Friday, May 31, 2019

filme do mês: Maio '19



Só vi nove filmes este mês. Nove! Considera-se falhada a minha tentativa de voltar a números épicos este ano. Se não acontece agora, que não tenho nada para fazer, não vai acontecer nunca. Suponho que essa parte da minha vida tenha terminado. Daí que faça sentido a escolha deste mês, sobre uma história durante os anos 90, uma altura em que teria visto 600 filmes num ano, se tivesse acesso a tanta coisa.

Nota positiva para o Monster Calls, que fez-me chorar, assim como para o Beasts 2, que é o estilo de coisa que gosto muito, mas o filme do mês é mesmo Landline.

Adenda: Este mês acabei por ver muito menos filmes principalmente porque andei a devorar as «séries Arrow», da CW. Falamos de perto de 100 episódios, o que ocupa muito tempo. Não quero que se pense que algo de errado se passa. ;)

despachada: Easy


Mais uma série que sofre com os cruéis objectivos comerciais da Netflix. Foram três temporadas, até jeitosas, e rua. «Já temos o que queríamos. Vão lá à vossa vidinha.»

Não se pode dizer que tenha deixado alguma coisa pendurada. Acho que a produção foi avisada a tempo e o criador conseguiu fechar os vários enredos da melhor forma possível. Em boa verdade, não havia assim muito que fosse preciso fechar. Easy era sobre a vida das pessoas, sobre as relações mundana que temos uns com os outros. Sobre relações a desabrochar e relações a fechar. Sobre erros do passado. Sobre decisões sobre o futuro. Sobre «tropeções» que tanto podem levar a bons como a maus caminhos. Não há fim para a vida normal, a não ser aquela comum que chega a todos.

Confesso que nem achava que teria mais que uma temporada, do modo que tudo já estava fechado no final daqueles singelos primeiros episódios.

A grande questão aqui é: vai o criador continuar a trabalhar com o «canal»? Já fez um filme e uma série para eles. Imagino que quererá continuar, mas... A necessidade de ter um sítio, onde o trabalho terá mais destaque, suplantará a frustração?

Aguardarei pelos próximos capítulos desta novela da vida... dos outros.

Monday, May 20, 2019

despachada: Game of Thrones


Está feito.

Será porventura a série mais falada da Internet. Embora, para mim, há outro factor de destaque. Há outros, em boa verdade. Mas o que tenho mais presente, neste momento, é ser a série com quem falei com mais gente. Malta completamente diferente, com gostos muito distintos. Fossem mais fãs de intriga, ficção científica, fantasia, comédia... tudo! Foi uma série que chegou a todos os grupos. Mesmo os resistentes, aqueles que não vêm a série, alguns deles leram os livros. Ou até os mais «ignorantes», até esses cheguei a trocar umas impressões. Independentemente do resultado final, o certo é que GoT chegou a quase toda a gente. É um feito só por si.

Enquanto pensava que esta epopeia terminaria e que, invariavelmente, teria de comentar algo aqui, o que me veio à cabeça foi a forma como mudou a minha forma de ver séries. Não o farei com todas, mas abriu-me os olhos a explorar determinado conteúdo online. Ver comentários, teorias, vídeos com pormenores dos episódios. Não foi só o tempo em que estive a ver os vários capítulos, foi também as horas que levou a ver muito do que se passava à volta e a forma como afectava as pessoas. Deu-lhe corpo. Foi ainda uma série em que tive de quebrar os meus padrões. Por norma, séries de uma hora vejo temporadas inteiras. Espero que acabem e vejo de enfiada. Com GoT era impossível. Haviam demasiados spoilers por aí. Quando comecei a ver GoT já tinham dado três ou quatro temporadas. E pouco houve que tivesse surpreendido, porque já tinha sabido de quase todos os grandes twists. A partir de então fui «forçado» a ver semana a semana. Não custou, como é óbvio.

Muito se falará deste fenómeno mundial. E o certo é que virão spin-offs, para além do raios dos livros que faltam escrever. Muito se falará desta última temporada, embora quase nada seja positivo, infelizmente. Seria impossível agradar a todos, com tanta expectativa criada, mas o certo é que a última, e talvez até as anteriores, sofreram bastante por não ter os livros como material de origem para adaptar. Houve um corte no estilo da narrativa. É notório. Só que esta última...

Bem, foi o que foi.

O Inverno sempre veio. Foi demasiado longo para alguns. Curto para outros. Há decisões tomadas pelos criadores que não creio que alguma vez consigam ser justificadas. Dou-lhes o desconto porque tenho plena consciência que a tarefa não era fácil. Nada fácil mesmo.

