Sunday, January 31, 2021

filme do mês: Janeiro'21

Foi um mês em que tentei fazer coisas, mas acabei sempre por «bater na trave» ou no «muro» que apareceu sempre. Como tal, foi mais um mês onde instalou-se a letargia e pouco ou nada fiz. Tirando ver filmes. Refugiei-me neste(s) mundo(s).

Não há assim tanto para ver, mas começam a sair cada vez mais coisas nos serviços de streaming. O futuro para aí avança, com ou sem pandemia. Atenção que não acho que os cinemas vão deixar de existir, embora acredite que começam a diminuir números novamente. Começou-se algo que não acredito que vá parar. O Netflix vai lançar pelo menos um filme novo por semana, este ano. Só aí são 52. E eles continuam a comprar filmes que deveriam ter ido para cinema em 2020. A HBO Max vai passar a lançar todos os filmes grandes ao mesmo tempo que saírem (ou não) nos cinemas. A Warner, detentora da HBO e detida por um conglomerado qualquer, quer deixar de ser um estúdio dos artistas e passar a ser um grande do streaming. E a Disney é a Disney. Vão disparar cada vez mais conteúdos para o Disney+, seja Marvel, Star Wars, Pixar ou o novo Star, que sairá no final de Fevereiro e terá os conteúdos mais adultos Fox, que a empresa comprou. Ou seja, mesmo fechados em casa, cada vez teremos mais coisas para ver.

Voltando à «vaca fria», vi algumas coisas de jeito, mas não tantas como deveria, tendo em conta os números. Comecei a ver alguns «filmes de Óscares», antes de saber que o raio da cerimónia mudou para Abril. Despachei coisas que tinha há demasiado tempo em lista. Vi muita coisa com a minha senhora, pois estamos entre embaços grandes de séries.

Neste mês faço referência a Photograph, Big Time Adolescence, In the Shadow of the Moon, Promising Young Woman e The Vast of Night (por serem bons); Shadow in the Cloud (por ser tão mau, que é bom); Finding 'OhanaVaiana, Pixie e Magic Camp (por serem divertidos), mais The Three Musketeers e Sky High (por serem clássicos, para além de divertidos). Destaco Spontaneous como filme do mês, por ter sido uma alegre surpresa.

Sunday, January 17, 2021

despachada: People of Earth


Não terminaram a história, o que é uma chatice. Pensava que já não se fazia disto. Quem é que cancela séries a meio da história? Voltámos aos anos 90?

Foi um projecto estranho. Parece ser mais um daqueles que saiem do SNL, mas desta feita com um tipo menos conhecido. Acredito mesmo que seja um dos escritores. Não desconfio do seu trabalho nessa área. Já a representação não é para ele, o que é particularmente grave quando é o personagem principal e quase todos os outros actores são infinitamente mais talentosos e são relegados para papéis secundários.

A premissa é engraçada. Um grupo de «maluquinhos» que acredita em alienígenas e que foram raptados em momentos da sua vida. Juntam-se num grupo terapêutico para lidar com o trauma. Acontece que o «malucos» afinal têm razão e existem mesmo alienígenas a raptar malta, para um qualquer propósito que acabamos por não descobrir, porque como referi, o raio da série foi cancelada antes de explicarem as coisas.

Tem uns momentos engraçados, mas não passa muito disso. Só irrita não saber para onde iam com a história.

Saturday, January 16, 2021

despachada: Boston Legal


Denny Crane

Essas são as duas palavras de ordem. A repetição dos nomes, em especial da estrela que não era a grande estrela do enredo (esse era Alan Shore), é a piada recorrente que agarrou e manteve maior parte dos fãs. Uma coisa tão simples como dizer um nome sempre que possível, mas o certo é que funciona. A coisa levava sempre a que estivessemos à espera que acontece, tendo aquela dose de endorfina a disparar quando acertávamos num momento de entrada. Denny Crane. E nem era só esse nome, sempre que se repetia o da empresa era um fartote, com cada personagem a dar-lhe o seu próprio toque pessoal. Mais ou menos irritado, mais ou menos sério.

O certo é que Crane, Poole & Schmidt era um sítio instável para se trabalhar. Na vida real, entenda-se. Na série era um sítio onde quase tudo era possível fazer, para os personagens principais. No nosso mundinho havia mudanças constantes de elenco, mesmo durante a própria temporada. Houve uma mudança quase completa da primeira para a segunda temporada, por exemplo. O elenco mudou sempre, de temporada para temporada, servindo um qualquer propósito de bastidores, mas nunca respeitando o conteúdo, em boa verdade. O mais ridículo é na última temporada, onde deixaram de tentar dar lugar a minorias, e todo o elenco são os que mais popularidade tinham (e menos tom de pele, qual coincidência).

