Saturday, December 31, 2022

filme do mês: Dezembro '22

Dezembro tornou-se um mês menos particular, neste blogue, nos últimos anos. Durante maior parte do tempo foi usado para aproveitar tempo perdido, usando a pausa de Natal para aumentar números ou ver coisas em atraso. Lembro-me de bons meses, com números fortes e boas coisas vistas.

Recentemente Dezembro evoluiu para o mês que é, de filmes de Natal, de época. Para além de que é também um mês que aproveito para voltar à terrinha. São boas razões, mas é menos tempo para ver filmes e alimentar o blogue. Achei que seria um mês fraco este ano precisamente por isso. Não foi, curiosamente. Fiz um forcing final, por medo de não chegar ao número mínimo (da minha cabeça), mas depois a minha senhora ajudou a aumentar ainda mais. A recta final acabou por ser frutífera, terminando mesmo num dos pontos mais alto possíveis, com a trilogia sagrada.

Esses seriam e são sempre os «filmes do mês», ou «do ano» e, em especial, «duma vida». Mas tragamos coisas novas para aqui, por muito que a qualidade não tenha abundado. Houve muito «filme de Natal» fraquinho. Foram giros de se ver mas não são bons filmes, sejamos honestos. Destaco este mês Christmas with the Campbells, Something from Tiffany's, Spirited, Terminal Velocity, Drop Zone e Violent Night. E, como filme do mês e de época, fica com o destaque maior Your Christmas or Mine?, um verdadeiro filme de Natal, com todas as letras.

Tuesday, December 20, 2022

despachada: Blockbuster


Recebi notícia do cancelamento. Terminei a primeira temporada há algum tempo. E poderei dizer, com 100% de certezas (algumas pessoas até diriam «120%», apesar de ser matematicamente impossível), que o cancelamento foi uma surpresa para... ninguém.

Na imagem, a expressão facial da moça de trás é a expressão que faria, se alguém se lembrasse de fingir surpresa ao saber que Blockbuster tinha sido cancelado. Porque foi fraquíssimo. Sem justificação nenhuma. Tinha um elenco porreiro (tirando o melhor amigo, não percebo a piada que vêem neste gajo). Foi criada por uma tipa que escreveu para séries óptimas. Era uma cenário de local de trabalho, igual a tantas outras séries de sucesso. E toda a gente adora gozar com a Blockbuster, a empresa que prescindiu de comprar a Netflix, quando esta ainda era pequenita, e acabou sendo vítima do sucesso desta e doutros serviços de streaming, quais arautos da desgraça.

Talvez o problema tenha sido mesmo esse. Desde o início que tinha uma sombra, umas núvens a pairar sobre todo o enredo. Como na realidade, esta loja era a última em existência (não fui confirmar, mas até há pouco tempo havia ainda uma última loja Blockbuster em funcionamento nos EUA). E desde o primeiro segundo que a grande questão era manter a loja aberta. Cada episódio era passado a sobreviver ao fecho e ao desemprego dos funcionários. Terá sido um pouco negro para uma série cómica? Talvez. Porque não apostaram numa coisa saudosista? Poderiam ter metido a história nos anos 90, auge do aluguer de filmes e do cinema em si. Não viram o sucesso que foi, quando a Captain Marvel aterrou numa loja destas, nessa década?

A ajudar à festa, foi mais uma tentativa horrível da Netflix de fazer uma série cómica. Falham miseravelmente neste formato e temo pelas séries previstas para sair nos próximos tempos (estou a olhar para ti, That '90s Show). Claro que irão pelo mesmo caminho.

Adeus, Blockbuster. Como o franchise que te deu origem, infelizmente será fácil de mais esquecer que exististe.

Wednesday, December 14, 2022

despachada: Love Life


Não a terminei de ver agora. Encontrei numa lista de séries canceladas/terminadas este ano. Curiosamente vinda da página da TV Guia americana, que sigo no Facebook. Se isto não demonstra a minha elevada idade, não sei que poderá demonstrar.

Foi uma decisão recente, mesmo assim. A HBO Max, que pertence à Warner, que pertence a um grupo que foi comprado por outro grupo, anda em reestruturações. Os novos donos querem limpar o serviço de coisas a mais (o que implica tirar do catálogo filmes e séries feitos recentemente), abandonar projectos em curso (o que inclui o Batgirl, da DC, que estava pronto a lançar), mudar liderança em determinadas áreas criativas (há uma dança de cadeiras de executivos, sendo que tenho melhor conhecimento do James Gunn como chefe do (novo) projecto para o DCEU) e, claro está, cancelar séries que não estão a ter o sucesso pretendido. Algumas maiores, outras pequenitas, como este Love Life.

Love Life era um projecto interessante, atenção. Pegar num bom actor/estrela de momento e metê-lo(a) numa história simples e fácil de produzir. Uma coisa rápida, para aproveitar a falta de tempo da dita estrela. Uns poucos episódios de meia hora cada um e está feito. Imagino que o tempo de filmagem fosse pouco mais que um par de semanas. A base é a mesma: amores e desamores. Têm até alguma ligação entre temporadas, com amigos em comum, etc. Não foi mau pensado. Pareceu-me muito bem executado. Talvez fosse caro para o retorno que teve.

Percebo o cancelamento. Tenho pena que tenha acontecido. Via-se bastante bem.

Wednesday, November 30, 2022

filme do mês: Novembro '22

Estou a fazer isto do «filme do mês» há 175 meses. 176 com este. Desde o início do blogue. Parece demasiado tempo, porque são 176 meses. Mas não, é só muito tempo. O processo de fazer o post evoluiu. Tento destacar não só um filme, muito para ajudar-me a depois fazer o post de resumo do ano. No processo aproveito ainda para ter uns pontos de situação da vida. Um diário para mim, onde volto para relembrar-me do Passado, mais que qualquer outra coisa.

É verdade que Novembro teve boas visitas, que ocuparam tempo não só durante a visita em si, mas que levou a alguma preparação. Mas a verdade é que ultimamente sinto um desligar de filmes. Também poderá ter a ver com fases da vida, que não deixam aproveitar a experiência cinematográfica como deve ser. Talvez. O certo é que esta semana dei por mim a pensar que, num futuro próximo, poderei apenas ver filme da Marvel e Star Wars. Mais DC e umas coisas soltas, vá. Ou seja, o que gosto verdadeiramente, o que ainda deixa-me entusiasmado. Como fazem as pessoas normais, no fundo. Vêem o que gostam e não andam a explorar uma data de lixo, na esperança de encontrar algo especial.

Parece uma conversa deprimente, mas não é. Simplesmente é o ciclo normal das coisas. Há muito que penso nisto. Ao envelhecermos ficamos mais selectivos. Porque é difícil haver novas experiências, porque não há nada que venha a marcar como o que vimos quando éramos novos. Convenhamos que a repetição torna-se mais evidente à medida que vemos mais coisas. E depois porque, eventualmente, deixamos de ser o público-alvo. As coisas deixam de ser para nós e começam a ter métodos de narração que o nosso cérebro não consegue compreender. É a evolução natural. Não me deixa deprimido. É o que é. Num futuro próximo conto ver menos coisas, sendo mais selectivo. E se chegar a muito velho (só «velho» já sou há algum tempo) passarei a rever os filmes que adoro, muito mais do que ver coisas novas. Se calhar até em exclusivo. Quem sabe.

Bem, o texto vai longo porque estou a protelar. Tenho de estudar neerlandês, fazer a contabilidade do mês e deveria estar a fazer outras coisas bem mais importantes. Porque a verdade é que este mês o post é simples. Poucos destaques (Weird: The Al Yankovic Story, Bar Fight!, The People We Hate at the Wedding, Clara) - alguns dos quais talvez não marcariam presença num mês «forte» - e um destaque maior. Que merece, atenção. Porque há talento do mais alto nível em Raymond & Ray.

Sunday, November 13, 2022

Rutherford Falls


Começando pelo positivo, é efectivamente uma grande produção. Vê-se que a Peacock está a fazer investimento para enraízar-se. Tenho grandes expectativas para o serviço, embora pouca esperança que o venha a utilizar tão cedo. A NBC sempre criou óptimas séries cómicas, se bem que com as restrições de ser um canal «aberto». Agora com o serviço de streaming o potencial é ainda maior, como se vê nesta produção de Falls. Já a execução, pelo menos aqui, deixou algo a desejar.

