Friday, December 31, 2021

filme do mês: Dezembro '21

Houve dois objectivos cumpridos. Despachei os filmes de Natal que tinha em lista. Desta feita mais perto da época em questão. E consegui atingir o número que queria: 300 filmes vistos este ano. A última parte foi em esforço, já que no final do mês sabia que não teria tempo. O mês foi mais curto, mas deu para chegar aos 301 posts/filmes. Não é brincadeira.

Essa é a parte positiva. A negativa é que, olhando para o todo do mês, não foi assim um grande conjunto de filmes. Não há assim muita qualidade. Há um blockbuster ou outro. Uns revisionamentos porreiros. Mas não é um volume grande de enorme qualidade.

De qualquer modo, alguns destaques: Ron's Gone Wrong e Encanto (boas animações), assim como Batman: The Dark Knight Returns - Partes 1 e 2 (excelente adaptação), Single All the Way, Father Christmas is Back e A Castle for Christmas (maus filmes de Natal, que dão a volta), 8-Bit Christmas, A Boy Called Christmas e Klaus (bons filmes de Natal), Star Trek I, II e III (o tal revisionamento) e, como «filme do mês», por ser original e de Natal, Last Train to Christmas.

Parece muito, mas não é. Mesmo destes, no meio de 30, não há muitos que recomendaria a 100%.


Wednesday, December 22, 2021

despachada: Hawkeye


Poderá ser prematuro dizer que a série não terá segunda temporada, embora seja mais uma que a Disney catalogou como «mini-série», assim como WandaVision ou The Falcon and The Winter Soldier. De qualquer forma, mesmo sem esse dado, acredito que isto tenha sido um one off. Não que haja mal nisso. Foi uma forma de destacar o único Avenger original que não teve direito a filme, assim como uma boa maneira de introduzir o segundo Hawkeye do universo Marvel. Sim, é verdade, agora há não uma, mas duas versões do Avenger menos popular.

E a verdade é que esse parece ser o caminho da Marvel Studios. Querem introduzir os Young Avengers, os Defenders Jr. ou mesmo os dois grupos. Já existem alguns destes personagens no Universo e mais virão para o ano. Desta forma conseguem contar as novas histórias que vão sendo contadas na BD, conseguem alcançar um público mais novo e com outras prioridades, e não precisam assinar novos contratos por valores exorbitantes com os actores que, entretanto, também à custa destes filmes e séries, tornaram-se super famosos.

Sobre a série em si, parecerá redutor dizê-lo, mas para mim foi a terceira melhor série Marvel deste ano. Houve cinco, o que é tão espectacular, em tantos sentidos. WandaVision, para mim, «leva o bolo», os prémios e tudo mais. Loki foi brilhante, também. What If? está mais ou menos empatada com Hawkeye, mas a segunda ganha, na minha perspectiva, por ser live action. Acredito ser sempre mais complicado adaptar uma história de BD neste formato. Para mal dos meus pecados, Falcon até foi giro, mas está muito longe das outras. Em termos de tudo, na verdade.

Hawkeye tem muito, ou mesmo quase tudo, da excelente série de livros de Matt Fraction e David Aja. E por muito que isso seja uma óptima ideia dos criadores da série, aqui está o único defeito da mesma. Enquanto Fraction está creditado, Aja foi completamente ignorado, o que é absurdo. Toda a imagem da série está na arte de Aja. E ignorar a criatividade deste ilustrador parece-me, no mínimo, criminoso.

Não deve ser ignorado, este ponto, atenção. Mas não querendo acabar o post de forma negativa, pois as demais pessoas envolvidas - e que não terão tido poder de decisão sobre o assunto - não merecem, Hawkeye tem ainda o pormenor maravilhoso que, como o novo filme do Spider-Man, foi buscar um dos actores das séries Marvel do Netflix, que interpretaram maravilhosamente os respectivos personagens. E isso foi, assim como esta e as demais séries deste ano, uma prenda incrível.

Thursday, December 16, 2021

despachada: The White Princess


It's God's will justifica praticamente tudo. Desde guerras a coisas um pouco mais egoístas, como matar crianças, para que o próprio filho não tenha concorrentes ao trono. Assim, coisas simples ou um pouco mais complicaditas, tudo com a bandeira que o «Outro» tem planos na Terra, com gente específica. Pois claro.

Não estava à espera, mas White Princess até que foi interessante. Mais que não seja pela dúvida: é ou não é o verdadeiro herdeiro ao trono? O verdadeiro problema é que vi coisas fora de ordem. Há uma outra mini-série no HBO chamada White Queen. Pensava eu ser a mesma coisa, mais ou menos. Ou, mais que não seja, que a rainha seria a sequela da princesa. Mas não, é ao contrário. E agora, para todos os efeitos, já sei o fim da história.

Oh well. I's God's will... Suponho.

Tuesday, November 30, 2021

filme do mês: Novembro '21

Em termos de números, foi o terceiro melhor deste ano e o mês em que alcancei o 4.º melhor ano do blogue. Reforço, apenas e só em termos de números. Foi também o mês com maior blockbusters, novos e antigos, parece-me. Não fui confirmar. Não estou assim tão investido na coisa, apesar de gostar de números e conversa sobre os mesmos. Em termos de filmes foi um mês porreiro. Em relação a tudo o resto... Meh!

Destaques do mês vão para The Good Liar, The Eyes of Tammy Faye, tick, tick...BOOM! e Finch (pelas representações), Love Hard (pelo momento em que foi visto e por um em especial durante), Injustice (pela criatividade e gore), No Time to Die, Edge of Tomorrow e Red Notice (pelos «tirinhos») e The Harder They Fall (pelo elenco). Já o destaque maior vai para Serenity, porque merece sempre todo o destaque possível.


Thursday, November 11, 2021

despachada: I May Destroy You


I May Destroy You ganhou uma data de prémios, especialmente a actriz principal e criadora da série. São merecidos. É uma história intensa, sem ser excessivamente dramática, pessoal e muito marcante. No futuro poderá ser uma série exemplificativa dos tempos em que vivemos. Um período que esperemos traga muitas mudanças a como funcionamos enquanto sociedade. É a parte optimista de mim que escreve estas palavras. Há um outro lado que sabe que demorará ainda bastante tempo para que isso aconteça, infelizmente.

Porque sim, I May Destroy You faz-me sentir sujo e culpado, sendo um homem branco nesta sociedade, apesar de não ter feito nada tão grave como maior parte dos palermas na série (e na vida da moça). De qualquer modo, continuo a ser parte do problema. O que é uma m€rd@.

O final foi um pouco «fora», tendo em conta o resto dos episódios. Mas finais são sempre complicados de escrever/fazer. Depois de «levar-nos ao pico» em vários momentos, ao longo dos episódios, seria sempre complicado culminar a coisa. Não deixa de ser um óptimo visiomanento, por vários motivos.

Wednesday, November 10, 2021

despachada: Supergirl


A última temporada e meia foi um martírio. Só terminei porque gostei da série até esse ponto.

Supergirl sofreu muito com a pandemia. A produção foi interrompida perto do fim da penúltima temporada. Os últimos episódios foram uma colagem do que tinha já sido filmado, com umas cenas antigas e um pouco do que se conseguiu filmar, com a pós-produção possível (que não foi muita). Isto numa altura em que o final da série estava à vista.

E é pena. Eu tenho bastante pena. Porque começou muito bem. Não sou o público-alvo, mas sinto que Supergirl, a série e a personagem, serviram para inspirar jovens moçoilas e moçoilos a serem mais honestos, bondosos, corajosos e melhores pessoas. Foi sempre uma série com uma mensagem muito positiva e foi quase sempre divertida de se ver. Tinha muito humor, sabia não levar-se demasiado a sério e teve até alguma acção fixe, tendo em conta os limites orçamentais de séries televisivas. Juntando a Legends, Flash e a melhor fase de Arrow, o conjunto fez um bom Arrowverse, com histórias bem fixes de crossovers, que começaram mais ou menos na altura que Supergirl saiu.

Continua a ser uma série recomendável. E se uma pessoa souber que a última temporada é um chorrilho de disparates despachados à pressa, talvez não seja tão custoso de ver o todo.

despachada: Uncle


Uncle é uma espécie de About a Boy, mas um pouco mais hardcore.

