Tuesday, January 31, 2023

filme do mês: Janeiro '23

Que começo de ano tão fraquinho.

O início do mês foi bom. Do melhor que se pode querer, em boa verdade. Uma transição perfeita para um novo ano. Depois disso a coisa esmoreceu. Muito. Janeiro tende a ser um mês fraco, embora a tendência seja para melhorar. Mesmo assim. Não houve vontade. Houve outras prioridades. Não há muito para ver. Yadda yadda yadda... Chega de dizer sempre a mesma coisa! Se não tenho nada para dizer, nada devo dizer.

Destaco três filmes por motivos diferentes, mas todos são bom entretenimento (para além de Star Wars, claro): RRR (Rise Roar Revolt), Puss in Boots: The Last Wish e Shotgun Wedding. O destaque maior vai para um que, se ganhar um Oscar, desta feita até será merecido: The Banshees of Inisherin.

Saturday, January 28, 2023

despachada: Schitt's Creek


À terceira será de vez? Claro que não. É das séries preferidas da minha senhora. Eu também gosto bastante, embora não ao nível dela, de andar a ver vídeos YouTube dos melhores bocados, volta e meia, ou de usar constantemente GIFs da série. De qualquer modo, foi só mais uma vez que vimos. Tenho 100% de certeza que não será a última.

Assim, não vou «gastar o meu inglês». Até porque não há grande coisa a dizer. É uma boa série, com óptimas interpretações, cheia de coração e emoções várias. É tolo quando tem de ser. É hilariante em vários momentos. Tem um grande elenco. E as expressões faciais dos actores, em tantos momentos, é qualquer coisa só por si. A série vale pelos diálogos, mas tanto é não dito, porque basta olhar para as caras deles e perceber tudo. É um píncaro, por demais.

Não é um adeus. É até à próxima, Schitt's Creek.

Tuesday, January 17, 2023

despachada: Quantum Leap


Esta série tem várias particularidades. Comecemos pelo início. Tem um genérico gigantesco. É mesmo um absurdo. Como era sempre o caso para as séries deste período, bem sei. Se dúvidas houvesse sobre quando foi feita, o gerérico dissipa-as. Ou seja, até é uma coisa normal, dado o tempo em que foi feita. Destaco este ponto porque, tendo em conta que só têm dois actores no elenco principal, qual era a necessidade de tanta musiqueta e montagem apenas para anunciar apenas dois actores? Vamos para a acção mais rapidamente, caramba!

Depois, Sam Beckett (esse nome clássico) viaja atrás no tempo, mas só entre as décadas de 1940 e 1980. Não mais que isso. Faz parte do enredo. Supostamente é uma limitação da «ciência» descoberta pelo personagem, mas é apenas porque não há dinheiro para indumentária muito antiga em termos de produção dos episódios, como é óbvio. Há muitos mais exemplos de ficção científica em que dizem que é melhor nem viajar no tempo em que existimos, por problemas com paradoxos ou algo assim. Há uma base teórica científica (ênfase no «teórico», atenção). Eu é que não a sei.

E se até aqui eram questões de somenos, depois temos problemas de white savior e violação, mais a questão de que as pessoas cujas vidas ele ocupa não estão presentes em momentos de grandes alterações. Como será ter uma branca, adormecer solteiro, só para acordar casado, por exemplo? Explanando um pouco melhor, Sam ocupa o corpo doutras pessoas no passado. Há uma troca de mentes, por assim dizer. Sam ocupa o corpo de homens e mulheres, de idades e raças várias. Essas pessoas, por sua vez, ocupam o seu corpo no «futuro», passando o tempo numa sala de espera e recebendo pouca informação, enquanto um desconhecido resolve-lhes a vida. Por vezes são trocas curtas, mas nem sempre é assim. Sam vive as suas vidas por inteiro, durante este período. Faz os seus trabalhos, canta os seus concertos, participa nos seus jogos grandes e interage com amigos, família ou parceiros sexuais. Porque sim, Sam tem relações com algumas pessoas. Mulheres sempre, claro. As mais atraentes. Mesmo quando estava no corpo duma mulher casada, nem por isso havia beijinhos com o marido. Durante dias. Mas esqueçamos os preconceitos da década de 80, senão nunca mais daqui saímos. E, verdade seja dita, Quantum Leap tentou ser progressiva, no que lhes foi permitido. Só que a verdade é que o homem era um white savior que violava moças, fingindo ser outra pessoa. Isto chegou mesmo ao ponto dele ser pai duma rapariga, que passou a vida sem saber quem era o verdadeiro pai, para todos os efeitos. Essa parte, e outras, foram mega cringe.