De forma estranha não é bem uma comédia, pelo menos na primeira temporada, e é muito difícil gostar de Ed Helms. É a continuação das partes más do seu personagem em Office. O que é estranho. À custa dum qualquer aniversário de Office, tenho visto em muitos sítios (e já mesmo antes disso) a famosa história que os criadores tiveram de mudar o personagem principal. Para a série ter sucesso no mercado norte-americano, para que a série pudesse ter a longevidade conhecida de séries desse território, Michael Scott não podia ser o que o personagem de Gervais foi. Não podia ser o tipo incompetente e odioso. As pessoas não iamter paciência para o acompanhar durante dez anos. Logo, na segunda temporada mudaram-lhe a personagem, o cabelo, os fatos e maneirismos, assim como tornaram-no bom no trabalho. Porque é que voltaram à fórmula de tipo odioso com Helms, depois de terem aprendido a lição, custa-me a perceber.

A verdade é que Helms passa, mais ou menos, pela mesma transição da primeira para a segunda temporada. Terá sido tarde demais? E como é que a série sobrevive a primeira, que não foi boa, caindo com a segunda, que até foi bastante agradável? É daqueles mistérios. Poderá ter a ver com COVID. Ou pelo facto de que o público norte-americano terá tido menos interesse no destaque dado aos personagens nativos. Ou porque o personagem de Helms era cada vez mais supérfluo à história, em boa verdade. Não sei. Foi pena não ter sobrevivido, mas a verdade é que não se perdeu assim grande coisa. Já houve demasiados cancelamentos bem mais controversos.

Monday, October 31, 2022

filme do mês: Outubro '22

Mês com um número simpático de filmes vistos, para além de algumas séries «despachadas». Mais do que o número, foi o ritmo, constante e sem forçar. Não foi preciso acelerar em momento algum, para atingir objectivos. Foi um mês porreiro em quase tudo. Faltou ali um detalhe para ser perfeito, mas suponho que não tenha direito algum a ter tudo.

Já sobre a qualidade em si dos filmes... Confesso que tive dificuldade em fazer uma selecção a destacar. Dois deles entram por serem visualmente bonitos, e outros três estão no limite de terem sido entretidos: The ProposalThree Thousand Years of Longing, Entergalactic, The Wedding Year, Bros, Good Girls Get High e Batman and Superman: Battle of the Super Sons.

Destaque maior vai para Joyride.

Saturday, October 29, 2022

despachada: Mr. Mayor


Surpreendentemente Mr. Mayor foi cancelado. Porque foi uma surpresa, para mim? Porque é de Tina Fey. Porque tinha piada e um elenco com talento. Porque eram épocas apenas com dez episódios o que, por norma, traduz-se em maior qualidade. Porque era uma fórmula que teve imenso sucesso com 30 Rock.

Porque foi então cancelada? A minha teoria vai para o facto de que tinha demasiadas inside jokes sobre LA. Enquanto que NY e os seus detalhes são por demais conhecidos e alguns até são coisas de «cidade grande», com que muita gente consegue identificar-se, LA tem problemas que não são para todos. Fogos intensos e constantes. Secas e racionamento de água. Malta rica a queixar-se que não pode usar tanta água como quer nos seus jardins ou piscinas. Até mesmo a popularidade e mediatismo de cargos políticos. Nada disto faz grande sentido ao cidadão comum.

Foi pena ter sido cancelada. Tinha piada, muito por causa dos intérpretes/personagens. E deixou muitos cliffhangers. Mas imagino que tenha sido piada final. «Ai fomos cancelados?! Então deixa lá reescrever o episódio final só um bocadinho.»

Wednesday, October 26, 2022

despachada: Peaky Blinders


Curioso. Tenho andado a «despachar» muita série britânica ultimamente.

Chegou ao fim a épica saga da família Shelby, dos famigerados «Peaky Blinders». Não chegou nada! Estava a brincar. Consta que querem fazer filmes e continuar a coisa. Parece que fazer séries dá demasiado trabalho, ou custa muito, ou conjugar agendas está mais complicado. Uma coisa dessas. O certo é que querem tornar a coisa menos «episódica convencional». Passam a «episódios cinematográficos», suponho. Pelo menos será essa a ideia. A série acabou, isso é um dado adquirido. Agora, se vão fazer filmes, mini-séries ou spin-offs com estes ou personagens secundários ou novos, não sei. O que sei é que não acredito que queiram abdicar deste franchise. A malta gosta demasiado.

Já ao analisar em detalhe o facto de que a malta gosta duma data de criminosos que mata, rouba, trafica droga, usufrui ou lucra com prostituição e jogo, viola, tem filhos ilegítimos que ignora ou abandona, maltrata mulheres e crianças, suborna, extorque, abusa ou «simplesmente» espanca gente por dá cá aquela palha... Há um problema aqui, pois não deveríamos admirar tanto esta gente. Só que têm pinta e são muito eloquentes. Para além de que têm uma belíssima banda sonora a acompanhá-los. Torna-se difícil não achar-lhes piada, ?

Peaky Blinders foi estilo e carisma em barda. Falas que ficam para a eternidade. Foi uns quantos personagens do outro mundo, a começar e a acabar em Thomas, o patriarca da família, mas sem esquecer Arthur, Polly, Ada ou o famigerado Alfie, entre outros.

A série até pode ter acabado, mas by order of the Peaky f#ck%ng Blinders, dificilmente não veremos mais desta pandilha. É só aguardar mais um pouco.

Sunday, October 23, 2022

despachada: The IT Crowd


Alguma coisa que vimos lembrou a minha senhora duma cena de IT Crowd. Colocou-a de pronto a rodar no YouTube. Bastou isso para querermos rever a série. Nunca será preciso muito para querermos rever a série. E é também verdade que continua a não custar nada ver IT Crowd. É uma série maravilhosa. Tem alguns comentários controversos, sim. Há muitas piadas pouco aceitáveis sobre homossexualidade, por exemplo. É sinal da idade que a série tem.

Eu não posso queixar-me, claro. Não há muitas piadas sobre a minha pessoa. A mim só faz rir. Espero que seja o mesmo para todos, pelo menos na grande maioria da série. Porque IT Crowd é daquelas séries que todos deveriam ver. É um desafio, por exemplo, fazer uma lista reduzida dos melhores episódios. São bastantes e, pelo menos para mim, é muito complicado escolher um Top 3 ou mesmo Top 5. São vários os episódios que estão nos Tops de sempre, de todas as séries, dentro e fora do género.

I will always try to turn it off and on again, Roy. Always.

Sunday, October 16, 2022

despachada: Derry Girls


Being a Derry Girl is a fookin state of mind.

Esta série é altamente recomendável. Foi-me recomendada a mim, em tempos. Só demorei tanto a ver pois aguardava o seu fim. Apenas e só porque gosto de ver séries do princípio ao fim, sem grandes pausas. E se as séries demoram, hoje em dia, duma temporada para a outra! Em defesa desta, Derry sofreu também com COVID, que terá atrasado a produção da terceira e última temporada.

Derry Girls é hilariante. No seu todo. Não só as miúdas. Os adultos são todos eles uma peça. Do mais velho ao mais novo. Ajuda serem Irlandeses, sim. É um estereótipo, mas eu considero-os um povo com piada. Será racismo? É uma faceta positiva. Malta bem disposta e inteligente na utilização da língua inglesa, capazes de tornar leve as situações mais pesadas. Muitas dificuldades teve o povo da Irlanda do Norte, pelo que a sua capacidade de conseguirem rir de tudo, ainda é mais de louvar. Epá e sim, a série faz rir. Não só aquela coisa do sorriso. Nos últimos episódios ria a bom rir, até com medo que um momento mais exuberante pudesse levar a uma crise de falta de ar e tosse.

O elenco é óptimo, ou não tivessem alguns dos actores já feito outras coisas boas, assim como outros estejam na calha para fazer mais coisas boas no futuro. As moças então são um casting brilhante. Tanto, que falamos de personagens adolescentes interpretadas por moças nos seus trintas. Eu sei, Hollywood faz isso constantemente. Mas mal. Aqui, eu acreditei que elas eram mesmo adolescentes. E se me identifiquei com elas. Com a angústia de ser um adolescente. Apenas isso. Não sei nada do que é viver num país em guerra. Mas a cena hormonal e de acessos de loucura / raiva, decisões parvas e momentos embaraçosos, irritação com outros, etc., disso tenho eu memória bem presente. E compreendo. Tudo. Ainda hoje. Apesar de ser tão parvo.

Vá, vai lá ver isto. Está na Netflix e tudo. São três temporadas de formato sitcom de Reino Unido. Ou seja, são só 19 episódios. Dá para ver numa tarde. Anda. Não vais arrepender-te.

Thursday, October 13, 2022

despachada: She-Hulk: Attorney at Law


Não sei se acabou ou se haverá segunda temporada. Ainda agora vi a actriz principal a dizer que seria pouco provável haver uma segunda temporada, mas tanto pode ter dito isso com um motivo alternativo (renegociação de contrato, tentativa de manipular o público, enganar toda a gente), como pode simplemente não saber qual o plano. A segunda parte é mais provável. Sinto que as coisas estão algo caóticas, no mundo que é o MCU / cabeça do Feige.