Tomemos o início como exemplo. O tio está tão triste com a sua vida de músico falhado, que quando a namorada acaba com ele o homem decide suicidar-se. Vai de fato para dentro da banheira e tem pronto um rádio a cair na água, para electrocutá-lo. Tem uma mão no fio que solta o rádio e uma mensagem pronta a enviar à ex. A irmã liga-lhe. Duas vezes para o telemóvel. Outras duas para o fixo. E se um ser humano consegue ignorar chamadas no telemóvel, no fixo é mais complicado. Ainda por cima ouvindo a mensagem a ser gravada no atendedor de chamadas. (Quem é que ainda tem um atendedor de chamadas?!) Ela precisa de alguém que tome conta do filho e ele tem assim uma razão para não se matar.

Seguem-se parvoíces várias com o miúdo, com quem não tinha uma relação até agora. O miúdo é um adolescente esquisito. Mais que o normal. Tem uma voz demasiado grave (que muda ao longo da série, ficando estupidamente mais grave) e um fascício por coisas científicas. Não tem amigos. Só o tio crescido, que é mais ou menos o mesmo nível de maturo. Talvez um pouco menos. Criam uma banda por causa duma miúda (é sempre assim) e formam laços por vezes pouco saudáveis.

A série tem ainda um bom elenco de apoio, que ajuda a que a coisa tenha piada durante mais que uma temporada.

Sunday, October 31, 2021

filme do mês: Outubro '21

Este mês não vi grande coisa com jeito. Vi pouca coisa, apesar de tudo. O número total não é mau. Está mais ou menos dentro da média. Mas houve tantos momentos em que quis ver um filme e simplemente não havia grande coisa para ver. A minha lista de novidades para ver está abaixo dos dois dígitos, pela primeira vez em mais de quinze anos. Andei este mês, não sei quanto tempo, a vasculhar o catálogo de dois dos três serviços de streaming que tenho (o Netflix é péssimo na organização da informação, algo que é propositado e que que irrita-me profundamente), a listar filmes que tivesse vontade de rever, ou à procura de coisas que tivessem escapado nos últimos anos. Não obtive resultados por aí além.



Dune é o filme do mês. É um projecto muito bem feito e um filme porreiro, com um grande elenco. Tirando isso, há Kingsman I e II (bom revisionamento), The Devil All the Time (mais interessante do que esperava), Guilty (é um projecto OK, dos tempos que correm), About Time (que continua a ser incrível) e My Salinger Year (curioso, vá). São três revisionamentos de coisas que gostei da primeira vez que vi, mais eu a ser simpático com alguns filmes. É pouco, muito pouco.

Sunday, October 24, 2021

despachada: Lovesick


Alerta geral. Aviso absoluto. Começo por dizer algo que gostaria que me tivessem dito, antes de começar a ver. A série não acaba. Foi cancelada. Não há muita coisa que fique pendente. Não há cliffhangers por aí além. Mesmo assim, não deixa de ser um bocadinho frustrante. A relação que todos esperamos que aconteça, acontece, claro. Mas ficaram num ponto menos perfeito. E havia ainda algo para cimentar, com os personagens secundários.

Não deixo de ser um belo embaço de duas/três noites, sensivelmente. Devo dizer que embaços de séries britânicas quase nem parecem embaços. Sim, foram três temporadas, mas de meia dúzia, ou oito, episódios cada uma. E todos de trinta minutos. Bem esgalhado nem é preciso um dia para despachar uma série destas. O que é espectacular para o espectador que quer uma quick fix, mas algo frustrante para quem demorou anos a idealizar, escrever, produzir e realizar uma série, não?

Sobre a narrativa em si, Lovesick é bastante divertido. Há um Barney britânico, mas não é por ser cópia que deixa de ter piada. Os restantes personagens complementam bem a coisa. E, voltando a ser semelhante a HIMYM, o personagem principal é o único que irrita, por mais que uma vez. A premissa é interessante. É diagnosticado clamídia ao principal e este tem de avisar todas as parceiras sexuais dos últimos anos, o que leva-nos a um engraçado contar de história em analepses e prolepses (sim, também como o HIMYM). Esta premissa é abandonada no final da segunda temporada e, talvez por isso, não tenha durado mais que a terceira. Ou porque é uma série Netflix e eles não fazem mais que três temporadas. Não sei. Não fui confirmar.

Moral da história é: isto foi divertido, rápido e foi pena não ter durado um pouquinho mais.

Saturday, October 23, 2021

despachada: Firefly


Sim. Vi outra vez. E então?

Fui confirmar. Não encontrei post sobre isto por aqui. Sei que houve uma vez mais em que andei a rever a série, mas não acabei. Acho que até foi no Netflix. Vi a série completa antes de ter o bloque. Daí não estar por aqui. Está agora. E, provavelmente, estará mais vezes. Porque Firefly, apesar de ter poucos (muito, muito de menos) episódios, é algo onde facilmente voltarei. Muito facilmente. Mesmo! Acabei de ver agora e fiquei com vontade de rever outra vez.

Só irrita que o Disney+ ainda não tem o filme disponível. Deve andar preso em algum contrato pendente. Depreendo que com o raio do Amazon, que é onde está disponível neste momento. Ponderei usar o mês gratuito só para ver o filme, mas é desperdício. Se vou usar o mês, que seja em algo que leve mais tempo de visionamento. Isto porque não tenciono dar ainda mais dinheiro ao Bezos. O que é pena e parvo, bem sei. Pena porque o Amazon tem algumas coisas bem fixes. É de onde estão a sair alguns filmes interessantes, por exemplo. E parvo porque dou dinheiro a outros tão ou mais sacanas que Bezos. A única diferença é que ele conheço, ou outros não.

Firefly é espectacular e continua a ser um crime não ter continuado. Eu sei, o Whedon é um idiota. Descobriu-se agora o malévolo que é. Podia ter continuado com outra pessoas à frente, é o que estou a dizer. Aliás, uma série ou um filme é muito mais que a pessoa que lidera. É um conjunto ainda bastante grande de pessoas. Nem todas podem ser más, ainda para mais quando o produto criado é tão bom. Assim como a Amazon, bem sei. Mesmo assim.

You can't take the sky from me!

Thursday, October 21, 2021

despachada: Star Wars: Clone Wars


Há alguns anos, o meu compincha destas coisas procurou convencer-me a ver Clone Wars. Dizia ele que a série tinha muita qualidade, que não era só para miúdos (mesmo que fosse), que acrescentava bastante aos filmes da altura (a segunda trilogia, de Lucas) e que tinha ainda personagens fixes. Estes viriam mais tarde a participar nos filmes e mesmo no Mandalorian.

Na altura admito que não quis dar-me ao trabalho. Tinha outras prioridades. Mas a coisa ficou na memória. Entretanto sai Mandalorian e, lá está, Ashoka aparece em grande estilo. Vai ter ela própria uma série em breve. The Clone Wars está disponível no Disney+. Admito que é um factor muito a favor, hoje em dia. Poupa-me trabalho. E sempre ajuda a justificar a subscrição do serviço. Começo então a ver The Clone Wars. Até que, ao andar a pesquisar coisas na net do porquê do fascínio da série (o início é algo moroso, convenhamos), descubro que há uma outra série chamada Clone Wars, e não THE Clone Wars. A primeira é um conjunto de curtas (coisas de poucos minutos, mesmo). A segunda é resultado do sucesso da primeira. Acontece que, nesta fase, a primeira não estava disponível no Disney+, e arranjá-la não é fácil.

Entretanto o visionamento de The CW andava lento, porque demorei a entrar na coisa. Passaram-se umas semanas e o Disney+ acrescenta algumas coisas «vintage» de Star Wars ao catálogo. Vi que estavam lá os filmes antigos dos Ewoks e outras coisas. Mas só recentemente reparei que estava lá Clone Wars. Desta feita condensada em dois «episódios» duma hora cada, mas tudo convenientemente disponível. Como eu adoro os tempos de streaming em que vivemos.

