? Uma terceira temporada poderá ainda acontecer.

Sobre a série, é realmente muito fixe. Mais a segunda temporada, onde Aziz solta-se e faz óptimos episódios. Para além de óptima pasta fresca italiana, pelos vistos.

despachada: State of the Union


Nunca houve planos de segunda temporada. Guardei nas minhas listas durante umas semanas. Era só eu esperançoso que houvesse mais.

State of the Union é muito simples. Um casal encontra-se num bar, perto do sítio onde vão começar a fazer terapia de casal. Passam por um mau bocado, mas querem tentar salvar a relação. Cada episódio é apenas o encontro no bar, a conversa que têm antes de cada sessão. Não vemos mais nada. Nem o antes nem o depois. São sessões semanais e os personagens fazem um óptimo trabalho de resumir o que tem estado a acontecer. Porque esse é o grande forte da série: os diálogos. Vamos percebendo tudo o que vai acontecendo na vida destas duas pessoas tendo por base apenas a interação um com o outro.

Eu adoro diálogos. Para mim a série foi uma grande surpresa. Porque sou fã de Hornby e de bons diálogos em ficção (não na vida real, onde tendo a grunhir mais do que articular em qualquer conversa) e, por acaso, sou grande fã dos diálogos de Hornby. Mas não fazia a mais pálida ideia que a série era escrita por ele. Tanto mais que só mais tarde, depois de a ver, descobri que era baseada num livro. Ele tem livros novos. Sim, dois. Quem diria? Parece que as pessoas continuam com as suas coisas mesmo que eu não esteja a prestar atenção ao que fazem. Curioso.

Resumindo: é uma série que tive a sorte de ver (também porque arranjei HBO Portugal), escrita por Hornby, realizada por Frears, interpretada por O'Dowd e Pike, simples, engraçada, inteligente e «fechada».

Claro que queria que continuasse.

despachada: Those Who Can't


Esta série foi cancelada há um ano. Não fazia ideia.

Com isto do Covid o certo é que vamos ter um interregno de séries. Muitas não conseguiram terminar as respectivas temporadas, pois fecharam a produção antes do final. Algumas vão sair entretanto porque já estavam feitas. Não há nada novo a ser feito, e não há previsão de quando regressará tudo ao trabalho.

Das séries que vejo regularmente, quase todas terminarão as suas temporadas nas próximas duas a três semanas. Comecei a pesquisar a ver se alguma nova temporada começaria em breve. E a questão é que não só não há muita coisa a recomeçar tão cedo, como entretanto apercebi-me que há uma datas delas que não recomeçarão de todo.

Those Who Can't é uma delas. Entre cada temporada havia sempre um interregno e falta de informação, se tinha ou não sido renovada por mais uma temporada. Logo, desde que acabou a última, não pensei muito nisso. Simplesmente esperei. Pelos vistos esperei para nada.

Não era brilhante. Longe disso. Maior parte das vezes era só parvo. Às vezes lá tinha uma piada ou outra engraçada. Acima de tudo era mais uma daquelas coisas que me faziam sonhar com empregos fáceis. Com ser possível não ser particularmente bom no que fazemos, sem que haja qualquer consequência disso. E, mesmo assim, ter tempo e dinheiro para fazermos o que nos dá gozo.

Foi mais uma bela fantasia, vá.

despachada: Will & Grace


Podia jurar que tinha visto as temporadas de Will & Grace após ter começado com estas deambulações parvas neste blogue. Tanto mais que pretendia apenas fazer uma adenda ao que tinha dito antes. Afinal tenho de fazer algo de raíz...

O curioso é que achava que iria encontrar um post a desdenhar a série. Tinha uma ideia que tinha feito um embaço que acabou por cansar, como é normal os embaços de séries fazerem. Quando é demasiado, por muito que seja duma coisa boa, acaba sempre por perder impacto e cansar. Como pude atestar com os últimos visionamentos de Parks e Office, embaços devem ser feitos a séries já conhecidas, já vistas. O resto deve ser apreciado com o tempo.