Apesar de ser fixe ter uma pessoa a controlar tudo, o certo é que faz com que tudo demore mais tempo. Porque haverá inúmeras outras prioridades à frente da decisão de fazer ou não uma segunda temporada de She-Hulk, por exemplo. A começar com os fracos resultados desta «fase», o facto de que há projectos importantes que ainda não têm realização, guionista ou elenco, o que cria atrasos nestes e nos projectos seguintes, ou a notória falta de malta suficiente no departamento de efeitos.

Feige não fechará a porta a uma segunda temporada. Feige não fecha a porta a nada. Se não há um quarto Iron Man é porque Downey já não está para aí virado, ou por ser caro demais fazê-lo. Não é por causa de Feige. Tirando estes casos isolados, tudo é possível. Quando poderá acontecer? Não faço ideia. Daqui a vários anos podemos ter a segunda temporada de She-Hulk: Attorney at Law, ou a primeira temporada de She-Hulk: Barber in Queens. Até pode seguir os eventos da primeira, mas o mais provável é seguir os eventos dum qualquer filme ou série, que entretanto saiu. Não quer dizer que não vamos ver a She-Hulk noutras coisas. Fala-se que estará na próxima série de Daredevil, pelo menos. E, por certo, estará nos próximos Avengers ou FF ou Blade ou Ant-Man ou onde der para juntar as respectivas agendas.

Já sobre a série em si, eu gostei e achei que está muito fiel à BD, o que poderá ter criado alguns problemas que abordarei mais à frente. She-Hulk sofreu ainda daquilo que fala no enredo, e que era mais do que previsível: foi bullied e/ou trollado até à quinta casa. A cotação de cinco ponto qualquer coisa no IMDb é um absurdo, por exemplo. A série foi genial ou esteve ao nível das melhores? Não. Foi divertida, bem interpretada e adaptada, com personagens e algumas situações engraçadas? Sem dúvida. Não terá tido coerência. Dou-lhe isso. Saltou demasiadas vezes entre momentos muito inteligentes e coisas que não faziam qualquer sentido. E o final... O final é esquisito. E aqui entro no que referia acima.

Foram fieis à BD. Isso implica muuuuuito quebrar de 4th Wall. She-Hulk faz disto mais que o Deadpool, na BD. Ou, se não for mais, pelo menos fá-lo há mais tempo. E fá-lo tanto ou tão mais, que é levado ao extremo dela «sair da BD» e interagir não só com o leitor, mas com os seus criadores. Houve mais do que uma história em que foi ao gabinete da Marvel e/ou deu porrada no escritor. Neste caso em Byrne, que foi quem lhe deu estas características de «sair da caixa». Levaram tudo isto para a série. E talvez fosse tempo de o fazer. Não sei. A verdade é que quando foi feito na BD a malta gostou. Eu gostei, pelo menos. Mas eu, como os demais leitores, tinhamos muita BD lida, muito volume de história nas nossas cabeças e, talvez o mais importante, tínhamos outras BDs «normais» que líamos ao mesmo tempo. Ou seja, She-Hulk era uma coisa fora, especial, dentro de tudo o resto. O fã de MCU, que vê os filmes e as séries, que vê tudo e espera por tudo, não poderá ter gostado desta série da mesma forma que eu, leitor, gostei da BD. Estamos há espera semanas por mais um «episódio» deste universo. Antes de She-Hulk foi Ms. Marvel, que terminou um mês antes. Depois de She-Hulk teremos Black Panther 2 em Novembro! Será pedir demais da paciência do fã normal de MCU, que tolere a «excentricidade» desta personagem. Às tantas sentem que perderam tempo a ver a série e tomam como um insulto.

Eu sou tendencioso. Para mim está tudo bem. Eu divirto-me a ver estas coisas. E gosto muito da Maslany. Acho-a um grande talento. Por isso, para mim, She-Hulk foi fixe. Para outros não terá sido. E aceito. Pelos motivos acima, atenção, ou por questões de narrativa. Os trolls que não gostam da série porque é uma personagem feminina... Epá, p'ó c@r@lh0 para esses. Vão todos para uma quinta na casa do c@r@lh0 e façam as vossas próprias séries. Deixam o resto da malta em paz.

Wednesday, October 12, 2022

despachada: Smack the Pony


Tinha aqui umas quantas a arrastarem-se, para ver. Ainda tenho mais um par delas, mas cada coisa a seu tempo.

Decidi rever Smack the Pony porque sim. Nos bons velhos tempos da SIC Radical esta foi uma das alegres surpresas que apareceram por lá. Foi das últimas coisas que acompanhei na televisão, quando dava. E há um par de sketches dos quais tenho boa memória. Em especial um. Acho que fazia parte dos spots de divulgação. «Come! Come aboard the love train.», interpretado pela «tonta» maior do trio, a que fazia as interpretações mais levadas ao extremo. E este sketch fazia-me sempre rir. Da primeira vez então acho que faltou-me o ar. Já não tem o mesmo efeito, claro, mas ainda pôs-me um sorriso largo na cara.

As três atingiram o auge nesta série. Pouco conheço-lhes desde então. Há pouco tempo vi um filme (fraquinho, por sinal) com uma delas. Terá sido isso a relembrar-me de que Pony existia. De resto, nada. Mas ter no currículo algo como Pony não está ao alcance de todos ou todas. É sempre de louvar.

--//--

Com este post chegamos aos 60 este ano. Um máximo no blogue, na última década. Tenho andado a «despachar» muita série, é certo. Também há muita coisa a acabar. Algumas até tarde demais. Em todo o caso, fica o registo.

Monday, October 10, 2022

despachada: Coupling (US)


Há pouco tempo andei de roda da série original, a versão (decente) britânica. É possível que venha a rever essa, mas entretanto achei por bem despachar esta, que vi menos vezes. Claro que a verdade é que a original foi uma boa série e esta foi... uma adaptação.

Continua a ser sempre demasiado esquisito ver episódios copiados à letra, da versão britânica para a norte-americana. É absurdo! Para quê? Se é para isto basta ver o original, não? É a mesma língua, convenhamos. O certo é que, mesmo tendo muitas cenas que são a mesma coisa, a partir do piloto a coisa muda. É feita, efetivamente, uma adaptação. Há cenas novas, misturadas com as «velhas». Mesmo assim não funciona. E, se calhar, é uma questão de ser uma série e temáticas datadas, que hoje não teriam o mesmo efeito. É muito provável, mesmo. Confirmarei tal se vier a rever a série original.

Como ponto positivo desta versão convém destacar o elenco. Quase todos saíram daqui para, mais tarde, participarem em boas séries. Better Off Ted, Lost, Eureka, entre outras e até mesmo o The Bold and the Beautiful. No elenco havia talento. Talvez a série pudesse ter dado alguma coisa, se fosse mais «original». Talvez.

Saturday, October 8, 2022

despachada: Fam


Não fui eu a pedir para ver isto cá em casa, mas podia ter sido.

Fam foi mais uma das muitas séries canceladas, acabadinhas de lançar. Todos os anos há disto. Canais encomendam inícios de séries, com base em pilotos ou ideias. Por incrível que pareça, ainda há canais a encomendar sitcoms deste género. «Multicâmara», como lhe chamam, por ser em estúdio, com várias câmaras ao mesmo tempo. É um género praticamente defunto. Houve grandes séries de sucesso recentes, deste género, mas foram as últimas. E mesmo apenas um par de anos mais tarde deixam já de ser tão bem vistas. Mas eles continuam a insisir. Percebo, de algum modo. O valor de produção será relativamente baixo. Convém até usar os recursos que têm em mãos. E se a coisa pega, se a série tem sucesso, é lucro elevado garantido.

Mas a verdade é que estes produtos finais são quase sempre fraquinhos. Não só porque o formato está morto, mas porque a malta criativa é de segunda linha. Os bons escritores estão metidos em projectos com canais privados, não públicos, como a casa que alojou este Fam. Estão a ganhar bom dinheiro a tentar lançar os seus projectos, sem restrições de canais públicos televisivos, e com um orçamento decente para produção. Os canais públicos poderão ter sorte em apanhar alguém talentoso em início de carreira. Mesmo assim é pouco provável.

Posto isto, sim, Fam é o que se espera. Tem demasiada previsibilidade, mas também algum talento e várias piadas que tiveram efeito. Foi algo surpreendente, admito, mas bom que tenha acontecido. E tem Dobrev. Não há muitas séries que tenham a sorte de ter Dobrev. Há isso.

Friday, September 30, 2022

filme do mês: Setembro '22

Mês complicado. Os filmes do Verão só começaram a sair no final. Até então houve umas coisas indie para ver, mas pouco mais. Para além que andava a ver boas séries, que ocupavam maior parte do tempo livre. Mesmo assim, com um esforço final (tem sido sempre em esforço, certo?), lá cheguei ao número da praxe: 21.