Moral da história é: sim, despachei esta e é bem fixe; sim, continuo a ver a outra e começo a apreciar mais a coisa. Há, efectivamente, muito detalhe acrescentado ao universo de então, das prequelas, que teriam ajudado a apreciar mais essa triologia, na verdade. Como consequências: ando constantemente com a música do Star Wars na cabeça e tenho andado a ter uns sonhos com mais fantasia à mistura.

Fixe!

Tuesday, October 12, 2021

despachada: Pose


Admito. É uma série que, normalmente, não seguiria. Foi recomendação e até alguma insistência da minha senhora. Acabei por apreciar a série em vários momentos. Até mais que ela! Foi bom saber um pouco da história dos «bailes», da cultura gay e transgender dos finais de 80 e início de 90. Foi doloroso ver o que acontecia a alguns personagens e ter perfeita noção que muito mais sofreram estas pessoas naquela altura. A discriminação, a violência, a intolerância. É uma temática pesada, sem dúvida. Mas depois vinham os bailes e como influenciaram tanta coisa e eu não fazia ideia, confesso. Como a Madonna «inspirou-se» no que lá era feito para criar a moda da dança «pose», por exemplo.

Foi um casting respeitoso, em que actores trans interpretaram personagens trans. Ainda bem que assim foi. É assim que tem de ser. O problema é que não serão os melhores actores do mundo. Ou até podem vir a ser. É normal que não tenham tido muita experiência em projectos de grande produção. Não é como se houvesse muitas oportunidades para actores trans antes destes últimos anos. Acredito que venham a melhorar. Excepção feita a Billy Porter, atenção, que é brilhante. Se melhorar ainda mais, leva todas as outras estrelas à frente. Mas em Pose a interpretação foi um ponto que roçou demasiado no estilo telenovela, assim como alguns momentos mais dramáticos.

Pose está ainda ao nível do franchise «Fast & Furious». Eu sei. Incrível, não é? Tem tudo a ver. Mas estou a falar a sério. Esta série tem tanta referência a «family», «we are family», «we do it because we're family», etc., por cena, como os filmes onde desponta o nosso amigo Diesel. Talvez até mais. Sem exagero.

Thursday, September 30, 2021

filme do mês: Setembro '21

Sinto que foi um mês de altos e baixos. Exemplo maior: vi dois comic book movies e Shang-Chi foi óptimo enquanto que The Squad foi meh. Vi novos filmes que foram boas surpresas, mas às tantas tive de ir ao passado porque não tinha nada mais que quisesse ver. Acima de tudo sinto que houve momentos em que vi um bom número de filmes, mas noutros não vi sequer um. Suponho que Setembro seja mesmo assim. Um mês ainda com alguns dias de sol, mas já demasiados de chuva.

O filme do mês foi Vacation Friends, porque fez-me rir a bom rir. Foi uma mui agradável surpresa. Confesso que nunca pensei que Cena pudesse ter piada. Mas aqui ficam mais alguns destaques: Cruella (pelo espectáculo da coisa), CODA (pelo sentimento), Small Engine Repair e Playing God (pelo desenrolar da história), Kate (pelos tiros), Together (pelas representações) e Planes, Trains & Automobiles, Summer Rental e Brewster's Millions (pelo saudosismo e, acima de tudo, pelo John Candy).

despachada: Brooklyn Nine-Nine


Ora aqui está outra série que andámos a «embaçar» nos últimos tempos. A minha senhora lembrou-se de rever tudo, já que a última temporada ia começar em breve. Assim, «despachei» a série mais ou menos quando terminou. E que série foi...

Lembro-me de ver Nine-Nine em todas as listas de melhores séries de comédia na televisão, quando estreou. Achei exagero. Imaginei que tivesse a ver com a obsessão que os Norte-Americanos têm com malta do SNL. Ainda por cima já tinha visto um ou dois filmes com Samberg (que em tudo, até no nome, é parecido ao Sandler) e não foram mesmo nada de especial. Revirei os olhos sempre que a série ocupava a primeira posição em qualquer lista ou mesmo quando era destaque num qualquer artículo. Até que fui fraco e lá vi o primeiro episódio, para ver o porquê de tanto alarido.

E fiquei agarrado. Logo no primeiro episódio. Logo nas primeiras frases. Acabei de ver a primeira temporada e depois revi logo quando apareceu no Netflix. Aliás, acho que já revi a série, pelo menos o que existia até ao momento, mais uma ou outra vez. Porque Brooklyn Nine-Nine é es-pec-ta-cu-lar. Tem um grupo de malta talentosa, que funciona lindamente em conjunto. É que logo a primeira temporada leva tudo à frente. Tem tudo. Title of your sex tape. O primeiro heist. Doug Judy. A festa em casa do Holt, com todos os psiquiatras e psicólogos fascinados com a insanidade que é Gina Linetti. Só não teve o grito NINE-NINE, vá. Isso só aparece mais tarde, embora tenha nascido nos bastidores. Reza a lenda que era uma forma do actor Terry «motivar as tropas» e unir o grupo. Funcionou tão bem que acabou a ser mais um momento chavão.

E depois há todas as coisas que mostram que a série estava à frente do tempo. O elenco é diversificado, quando ainda não era obrigação (já devia ser há mais tempo, mas sabemos como são as coisas). Ninguém era maior que os outros. Abordavam assuntos polémicos. Procuravam abordar muitos dos problemas que existem com a polícia. As bocas nunca eram de baixo nível. Não há personagens sacos de pancada. O Boyle, que é um totó numa data de coisas, por exemplo, não deixa de ser um óptimo detective. Até Hitchcock e Scully têm os seus méritos em vários momentos. Todos estão dentro das piadas, nunca são alvos das piadas. Era tudo sempre pela positiva.

E agora terminou. Finalmente o agente do Bruce Willis terá algum sossego. Imagino que tenham sido oito anos de massacre, a tentar que a estrela de Assalto ao Arranha-Céus entrasse na série. Spoiler: não aconteceu. Mas não deixa de ser um buraco gigante que agora existe na programação, nas séries cómicas. Como é que a série foi cancelada a certa altura? Como é que não tem mais prémios? Como é que não ganhou todos os prémios? Sempre!

Terminando com as palavras do personagem principal, essa criança gigante que todos deveríamos ser, porque o mundo seria tão melhor: «I think I just wanted a big dramatic moment so that I wouldn't feel sad. Because goodbyes are inherently sad. They mean that something's ending. And this one is especially sad because what we had was so great.»

Gritemos todos juntos: NINE-NINE!

Sunday, September 26, 2021

despachada: Jane the Virgin


Isto tem andado parado em relação a posts sobre séries «despachadas», mas não quer dizer que eu não ande a ver as ditas. Ando é a fazer embaços longos, de quatro séries. Ou melhor, andava a «embaçar» quatro séries, terminando uma delas agora.

A história de Jane Gloriana Villanueva é rocambolesca de princípio ao fim, como qualquer telenovela que se preze. A premissa inicial é que ela, por acidente, engravida sem nunca ter tido sexo. É uma história tão antiga como... Até antes da Bíblia, imagino. Em especial no universo latino-americano, por um qualquer motivo. Algures durante a minha vida vi um filme sobre uma moça latina que também engravidou enquanto virgem. Ao contrário de Jane, essa moça estava a fazer umas coisas marotas com um rapaz, que teve a infelicidade de «disparar» demasiado próximo da «zona de tiro» e dos seus «rapazes» serem excelentes nadadores, mesmo fora da «piscina». Jane teve só azar da sua ginecologista estar a ter um mau dia e confundir as consultas. Straight out of a telenovela.

Depois disso os criadores e escritores fizeram todos os esforços para manter o nível de drama, a acontecer na vida da moça. E conseguiram! Com muito humor, criatividade narrativa e talento no elenco, Jane the Virgin é uma série cheia de chavões, com muita repetição, mas que nos faz sorrir bastantes vezes, para além de conseguir fazer-nos gostar muito de (maior parte) das personagens.

Jane foi um sucesso comercial, durante algum tempo, colocando Gina Rodriguez na berra. Fico curioso para ver se alguns dos actores «secundários», sem quem não teria sido possível tornar esta série tão popular, também vão atingir algum nível de estrelado internacional. Até ver, não está a acontecer. O que é estranho e triste, tudo ao mesmo tempo. Como também deve ser uma novela, aliás.