Gostei de ver estas novas temporadas de Will & Grace. Contrariamente a tudo o resto que anda por aí a ser (re)feito, acho que acrescentaram alguma coisa. Ajudaram a série a crescer um pouco mais. E agora já não tinham o peso de ser uma série com uma mensagem. Ou melhor, continuaram a passá-la, e ainda bem, mas já não era só uma série sobre isso. Deu para apreciar mais a dinâmida de grupo, a empatia e cumplicidade entre o elenco principal. E depois foi continuar a ver estrela atrás de estrela a aparecer nos episódios. Porque também era esse o sucesso de W&G: toda a gente queria participar na festa.

Estou mais velho. Tenho andado mais calmo. Fica mais fácil dizer bem das coisas. Vejo-me perfeitamente a dizer que a série não é nada de especial há uns anos. Agora consigo dar-lhe mais mérito, que é bem merecido.

Isso e já não me custa nada assumir que sempre estive loucamente apaixonado pela Karen. Se bem que não estou propriamente a «sair do armário» com esta informação. Quem me conhece bem já o sabia.

Friday, April 17, 2020

despachada: Olive Kitteridge


Luxos para quem pode: Frances McDormand gostou da história, comprou os direitos e meteu na prateleira, até chegar a altura em que tinha tempo para trabalhar na coisa. Alguns anos passaram-se e lá arranjou argumentista, realizadora e companheiro de cena. O resto terá vindo por arrasto, por certo.

Mais uma boa mini-série da HBO (duh). Mais uma incrível interpretação de McDormand e Jenkins (double duh). E uma maravilhosa surpresa em ver Bill Murray.

Não havia como não ganhar.

Wednesday, April 15, 2020

despachada: A Young Doctor's Notebook & Other Stories


A minha senhora curte o Harry Potter. É natural. Os livros e filmes são para a geração dela. Felizmente não é uma panca. Já basta perder-lhe um pouco o respeito por ter efectivamente uma panca pelo Ron. O certo é que acha que qualquer um deles é talentoso, o que não é bem verdade, convenhamos.

Tinha começado a ver esta série em tempos. Lembrou-se dela vá-se lá saber porquê. Pediu-me para vermos.

Não é má. Comecemos por aí. Vê-se bem. Mais que não seja porque também são só duas temporadas, num total de oito episódios de vinte e tal minutos cada. O que engana é o género. Apela-se que é comédia. Embora tenha uns quantos momentos de humor negro, vende-se como sendo mais cómico do que efectivamente é. Mas tem um bom gancho e dá para ignorar que Potter e Jon Hamm são a mesma pessoa, em tempos diferente. Tive de me adaptar ao registo, mas saí agradado da experiência.

E, mais importante, ganhei pontos com a patroa.

Saturday, April 11, 2020

despachada: Mrs. Fletcher


Que final «cármico».

Sei que já o disse, mas cada vez sinto mais isto: as mini-séries são o formato para mim. No cinema parece cada vez mais difícil encontrar uma história original bem contada. Atenção, continuo a adorar ir ao cinema e ver «filmes pipoca», para além de que continuarei sempre a ver filmes. Encontrarei sempre algo fixe, volta e meia. Só que parece que o formato é demasiado limitativo. Ou falta orçamento para acabar a história como deve ser, ou é uma questão de tempo. Para além de que a estrutura é cada vez mais igual, seja uma fantasia com extra-terrestre ou a história dum tipo cuja lavandaria foi à falência, sinto que estou sempre a ver a mesma coisa. E não me obriguem a falar em séries de TV. Temporadas e temporadas, sempre a contar a mesma coisa ou a tentar chegar a algum lado, só para serem desviados ao mais pequeno soluço das audiências. Ou então a nova realidade do streaming, onde tem de haver uma série nova todas as semanas, sendo que muitas não chegam a terminar as respectivas narrativas, pois o volume de «coisas novas» é que interessa.

Na mini-série temos uma história com tempo para ser contada, com tempo para dar dimensão aos personagens, mas também com tempo para o espectador digerir a acção. Pode ser a história mais simples ou a mais complexa, mas há tempo para tudo, sabendo que o que interessa é chegar bem ao objectivo, que foi traçado desde o primeiro minuto. E tudo com um bom orçamento, que permite ter gente talentosa a trabalhar para nós. Tanto à frente, como atrás das câmaras.

