À boa maneira da Netflix, esta série vivia no limbo. Em princípio não continuará - porque não foi um sucesso de maior, porque não há um enorme público a pedir a sua continuidade, porque continuar a pagar ao Paul Rudd será difícil, porque a agenda de toda a gente entretanto estará muito diferente -, mas convém não fechar portas. Para a Netflix será sempre bom ter mais conteúdos com alguém do nível de Rudd, mesmo que seja caro. Não quer isto dizer que farão grandes movimentações para continuar o projecto. Os tempos mudaram e os objectivos da Netflix não passam por ter este tipo de séries. Talvez se fosse a Apple ou a HBO. Muuuuuuito «talvez».
E a trampa é que este modelo não ajuda no legado que as séries deixam. Antigamente até podíamos ter uma série que não durasse muito tempo, mas seriam ali três ou quatro anos em que havia uma «presença». Uma pessoa conseguia associar o momento da sua vida com a existência duma série. «Epá, lembro-me perfeitamente. Foi grande companhia para mim, quando estava a estudar no estrangeiro / a terminar a minha relação / a chumbar Análise Matemática II pela quarta vez.» Eu não faço ideia onde estava quando vi a primeira temporada de Living With Yourself. E da série em si pouca memória tinha também. Vi umas imagens e houve coisas que voltaram. Gostei da série. Sei disso. A premissa era interessante e a dupla principal é óptima. E até há um momento que, volta e meia é referido na minha relação, o raio da menção constante da «credenza».
Vou lembrar-me de Living With Yourself mais alguma vez na vida, se não passar os olhos neste post, por acaso? Não. Claro que não. E por isso culpo a péssima gestão que a Netflix faz e dos demais serviços de streaming, que lançam (ou não) novas temporadas passado demasiado tempo.
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