Tuesday, August 31, 2021

filme do mês: Agosto '21

É um mês que costuma ter bons números, mas este ano ficou um pouco abaixo do normal. Isto porque não é usual ir de férias em Agosto, mas este ano aconteceu. Fiz-me à estrada e visitei um par de países vizinhos em dez dias, mais ou menos. Parte deles, pelo menos. Valeu que na recta final do mês fiz um esforço para despachar algumas coisas em lista e consegui que não fosse o «pior» mês do ano. Ajudou também estar marreco, todo apanhado das costas. «Não queiras ser velho!», já dizia o meu pai. Devia ter dado ouvidos.

Notas positivas para Ride The Eagle, How it EndsWerewolves Within, Gunpowder Milkshake e Colossal (por serem projectos «diferentes»), Vivo (por ser divertido), F9 (por existir) e Stillwater (por ser interessante), com o «filme do mês» a ser Free Guy (Reynolds = <3).

Saturday, July 31, 2021

filme do mês: Julho '21

Foi um mês surpreendente em termos de números. Foi o terceiro melhor este ano. Surpreende porque estive longe de casa quase metade do mês. Ou perto da ex-casa... Bem, o que quero dizer é que as condições para visionamento de filmes não foram as melhores porque, pela primeira vez em ano e meio, estive mais tempo fora de casa do que dentro.

Agora, não convém esquecer o reverso da medalha. Porque posso não ter estado tanto tempo em casa, mas isso não quer dizer que tenha estado o tempo todo na rua. Fui ao cinema! Não uma, não duas, mas trê... Duas vezes! Fui duas vezes ao cinema! Que incrível que foi! E se um dos filmes é não eligível para esta distinção mensal, o outro acaba por ganhar por exclusão de partes... de parte! E não é sem mérito. Foi com muito gosto que vi o filme deste mês: Bem Bom.



Menções honrosas para: Hitman's Bodyguard I e II (com esperança que venham daí mais); Tomorrow War, Quiet Place Part II e Wrath of Man (Verão sem blockbusters não faz sentido); Romancing the Stone (a sequela não o merece); Retfærdighedens Ryttere (só para repetir o nome esquisito) e Parque Mayer (já o devia ter visto há anos).

Sunday, July 4, 2021

despachada: Adult Material


Um gajo espera algum conteúdo pornográfico desta série... e não desilude nesse sentido. Mas também faz pensar na realidade de trabalhar no mundo da pornografia e, mais ainda, em viver a vida de dia a dia, trabalhando neste mundo. Toma lá um 2 em 1!

A personagem de Haley/Jolene é uma estrela do género, mas também é esposa e mãe de três crianças. Só que, quando um velho trauma volta ao de cima, é confrontada com alguém que abusou dela no passado. Haley acaba por adoptar a luta duma jovem colega actriz, também ela abusada, como sendo sua. E aí ambos os mundos, tanto o de Haley como o de Jolene, tombam e tudo torna-se demasiado difícil de lidar.

Saturday, July 3, 2021

despachada: Lovecraft Country


A hora deste post é quando li a notícia do cancelamento da séria. À hora que escrevo isto (um par de semanas mais tarde, sendo franco), a série foi entretanto nomeada para uma data de Emmys. Qual a lógica de cancelar uma série com reconhecimento?

Imagino que não tivesse audiências que justificassem o custo. É sempre essa a questão, certo? E percebo que não fosse fácil ao espectador manter o interesse. A temporada tem um desenrolar esquisito. A temática é interessante. O elenco é óptimo. Mas há uns saltos narrativos que custam a engolir. Personagens que, num momento, estão a «ir para a esquerda» e, no momento seguinte, a «viagem» que estavam a fazer nem é assim tão relevante para o enredo. Há demasiados altos e baixos. Assim é complicado uma pessoa ficar «agarrada».

Mas tenho pena que tenha sido cancelada. Claro que há sempre a possibilidade de ir parar a outro canal ou serviço de streaming. Mas LC é um bicho caro de se manter, com a história a passar-se no século passado, com tudo o que isso implica em termos de indumentária e cenários.

Lá terei de contentar-me em ver o rapaz nos próximos «episódios» do MCU. Já ela será mais complicado, pois não acredito que façam uma sequela do Birds of Prey. Mais uma coisa que tenho pena que não continue.

Wednesday, June 30, 2021

filme do mês: Junho '21

Mais do que ser um mês com números que não são por aí além (embora fique sempre contente quando são acima de 20), foi um mês em que não vi nada de especial.

In the Heights (que está nesta lista por causa do Miranda, apenas e só), Long Story Short (que mistura comédia romântica com o gancho de «fantasia temporal»), Luca (é sempre divertido ver um filme de animação bem feito) ou Shiva Baby e Love Spreads (que são projectos engraçados), mas não há nada que fique para a história.

O filme do mês acaba por ser Raya and the Last Dragon, mas só por ser um projecto grande, que tive o prazer de ver no conforto do lar, através do Disney+.

Friday, June 25, 2021

despachada: The Undoing


A certa altura durante a série é pedido à personagem de Kidman que não mostre qualquer emoção. E é aqui que vejo a actriz brilhar, em não ter emoções. A cara dela está a ser construída de forma magistral, para poder alcançar este objectivo de ser uma pessoa totalmente desprovida de qualquer reacção facial. Perfeito para jogar poker ou representar uma inteligência artificial, um robô ou até ciborgue. E quando esse dia chegar, se alguma vez conseguirem convencer Kidman a fazer o papel de robô que destrói o mundo, será o seu maior e melhor papel. Pelo qual será para sempre reconhecida. Pelo qual ganhará todos os prémios. Um daqueles papéis que jovens actrizes darão como referência, do que sonham alcançar.

Mas até fazer este papel magistral e histórico, temos de contentar-nos em vê-la sempre como esposa enganada, que não consegue ver o mal nas pessoas que lhe são mais próximas. Mesmo quando é psicóloga de topo, especialista em comportamento humano.

Em defesa de Kidman, todos nós conhecemos Hugh Grant do famoso filme dos casamentos. Todos nós queríamos casar com o homem, salvo seja. Ou, pelo menos, temos tal apreço pelo cavalheiro, que nunca acreditaríamos que seria capaz de homicídio.

Thursday, June 24, 2021

despachada: Jupiter's Legacy


Estragaram uma bela história. 200 milhões gastos para isto?

Com a mania de quererem tudo, tiveram de «encher chouriços». É que ainda por cima estava tudo feito na BD. Até parecia que foi feito de propósito para o Netflix. Três arcos de história (dois estão publicado, o terceiro está a sair neste momento) a fazer as três temporadas que o serviço de streaming tanto gosta de ter. Seria necessário desenvolver algumas partes, para complementar as temporadas, mas nada do que se andou a fazer aqui.

Os traumas do Utopian (herói principal) com o paizinho não existem na BD. E com razão, porque não têm interesse nenhum. É um exemplo. Outros existem, como toda a verborreia sobre matar ou não matar, que não acrescentou nada à história, é uma narrativa já gasta e apenas fez com que as pessoas não conseguissem ter interesse. Para que fizeram isto? Quiseram ter um produto maior e acabaram por não ter produto nenhum.

Na BD há factos que são dados como adquiridos. Na década de 20 há um tipo que quer ir numa expedição. E a malta vai! Não interessa se é porque teve uma visão. O tipo era líder e também por isso torna-se o maior herói que existe. Para que foi preciso a conversa se era maluquinho ou não? Só debilitou o personagem aos olhos do espectador. É uma coisa com que nos preocupamos agora, não então. E para quê mostrar o que se passou na ilha? Aposto que foi teimosia dum qualquer produtor, que não consegue não saber algo. Less is more, caramba! É assim tão complicado?

Estava tudo feito. Tudo pronto. Personagens com uma evolução ideal em dois ou mais espaços temporais. Uma narrativa porreira que vai dando detalhes e explicando mais, mais à frente, sem pressas e sem necessidades extremas. «Era só encostar.»

Depois, no final, com toda a gente fã do universo, podiam inventar os spin offs que quisessem e contar as histórias da treta que excitam produtores, que a malta ia sempre ver. Mas Millar quer é dinheiro e com isso abre mão da parte criativa. Deixou e deixa que lhe destruam as suas boas histórias.

