Sunday, May 3, 2020

despachada: Band of Brothers


Weekend passes are canceled.

Para mim, é a frase que fica desta mui clássica série. Nos primeiros episódios é repetido até à exaustão, durante o período de treino. Pensa-se que na «parte da guerra» não será grande assunto. Errado. Ter o período de divertimento e descontração cancelado é quase um perigo tão presente como os próprios nazis.

A Segunda Guerra Mundial foi diferente de todas as outras, aos olhos dos criativos de Hollwood. Enquanto que em maior parte das guerras os homens são brutos, sanguinários, infantis (são miúdos, afinal), cheias de demasiado sexo e deboche, tanto quanto violência e homicídio, nesta Guerra específica os soldados são sempre dotados duma honra inabalável. São miúdos, vão «às meninas» à mesma, matam e morrem, mas é tudo com uma distinção notável, de quem tudo faz por uma causa maior. Mesmo frequentar prostitutas. «Não são maus rapazes. Têm é necessidades e precisam dum escape, pois estão a lutar pelo bem da humanidade.»

Há uma cena quando entram na Holanda, onde certas mulheres são despidas pela população em praça pública, sendo que é-lhes cortado o cabelo à força. Choram e tentam defender-se. É bastante violento, mas o público bate palmas. Porque são umas malandras que foram para a cama com Alemães, durante a ocupação. Então e depois dos Americano saírem? Estas mulheres serão vistas como heroínas pelas pequenas comunidades, pois dormiram com os «bons da fita»? Estou certo que estátuas existirão a honrar o que fizeram pela causa.

Mesmo a simples história do soldado que, durante uma batalha, teve um caso de ceguez histérica. Lamento, mas compreensão e solidariedade não é o que aconteceria durante uma guerra. Teriam duvidado e gritado com ele até a coisa passar, ou piorar substancialmente. Há demasiada inocência neste bando de homens.

Posto isto, é realmente uma bela série, com histórias notáveis. E foi melhor ver agora, passado algum tempo. Todos os jovens actores que aparecem aqui em início de carreira, conheço-os quase todos doutras andanças. Neste tipo de séries de guerra, os rapazes parecem-me sempre demasiado iguais e torna-se difícil reconhecê-los nas cenas ou até simplesmente saber quem é quem. Em Band of Brothers consegui reconhecê-los quase sempre. O que me leva ao ponto final que quero fazer.

Apesar do Michael Fassbender estar registado como tendo aparecido em sete episódios da série (que tem dez, no total), por vezes é mais difícil encontrá-lo do que ao raio do Wally, naqueles livros do demónio. E o ridículo é que, quando aparece mais, nos últimos episódios, tem o desplante de dizer que não fala alemão.

Ele nasceu no famigerado país, caramba!

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