O que tenho verdadeiramente pena é que até meio da última temporada tinha vontade de voltar a ver tudo de enfiada, para apanhar todos os detalhes que escaparam. Agora não sinto isso. No limite talvez venha a ler os livros.

talvez

Friday, May 17, 2019

despachada: The Big Bang Theory


Fico contente que tenham arranjado o raio do elevador, para o penúltimo episódio. Não o deixaram mesmo mesmo para o fim. Foi um um bom pormenor.

Foi um spoiler? Toda a gente estava à espera, certo? Até porque afecta 0 a história. Bem, se fosse qualquer um dos personagens da série a ler (dos homens, entenda-se), eles ficariam chateados. Como os nerds há muito deixaram de ver a série, acho que não estou a incomodar ninguém.

BBT teve um início até engraçado e, durante um tempo, foi uma boa companhia. Eu tinha uma box na cozinha cheia de episódios, que via e revia, enquanto por lá andava. Nas duas últimas cozinhas, aliás. Foi bom ir descobrindo todos os maneirismos do Sheldon, o personagem que verdadeiramente manteve a série viva. A partir do momento que os abandonou ou tornaram-se banais, BBT perdeu gás e entrou em modo automático.

Já devia ter acabado há mais tempo. Teria outra qualidade se tivesse acontecido. O assustador é que só acabou porque o actor que faz de Sheldon não quer fazer mais fazer de Sheldon. Um pouco como o Seinfeld acabou porque o Seinfeld não queria mais o stress. Ninguém do elenco do Seinfeld queria que a série acabasse, tirando o próprio. Nenhum deles fez grande coisa entretanto (tirando a Dreyfus com o Veep), e o Kramer até acabou por arruinar a carreira. Mesmo assim Seinfeld acabou. E ninguém do BBT queria que BBT acabasse tirando o Sheldon, pois ninguém vai fazer grande coisa depois disto. Talvez a Cuoco, que já era popular antes. Tudo o resto vai ser remetido para papéis reles secundários, regra geral para tentar trazer público/atenção para a série ou filme. Mesmo o Sheldon poderá achar que vai começar a fazer grandes filmes ou séries com qualidade, mas não costuma ser o caso. Todos eles farão a sua vidinha de andar de convenção em convenção, a juntar mais uns dinheiros. E aparecem aqui e ali, só para alguém dizer «olha, o Wolowitz».

Vamos não ter pena desta gente, por favor. São ricos. E a vida das convenções paga muito bem, se fores estrela, o que eles são, para já. Estão a viver o sonho de qualquer actor. Ter um papel que paga tudo na vida. Não precisam fazer mais nada. Pode vir a ser frustrante, mas é o sonho de muita gente. E não é como se a coisa não possa ser esticada. Poderão sempre dar uma perninha no Young Sheldon. E até se anda a falar doutros spin-offs.

O que nos devemos concentrar é na ironia que o Sheldon voltou a fazer o que queria, mesmo que toda a gente quisesse outra coisa. Acontece até na vida real. E isso sim, tem piada.

Monday, May 13, 2019

despachada: Veep


Aquele discurso que Dreyfus faz no último episódio à amante do House... Que coisa de sonho.

É a marca da série. A maneira sanguinária como Dreyfus tudo faz e é capaz de fazer para chegar a um só objectivo: ser presidente dos EUA. E ela é capaz de fazer tudo. Tu-do!

Se pararmos um pouco para pensar, a série é deprimente. Tudo o que é sujidade possível dentro do universo político americano (mundial?) é mostrado. E enquanto pensamos que é tudo uma brincadeira, está tudo bem. O problema é se, de repente, começarmos a pensar quão real pode tudo ser. Obviamente que há coisas absurdas que recusamo-nos a acreditar. Porque se forem verdade então estamos entregues aos bichos e, de forma muito simples, estamos lixados. Mas depois há mesmo cidades nos EUA que têm cães como mayors...

Fazendo um paralelo que poderá parecer não muito lógico, embora ambas as séries são HBO, façamos uma comparação com Game of Thrones. Como GoT, Veep entrou na sua última temporada com duas limitações:
1. Um grande atraso no lançamento da temporada, no caso de Veep por questões de saúde de Dreyfus.
2. Ter de acabar cedo demais, pois a história até dava para mais algumas temporadas.

Sim, todo o enredo da última temporada foi acelerado. E ainda mal tínhamos consciência que a série ia terminar, e tudo já tinha acontecido. (Convenhamos que fast pacing sempre foi marca da série.) Mas, ao contrário de GoT, foi tudo bem feito e com respeito ao passado narrativo e aos seus personagens. Sim, já se sabia que ela ia ser presidente. E então? Qual o problema? Não precisa haver surpresas a cada minuto. Foi espectacular só vê-la chegar lá.

Eu sei. É estúpida a comparação e não há necessidade de sujar um post duma excelente série com novas menções ao incidente GoT. Ainda estou com azia. Vai continuar, eu e muitos, durante muitos bons (maus) anos.

Talvez ajude rever Veep, um dia destes.