Olha, vou reler a BD. Não há muito mais que possa fazer.

Tuesday, June 8, 2021

despachada: The IT Crowd


Vi outra vez. Claro que vi outra vez. A série é genial. Continua a ser. E, para mais, a minha senhora é fã, o que ajuda. E vá, veio na sequência de termos visto outra boa série Britânica.

Adorei voltar a ver momentos que ainda me fazem rir, que tenho ainda bem presentes. Adorei rever episódios que já não tinha tão presentes. É tudo bom por demais. Aqui está uma óptima série, que toda a gente devia ver.

E rever.

Saturday, June 5, 2021

despachada: Catastrophe


- Is that a boner?
- I'm so sorry.


É um diálogo, tido entre os personagens principais, enquanto ele consolava-a na cama, depois da morte do pai dela. E é OK. Não é nada abusivo, como poderá soar pela breve descrição. Acontece que o homem é bastante atraído pela mulher. Independentemente das circunstâncias. E vice-versa.

Catastrophe é muito divertido, principalmente pela enorme empatia dos dois personagens. É cheio de alma e coração, apesar das constantes asneiras e até alguns insultos. E não se fica pelos principais. Os secundários têm óptimos momentos também. É tudo malta com piada.

Há algum tempo que andava com esta debaixo d'olho. Valeu bem a pena.

despachada: Sharp Objects

Uau!

Estou em choque. O final é qualquer coisa. Tudo é bastante intenso, bastante chocante. Ou não começasse com a morte duma miúda adolescente numa pequena terriola, e com o desaparecimento de outra. A segunda acaba por aparecer também morta. Ambas assassinadas. Ou seja, começo forte, quase a fazer crer que não precisa haver muito mais, mas depois...

Amy Adams, jornalista, volta à terra natal para investigar os crimes, ao mesmo tempo que a polícia local e um agente federal. Ao longo dos episódios vamos sendo levados numa montanha-russa de abusos, entre a história das pobres moças e a da própria Adams, que perdeu a irmã tragicamente, enquanto ambas eram adolescentes. E o pior é que não é o único trauma que Adams tem. Vai desde a mãe, uma sádica manipuladora emocional, à própria terriola, cheia de gente vil, mesquinha e pequena.

Uma história, ou mesmo várias histórias, terríveis e extremamente bem contadas. Belíssima série.

Monday, May 31, 2021

filme do mês: Maio '21

Qual é o filme do mês? Devia ser o que tem um tigre albino zombie, certo? Errado! É o que tem a Alexis Bleh! E tudo acontece pelos motivos errados. O mundo está virado do avesso. Nem é uma questão de «será que o mundo vai acabar». Não. É: «o mundo tem de acabar!»

Vi mais um filme que em Abril. Sinal positivo. Vi as coisas muito a espaços. Ou seja, tive dias a ver vários, só para compensar os vários outros dias em que não vi nenhum. Sinal menos positivo. Os números continuam dentro do aceitável. Continuo a ver ou rever coisas fixes, a explorar catálogo de serviços de streaming, mesmo que continue a ver demasiado lixo.

Sinal mais este mês para It, Ruthless People, Mystery, Alaska, A Mãe é Que Sabe, Unpregnant e Plan B, mas o filme do mês é mesmo Post Grad, pelo mundo de pernas para o ar.


Sunday, May 30, 2021

despachada: Shrill


Uma série moderna. Podemos dizer isso. Diversidade. Quebrar com estereótipos visuais. E, acima de tudo, ter em cena personagens falíveis.

Confesso que odiei a personagem principal em vários momentos. A moça foi egoísta, manipuladora, parva ou, por vezes, apenas e só muito tola. Mas depois lá vinha a redenção. E ela explicava-se e percebia-se que as suas acções vêm de traumas e frustrações. Somos todos assim, certo? Eu sei que tenho reacções muito parvas, a quente, que arrependo-me e procuro mitigar. Nem sempre consigo. Seria mais fácil evitar. Só que quase sempre é algo impossível no momento.

Ou seja, Shrill tem personagens «reais». Agora, é mesmo isso que se quer em ficção?

despachada: Shameless


People say "you can't drink your troubles away". I say "you're just not drinking enough". - Frank Galagher

Não deveria ter esperado um final feliz. Esse nunca foi o objectivo da série. Shameless lembrou-me muitas vezes o Party of Five. Independentemente do que fizessem, tudo corria mal, em prol da história. Convenhamos que essa premissa cansou facilmente no PoF. Aqui correu esse risco, só que era disfarçado com sexo (muito), narcóticos (variados), álcool (para todos), um qualquer crime (maior ou menor) ou muita violência (moderada). E uma pessoa ficava agarrada mais um bocado, qual droga de eleição.

Frank é um péssimo exemplo. Para tudo. As suas crianças vivem traumatizadas a vida toda. E é também por causa disso que nunca conseguem viver bem, ou pelo menos melhor. Porque estes traumas impedem-nas de tomar as melhores decisões.

É o caso de Lip, o mais inteligente de todos, mais inteligente que maior parte das pessoas, mas nunca conseguiu afastar-se do buraco para poder fazer algo da vida. Ele e todos vêem a coisa como sendo nobre. Não abandonou a família. Mas isso é estúpido por demais. Se ele tem seguido a carreira que se previa podia ter ganho o suficiente para ajudar todos. Não foi essa a decisão e, como tal, passou todas as temporadas a cometer erros atrás de erros.

Para mim for o exemplo mais flagrante. Mas são todos iguais. Protegem a família a todo o custo, mas depois não se ouvem uns ao outros e são incapazes de trabalhar em conjunto. A família é a coisa mais importante para qualquer um deles, mas também a fonte de todo o mal nas suas vidas, qual vício nefasto.

Era uma «casa a arder». Tudo e todos, vizinhos incluídos. Mas admito que foi um bonito espectáculo de se ver, durante mais duma década.

Saturday, May 22, 2021

despachada: The Flash


Mais uma que tardou, mas foi. Andava a ver esta série há um bom par de anos. Não é que seja má, atenção. Mesmo para hoje em dia. Sim, tem coisas muito datadas, mas não é pior que uma Batwoman ou mesmo alguns momentos mais chatos de Arrow. Em termos de histórias, emoção e até alguma atenção ao material de origem, este Flash está ao nível dos melhores. Então porque durou apenas uma temporada? Acredito que fosse cara, com os efeitos especiais, mesmo sendo básicos. Mas mais que isso acredito que tenha sido feita cedo demais, muito antes desta boa geek trend que estamos a viver.

Lembro-me bem de ter visto isto em miúdo. E de ter gostado. Como gostei de rever agora. Só que este estilo antigo de contar histórias, ainda para mais sem continuidade alguma, já não é para mim. Custa-me ver. Daí que tenha demorado tanto tempo, com um episódio ou dois aqui e ali, entre muitas outras coisas.

Foi engraçado ver actores como Paula Marshall, Angela Bassett, Bryan Cranston, Gloria Reuben, muito novinhos. Para além do aqui já famoso Mark Hamill, que foi magistral como Trickster. Para além disso, é de destacar que a série era muito preenchida com cenas banais, postas em alta velocidade. Implica que o actor que faz de Flash passou muito tempo a fazer a cama, limpar a casa, lavar a loiça, arrumar esta ou aquela sala, etc. O actor terá pensado que chegou ao ponto alto na carreira, ao ser contratado para uma série grande de TV e, no fundo, afinal passou o tempo quase todo a fazer tarefas domésticas.

Não serei o único a guardar boas recordações de The Flash. Maior parte do elenco já apareceu ou aparece regularmente na nova versão do scarlet speedster da DC. Até a música do genérico facilmente fica na memória.

despachada: Eureka


À custa de Warehouse 13 descobri que Eureka existia. Deveria ter sido ao contrário, já que W13 é spin off desta série. O registo é o mesmo. Humor e algumas fórmulas (estou a ser simpático, só há uma fórmula). Uma data de fantasia em supostas tecnologias avançadas que existem na pequena povoação de Eureka. Não deixa de ser um mundo bem mais interessante.