Vamos dar-nos muito bem, HBO. Já tínhamos um bom historial, nós os dois, mas parece-me que teremos ainda um bom caminho a percorrer.

Friday, April 10, 2020

despachada: Modern Family


O final foi tão forçado e tão pouco original como as últimas temporadas. Não quero com isto dizer que a série não foi fixe, ou que não teve momentos brilhantes, mas foi demasiado esticada. Teve três ou quatro temporadas a mais.

Tirando isso, Modern Family foi uma óptima série dentro do género, conseguindo ter na televisão a actriz mais bem paga (e se Vergara já o merecia há demasiado tempo), lançar para a ribalta um conjunto de actores e actrizes muito talentosos, e criar um dos personagens mais hilariantes dos últimos tempos: Phil Dunphy. A série valia pelo conjunto. Concordo em absoluto. Mas Dunphy é um personagem absolutamente genial. Ridículo e enternecedor, tudo ao mesmo tempo.

Há quase uma década lembro-me de ter passado a uma pessoa esta série e Community. A minha preferência e verdadeira recomendação era a segunda. Apenas passei Modern Family por dar volume ao empréstimo. Para meu espanto, as palavras de entusiasmo foram para esta família americana. Não tínhamos os gostos tão alinhados, mas S. sempre teve olho para os maiores sucessos.

Mais uma vez, a ficção imita a realidade. Como com a minha própria família, gostei de conviver com eles, mas acaba sempre por ser demasiado tempo.

Thursday, April 9, 2020

despachada: Future Man


Based on a true story.

A frase acima aparece no final da série. Para se perceber o quão ridículo a frase e a série são, procurarei dar-vos um breve resumo do enredo: Josh Futturman é um completo falhado. Vive em casa do pais, que o mimam e tratam como uma criança. Tem um emprego horrível. Namoradas nem vê-las. Só sabe fazer uma coisa, que é jogar um jogo dum futuro pós-apocalíptico, fazendo parte das forças rebeldes. Josh vive para o jogo. Nele é «Future Man» (criatividade também não é com ele), tudo aquilo que nunca conseguirá ser na realidade. Forte, corajoso, ágil, líder, etc etc etc. Ao terminar o jogo (algo que ninguém tinha conseguido até então), aparecem no quarto dele dois guerreiros do jogo. Dizem-lhe que o jogo foi criado para encontrar a pessoa que fará a diferença na revolução, que os poderá ajudar a acabar com uma guerra que dura há demasiado tempo... no futuro.

Lá está. «Baseado em factos verídicos.»

Encontrei uma notícia que a série teria apenas três temporadas. Queria começar algo que tivesse um fim. Infelizmente comecei a ver cedo demais e tive de esperar pela terceira temporada. Tive interesse em ver porque é feito pelos mesmos criadores de Boys ou Preacher, séries de que gosto muito. A primeira temporada tem alguma piada. A segunda é um caos absurdo. A terceira melhora, mas continua a ser muito parvo.

É do Rogen e amigo de adolescência. Quase tudo o que fazem é com influências de «substâncias». Às vezes criam coisas fixes. Maior parte são Pineapple Expresses e afins.

Monday, April 6, 2020

despachada: The Office (US)


Office é uma das duas séries que nos permitiu manter algum tipo de sanidade, durante este período em que estamos presos em casa. Tanto para nós os dois, como para muita gente. Office e Parks aparecem constantemente em listas de séries para «embaçar», com o benefício de alegrarem o espírito.

Porque por muito que o sentimento de constrangimento se mantenha ao longo das nove temporadas, sempre que um personagem (ou vários) fazia algo demasiado estúpido, o certo é que a base, o que fica, é um carinho tremendo que os personagens tinham entre si. É a sensação de «família» que Michael procurou toda a sua vida. É enternecedor até ao fim. Até depois do fim.