O número pode estar na média, mas a qualidade baixou muito. Tenho poucas recomendações, por exemplo: Marcel the Shell with Shoes On, Meet Cute, Confess, Fletch e Nope.

O destaque vai para Bullet Train. E é merecido. Não é uma situação de ser o melhor do mauzito. É um bom «filme pipoca».


Friday, September 16, 2022

despachada: A.P. Bio


Outro dos embaços recentes. Este mais fácil de fazer, já que são apenas quatro temporadas curtas. Podiam ser menos. A série foi cancelada a cada duas temporadas. À terceira temporada mudaram-se da NBC para o canal de streaming Peacock. Não é grande diferença, pois ambos pertencem aos mesmos, mas o certo é que não houve terceira vez. Foi cancelada definitivamente e, na minha opinião, mal. Deviam haver mais temporadas para ver. A.P. Bio era uma série divertida.

Eu próprio estou bastante surpreendido. A verdade é que os «filhos» do It's Always Sunny in Philadelphia têm sido alegres surpresas. Este Bio tem muito pouco a ver com IASiP, na verdade. Apenas partilham o actor principal. Mick, por exemplo, foi criada por alguns escritores de IASiP, partilhando ainda a actriz principal. Eu é que meto tudo no mesmo saco. Mal, bem sei, mas o saco é meu e faço com ele o que quiser. Tenho ainda ouvido boas coisas de Mythic Quest (e esta é criada pelos mesmos de IASiP), mas às tantas mais vale começar a ver a série que lançou a carreira destes caramelos, não? Curiosamente, dos quatro principais (vamos ignorar DeVito, pois esse tem uma carreira maior que todos os outros juntos), três tentam fazer o seu trajecto por outras séries (e um deles tendo um clube britânico de futebol), enquanto o quarto já atingiu alguma notoriedade em filmes.

Mas voltando a Bio, esta série nasce sim da malta que passou, ou ainda passa, pelo SNL. É sim, mais uma série bastarda do famigerado programa, que cuspiu tantas estrelas dos seus vários elencos, como mortes por overdose ou próximos capítulos de programas de «Where are they now?». Bio tem muito de bom do que vemos em SNL (a loucura, o talento, os desenrolares estapafúrdios), mas também a completa falta de estrutura, coerência e continuidade / destino, que vemos no programa de sketches.

Talvez tenha sido isso que levou ao fim prematuro. A verdade é que era difícil perceber para onde a série ia, tendo em conta que todo o percurso foi feito aos tropeções. Tomemos como exemplo a namorada que enraízou o protagonista à cidade onde não queria estar, só para desaparecer a meio sem grande justificação. Ou talvez tenha sido vítima do primeiro cancelamento. Não interessa. Nada disto interessa. Vou é ter saudades da personagem da Paula Bell (à direita na foto). Também vou ter doutros, mas Bell fez-me rir a bom rir. Mais que os outros e bem mais que muita outra série cómica que por aí anda. Belíssima personagem, fruto da natureza tresloucada (presumo) da actriz. Ela sozinha merecia Óscares. Catadupas de Óscares.

Thursday, September 15, 2022

despachada: The Americans


Antes de entrar muito na série, que tem sido o nosso embaço regular dos últimos tempos, um disclaimer: está muito bem feita e é, efectivamente boa. Independentemente do que eu possa dizer neste post. Ganhou prémios e adulação merecida. É inteligente e bem trabalhada, com uma data de detalhes que podem parecer estranhos, mas estou certo que terão acontecido na época.

Posto isto...

A parte relacional é demasiado preponderante, face à parte da espionagem. Dando um exemplo: os dois acabam de sobreviver a uma explosão num quarto de hotel, enquanto procuravam parar/matar um assassino profissional. A primeira coisa que dizem um ao outro, ao chegar ao carro, não pode ser sobre a relação matrimonial. Ou então, se a parte familiar é assim tão importante, vamos mais longe: como é que esta gente tem tempo para tudo? Trabalho, serem pais, cozinhar, compras... E limpezas? Não os vi a limpar a casa enorme que tinham uma única vez. Limpar a sala. Uma vez que seja!

Depois, há várias formas de mostrar qual o ambiente numa cena. Iluminação, ângulo dos planos, filtros, cenários ou, como artifício principal, a música. Nesta série usaram um truque diferente. Sempre que as coisas não estavam bem, o cabelo do personagem masculino principal ficava completamente desgovernado. Vimos quase duas temporadas inteiras em que o personagem passa por uma depressão e sabemos disso porque deixou de pentear-se.

No final (que pareceu despachado, como se o canal só tivesse renovado por mais um última temporada e tiveram de resolver tudo à pressa), com seis temporadas dum agente do FBI a viver ao lado de espiões russos, o que o fez suspeitar deles foi uma descrição dum informante, da personagem feminina principal, como tendo cabelo bonito e que fumava. Eram os anos 80! Toda a gente tinha um cabelo espampanante e fumava! Admira-me que não tenha suspeitado dos Flock Of Seagulls.

Estas foram algumas coisas com que fui embirrando, ao longo do visionamento. Eram detalhes que obrigavam-me a tomar notas enquanto via os episódios. E mais houve, que não apontei. A começar com os personagens russos serem interpretados por actores péssimos, pois o importante era saberem falar russo. Do alto da minha «chico espertice», de gajo que já viu anos de filmes e séries, uma data deles de espionagem ou apenas e só deste período da Guerra Fria (Wolverines!), achei eu que sabia mais do que os tipos que escreveram e estudaram sobre este período em que espiões russos viveram nos EUA fingindo ser Americanos. «Os agentes não tinham missões todas as semanas, senão eram apanhados facilmente!», pensava eu, que sou tão inteligente. (inserir aqui smiley que bate com a palma da mão na testa) A situação é exagerada. Claro. É uma série. Há dois personagens principais que o espectador gosta. Estamos investidos na vida destes personagens e não doutros. Se estiverem a mudar sempre de actores não vamos gostar. E não é comportável em termos de orçamento. Os dois principais têm de fazer tudo, sempre. Tenho é de «comer e calar». Não foi fácil, mas aqui o problema é meu, que não sei apreciar as coisas só por si. Tenho sempre de achar que sei mais que os outros.

A conclusão final - que já vem tarde - é que gostei da série. Pode não parecer, mas isto sou só eu a ser o habitual idiota. Gostei da série. Se voltasse atrás, o que mudaria seria a minha atitude, pois veria novamente. Com gosto. Acontece que esperava outra coisa, mais de espionagem do que novela. E daí que tenha custado a desligar a parte parva do cérebro. E porque sou uma besta.

Tuesday, September 13, 2022

despachada: The Staircase


Staircase é a novela norte-americana perfeita. Pelo menos para os tempos que correm. E não é bem para a malta que gosta das típicas «telenovelas», mas mesmo estes encontrariam pormenores interessantes. Só não tem o nível de «drama» a que estão habituados.

Falamos dum tipo candidato a cargos governamentais, escritor e bem na vida, que é acusado do homicídio da esposa. Só até aqui teria interesse, mas não é muito diferente de tantos outros casos, infelizmente. A juntar temos: a descoberta que é bissexual e tinha inúmeros encontros sexuais com homens; a consequente descoberta que a esposa estaria a par, mas os vários filhos e filhas, de relações anteriores, não; o facto de que ele não tinha dinheiro e vivia à custa da mulher; e, chocando a meio do processo, a descoberta que teve uma primeira mulher que morreu nas mesmas circunstâncias que a actual. Ou seja, tudo aponta que a esposa não caiu das escadas e faleceu, por acidente, mas que ele tinha todos os motivos para matá-la.

É a conclusão inicial do tribunal, sendo o tipo metido na prisão. Só que há pessoas que ainda acreditam nele e procuram ilibá-lo. Principalmente o irmão, o vizinho reformado, e a tipa que fez a edição do documentário feito sobre o caso. Sim, esta parte é espectacular. Uma produtora francesa mostrou interesse em documentar o caso e ele, claro, aceitou. Dizia que seria para ter um veículo para contar o seu lado dos acontecimentos, mas a verdade é que o tipo era muito narcisista e adorou a atenção. A tipa que faz a edição dos vídeos da produtora apaixona-se por ele, só de o ver nas gravações. Eu sei, é surreal. O certo é que, depois do tipo ir parar à prisão ela continua a investigar e a procurar provas para a sua inocência. No final, depois de ser finalmente liberto, vê-lo a rejeitá-la é trágico só por si.

Não tenho grandes pruridos em revelar estes detalhes porque isto foi um caso real. Tudo aconteceu, de algum modo. Está detalhado em várias páginas de Internet, incluindo Wikipédia. Ter sido um documentário tornou tudo ainda mais público e conhecido. Eu não conhecia, claro, mas eu sou um gajo pouco interessado em realidade. Nunca na vida convencer-me-iam a ver o documentário. Já uma mini-série da HBO, com bons actores...