Sim, a série repetia-se, de episódio para episódio. Pelo meio tínhamos alguns acontecimentos maiores, que baralhavam um pouco. Mas era sempre a mesma coisa. Não me incomodava por aí além. Desde que funcione, por mim siga. A verdade é que não será uma boa série para embaçar, por muito que seja fácil fazê-lo.

Podiam ter diversificado de forma muito simples: não ser sempre o Carter a resolver tudo, na sua forma atabalhoada. Mas então qual seria a piada, ?

Monday, May 17, 2021

despachada: Schitt's Creek


Voltámos a ver porque ficou disponível num serviço de TV / streaming nacional. Não vimos só por isso. A série é realmente muito boa. Não tem propriamente grande diversidade no elenco, mas tem personagens fortes femininas e toca numa data de assuntos que, há uns anos atrás, teriam sido particulamente controversos. Felizmente hoje só «ofendem» quem não interessa.

Todos os personagens são geniais. O do pai talvez seja o menos genial, mas apenas e só porque o Levy pai já faz este papel há uns anos. Não preciso, ou não precisam, que volte a falar de Catherine O'Hara ou do Levy filho, ou mesmo da moça que faz de filha. Todos eles já foram louvados e laureados por tudo e por todos. Desta feita, quem impressionou-me mais foi a actriz que faz de Jocelyn. Especialmente ao início é uma personagem deliciosa, com pormenores grandes, que me fizeram rir bastante.

Se depender da minha senhora, acho que vamos andar a ver Schitt's Creek com mais regularidade do que seria de esperar. Não será coisa que me custará muito a fazer.

Thursday, May 13, 2021

despachada: Friday Night Dinner


Começo difícil. Os primeiros episódios são super repetitivos, sempre com as mesmas piadas, as mesmas expressões. Cada episódio era um chorrilho de chatchfrases. Só que o truque residia aí. Após este estabelecer das personagens, marteladas em dois ou três episódios, começou então o caos.

E que caos foi.

Cada jantar de sexta à noite trazia um novo absoluto disparate, seja com a avó, com ex-amigos de faculdade, uma actividade, ou uma fêmea... quero dizer, uma namorada. E sempre, mas sempre, com o magnífico vizinho a aparecer.

Jim, com o seu cão (fera) Wilson, é dos personagens mais incríveis que tenho visto, que vi nos últimos tempos, que talvez alguma vez tenha visto. Um ser completamente alucinado, cheio de medo do doce cão, que fazia sempre todas as tropelias fora de câmara. Embora quando outros o vissem fosse o mais civilizado possível. Todos os momentos com Jim eram especiais. Para o fim, quando aparecia, eu começava logo a rir.

Gostei muito de FND. Só espero que não se lembrem de fazer uma versão americana. Seria parvo. Não sei se continuará. Imagino que não. À boa maneira britânica tinha sempre pausas demasiado grandes, também muito porque os intérpretes iam crescendo na carreira e tendo menos tempo para esta série. É o caso do pai, que começou a fazer séries de maior nível, a ganhar mais destaque. Infelizmente o cavalheiro faleceu recentemente, pelo que será de acreditar que efectivamente a série não continuará. Ainda ninguém o disse. Convenhamos que não é o que se quer falar logo após um falecimento.

Uma realidade triste, para contrastar com uma série muito engraçada.

Friday, April 30, 2021

filme do mês: Abril '21

Caraças!

Já não vou conseguir chegar aos números que tinha no início do ano, pois não? Faz sentido. Janeiro e Fevereiro são específicos. Nos últimos anos foram sempre meses onde tinha mais tempo e/ou disposição para ver filmes, para além de ser um período frio que dói. É bastante convidativo para ficar no sofá com a mantinha, a comer M&Ms. Ou outras coisas gostosas. Não sou propriamente esquisito.

Bem, não posso queixar-me. Se chegar sempre aos vintes por mês, ficarei contente.

Abril trouxe para estas bandas um par de blockbusters, um clássico e a sua péssima sequela, uma miscelânea de géneros, os últimos filmes dos Óscares, um belo filme de tiros e porrada, e um outro par, desta feita de animação. Volto a dizer que Druk é o filme a ver dos Óscares deste ano (Hollywood já se decidiu a estragar tudo e a fazer a sua própria versão), e até poderia perfeitamente ser o filme do mês. Só que nos «derradeiros segundos finais» do mês chegou The Mitchells vs. The Machines, que leva o bolo, o prémio, o gato, a avestruz e o que couber mais na carrinha.

Thursday, April 29, 2021

despachada: Altered Carbon


Há uma regra não escrita sobre ficção científica televisiva. O orçamento tem de ir para o desenvolvimento da história, o que implica cenários, gadgets de tecnologia credíveis e até mais tempo para filmagens. Que se lixe a qualidade dos actores e respectiva representação.

A primeira temporada respeita a regra. A segunda temporada tem a estrela Anthony Mackie. Já o filme de animação não tem nada. É só uma confusão. E, pior, tenta vender mais maus filmes de animação como sequelas.

Não que desgoste do Takeshi e dos seus poderes como último envoy, que variam consoante a narrativa. Aprecio o rapaz e os companheiros que escolhe para o acompanharem. Assim como gosto do universo criado. Mas confesso que fico contente que fechem a história. Preferiria com um final mais digno, mas como a produção do género nos ensinou: não se pode ter tudo.

Friday, April 23, 2021

despachada: The Falcon and the Winter Soldier


WandaVision tenho quase a certeza que não terá segunda temporada. De tFatWS também achava que sim, mas andam por aí rumores que vai continuar. A começar pelo facto de que a Disney meteu a série a concorrer a uma categoria qualquer de «série contínua», em vez de mini-série, como fez com WV. De qualquer modo, mesmo que venha a continuar (depois de vários outros filmes e séries Marvel saírem entretanto) acredito que terá outro nome, algo mais adequado à história. Até porque, será que continuará a ter estes dois mesmos personagens?

Sobre a série em si, dá sempre a sensação de ter um endredo meio desconexo. Houve atrasos por causa de Covid, mudaram parte da história precisamente por ter uma parte demasiado parecida com o que se passa com a pandemia, e era suposto ter saído bem mais cedo. Tudo isto justifica que a história ande aos tropeções, em determinados momentos. Para mais, tentaram que fosse uma coisa com intriga, como foi precisamente o Winter Soldier. Acontece que, não tendo os mesmos criadores (ou orçamento), acaba por ser uma tentativa difícil. E esta malta acabou a apoiar-se mais no humor e na pancadaria. E não há nada de errado nisso, atenção. Serve também muito bem a missão de deixar uns enredos prontos a serem desenvolvidos, pelos próximos ou projectos futuros.

Agora vem uma pausa grande de coisas Marvel. Porque Widow era suposto sair em Maio mas foi adiado para Julho, deixando um buraco até Loki começar em Junho.

Que vou eu fazer agora às sextas, às 9 da manhã?

Thursday, April 8, 2021

despachada: Enlightened


Devia ser mais entitled do que enlightened.

Porque maior parte foi irritante, com um idealismo nonsense desmedido sem consequências. A personagem de Dern roubou e divulgou conteúdos privados duma empresa. É crime. E, no entanto, nunca se fala no que pode advir das suas acções. Ela nunca se preocupou com isso, nem o que podia acontecer a quem a ajudou. Para mim esta parte foi muito estúpida e assustadora. Foi irresponsável, no mínimo. E irritou-me.

Demorámos a terminar a série. A partir de certa altura custava ver os episódios, mesmo que curtos. Não foi uma experiência nada de especial.

Wednesday, March 31, 2021

filme do mês: Março '21

Perdi do ritmo com que estava e, consequentemente, a média dum filme por dia. Não que fosse objectivo, mas sempre era qualquer coisa de «feito», este ano.

Há algumas justificações para o abrandamento. Acima de tudo há poucos filmes de qualidade por aí. Nos últimos tempos vi-me forçado a rever filmes antigos. Há limites para a quantidade de coisas que dá vontade de rever. E as novidades... Têm saído mais «filmes de Oscar» e menos «filmes divertidos». A vontade de ver coisas densas é cada vez menor. Uma outra justificação é que vi algumas boas séries. A balança pendeu mais para esse lado. E, por fim, o mês foi algo marcado pelo Snyder. Digamos que o Cut deixou algumas feridas abertas.