O que posso destacar deste visionamento «de enfiada» é a evolução de alguns personagens não tão «principais». Claro que ainda me lembrava da marcante relação entre Pam e Jim. E obviamente que o percurso do Michael ainda estava presente. Mas por exemplo Andy Bernard... Não me lembrava de tantos altos e baixos. Começou como sendo um gajo bastante agressivo, para depois ser um palerma mau vendedor, a ser enganado pela dupla Angela/Dwight. Eventualmente passa a ser um gajo fixe e ambicioso, chegando mesmo a patrão, só para cair em desgraça uma vez mais, salvando-se à última hora. Foi épico acompanhá-lo melhor, desta feita. A ele e a outros.

Longa vida à sucursal de Scranton, um sítio desesperante mas também muito divertido de se trabalhar. Tenciono voltar.

Tuesday, March 31, 2020

filme do mês: Março '20

Que mês estranho.

Desde o final de Fevereiro tive quatro semanas a voltar a rotinas «normais» de trabalho. Depois veio a praga, a tirar a palavra «normal» do nosso dia a dia e a destruir também esse novo trabalho. Estou longe de achar que foi ou será a coisa mais importante que destruiu/destruirá, atenção.

Quero com isto dizer que comecei o mês com pouco tempo para ver filmes e que o acabei deprimido com tudo o que via.

Olho para a lista de filmes vistos este mês e tudo parece «fora de ordem». Parecem ocorrências externas, insignificantes e distantes de tudo o resto. Mas se não nos perdemos em ficção, de vez em quando, daremos rapidamente em loucos com a realidade. Certo?



Jojo e 1917 são das melhores (pouquíssimas) coisas a sair dos Óscares deste ano. Freaks, Jumanji 2, Popstar e League foram divertidos de (re)ver.

Destaco Captive State também por ter um pouco de semelhança à nossa realidade actual.

Thursday, March 19, 2020

despachada: Parks and Recreation


Andava há demasiado tempo a convencer «alguém» a ver isto. Tanto tempo e tanta resistência à ideia levaram a que começasse a duvidar da qualidade da série. Sobreviviria ao teste do tempo? Seria bom à mesma para alguém que tem outro registo, outro nível de atenção, outro tipo de atenção a detalhes que eu? Eventualmente lá começámos. Eu deliciado com rever estes maravilhosos personagens. A minha companhia demorou um pouco... mas também ambientou-se bem ao universo.

O que disse no primeiro post que escrevi sobre a série mantém-se. Os personagens passaram por uma fase menos boa. Entenda-se: o início. O Andy era um pouco velhaco. A Leslie mais taranta do que acabou a ser. O Ron mais sexista do que me lembrava. O Tom muito mais calão. Todos acabaram onde deveriam acabar, como o grupo maravilhoso que ainda me faz sorrir sempre que me lembro de alguma cena.

Viu-se muito bem outra vez. É uma das melhores de sempre. Para mim e para muitos. E se alguém algum dia me perguntar se me importo de a ver outra vez a minha resposta será Just give me all the bacon and eggs you have. Wait... wait. I worry what you just heard was: Give me a lot of bacon and eggs. What I said was: Give me all the bacon and eggs you have. Do you understand?

Saturday, February 29, 2020

filme do mês: Fevereiro '20



Mais uma vez - e sei que me repito - o filme do mês não é um baseado em BD. Mas deveria ser. Porque independentemente da temática, foi o que me deu mais gozo ver. Quero com isto dizer que, se não fosse pela imposição das minhas regras, Birds of Prey... seria o filme destacado neste post.

Gisaengchung (também conhecido como Parasite) foi fixe, como foi Midsommar, à sua maneira. Não houve muito mais que isto. O resto não valeu assim tanto a pena. Vi pouco filmes este mês mas, pior, vi poucos bons filmes. Posso culpar os Óscares, que continuam a piorar ano após ano. Posso culpar as boas séries que tenho andado a ver. Mas para quê continuar a navegar no negativo?

Desde que veja alguma coisa está tudo bem.

Friday, February 28, 2020

despachada: Good Omens


Good Omens ou, como eu vejo a coisa, «a junção de génios a todos os níveis», é uma óptima mini-série.