Por fim, o final. Que não foi final porque a série foi cancelada sem grande pré-aviso. A equipa de produção terá ficado com azia e meteu um cartão final a lixar tudo. O personagem queria voltar a casa, ao seu tempo. Essa sempre foi a premissa base da série. Pelo meio fazia de anjo da guarda e rectificava problemas, de modo a melhorar a vida de muita gente. Esta última parte fez sempre. A principal não conseguiu. O cartão disse apenas «esqueçam, que ele nunca mais voltou a casa (porque os executivos são umas bestas e não percebem nada desta m€rd@!)». A segunda parte não estava no cartão, claro, mas subentende-se.

Posto tudo isto, Quantum Leap foi uma óptima companhia nos últimos tempos. Gostei da série quando a vi em miúdo. E não tenho problema algum em dizer que marcou o jovem moço que fui, assim como o adulto que vim a ser. Sim, aos olhos de hoje há muitos pontos problemáticos. Mas na altura procuraram quebrar algumas barreiras e abordar assuntos problemáticos. Sexismo, racismo, discriminação generalizada. Tudo resolvido de forma muito bonita, em quarenta e tal minutos, por uma pessoa, quase como se nunca tivessem existido problemas - à boa maneira americana da época. Sem dúvida. Fizeram muito e mudaram a sociedade? Fizeram algo. Fizeram o possível. E a mim abriram um pouco os olhos para alguns assuntos, na altura.

É uma série que marcou-me. A verdade é essa. E gostei de a rever. Aconselho malta nova ver? Claro que não. É super datado e não faz sentido. Já a nova versão (fizeram um reboot agora em 2022)... De certeza que não será boa, mas tenho muita curiosidade de ver como resolveram a questão moral de ocupar a vida doutras pessoas e fazer determinadas coisas. Muito curioso, mesmo.

Monday, January 9, 2023

despachada: Obi-Wan Kenobi


Depois de ver a série, pela primeira vez, vi aquele documentário que a Disney+ lança sempre agora, para os filmes e séries Marvel e Star Wars. Uma espécia de «making of» / «behind the scenes». É coisa para nerds com demasiado tempo livre. Sem dúvida. Mas neste... Bem, o McGregor estava a fazer-se ao piso para mais tudo o que fosse ele interpretar Obi-Wan. Acho que até participaria na sequela do Christmas Special, ainda que estivesse ao mesmo nível. Não sabia que ele gostava tanto de Star Wars. Quer dizer, se fosse eu seria o mesmo. Há aqueles universos que serão sempre o sonho de fan boys em fazer parte, mesmo para actores mega famosos (por terem «mergulhado» na retrete mais nojenta do universo).

Daí que até tenha ficado na dúvida se haveria algum plano para segunda temporada. Não acredito. Não acreditava e continuo a não acreditar. Não faz qualquer sentido. Fizeram um óptimo serviço de acrescentar à nonalogia com esta série. Não convém estragar. Agora, que o McGregor fez-me duvidar, com a sua paixão pelo personagem, lá isso fez.

Não há alterações ao que senti há seis meses. Continua a gostar bastante do que foi feito aqui, apesar de ter algumas coisas coladas a cuspo. Não quero saber. Aqueles confrontos entre Vader e Obi-Wan alimentam-me a alma. Fazem o Sol aparecer no dia mais encoberto. Fazem-me respirar melhor. Até quase passo a ter fé na humanidade.

