Tuesday, April 30, 2019

filme do mês: Abril '19

Foi um mês que consegui ver bastantes coisas. Coisas diferentes do que andava a ver. Começou no estrangeiro, em pleno conforto, logo após uns dias de bastante trabalho. Vi uns quantos engraçados. Table 19 foi giro. Tully teve um óptimo twist final. Estranhamente gostei do Covenant. Instant Family trouxe uma lágrima ao olho. Dragon 3 foi um bom desfecho para a saga. Valerian é uma boa história de ficção científica/fantasia. Mas nenhum encheu as medidas. Esses foram Marvel (mesmo repetido) Shazam! ou Endgame, mas já não posso escolhê-los.

Tem de ser um. Apenas um. Escolha não é fácil. Em boa verdade deveria destacar canais do YouTube, que ajudaram a relembrar filmes vistos há muito. Foi a grande evolução este mês e é algo que mudará os meus visionamentos daqui para a frente.



Mas vá, que seja o Grinch, que surpreendeu e está bem feito.

Saturday, April 27, 2019

despachada: Santa Clarita Diet


Não há muito a dizer sobre esta série. É sobre zombies, sim. Mas, mais que isso, é sobre o quão divertida consegue ser Barrymore que, com uma data de gente engraçada à sua volta, todos a meterem-se em «peripécias», fazem uma narrativa gira. A série era fixe, atenção. Mas não há mesmo muito mais de registo.

O que fica é o revelado dos planos da Netflix. Que querem ter volume, que querem dominar o mercado, isso já sabia. O que não me era claro ainda eram os planos de cancelar maior parte das coisas até um máximo de três temporadas. Passo a explicar.

Li algures que a Netflix faz contratos razoáveis a três anos, com a promessa de aumentos substanciais no quarto ano. Isto permite-lhe ter até três temporadas duma série, com pessoal de renome, a preços acessíveis. Porque há uma promessa de ganhar muito mais, a certo momento. Se uma série provar ser um angariador massivo de utilizadores, então a Netflix continua a pagar a produção e renovam contratos. Se eles vêem que angariou as pessoas que conseguia angariar, então cancelam a série. Independentemente de boas críticas. Santa Clarita Diet até foi bem recebido pelos críticos, tendo um público que apreciava bastante a série. Não é isso que interessa à Netflix.

Orange is the New Black ou Stranger Things todos os anos continuam a trazer novos utilizadores. Logo, não interessa quanto custam, é para ir fazendo. Coisas como Santa Clarita ou Easy, trouxeram umas quantas pessoas, que entretanto consomem também outros conteúdos. Outros utilizadores que chegam, graças a outros chamarizes, têm nestas séries mais alguma coisa para ver. Passam de séries angariadoras para serem só volume dum catálogo diversificado.

O chato aqui é que nós, consumidores, assim como os criadores, não sabendo destes planos, vamos acabar sempre por ter uma história inacabada. O que é frustrante. Se a Netflix abrir o jogo, então os criadores podem preparar-se para um story arc de três anos. Se correr bem, criam novo story arc. Se não correr bem, ao menos todos temos um conteúdo que funciona só por si, sem ficar pendurado. Isto seria menos mal, mas não creio que as coisas venham a ser tão às claras assim.

Com a nova guerra pelo negócio streaming, vamos ter «canais» a prometer mundos e fundos, só para garantir conteúdo. E nós vamos levar com uma data de coisas que nunca chegarão a um fim digno.

Como este post, aliás.

Sunday, April 7, 2019

despachada: Crazy Ex-Girlfriend


Nos idos tempos de 2016 a série ganhou um Golden Globe. Preparei-me para reclamar, na altura. «Que porcaria de séries andam por aí a ser premiadas?», pensava eu. Ainda por cima um musical. «Onde anda esta gente com a cabeça? Quem ainda vê musicais?» Como gajo claramente ponderado que sou, decidi ver por que raios tinha isto ganho seja o que for.

Achei piada. Mesmo às músicas. No limite, mas até às músicas achei piada.

Fui assolado com uma onda de vergonha. Tornou-se o meu guilty pleasure, que não tinha como justificar. Não há nada na série que costumo gostar (tirando a protagonista meio tonta, com volumosos argumentos, cheia de problemas). Tive de investigar um pouco mais a série. Descubro algo que desculpabiliza-me, de certa forma. Bloom, a actriz principal, escreveu e participou no Robot Chicken, com as músicas, mas também com as vozes. OK! Menos mal. Ela vem duma escola de comédia que tem a ver comigo. Já não preciso enfiar-me num armário o resto da vida.

Independentemente de tudo isto, CE-G é inteligente em vários momentos. E tenta fazer algo diferente. Ganha também muito por ser genuíno, muito pessoal. Depois perde-se noutros momentos, em sintonia com a personagem principal, que não sabe o que quer, maior parte dos dias.

Um pouco como todos nós, não?

Thursday, April 4, 2019

despachada: You're the Worst


Durante os últimos anos disse, sempre que alguém perguntava (às vezes mesmo sem perguntarem), que as melhores coisas na televisão eram Superstore e esta série. Convenci alguns. Dentro desses uns poucos chegaram mesmo a agradecer a recomendação. Outros ficaram apenas chocados com a minha descrição das cenas brilhantes e que agarraram-me logo, do primeiro episódio.

You're the Worst era e continuará a ser das maiores mostras de amor e romantismo que alguma vez vi em cena. Mesmo com estas pessoas, todas elas, a serem literalmente os piores seres humanos que por aí andam. E a questão é essa. Por muito que fossem execráveis para qualquer outra pessoa, ou só mesmo genericamente, amavam profundamente os poucos que os toleravam e viam para além das suas usuais demonstrações de indecência. Foi muito bonito de se ver.

Para sempre ficará a cantilena, proferida por tantos nas belas manhã de Domingo.


Monday, April 1, 2019

despachada: Broad City


À boa maneira da comunicação feita sobre séries televisivas (para além do mundo machista em que vivemos), Broad City foi metido no mesmo pacote que Workaholics. Amigos(as) que fumam cenas e fazem coisas estúpidas. City é mais que isso. E é bastante melhor que Workaholics. Infelizmente só percebi isso mais tarde.

O meu raciocínio foi: «Estou a ver uma. Não vou ver outra coisa igual. Deixo uma terminar e depois vejo a outra. Assim posso prolongar o mesmo estilo algum tempo, enquanto vejo outros registos.» Sim, bem sei. É parvo... mas só tendo presente o que se sabe agora.

A minha moça melgou-me a cabeça até mais não para ver. Porque adorou a série. Porque era claramente para ela. Sempre lhe disse que aguardava que a série terminasse, para poder ver tudo. Comecei algures quando a última temporada começou. E isso permitiu-me ver os últimos episódios com ela. O que foi fixe.

Não sendo eu o público alvo de Broad City, gostei bastante do que estas duas moças inteligentes fizeram. Não é uma série de stoners, tira-se daí as ideias... embora tenho um pouco disso também. É uma narrativa mordaz e criativa, de duas moças da nova geração, que ainda terão muita coisa para dizer por aí.