Temos uma boa história de Neil Gaiman. Nem todas são assim tão boas, atenção. O cavalheiro é daqueles génios demasiado profícuos, o que faz com que nem todas as ideias estejam ao mesmo nível. E isto não quer dizer nada. Porque o homem cospe histórias como o Benfica mete miúdos na equipa principal. São umas atrás das outras. Quando se manda assim tanto cá para fora, nem todas as histórias podem ser Joões Félixes e ganhar campeonatos. Ele não deixa de ser uma óptima escola por causa disso.

Esta comparação fugiu-me um pouco das mãos.

Omens podia não ter sido nada de especial. Podia ter passado debaixo do radar, se tivesse um elenco reles. Não foi o caso. Os personagens principais são magistralmente interpretados por dois dos melhores actores britânicos que por aí andam. Junta-se a estes uma óptima realização e produção, e temos um magnífico dia televisivo pela frente.

Saturday, February 22, 2020

despachada: Fresh Off the Boat


A série foi cancelada por falta de audiências, ou porque a actriz queria dar o salto para Hollywood?

Há ainda a possibilidade de que simplesmente se fechou o ciclo. O personagem principal estava com idade de sair de casa, o que impediria a série de poder continuar a contar boas histórias. Em boa verdade, todos os personagem teriam já pouco para contar, sendo que dois ou três só serviam para encher. (Estou a olhar para vocês, miúdos mais novos e avó!)

Fresh Off the Boat foi divertido de se ver por um tempo. Não será uma série que me tenha marcado de forma alguma especial. Mas percebo que tenha sido um marco para muito boa gente, que finalmente conseguiu ver-se ser representado na TV.

Convém ainda referir que Wu é uma óptima actriz, que carregou a série às contas em vários momentos. Esperemos que consiga continuar por aí em mais (bons) projectos.

Thursday, February 20, 2020

despachada: Life in Pieces


Se disser que é uma série sobre uma grande família, não farei grande publicidade. O que não faltam para aí são séries sobre famílias.

O género está tão gasto que tentam de tudo para encontrar famílias «diferentes». As que vão ganhando atenção são sobre minorias, algumas com bons novos ângulos.

O género está tão gasto que já nem dá para pensar numa altura em que a TV não teve uma série cómica sobre uma qualquer família. Há imensas ao longo da história televisiva, umas mais bem sucedidas que as outras.

O género está tão gasto que a série sobre uma família, a mais popular da última década (talvez até mais tempo), a série «moderna» que recuperou velhas estrelas das séries sobre famílias, criou novas e tornou uma emigrante na actriz mais bem paga da TV, essa série vai terminar no final da presente temporada. Eles dirão que é por opção (imagino que os actores começassem a ficar demasiado caros), eu acho que é mesmo por cansaço. Tanto deles como do público. Mas falarei dessa série oportunamente.

Life in Pieces não trazia nada de muito novo. Tinha o ângulo de serem histórias curtas. Três por episódio. Às vezes intercalavam-se. Maior parte das vezes não. Cada pequena história a ver com alguns dos membros da grande família. Nem sempre os mesmos emparelhamentos.

Acima de tudo tinha um grupo de actores talentosos, com alguns dos personagens a serem bastante engraçados. Foi um bom entretenimento, durante um pedaço de tempo.

Tuesday, February 11, 2020

despachada: The Ranch


Todo o fã de That 70s Show terá visto Ranch na esperança de mais do mesmo. Muitas das piadas são ao mesmo género, mas Kutcher claramente queria fazer algo mais sério. Há um tom muito soturno sempre a pairar em toda a série. Principalmente a relação com o pai, mais agressiva que engraçada.

A coisa ficou especialmente mais pesada com um factor da vida real. O compincha dos tempos antigos foi apanhado no surto de palermas que abusaram da sua posição para ter relações sexuais com mulheres. Foi uma acusação que obrigou logo a «fazer desaparecer» o personagem e substituí-lo por um familiar que não tinha sido mencionado até então.

Teve alguns momentos bons, mas como a música do genérico, irritou mais do que tudo o resto. O que vale é que tínhamos a Elisha Cuthbert para equilibrar a coisa.

Monday, February 10, 2020

despachada: Arrow


Esticaram o final.