Quase.

despachada: Living With Yourself


Não acabei de ver a série agora. Não houve qualquer anúncio de cancelamento. Aliás, na Internet ainda há muito sítio que diz que uma segunda temporada poderá acontecer. Só que devia estar a estudar Neerlandês, o que significa que estou a fazer coisas parvas como, por exemplo, correr a minha lista de séries e ver se há alguma que entretanto «deixou de existir».

À boa maneira da Netflix, esta série vivia no limbo. Em princípio não continuará - porque não foi um sucesso de maior, porque não há um enorme público a pedir a sua continuidade, porque continuar a pagar ao Paul Rudd será difícil, porque a agenda de toda a gente entretanto estará muito diferente -, mas convém não fechar portas. Para a Netflix será sempre bom ter mais conteúdos com alguém do nível de Rudd, mesmo que seja caro. Não quer isto dizer que farão grandes movimentações para continuar o projecto. Os tempos mudaram e os objectivos da Netflix não passam por ter este tipo de séries. Talvez se fosse a Apple ou a HBO. Muuuuuuito «talvez».

E a trampa é que este modelo não ajuda no legado que as séries deixam. Antigamente até podíamos ter uma série que não durasse muito tempo, mas seriam ali três ou quatro anos em que havia uma «presença». Uma pessoa conseguia associar o momento da sua vida com a existência duma série. «Epá, lembro-me perfeitamente. Foi grande companhia para mim, quando estava a estudar no estrangeiro / a terminar a minha relação / a chumbar Análise Matemática II pela quarta vez.» Eu não faço ideia onde estava quando vi a primeira temporada de Living With Yourself. E da série em si pouca memória tinha também. Vi umas imagens e houve coisas que voltaram. Gostei da série. Sei disso. A premissa era interessante e a dupla principal é óptima. E até há um momento que, volta e meia é referido na minha relação, o raio da menção constante da «credenza».

Vou lembrar-me de Living With Yourself mais alguma vez na vida, se não passar os olhos neste post, por acaso? Não. Claro que não. E por isso culpo a péssima gestão que a Netflix faz e dos demais serviços de streaming, que lançam (ou não) novas temporadas passado demasiado tempo.

Sunday, January 1, 2023

top dos filmes vistos em 2022

Comecemos por mudar o raio do título destes posts. Dá sempre a entender que são os melhores filmes lançados no ano (no caso, 2022) e nunca é isso. Passa a ser este título e espero não me esquecer para o ano. Outra coisa que preciso fazer é simplificar o processo. Porque esta porcaria demora mais tempo a fazer do que tenho para dar. Até ler os posts anteriores já demora demasiado tempo.

Logo, demos um passo atrás. Abaixo estão a lista dos melhores dos melhores filmes que vi este ano. Para mim. Sempre. Seja por que motivo for. Não vou incluir revisionamentos, porque se os revejo por algum motivo é. Irei um pouco além do que apenas listar os «Filmes do Mês». Porque poderá ter sido o melhor desse mês, mas não quer dizer que seja incrível. Fora isso, é uma lista e pronto.

De resto e, mais uma vez, procurando simplificar:
- Este ano a vida não deu a volta desejada e começa a ser preocupante. Aliás, foi isso que levou a ver demasiadas coisas. Basta olhar para o número de posts deste blogue, este ano, que é o maior dos últimos dez anos! Vi muita série.
- Começo a cimentar o meu envelhecimento e a rabujar demasiado com falta de qualidade a sair de Hollywood. Por todos os motivos e mais alguns deveria ver menos lixo, mas essa mudança será gradual. Ou talvez não.
- Porque 2023 trará uma grande novidade pequenita (pelo menos ao início). E essa sim, alterará os ritmos e tempos disponíveis.
- Nem tudo foi mau. Houve momentos muito em baixo, mas também algumas alegrias. E, desde que assim seja, está tudo bem. Mais que não seja, o Benfica ganhou mais vezes. 


Cá estão os ditos. Tomai-os como «recomendações», se quiserem. Estão aqui coisas bem boas.