Sunday, September 4, 2022

despachada: Worst Week


Adaptação da série britânica, sim. Faz sentido. Foi bem sucedida em Inglaterra. Porque não tentar adaptar?

Ao contrário do que é costume, não fizeram uma réplica cena por cena. Começaram pelo especial de Natal. São os últimos episódios da série original. Misturaram uns quantos detalhes das outras temporadas. É bom sinal. Quer dizer que pensaram antes de fazer. Que analisaram tudo e procuraram dar-lhe uma estrutura consolidada, criando algo novo. Só é pena que o material de base não fosse grande coisa. Por outro lado, tiveram como guest appearances: Aziz Ansari, Ken Jeong, Jessica St. Clair, Nick Kroll, Olympia Dukakis, Fred Willard, Octavia Spencer, Rachael Harris, Natasha Legero, entre outros.

E a verdade é que procuraram ser mais fofinhos. O tipo principal é claramente mais agradável, o que ajudou que não custasse tanto a ver. Ele não é o único a cometer erros, por exemplo. Só isso faz uma diferença enorme e tira o tom repetitivo que, pelo menos a mim, desde o início irritou na outra.

A conclusão é que esta versão é melhor que o original. Pelo menos para mim. Mesmo assim não foi grande coisa.

Wednesday, August 31, 2022

filme do mês: Agosto '22

Mais um mês dentro da média. Aliás, parece que o 21 é o número de eleição, pelo que «vemos» nos últimos três meses. Um Verão de 21 no ano de 22, no fundo. Outra nota de destaque é que, salvo ali uma semana, mais ou menos, foram apenas filmes de 2022. Dezassete dentro dos vinte e um. Não deixa de ser curioso.

Houve algumas quebras. Não tive uma rotina de visionamento. A verdade é que não há assim tanta coisa a ver, embora haja mais. Também tenho dedicado algum tempo a séries, como é costume. E há ainda outro factor: recomeçou a bola a sério. A brincar a brincar sempre consome algumas noites.

Destaques do mês, por motivos diversos: Honor Society, Don't Make Me Go, The Binge, Jumanji 1 e 2 (ou 2 e 3, na verdade), Look Both Ways, Samaritan e I Love My Dad. Filme do mês (filmaço, mesmo) foi Prey.

Monday, August 29, 2022

despachada: The Worst Week of My Life


Mais uma série que vejo por causa de Sarah Alexander. Tinha ainda a vantagem de estar bem cotada. A série, não a actriz. Embora...

Acontece que quem votou não sabe o que é uma boa série e, pior, a actriz tem um papel que não está ao seu nível. Só reclama ou fica envergonhada pelas idiotices que o noivo faz. E são bastantes. Toda a série é um chorrilho de disparates feitos ou provocados pelo mesmo caramelo. Quase todos facilmente evitáveis. Dói e custa ver demasiado de enfiada. Abusei, é certo. Vi demasiados episódios seguidos. Não tinha nada para fazer e, a partir de certa altura, só queria despachar a coisa. Mas para os últimos do embaço começava a ficar irritado sempre que, claramente, o palerma ia fazer alguma coisa mal. É o clássico das séries britânicas. O incómodo por excesso. O desconforto de estar a ver algo a acontecer. O ponto máximo terá sido o Office, mas suponho que a tradição venha de há muito.

Não foi fixe. Já vi muito melhor com ela. Já vi muuuuuuuuuita coisa melhor que esta trampa. Não ajuda que não ache piada alguma ao protagonista.

Tuesday, August 23, 2022

despachada: Mare of Easttown


Porque é que tem sempre de ser uma miúda adolescente, num pardieiro de terra em nenhures? Neste caso até foi mais que uma. As terras pequenas no Estados Unidos são assim tão perigosas para jovens adolescentes? São sítios tão enfadonhos, que a única solução é enfrascarem-se e terem relações pedófilas, que invariavelmente acabam em homicídios? Ou será apenas uma visão Hollywoodesca destes sítios?

A primeira metade desta mini-série é muito melhor que a segunda. Até terem resolvido uma das narrativas - entenda-se «um dos crimes» - estava a ser muito bom. Depois, no final, resolverem a narrativa/crime principal um bocado aos tropeções, no meu entender. Foi demasiado rápido e simples para a importância que parecia ter, com alguns detalhes que até nem faziam grande sentido. Ah, e depois de estar «resolvido» havia ainda todo um episódio duma hora para acabar a série. Que faltaria contar?

Não gostei tanto dos últimos episódios. Não acho que estejam ao nível dos primeiros. Mas não estragou. De forma alguma. Viu-se muito bem. Estes projectos são bons de consumir. Bons elencos, com muito talento, desde gerações mais velhas às mais novas. Diálogos porreiros. Cenas que parecem bastante «reais». Boas interacções e sempre com algumas narrativas parelelas interessantes. Não me interpretem mal. Venham mais destas. Estou cá para ver.

Tuesday, August 16, 2022

despachada: The Mick


A segunda temporada é bem boa. Depois de terem consolidado a premissa inicial, a história seguia a bom vapor, com episódios (isolados, sim, como costumam ser estas coisas) estruturados e com boas «aventuras». Não havia propriamente desenvolvimento, seja de história ou dos personagens, mas metiam-se em confusões divertidas. Faziam rir. Não é esse o objectivo?

Porque raio foi esta série cancelada? Tem demasiado de It's Always Sunny in Philadelphia? Isso é mau? Não sei. É uma pergunta genuína. Nunca vi Philadelphia, mas fiquei com vontade de ver, porque ela é hilariante. Assim como o companheiro de aventuras, a Alba ou os miúdos. Quase todos os miúdos. A irmã mais velha seria o elo mais fraco.

Não percebo que se passa em Hollywood TVland. Há fios trocados, por certo.

Sunday, July 31, 2022

filme do mês: Julho '22

Lembro-me que em Portugal, especialmente na cidade onde vivia, o Verão era um marasmo em termos de filmes. O cinema fechava. O video-clube não recebia nada novo. Fazia sentido. Não havia ninguém na cidade. Tinha tudo escapulido para qualquer uma das praias.

As coisas estão muito diferentes. Não só porque falo duma realidade com 30 anos, mas porque o COVID veio baralhar muito as contas. Eu lembro-me perfeitamente de querer ver filmes no Verão. Nos tempos mortos. Quando está demasiado calor para fazer o que seja. Quando estamos na cama e não dá para dormir ainda, tamanha é a excitação de estar de férias ou, novamente, o calor. Quem me dera, enquanto miúdo, ter um telemóvel com um serviço de streaming. Teria mamado filmes como se não houvesse amanhã. Claro está que, para isso, também é preciso saírem filmes nesses tais respectivos serviços de streaming. E eu sinto que não há grande coisa a sair. Porquê?

Bem, chega de choraminguices. Vi poucos filmes. O número total não é mau, mas convém ter presente que revi filmes MCU em preparação para o novo Thor, e foram ainda quatro Twilights. Só aqui estão oito filmes, num total de 21. De resto vi uns quantos pequenos, que são as únicas coisas a sair. «Independentes», suponho que lhes possamos chamar. Logo, não há grande coisa a destacar. Quer dizer, com amigos, para o gozo, os Twilight são óptimos, mas é apenas para essa situação específica.

Bem, este mês destaco Hello, Goodbye and Everything In Between, Gatlopp, e Ali & Ava. O destaque maior vai para Cha Cha Real Smooth, que apresentou-me um realizador novo, definitivamente para seguir.

despachada: Friday Night Lights


- Mr. Street, do you think God loves football?
- Everybody loves football.


Isto é que foi um despachanço à séria. A série tem alguns anos. Estou para a ver desde que saiu. Mas quando comecei, foi d'enfiada. Acho que em menos duma semana. Cinco temporadas. 76 episódios de 40 minutos. 50.000 vezes que ouvi «Tim Riggins». Algumas só «Tim» e outras só «Riggins». Embora umas poucas destas fossem para o irmão. Mas quase sempre «Tim Riggins». Como se impõe, tendo em conta.

Muito há para explanar sobre FNL. Não vou falar de tudo, mas admito que foi uma série que deu-me gozo ver e embaçar. Eu que tenho andado constantemente a dizer que binging não é uma boa forma de ver uma série, com FNL binging foi a forma perfeita. Agora, se é ou não uma boa série. Eu diria que não. É uma série muito, mas muito «estado-unidense». Basta ver o diálogo acima, tido durante uma visita a uma escola, por parte da equipa de futebol do secundário(!), entre um miúdo pequeno e a estrela da equipa, o quarterback (claro!). A pergunta foi feita mesmo antes de começarem uma oração em conjunto. Depois disso há os tradicionais episódios, que resolvem em 40 minutos os problemas de: racismo; violência no seio familiar; bullying; drive by shootings; pro choice / pro life; vício de drogas; etc. Tudo na tradicional maneira de tornar a série relevante, aos olhos do espectador.