De qualquer modo, vi coisas engraçadas. Os clássicos Air Up There e V.I. Warshawski foram óptimos de rever. Moxie e Bad Trip foram divertidos. E não custou assim tanto rever o que precedeu ao raio do Cut. Como filme do mês escolho Boss Level, porque foi divertido e teve alguma animação (entenda-se «tiros»).



Venha daí Abril e melhores números (entenda-se «ovos de chocolate da Páscoa em barda»).

despachada: Cougar Town


Depois de despacharmos Scrubs, claro que tínhamos de avançar para a outra série do Bill Lawrence, recentemente disponibilizada no Star/Disney+. Vai ser mais complicado arranjar algo para ver a seguir, na mesma linha. A série seguinte do criador não foi grande sucesso. E a depois dessa e mais recente, essa sim com sucesso, está no AppleTV, serviço ao qual não temos acesso.

Cougar Town é mais tropelias e menos história que Scrubs. Imagino que tudo tenha começado quando Cox apareceu no Scrubs. A amizade e empatia entre Cox e a «actriz» melhor amiga em Cougar Town e mulher do criador na vida real, ter-se-á criado então. (Está entre aspas porque: 1. Não é como se tivesse muitos mais papéis que não nas séries do marido; 2. Convenhamos que faz sempre o mesmo papel.) A partir daí foi arranjar uma malta tonta para fazer tontices à beira praia. Não imagino que tenha sido difícil.

Posto isto, voltei a achar piada às mensagens no genérico inicial. E, embora tenha reparado mais, não fiquei por aí além incomodado com partes aparecerem apenas num ou outro episódio e rapidamente desaparecerem, apesar de serem «importantes». Alguns exemplos: truth guns, a filha do Grayson, o Andy ser ou não mayor. Eles até gozam com isso e, para mim, está tudo bem. Já a minha senhora...

Convenhamos que o processo criativo não terá sido fácil. Cougar Town teve uma existência algo aos tropeções, com constantes ameaças de cancelamento e a necessidade de terem de passar para outro canal, entre uma temporada e outra. Perder o actor que fazia de Bobby, na última temporada, também não terá ajudado.

No final ajudou que o grupo fosse unido e dedicado. Viessem os tropeções de onde viessem. A malta certa estava lá para continuar com os brindes.

Saturday, March 27, 2021

despachada: Superstore


São mais de 40 as séries que acompanho. Algumas sabe dEUS quando terão nova temporada mas, enquanto não forem oficialmente canceladas, estão na minha lista. Tenho tentado reduzir. Sei que vejo demasiada coisa. Alguma não vale a pena. Nos tempos que correm é difícil. Precisamente porque cada vez há menos estrutura. Aumenta o número de séries que passam quase dois anos (ou mais) sem episódios novos. Para colmatar, mais e mais novas séries são lançadas ao mundo, todas a lutarem pela sua quota de mercado. O Netflix então é um exagero. O objectivo é lançar temporada atrás de temporada de novidades. Cada vez menos interessa-lhes ter boas séries no canal. Querem é conteúdo novo. Todas as semanas. Não recrimino, atenção. A nossa capacidade de dedicação reduziu. Estamos ao nível do mosquito. É normal que a estratégia assim tenha evoluído.

Tudo isto para dizer que, mesmo com 40 e tal séries na lista, não tenho nada que possa verdadeiramente recomendar, se alguém perguntar. Durante uns anos tive You're the Worst e Superstore, como as «hidden gems» televisivas. Foram séries que não tiveram metade da atenção que deveriam ter tido. Porque, na minha mui modesta opinião, estão vários pontos acima da média. Superstore era inteligente, adaptou-se de forma genial a tudo o que ia aparecendo no mundo real (foi das poucas que vi abordar a pandemia, como uma coisa de dia a dia), tinha coração e muito, mas muito talento, num elenco que se complementava e preenchia cada espacinho livre, durante os episódios, com humor e alguma loucura. Não foi só um conjunto de episódios individuais, com riso em lata. Teve pormenores que duraram desde a primeira à última temporada.

Para mim Superstore foi especial porque terá sido das últimas - ou mesmo a última -, série que comecei a ver na televisão, semanalmente. Aconteceu por motivos não muito bons. E sim, foi um oásis que permitiu-me sorrir, numa altura em que a vontade de o fazer não foi muita. Depois da visualização semanal (que tortura), revi tudo de enfiada. E apanhei mais uns tantos detalhes geniais. O plano que houve para o tornado, por exemplo. Estava tudo previsto. Comentários que não ligávamos nenhuma, coisas soltas num ou outro episódio, tinham o culminar muito mais tarde. Genial!

A série teve um boost com o movimento Me Too. Porque Ferrera fez parte e, como tal, levou a que mais pessoas prestassem atenção ao que estava a fazer, à sua série. Não sei até que ponto foi bom. O canal ter-se-á habituado a outro tipo de números. Só que, como refiro acima, as pessoas têm a atenção duma criança. Os números eventualmente terão baixado. Não ajudou a que Ferrera saísse da série, para fazer... outras cenas (não faço ideia que anda a fazer). Regra geral quando um personagem principal sai é morte certa da série.

Foi o caso. Superstore teve direito a uma última temporada, para fechar pontas soltas e dar um ar da sua graça num período muito conturbado. Mais uma vez voltou a trazer sorrisos onde pouca vontade de os ter havia. Deixa um grande vazio. A verdade é essa. Para mim e para muita gente. Procurarei sempre recomendar, quando alguém precisar.

Thursday, March 18, 2021

despachada: Scrubs


O Star ficou disponível. Com este novo lado do Disney+ veio o Scrubs. É! Não ia rever. Claro!

A série sobreviveria, quase sem ataques, nesta altura tão PC em que vivemos. A sério, hoje em dia tenho suores frios sempre que começo a ver uma série que não seja de anos recentes, à espera daquele comentário ou cena infeliz que provoca arrepios na espinha e noutros espaços corporais.

Com Scrubs estava relativamente sossegado, confesso. Tinha uma impressão de ser uma coisa simpática para toda a gente, genericamente. O que acabou por surpreender foi:
1. O quanto o JD e a Elliott são horríveis. A sério, o JD disse constantemente coisas ofensivas e parvas, tudo porque é inseguro e egoísta. Regra geral sem grandes consequências.
2. Vê-los a acabar juntos, depois de serem tão estúpidos um com o outro, tantas e tantas vezes, foi demasiado frustrante. Até porque há um momento em que JD acaba a relação precisamente porque sente que não será feliz com Elliot. Tudo muda perto do final da série, porque dá jeito ter um «final feliz». Foi algo gratuito.

Mas mesmo com estes «defeitos», Scrubs vê-se muito bem. Na altura cheguei a ler algures que era a série com menos erros médicos, o que surpreende ainda mais por ser uma comécia. É divertida, bem disposta, inteligente, está cheia de personagens secundários geniais e tem um final de 8.ª temporada incrível. É o final de série perfeito. Fez-me chorar da primeira vez e, mesmo desta feita, fiquei emocionado. Não terei sido o único. Depois veio a ganância do canal, que deu-nos a 9.ª temporada. Yeeey! Tivemos que levar com uma dúzia de episódios desinteressantes e uma fornada de interns que não merecia lavar os scrubs de qualquer uma das turmas anteriores.

A 9.ª é a mancha no pano. Recomendarei a qualquer pessoa, que queira ouvir a minha opinião, para ver apenas as oito temporadas. Nunca vai acontecer. Mas se acontecesse, recomendaria a série com todo o fervor, mesmo assim.

Saturday, March 6, 2021

despachada: Travelers


Fizeram um início de temporada com um episódio a passar-se no 11 de Setembro. Nas Twin Towers. Alguém estava lá dentro, sabia o que ia acontecer. Fez a sua missão e meteu-se na alheta. Houve outro episódio com a premissa de «matar o bebé Hitler». Não literalmente o Hitler. Alguém que ia tornar-se numa má pessoa. E tiveram ainda um episódio sobre uma espécie de COVID e eu só pensava «O gajo não usa a máscara. Então mas esta gente é estúpida ou quê?»