Tirando esta parte, os processos legais eram absurdos. Havia casos a acontecer no próprio dia, só para ficar resolvido num episódio. Rigor inexistente em qualquer um deles, tudo em prol do drama. Pior, toda a gente naquele escritório (todos ricos e bem parecidos, atenção) era solteira, tirando os que acabam a andar uns com os outros, algo que durava apenas um par de episódios, só para dar aquele boost de audiências. E se se tornassem um casal, então lá saíam pela porta pequena, para dar lugar a alguém mais interessante (vulgo solteiro e bem parecido).

Denny Crane

Todos os processos eram ganhos não por apresentarem mais argumentos ou provas mas, maior parte das vezes, por fazerem discursos mais apaixonados que os outros. E, demasiadas vezes, falando de coisas maiores e inquestionavelmente erradas, só por terem uma relação, mesmo que marginal, com o crime. Qual era a cena do raio do salmão criado em quintas, afinal?

No fundo, é uma série tão realista como qualquer outra das de David E. Kelly (estou a olhar para ti, 90210). Tem é mais piada que as outras e faz um serviço notável de «quebrar a quarta parede». Dou-lhes todo o mérito nestes dois pontos. Ou seja, se procuram humor - em especial o politicamente incorrecto -, é um bom sítio. Se querem ver casos legais, vão para outras paragens.

Denny Crane

Tuesday, January 12, 2021

despachada: Timeless


Devo estar agradecido. Eu e os fãs da série. Timeless acabou por durar mais tempo do que seria expectável e, felizmente, conseguiu terminar a sua história. Muito mais apressadamente do que o previsto, mas ao menos não ficou pendurada, como muitas séries canceladas antes do seu tempo.

Acredito que Timeless seria caro demais. Falamos duma série sobre viagens no tempo, para vários pontos da história (norte-americana, claro). Implicava muita indumentária, atores secundários e extras, para além de vários cenários diferentes por episódio. Seria um orçamento apenas suportado por audiências ao nível de GoT ou Lost.

A realidade é que Timeless foi uma boa série, infelizmente fadada ao insucesso, devido à questão financeira. Alguém terá mesmo arranjado uma máquina do tempo, no futuro, mudado o «passado» e garantido que ao menos teria condições para terminar o enredo.

Parece-me uma óptima utilização para tamanha tecnologia.

Monday, January 11, 2021

despachada: Little Fires Everywhere


Será possível que acabei esta mini-série a odiar todas os personagens principais. Talvez odiasse também as secundárias. Confere que odeio algumas. Necessitaria talvez de saber mais um pouco sobre as restantes, suponho. Acredito que viesse a odiá-las também.

Faço notar que «odiar» toda a gente não é necessariamente mau. Uma boa série provoca emoções fortes. Sejam boas ou más. Mas isto foi um bocado levado ao extremo.

Começamos a mini-série com um incêndio grande. A premissa é a tradicional «quem é o culpado». Voltamos atrás no tempo para o descobrir, sendo levados na história por duas mães, uma delas supostamente «perfeita» e outra menos convencional. Ao longo dos episódios vamos descobrindo que ambas são horríveis e fazem mal aos respectivos filhos, apesar de acharem que tudo do melhor fazem. No fundo, fazem o melhor que conseguem. O que, neste caso, não é assim tanto. Ambas são egoístas e levam os seus interesses ao extremo. São seres humanos, claro. Mesmo há um ou dois momentos em que não há comiseração suficiente no mundo para aceitar determinadas decisões.

Pelo meio os respectivos filhos procuram o apoio da outra mãe, que consideram ser melhor que a que têm. Mais um erro. Até que no final tudo «explode» nesse magnífico espectáculo que é um grande incêndio.

A série é boa, atenção. As interpretações e interações entre as mães e algumas das outras personagens é notável. É só mais um daquelas casos em que, vendo de fora, achamos sempre que faríamos melhor, que somos melhores que o que vemos no ecrã. O que nem sempre é verdade.

Friday, January 1, 2021

top dos filmes do ano de 2020


Que ano tão... 