Não se fala em alcoolismo, atenção. E não vemos drogas pesadas de forma flagrante. Há uma mãe drogada, que fica bem com uma ida a um centro de reabilitação, entre episódios. E apenas um adolescente «viciado» em erva, mas que o fazia noutro estado. Para além de que nunca vemos casos sérios de violência doméstica. Ou tiroteios em lado algum, apesar de vários adolescentes terem acesso a armas. E sim, a coisa é muito mais virada para pro life do que a outra opção. Porque não vemos nada disto? Porque não são assuntos abordados na série? Porque isto é Texas! E no Texas não há nada desses problemas que os estados liberais têm. No Texas toda a gente bebe, mas ninguém é viciado ou tem problemas com o álcool. Ninguém bate na mulher quando a equipa perde. Não há acidentes de carro. Não há tiroteios nas escolas. E não há nunca miúdos a fumar ganzas. Tudo muito másculo, sério, familiar e wholesome.

Texas, y'all!

Sobre o «futebol» em si, o assunto cedo deixa de ser relevante. Na primeira temporada quase que há um jogo por episódio, com todas as preocupações e problemas que daí advêm. Mas depois disso é muito mais o drama individual e colectivo à volta do futebol. E quanto mais avançamos nas temporadas, mais «à volta» se tornam. Convenhamos que, apesar de todo o alarido que esta gente faz sobre o desporto, são apenas dez jogos por época, mais a possibilidade de três ou quatro com os playoffs. Em cerca de cinco meses, entre Agosto e Dezembro. É ridículo. E este foi o meu primeiro pensamento, que é um problema enorme nos EUA, muito discutido por lá. As escolas públicas têm dificuldades gigantes de orçamento, mas aqui temos um programa desportivo com staffs e equipas numerosas, que trabalha apenas metade do ano lectivo, para muitos poucos jogos. De onde vem o dinheiro para uma coisa destas? É absurdo pensar nisto sequer.

Não vos maço mais com esta série. Que não é para todos. E que simplemente não recomendo, a não ser que se procure um guilty pleasure. Termino falando sobre o elenco. Muita gente aqui tornou-se bem conhecido e tem óptimas carreiras, hoje em dia. Fico particulamente contente que o meu «pedido», ao ver o filme que deu origem a esta série, foi satisfeito, e a personagem da Connie Britton teve aqui o destaque e relevância que a actriz merecia. Há apenas um problema sobre o elenco, uma embirrância, que é comum a muitos outros filmes e séries que passam-se em liceus: havia algum actor que fosse efectivamente adolescente durante as filmagens desta série?

Clear eyes, full hearts...

Thursday, July 21, 2022

despachada: Boo, Bitch


Para quando um projecto em que não és uma adolescente no liceu, Lana?

Isto é injusto. A moça já fez algumas outras coisas. Não muitas, mas algumas coisitas. Claro que não se deve morder a mão que dá de comer. Começou como estudante na escola mais conhecida de todo o universo Marvel. Tornou-se famosa com um conjunto de filmes (que nunca se vai perceber como tornaram-se uma trilogia) sobre amores e desamores de secundário. Passou ainda por outro liceu de super-heróis e aqui está num com coisas paranormais. Dou-lhe crédito que procurou sempre algo mais, para além dos problemas comuns de adolescência. Confesso que tenho pena do seu primeiro papel não ter desenvolvido mais. Ela era perfeita como Jubilee. Poderão sempre fazer um filme com ela mais velha, ao estilo Logan. Ora aqui está uma ideia vencedora.

Acho piada a Lana Condor. Acho-a divertida. Mesmo quando é séria, o que não aconteceu muitas vezes, é verdade. Acho que tem talento e pode ir longe. Não sei até que ponto Boo, Bitch é um passo em qualquer direcção, numa carreira de actriz. Não foi mau de se ver. A verdade é essa. Às tantas irrita um bocadinho o quão «norte-americano adolescente» toda a história é, mas o mistério principal foi interessante. Mesmo quando achava que sabia o que se estava a passar, mesmo assim conseguiram acrescentar bem alguns detalhes a manter a confusão. Até ao fim estive agarrado, para tentar perceber como é que a moça tinha morrido, mas mesmo assim continuava a andar por aí, a urinar demasiadas vezes para um cadáver.

São oito episódios curtos duma mini-série fechada, com talento e alguma boa história. Não custa nada ver.

Wednesday, July 13, 2022

despachada: Ms. Marvel


Ms. Marvel foi tudo aquilo que estava à espera. É bom sinal. Não conheço tudo da BD. Li o início e fui um pouco mais depois disso. Não continuei porque não é escrito para mim. O público alvo é mais novo que eu. Sem problemas. Sem complexos. Não me sinto velho. Não é sinal algum de falta de qualidade. Antes pelo contrário. Ms. Marvel, a BD, tem muito mais qualidade do que as que li em miúdo, das que eram susposto ser para a minha idade. Há coisas que são feitas para públicos específicos. E também não quer dizer que não consiga disfrutar agora. Continua a ter detalhes bem divertidos, mesmo para um velhote como eu.

O mesmo para a série. Foi divertido de se ver. Especialmente a primeira metade. Foi tudo muito bem pensado e cheio de pormenores deliciosos, que até obrigam a segunda ou terceira visualização. A segunda metade não foi tão bem conseguida. O final é apressado e algo aos tropeções. Dou e deve ser dado o desconto. Tiveram bastantes problemas de produção à custa de COVID. Depois haverá ainda algumas coisas que não funcionam na máquina Marvel/Disney+, na produção das séries, mas quero acreditar que são problemas de crescimento abrupto. Reforço: ninguém estava à espera que as séries tivessem a evolução que tiveram. Foi circunstancial e porque o negócio às vezes evolui para onde menos se espera. Tudo normal e espero que rectifiquem num futuro próximo.

Voltando à série, independentemente do final, a personagem é óptima e será bom vê-la nos próximos «episódios». A acção foi porreira. Incluíram uma data de coisas culturais que foram fixes de aprender. Os Belgas a cargo da coisa estiveram muito bem, pelo que até tenho um pouco de orgulho nacional adoptado extra à mistura. A acção foi interessante, com óptimos efeitos. Tiveram um pormenor «chocante» no final final, que não sei se posso referir ou não. Já o vi em todo o lado. Aliás, soube na net antes de ver o episódio, em boa verdade. Mas vá, fica para descobrir a quem quiser aventurar-se.

Agora... A próxima cena Marvel é só... Em meados de Agosto! NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOOOOOOOOO!!!

Friday, July 8, 2022

despachada: Pistol


Se me dissessem que ia ver uma série da história dos Sex Pistols, acharia mentira. Acontece que Pistol tem um par de actores interessantes e, acima de tudo, é realizado por Danny Boyle. E aqui está o factor diferenciador.

Sim, continua a ser uma fórmula batida de biografias, especialmente sobre músicos/bandas. Tem todos os problemas de drogas e violência, chavões do género. Para além da típica história de amor que não leva a lado nenhum, porque um (ou ambos) têm os seus próprios problemas e não conseguem comprometer-se a uma relação monógama. Parvoíce, bem sei. É mais uma história do Ícaro, com os artistas a serem magníficos e chegarem perto do Sol, apenas para queimarem-se e virem por aí abaixo bater com o focinho na Terra.

Mas está bem realizado.

Há pormenores de realização que dão o kick necessário à história, para manter-nos interessados. O elenco é, efectivamente, bom. E depois a história destes palermas não é desprovida de interesse. Para além de que sim, são uma das maiores - senão a maior - referência dentro do género punk. Quem nunca andou aos «moches» ao som de Anarchy in the U.K.?

Wednesday, July 6, 2022

despachada: Me and Mrs Jones


Eu avisei que ia ver mais séries com esta moça. Só que, desta feita serei polémico.

Se se percebe porque a trintona poderá ter interesse num rapaz charmoso e interessante, não há grande justificação para o rapaz apaixonar-se por ela. Para além de ser uma mulher atraente. Faça-se notar que tenho plena consciência que nunca foi preciso muito mais, para personagens de ficção apaixonarem-se. E o mesmo passa-se demasiado na vida real. Mesmo assim. Uma coisa é atracção física ou o interesse duma relação supostamente mal vista pela sociedade. O proibido é sempre mais apelativo. Contudo, para haver amor é preciso algo mais. Ela é doce e querida, genericamente. Parece ser boa pessoa. Ele também o é, tem boa ligação com as filhas dela (para além de ser o melhor amigo do filho dela), é bom falante e talentoso. Dá para ver o desiquilíbrio, certo? Para além de que não têm nada em comum, salvo a forte ligação ao filho.