Parece uma frase tola para começar a falar duma série que envolveu um conjunto de temporadas e espoletou todo um universo de séries de TV. O melhor para descrever a série é dizer que, durante maior parte destes últimos anos, o Arrowverse foi melhor que o DC Universe criado em filme. O que é dizer muito, pois a TV sempre foi vista como sendo inferior ao cinema. É mais uma clara mudança do paradigma entre estes dois tipos de entretenimento.

O certo é que Arrow foi um esticar da história quase desde o início. As temporadas eram sempre demasiado longas. Muitos dos episódios serviam apenas para encher essas temporadas. Com um formato mais parecido com as séries da Marvel no Netflix, a série teria sido melhor.

Eu gostei das primeiras temporadas. E gostei muito de alguns personagens e algumas histórias. Teve bons vilões, por exemplo. O que é dizer muito, só por si. Mas não fosse haver um universo, com histórias que se cruzavam entre séries (sempre muito bem feito, já agora) e se calhar teria abandonado a meio.

No futuro o que me lembrarei será a estrutura metálica (que tem um nome que me escapa, de momento) que Ollie subia, puxando-se para cima. E da Felicity, um personagem inventado para a série e que nem estava previsto ser principal no início, que era incrível. Espero que ela e outros apareçam nas outras séries com frequência.

Para já confesso que sinto algum alívio por ter terminado.

Friday, January 31, 2020

filme do mês: Janeiro '20




Foi um mês peculiar. Não foi um mau número de visionamentos, mas nem todos eles bons, embora não tenha visto muita coisa «má». Faltou-me direcção, objectivos ou estrutura, suponho. Fiquei mal habituado o ano passado, pelos vistos.

Vi grandes séries este mês, no entanto.

Com o devido respeito a The Farewell ou Where'd you go, Bernadette, mas o filme do mês é o divertido Little Monsters.

despachada: BoJack Horseman


Mais uma boa série a terminar, a abandonar-nos.

Tenho uma relação muito particular com BoJack. Em especial com o genérico. É genial, comecemos por aí. Mas, não sei porquê, houve momentos em que provocou-me total angústia. Dava-se um aperto no estômago, quando acontecia ver vários episódios de seguida. E essa sensação passava para os episódios.

Não consigo explicar muito bem porquê. O mais próximo que consigo chegar duma possível justificação é o personagem, a maneira como o via. Creio que provocava-me angústia ver alguém desperdiçar tamanho talento, desperdiçar uma boa vida, com problemas parvos. Pensava - inconscientemente, entenda-se - estas coisas mais no início. Porque para o final da série tínhamos muito mais informação sobre o personagem e os motivos porque fazia as coisas idiotas que fazia. A situação familiar... Bem, só visto.

Há muitos momentos de absoluta genialidade em BoJack, uma série que não é a típica série de animação que se possa pensar. Mas tenho que destacar o episódio do funeral. Aquele discurso... Que coisa deliciosa.

despachada: The Good Place


Os tempos modernos das séries de TV (e de serviços de streaming) trouxeram-nos uma coisa maravilhosa. Para além de histórias de qualidade, entenda-se. Hoje em dia já não há muitos cancelamentos estúpidos, que deixam histórias a meio. Por norma os canais (e serviços de streaming) agora procuram fechar projectos. Ponderam, quase sempre ajuizadamente, e avisam qual será a última temporada.

Foi o caso de Good Place. Vi o anúncio. Fiquei triste, porque gostei da série. Mas tive tempo para mentalizar-me que ia terminar. E, assim, os criadores tiveram também eles tempo para planear o encerramento desta fantasia, em que um grupo improvável de humanos decide o destino da humanidade no pós-vivência.

Muito se andou aos tropeções, ao longo das várias temporadas. Houve momentos que pouco sentido fez. Apesar da minha apreciação geral, não tenho como fechar os olhos a algumas incongruências. Independentemente disso, Good Place tinha um elenco novo, talentoso, multifacetado, que brincou com muitos chavões, mas também trouxe uma doçura que não se encontra em qualquer série. Tudo isto com o prazer acrescido de ver Ted Danson, uma vez mais.

Fechou-se o projecto de forma sentida, como tinha de ser. Foi bom de ver.