Isto tudo entre 2016 e 2018. Nalguns casos a serem «apenas» arrojados. Noutros a preverem um pouco o futuro. O que tem piada só por si, ou não fosse esta uma série sobre viagens no tempo.

Não prestei atenção aos primeiros episódios. Estava no meu modo automático de meter mais uma série a dar e «ver» enquanto faço outras coisas. Foi um erro. Porque não dá para ver esta série assim. Tem de se prestar atenção. Há muito a acontecer, logo desde o início. É fácil perder o fio à meada. E se é uma boa meada.

A verdade é que esqueci-me porque tinha esta série nas minhas listas. É dum dos criadores de SG-1 et al. E alguns dos nomes e caras comuns a esse grande franchise até aparecem em Travelers. Devia ter visto quando saiu. Essa é a realidade. Vi agora e, mais uma vez, o meu coração está em pedaços porque voltaram a cancelar uma série do sr. Wright.

O Netflix voltou a fazer das suas. Sim, deu mais uma temporada aos criadores, para que pudessem terminar a história. Cancelou mais uma série na sua terceira temporada. Porque são os números que lhes interessa ter. Porque fica demasiado caro produzir mais temporadas depois da terceira.

Se ao menos houvesse alguém no futuro que viajasse para trás no tempo, para poder corrigir estes erros de cancelamentos estúpidos. Hey, se deu para aprender alguma coisa com Travelers é que a humanidade não tem qualquer possibilidade de salvar-se. Não temos futuro, tendo em conta que o continuamos a destruir com a nossa ganância e falta de interesse em algo que não seja gratificação imediata. Se assim é, ao menos que estejamos entretidos enquanto caminhamos para um futuro muito negro.

Estou a brincar. Claro que não aprendi nada disto com Travelers. Estou farto de saber que não há esperança nenhuma para a humanidade.

Friday, March 5, 2021

despachada: WandaVision


DISCLAIMER: Neste texto existirão alguns detalhes que poderão ser considerados spoilers.

É verdade. Aqui em casa vimos assim que saiu o último episódio no Disney+. Foi igual nas últimas semanas. Vejos poucas alternativas melhores a um bom começo de dia.

Não há qualquer informação na Net que não vá existir uma segunda temporada. Assim como não há qualquer informação que haverá continuidade para esta primeira série da Marvel Studios / Disney+. Sim, eu sei que houve outras séries da Marvel, mas nenhuma «debaixo do mesmo chapéu» dos filmes.

Parece-me que a Marvel também não sabe se há ou não temporada 2. É como tem sido até agora. Vai ao sabor do vento, com objectivos específicos para se irem alcançando, mas testando coisas pelo caminho. O princípio de «OK, eventualmente temos de fazer uma batalha com o Thanos, mas pelo meio vamos introduzindo personagens e logo vemos se aparecem no final».

Claro que se houver uma demanda estúpida por mais temporadas de momentos amorosos e românticos (e esquisitos) entre Wanda e Vision, a Marvel Studios acederá. Nesse caso provavelmente chamar-se-á outra coisa pois, convenhamos, a história que contaram agora é bastante fechada. Há ramificações e coisas por tratar, sim, mas há muitos filmes e outras séries previstas onde esses assuntos serão tratados.

Sobre WandaVision, a série que, para mim, é um mini filme, uma storyarc «fechada» (ou uma mini-série, porque não?), é um projecto incrível, cheio de atenção ao detalhe e conhecimento do material de origem. Para mais, o formato série permitiu que se fosse revelando a informação, mas também deixando espaço e tempo para as pessoas especularem sobre o que se passava e o que viria a passar-se. O mundo acabou por levar esta liberdade ao extremo e inventou demasiadas teorias. Também isso deu piada à experiência.

Nos últimos dias, antes do último episódio sair - e graças a tanta teoria e expectativa que se gerou -, o criador fez questão de vir pôr água na fervura, procurando não defraudar essas mesmas expectativas. Porque as pessoas teorizaram que ia aparecer o Mephisto, o Reed Richards, que os mutantes iam «nascer» desta história, que Kang, Doom e outros poderiam aparecer. Tudo cheio de pressa para que tudo aconteça já.

Pessoal, o plano é manter-nos agarrados (entenda-se «que estejam sempre a sacar-nos dinheiro») até morrermos. Vão prolongar a história sempre que possível. Isto é BD. A narrativa nunca acaba.

WandaVision is dead.
Long live
The Falcon and the Winter Soldier.

PS - Naturalmente que, se estiver errado (altamente possível), continuarei a ver e voltarei a falar da série aqui. Com gosto.
PPS - Melhor frase dos últimos tempos, dito por uma personagem/actriz maravilhosa: «They recast Pietro?!»

Monday, March 1, 2021

despachada: Mrs. America


Quarenta e tal anos passaram-se desde o início da narrativa apresentada nesta mini-série. Não foi o início do movimento pela igualdade de direitos entre géneros. Terá sido sim um auge político de «influência feminina» no governo norte-americano. Terá sido um momento em que o movimento teve um avanço maior e houve um salto qualitativo nas vozes, de parte a parte. Mulheres geniais a apoiar o ERA e contra o ERA. Porque podemos discordar da opinião (e discordo, atenção) mas pelo que pude ver nesta ficção, a mulher, a «líder contra» e as que estavam com ela, eram mulheres muito inteligentes. Vê-se na forma como batalharam pelas suas convicções, por muito que não fossem convicções muito correctas.

Passaram-se mais de 40 anos, com muitas mais mulheres inteligentes a lutar. E, pelos vistos, pelas américas ainda há dúvidas que têm todos os direitos e deveres iguais aos dos homens.

Confere. É uma realidade algo desoladora. Vale que a série é bastante agradável de se ver. Há isso.

Sunday, February 28, 2021

filme do mês: Fevereiro '21

Que fazem vocês, pessoas normais, com o vosso tempo?

Confesso que já não sei o que é «normalidade». Lembro-me que era possível fazer outras coisas que não ver filmes e séries. Lembro-me que até havia pouco tempo para estes divertimentos. Mas não sei porquê. Não sei com que preenchia os meus dias, que parecem longos e impossíveis de preencher, mas que depois desaparecem muito rápido, como a comida no meu prato. Estranha coisa esta, que chamam de «dia a dia».

Precisei de dois meses apenas para ver tantos filmes como no «pior» ano do blogue. Precisarei de apenas um pouco de tempo para ver mais do que no pior ano, espero eu. Não tenho qualquer pretensão de quebrar muitos mais recordes este ano, mas não deixa de ser um belo começo.

Sobre o que vi, num mês em que meti-me a ver obras duma parelha emblemática (o que abriu uma porta para filmes antigos e que poderá trazer-me mais desgosto que alegrias), destaco Teen Spirit e Willy's Wonderland (por serem tão maus, que são bons), Uncle Frank e Monsters (por serem bons no que tentam fazer), Locked Down (por ser uma história na realidade em que estamos), Barb and Star... (pelo bom ridículo), Brightburn (pelo assustador que é), Map Of Tiny Perfect Things (pelos detalhes) e See No Evil, Hear No Evil (porque ainda conseguiu fazer-me rir).

O «filme do mês», por ser uma bela história, é Little Fish.

Friday, February 19, 2021

despachada: Godless


I was aiming for the other eye.

Premissa muito interessante. Para o espectador, entenda-se. Não para estas pobre pessoas. Uma povoação perdeu todos os homens num acidente na mina. Quase todos trabalhavam lá. Sobram uns donos de lojas mais velhotes e os xerifes. Para além das crianças e mulheres.

A restante população adapta-se. Um bordel já não faz tanto sentido existir, por exemplo. Ou melhor, algumas adaptam-se. Outras esperam que novos homens cheguem à povoação. Acontece que todas terão de arregaçar as mangas e pegar em armas e defender-se. Um bando de meliantes vem a caminho, prontos a levar tudo à frente, enquanto procuram o desertor que roubou-lhes o último saque.

Mini-série bem feita e com óptimos momentos, muito castiços. Quase faz pena que tenham deixado de fazer westerns.

Não faz nada. Westerns são horríveis e agora sim, definitivamente não há mais histórias para contar daquele tempo.