Me and Mrs Jones terá sido cancelado. Apenas tem uma temporada, de seis episódios, e acaba num cliffhanger. Percebe-se. Por muito que pareça uma coisa super divertida nesta imagem acima, não era uma série muito cómica. Divertida qb, sim, mas nada de risadas. Se vi tão rapidamente é porque: 1) é curta; 2) coincidiu ter um tipo bem fixe do Umbrella Academy, série cuja última temporada acabei de ver há pouco.

Tuesday, July 5, 2022

despachada: The Flash


Não, não foi cancelada. Não, não terminou ainda. Foi renovada e não tem fim à vista. Eu é que não consigo ver mais. Esta última temporada de Flash foi um sofrimento. O último episódio saiu há quase uma semana e forcei-me a vê-lo. Como todos os outros episódios, aliás. Está mau demais. Estragaram tudo.

O Arrowverse foi um grande projecto. Teve momentos óptimos. Eu cheguei a ter anos em que guardava tudo, todas as quatro séries, todos os episódios, e via de enfiada. Mais de 90 episódios vistos num par de semanas. Algumas vezes em menos tempo. E era bom. Fazia estes embaços com gosto. Tudo fazia sentido (dentro do género) e em momentos estavam todas ligadas. Acima de tudo, era possível seguir as story arcs, fossem da temporada ou de parte desta. Hoje em dia...

Eu percebo, foi demasiado tempo. Não havia mais para contar sem destruir o status quo. Houve conflito até haver harmonia. Agora é complicado fazer mais. E foi a ganância. Foi continuar com o que funcionava, com o que dá dinheiro. Só que o resultado final foi só triste. Foi sair dum bom projecto tornando-o péssimo. Há ainda factores externos a complicar. A CW está em venda, por isso ninguém quer investir recursos numa coisa que não terá muito mais para dar. Como tal terão maus argumentistas, imagino. Ainda hoje vi na net uma tipa a dizer que foi escritora dum episódio de Flash, sobre a speed force, mas que, até hoje, não tinha ideia do que era a speed force. É exemplificativo da parvoíce que tornou-se esta série.

Começou como algo divertido, emocionante, com personagens porreiros e um feel mais de banda desenhada do que é normal nestas séries. Acabou como uma idiotice sem qualquer originalidade, a repescar os mesmos vilões ou personagens do passado, sem piada alguma, sem consequências de maior. Personagens «morriam» só para voltar no mesmo episódio. Todos os personagens passavam de bons para maus da fita, e vice versa, sem qualquer justificação para tal. Não se sabe quem são os vilões, os heróis, ou qual o objectivos de qualquer um deles. Acontecem «coisas». Que coisas? Ninguém sabe. Não tinha nada. Rigorosamente nada.

É horrível terminar assim. A relação de muitos anos com um universo que deu-me muito, mas que deixou um travo tão amargo na boca. Em certo momento o Arrowverse foi um exemplo de como fazer boas adaptações televisivas de histórias de banda desenhada. Acabou por ser um exemplo de tudo o que não deve ser feito. E tenho pena que assim seja.

Obrigado mas adeus, que já vais tarde.

Friday, July 1, 2022

despachada: Marley's Ghosts


Em miúdo tive uma pequena panca pela Sarah Alexander. Tudo por causa do Coupling. Como não ter? A moça é bonita e engraçada, sendo ligeiramente mais velha que a minha pessoa. E não sei se já referi o Coupling, uma das minhas séries britânicas preferidas. Anos mais tarde vi-a ainda em duas outras boas séries: Green Wing e Smack the Pony. A última de sketches, com alguns que, só de pensar neles, ainda fazem-me rir.

Bons velhos tempos da SIC Radical...

Bem que a moça tentou dar o salto para Hollywood, mas não conseguiu. Eu deixei de ver tanta Bricom e afins (erro crasso, que tenho procurado corrigir nos últimos tempos), pelo que perdi-lhe um pouco o rasto. Há uns tempos lembrei-me dela, já não sei porquê, e IMDbei-a. Descobri este Marley's Ghosts, que tinha ainda o tipo fixe do Quatro Casamentos e um Funeral e do Sliding Doors.

Não sendo brilhante (está longe de ser o melhor trabalho de Alexander), tem algumas coisas engraçadas. Claramente não sabiam qual a direcção da série já que a primeira temporada tem apenas três episódios - sendo o último o melhor de toda a série e está uns bons níveis acima dos restantes, já agora - e no início da segunda temporada a personagem está a mudar-se para uma casa nova (em nada diferente da anterior), para além de ter uma irmã e uma sobrinha, não antes referidas.

Valeu para matar saudades da moça. E isto não fica por aqui, pois no futuro conto investir mais um pouco de tempo noutros projectos seus.

Thursday, June 30, 2022

filme do mês: Junho '22

Junho, mês de fim da Primavera (que tende a não ser muito minha amiga) e doutras coisas. Início de... Bem, de nada! Do Verão, sim, mas este vai ser comedido. Não acredito que, no futuro, haverá grandes referências ao Verão de '22. Tirando filmes, claro!

Procuremos simplificar estas minhas referências mensais em duas categorias:
- bons revisionamentos (People Places Things, How do You Know, The Greatest, Choke);
- bons novos visionamentos, seja por que motivo for (Fire Island, Hustle, Beavis and Butt-Head Do the Universe, Good Luck to You, Leo Grande).

E como destaque maior deveria ser Rogue One, mas não quero tornar óbvia a minha presente obsessão com Star Wars, pelo que a escolha deste mês recai sobre The Unbearable Weight of Massive Talent, um filme bem fixolas.


Wednesday, June 29, 2022

despachada: Y: The Last Man


Veio tarde e a más horas.

Gostei e continuo a gostar bastante da BD, na qual esta série baseou-se. Reli há pouco tempo, precisamente em preparação para a série. Apesar de estar algo datada e ter o problema de ser uma história cheia de mulheres, escrita por um homem, continua a ter pormenores muito bons.

Yorick é o «último homem na Terra». Vaughan pegou nesta velha máxima, com que alguns homens sonham e que muitas mulheres usam para acabar com quaisquer expectativas, para criar uma história dum universo pós-apocalíptico, em que, certo dia, todos os homens morrem. Quase todos. Como lidar com uma situação tão extrema, em que metade da população deixa de existir? Quando foi escrito a realidade é que havia muitas profissões feitas maioritariamente por homens. Eu sei. É uma frase controversa de se dizer, hoje em dia. Era um facto em algumas áreas. A verdade é essa. Por exemplo pilotos de aviões. Maior parte eram homens. E uma das coisas trágicas que aconteceram, no fatídico dia, foi que muitos aviões, com demasiadas pessoas a bordo, despenharam. Fosse onde fosse. Sobre cidades ou sobre o mar. Tendo em conta o número de aviões no ar que existem hoje em dia, isto é uma noção aterradora só por si.

Os dias seguintes... Não consigo conceber. Entre ter de lidar com os milhões de cadáveres, o luto, a tristeza, o choque, e o ter de continuar com certas coisas, em esforço e sem conhecimento, como é possível continuar? De repente é preciso fazer manutenção de centrais nucleares e eléctricas, é preciso transportar materiais necessários, manter supermercados e outros estabelecimentos abertos, entre tantas outras coisas que damos como garantidas. Não é a questão de serem coisas que só homens sabem fazer. Uma mulher pode fazer tudo o que um homem faz. Que fique bem claro. Não é isso. Imaginemos qualquer local de trabalho, onde há trabalho para dez pessoas. Mesmo que seja um local com sete mulheres e três homens. De repente há trabalho de dez para sete, que tem de ser feito. E essas sete mulheres estão a lidar com a perda drástica dos respectivos maridos, filhos, netos, sobrinhos, amigos, enteados, pais, avôs...

Sobre a série, creio que teve um azar tremendo com o timing. Primeiro porque já não faz sentido uma ideia em que se, de repente, os homens desaparecerem, as mulheres entram em pânico e só fazem m€rd@. Todas são mais que capazes de manter e continuar com a sociedade.

A mim, por exemplo, fez confusão a falta de comida. Há mulheres para transportar a comida em camiões, camionetas ou carros. Há mulheres com quintas, com empresas de produção alimentar. Há bancárias e informáticas para manter a parte dos pagamentos a funcionar. Nem que seja temporariamente, em estado de emergência. E se há comida, mesmo que rés vés, para homens e mulheres, então tem de haver comida para metade da população por algum tempo. Ainda há pouco tempo vi um vídeo em que um fazendeiro explicava que tinha um silo cheio de cebolas, que davam para o ano todo. Agora, cebolas apenas não chega para alimentar alguém durante muito tempo, mas como este exemplo haverá outros.