Não vou adiantar-me sobre o que vivemos este ano. Quem sou eu para falar de algo tão trágico? Até porque que poderei acrescentar? Dou apenas o exemplo simples, de pequeníssima importância: fui uma vez ao cinema. Uma apenas.

Foi um bocadinho antes de tudo fechar. Foi uma óptima experiência, com um dos filmes que mais gostei de ver este ano. Foi apenas uma vez. Podia ter ido mais uma ou outra. Não havia muitas boas opções, mas havia coisas que queria ver, quando as salas reabriram. Tive medo. A verdade é essa. Não quis arriscar. E sendo verdade que abdicar de ir ao cinema está longe de ser a pior cena deste ano (muito, mas muito longe), não deixa de ser sintomático para um dos maiores problemas que ainda vamos enfrentar: o fecho de muita coisa.

Quando (se?) tudo voltar à normalidade, vamos ter muito menos salas de cinema disponíveis, assim como muito menos imensas outras coisas. Muito sítio, de várias áreas, vai fechar. Lojas, restaurantes, etc. Muita gente ficará sem emprego. Foi, é e continuará a ser, tudo extremamente assustador.

Como sempre, em vários momentos refugiei-me em filmes. Atingi o objectivo mestre que são os 200 filmes por ano. Tive dois meses com média dum filme por dia (curiosamente Maio e Dezembro, o primeiro e último mês da minha «aventura» mais recente no «sítio do costume»). Revi muita coisa (o que foi bom quase sempre) e forcei-me a ver coisas de menor qualidade (o que não foi bom quase sempre), porque este ano houve muito menos filmes para ver. Os estúdios guardaram quase todas as «armas» para quando tudo voltasse à normalidade. Vendo a coisa pela positiva, se tudo correr mesmo bem, teremos um 2021 em grande, com uma data de blockbusters.

Outro positivo disto foi a evolução dos serviços de streaming, que permitiu-nos ver grandes estreias no conforto e segurança (acima de tudo) do nosso sofá. O Netflix está um monstro ainda maior, a comprar tudo o que não tem como sair no cinema, mas precisa de ser lançado, com previsão de saírem filmes novos todas as semanas de 2021. O Disney+ superou todas as expectativas e é a grande aposta da empresa, que perdeu muito com os parques de diversões fechados este tempo todo (não tenho pena da Disney, atenção; continuam a ter mais dinheiro que todos nós juntos; indico apenas a realidade do que aconteceu) e foi uma das minhas alegrias este ano. A Warner chegou tarde à festa, para não variar, e está a tomar passos arriscados, que podem fazer ou desfazer a empresa e o HBO Max, em boa verdade. Para além de muitos outros, que ganharam o seu espaço.

Tudo isto foi uma pequena alegria para mim, no meio de tanta tristeza. Sou um gajo que gosta de ver filmes e séries, mas que também é muito comodista. Se puder ter serviços em que apenas tenho de clicar num botão para ver novidades, então serei alguém bem feliz. Mas, como toda a gente, também tenho saudades de ir a sítios, em especial a salas de cinema. Como todos nós, espero poder voltar a fazê-lo em breve.

Chega então de deambulações inúteis. A lista do ano - sem qualquer ordem específica - segue abaixo. Faço apenas notar que não incluí revisionamentos de comic book movies da Marvel apenas para não esticar ainda mais a lista, apesar de, para mim, serem sempre todos eles «filmes do ano».

The FarewellWhere'd You Go, BernadetteGisaengchungJojo Rabbit e The Trial of the Chicago 7 (pelos «prémios»)
Little MonstersThe LovebirdsPalm SpringsThe Broken Hearts GalleryLove and MonstersBand AidThe Half of ItDating Amber e Every Day (pela diversão em dupla)
Birds of Prey: And the Fantabulous Emancipation of One Harley Quinn (único comic book movie da lista e a tal única ida ao cinema)
A League of Their Own, A Day At the Races, Go West, Working Girl, Scrooged, Big Business (revisionamentos felizes de clássicos)
AbominableRalph I e IICroods I e IIOnwardKlausSoul (pela «animação»)
Jumanji: The Next Level
Captive State
One Cut of the Dead
A Rainy Day in New York
The Gentlemen
The Personal History of David Copperfield
Ruth
Imagine Me & You (único revisionamento de não «clássico», presente nesta lista pelo especial que é para o EuVejoFilmes)
Noelle, The Christmas Chronicles I e II (exemplificativos do óptimo visionamento adequado à época festiva em questão)