Segundo, o COVID lixou o sucesso que a série pudesse ter. Era um assunto demasiado próximo do que estávamos a viver. Caos numa sociedade. Quando estreou foi uma história demasiado próxima da realidade e o pessoal acusou o toque. Ainda devido ao adiamento da produção, os contratos com os actores entretanto terminavam e ficou caro demais renovar, tão cedo, com uma temporada que mal tinha saído e não tinha garantias de sucesso.

Por fim, sinto que houve alterações que pouco sentido fizeram, face à BD. É uma opinião apenas, mas a verdade é que demorámos a ter personagens por quem estivessemos a torcer. Quase todos eram irritantes ou idiotas, e uma crise a escala mundial não justificou todos os comportamentos ou decisões. Mais, quiseram manter a típica narrativa norte-americana, de ter episódios de encher e só ter verdadeira emoção ou conflito, em poucos momentos. O final é interessanto, por exemplo, mas demoraram demasiado tempo a chegar ali. O primeiro episódio agarra porque tem a grande cena a acontecer, mas depois disso são demasiados episódios morosos.

Foi pena. Fiquei excitado com a potencial da série, quando foi anunciada. Talvez estivesse fadada ao insucesso. Mais que uma sociedade sem homens. Teve azar com a pandemia no mundo real. Mesmo assim a execução deixou algo a desejar.

Wednesday, June 22, 2022

despachada: Obi-Wan Kenobi


Que coisa mai rica e bela! Obi-Wan foi uma belíssima montanha-russa de emoções. Tanto antes, como durante.

Quando Rogue One foi um sucesso, planos cedo surgiram para mais filmes do género, incluindo Han Solo, Boba Fett e, claro, para um dos maiores Jedi de sempre, o nosso velho Ben Kenobi. Solo lixou tudo e os demais projectos foram cancelados. Mas... Felizmente Mandalorian provou que séries Star War na Disney+ podem ter bastante sucesso (o baby Yoda provou isso, na verdade) e Boba e Kenobi voltaram a entrar na linha de montagem da Disney, desta feita em formato «vamos torturar os espectadores com apenas um episódio por semana».

Foi uma tortura maravilhosa. Para mim. Não quero saber dos críticos. Nem dos que dizem que não acrescenta nada, nem dos que decidiram simplesmente criticar a série porque tem uma personagem principal feminina e negra. P#t@ que os pariu para os últimos. Os primeiros até posso respeitar a opinião, mas não concordo. Eu quero ver que aconteceu entre os Episódios III e IV. Até porque McGregor como Obi-Wan foi uma das coisas geniais das prequelas.

Vou abordar as prequelas? Meh, porque não?

Fenómeno estranho este, de filmes criticados pelos adultos que os viram então, e louvados pelos adultos de agora, que os viram em miúdos. Faz todo o sentido, atenção. Deu-se agora para as prequelas e para os filmes do Spider-Man de Raimi. Eu vi-os com algum desdém, admito. Mas para os miúdos de então foram filmes incríveis. Já tinha acontecido o mesmo com o Episódio VI. Os adultos que adoraram o IV e o V odiaram os Ewoks, assim que os viram. Porque eram criaturas infantis, que baixavam o nível dum filme série de ficção científica. Eu adorei os Ewoks. Para mim, enquanto puto, eram espectaculares. Por causa dessa percepção inicial ainda os adoro, claro.

É isso que nos falta. É difícil, bem sei. Mas convém ver estas coisas com um pouco mais de olhar de criança. De forma inocente. Com alegria por estarmos a ver um pouco mais de algo que nos é especial. Adorei ver Obi-Wan Kenobi. A surpresa de ver coisas novas a acontecer. O medo que estas coisas viessem a estragar o que sabia vir a seguir. Mesmo sabendo, racionalmente, que esta malta não criaria plot holes tão grandes, sem mais nem menos. As batalhas entre Kenobi e Vader... Repetindo-me: que coisa mai rica e bela!

A m€rd@ agora é que não tenho muito mais de Star Wars para ver. Estou a ver a primeira temporada de Visions, mas será coisa curtinha e é a última que tinha para ver. Tenho de esperar por coisas novas...

Já estou com comichões e tremuras. Sinto que falta pouco para ver o bebé a andar no tecto. :\

Sunday, June 19, 2022

despachada: Landscappers


Não quero dizer mal, por respeito ao elenco principal, mas não consegui gostar muito desta mini-série. Nunca conseguiu agarrar-me, apesar de que mérito deva ser dado à forma como a história foi contada.

A «história» (ou talvez deva dizer-se «narração dos factos») foi contada de forma interessante. Muitos dos flashbacks são apresentados de forma criativa, com muita alusão à fantasia que passava pela cabeça dos dois personagens principais. Na realidade, o casal matou os pais dela e enterrou os corpos no jardim das traseiras. Daí o curioso nome da mini-série. Só foram apanhados, mais duma dezena de anos depois do crime, porque ficaram sem dinheiro e voltaram a Inglaterra. Queimaram cerca de 300 mil libras entre homicídio e captura. O que é fácil e precisa de algum esforço, ao mesmo tempo. É isto. Não é elaborado por aí além, por muito que prove, uma vez mais, que a realidade será sempre superior à ficção. Como é que os criadores tentaram tornar a coisa especial? Fazendo com que a mini-série vivesse na ilusão que o casal tinha na cabeça, na dúvida que procuraram criar. Até aos dias de hoje ambos apelam ser inocentes. Apesar de terem confessado. Mesmo assim têm convicção absoluta que não cometeram qualquer crime. Que foram obrigados, por força das circunstâncias, a matar os velhotes.

É uma bela ilusão. E muito bem foi apresentada. Não foi suficiente para mim, mas estou certo que não estarei na maioria, ou sequer com grande razão do meu lado.

Saturday, June 18, 2022

despachada: The Loudest Voice


Impressionante a atenção que foi dada ao palerma que criou a Fox News, entre outras «atrocidades» que fez. Se em Bombshell o ênfase foi dado às questões de assédio sexual no trabalho, aqui expande-se para o clima hostil que criava no trabalho (não só o assédio), mas também é-lhe dado crédito pela criação do canal «noticioso» e pela eleição de Trump. Agora, se esse crédito, dado pela série, é positivo ou negativo, ainda não consegui perceber.

Ailes era uma besta. Que não restem dúvidas. Agora, para quem foi feito o filme e esta série? Malta «de esquerda» sabe disso há tempo. Não precisa de objectos de ficção para perceber que era uma criatura vil, que muito mal fez a pessoas e à sociedade estado-unidense. Basta uma pequena pesquisa na Internet. Já a malta «de direita»... Os com olhos na cara também o sabem. Muitos não o suportavam, naturalmente. Os seguidores, os «cegos», esses não vão ver estas coisas e, mesmo que vissem, simplesmente diriam que são «fake news».

Logo, servirá o propósito de demonizar a criatura? Não era já claro? Não serve antes um outro propósito? De mostrar que, com pulso firme, o c@br@0 conseguiu criar um enorme canal de desinformação e pôr numa posição de poder um idiota, para além de mostrar como safou-se a cometer crimes contra as pessoas à volta, durante demasiado tempo. Fico na dúvida.

Tuesday, June 14, 2022

despachada: Roadkill


Sinto-me dividido.

Por um lado este tipo quer fazer mudanças. Quer ter poder para tomar decisões e, quiçá, melhorar as coisas para as pessoas. Para as que precisam. Não só os ricos. Por outro lado... É um tubarão. Sempre a nadar. Sempre a seguir em frente, com todo o lodo à volta. Não me refiro à política em geral, mas ao «lodo» que criou. Porque apesar de ter algumas boas intenções, não deixa de ser um político, a usar tudo à sua volta para atingir objectivos, para sobreviver. À custa doutros. Porque é um ser humano, com um passado repleto de erros e de abusos das pessoas mais próximas. Em especial a família, que é usada para dar-lhe um ar sério e responsável. Algo que nem sempre é a verdade.

Os fins justificam os meios? O bem de muitos é mais importante que o de alguns? É complicado. E o House faz um belo papel, para não variar, a confundir-nos.

Tuesday, June 7, 2022

despachada: M.O.D.O.K.


Percebo o que a malta do Bad Robot tentou fazer. É a mesma loucura que implementam no Robot Chicken, tendo um universo Marvel inteiro para brincar. E sim, é divertido, mas não leva a lado nenhum. Nada será canon, embora não seja isso o mais importante. Só refiro porque é algo que maior parte das pessoas comuns procura, hoje em dia. Sem estes, dificilmente conseguiria atingir níveis elevados de audiências. Mais, parece-me que chegou tarde ao Disney+. Foi produto Hulu e por demasiado tempo ficou por lá.

Tenho pena que parta, mas a verdade é que rapidadamente vou esquecer que existiu. Por muito que Oswalt tenha feito uma óptima interpretação da máquina mortífera que é M.O.D.O.K.