Tuesday, June 24, 2008

petit homage

Morreu George Carlin, um dos melhores cómicos de todos os tempo.
Dizem por aí que há três referências no mundo do stand-up, Lenny Bruce, Richard Pryor e George Carlin.

Um dos espectáculos (não sei qual a tradução adequada para routine), o "Seven Dirty Words You Can't Say on Radio or Television", foi mesmo usado num processo judicial de censura na rádio.
Carlin usava muitas profanidades, muitas vezes, mas tudo para ir fazendo críticas à sociedade, com auxílio de muito humor negro.

Hoje em dia, Carlin ia fazendo pequenos papéis em filmes, aqui e ali, tendo mesmo sido usado recorrentemente nos filmes do meu mestre.

Thanks for the laughter, good sir.



I think it's the duty of the comedian to find out where the line is drawn and cross it deliberately. - George Carlin

Sunday, June 15, 2008

curioso

Sempre me impressionou a categoria de representação britânica.
Como em Portugal, o universo de actores e actrizes é relativamente limitado.
Claro que depois têm a grande diferença de meios, sendo que têm mais para um anúncio de tampões de 10 segundos do que nós temos para a maior produção cinematográfica nacional alguma vez feita!

Contudo, uma coisa que se pode ver na ficção inglesa é que os actores não são categorizados para um género específico. Actores cómicos poderão vir a fazer drama e vice-versa.
Isto não se vê em Hollywood. Especialmente se for para passar da comédia para o drama.
São poucos os que conseguem. O caso mais megalómano será o de Tom Hanks, que passou de fazer filmes como o Splash ou o grande Turner & Hootch para o sucesso de hoje em dia com o Philadelfia.

Isto veio à baila depois de ver o Skins.
Ver o Bill Bailey a fazer de homem das obras, homem da comunidade, bastante másculo - embora tenha um hobby de coreografias com o cão ao estilo square dancing! - pai de um jovem homossexual, mas extremamente compreensivo e protector do filho quando outros gandulos se metem com ele!... Epá, isto foi um bocado estranho.
Mas não é o único cómico lá enfiado.
Temos o Mark Heap, a Nina Wadia e o Harry Enfield.
Tudo muito peculiar, se bem que não é a primeira vez que acontece.

Em relação à série, só posso dizer: ainda bem que isto só tem duas temporadas!
A série não é má, tem alguns bons pormenores e uma muito boa banda sonora. Só que é daquelas em que tudo corre mal e isso a partir de certa altura começa a irritar.
Começamos pelo facto do grupo de adolescentes - personagens principais - ser o grupo mais improvável do mundo: o bonzão e a boazuda da escola, o geek virgem, um loirinho homossexual, um drogado looser, um muçulmano e uma moça de ascendência africana.
Depois, passamos por todos os clichés de after school special onde há álcool, drogas, sexo, gravidezes indesejadas, sexo com professoras, morte deste e daquele, morte de pais, abandono de pais, violência doméstica, anorexia, devaneios alucinogénicos e o ocasional atropelamento por autocarro.

Foi giro enquanto durou mas não se metam a fazer mais, por favor!

Friday, June 13, 2008

Entourage

Começo por explicar que vi apenas duas séries. E sigo adiantando que tal como no How i met your mother, o suposto protagonista da série parece ter sido um claro erro de casting.

Vince Chase, o tal suposto protagonista e supostamente a próxima grande estrela de Hollywood, faz-se sempre acompanhar por três amigos, que sustenta paulatinamente. Na verdade um dos amigos é irmão dele; outro é agente e o outro, bem, o outro anda por lá...

Mas o que não faz qualquer sentido é como é que pretendem que este tipo faça acreditar quem quer que seja que será o que for. Frágil e transparente na interpretação, a câmara parece fugir dele e só a custo se aguenta as suas diatribes estúpidas sobre se fará o filme de Cameron ou não.

Não quer contudo isto dizer que a série é desprovida de qualquer interesse. Na verdade, até se vê bastante bem. Em grande parte devido a alguns episódios dos amigos e irmão e, sobretudo, ao agente de Vince Chase que é, há já largos anos, dos melhores actores que Hollywood tem. Sozinho, leva a série às costas.

Esta série não deveria ser sobre Vince Chase. Esta série deveria sobre Ari Gold.

Wednesday, June 4, 2008

o que faz uma série ser boa?

A resposta mais fácil para este assunto é o enredo, a qualidade dos actores, os efeitos especiais ou, pura e simplesmente, a questão das audiências.

Serão séries como o Lost ou o Prison Break das melhores séries alguma vez feitas?!
O que é certo é que têm batido recordes de audiência e de lucro.
Só que estas séries precisam de um fim. Até acabarem não poderá ser feita uma boa avaliação.
O Prison Break (e atenção que ainda não vi) poderá vir a sofrer por isso mesmo, já que a esticada longevidade poderá ser um ponto contra mais do que a favor.

Então e séries como Desperate Housewives ou o House que, para todos os efeitos, não precisam de um fim, já que as suas histórias são bastante compactas?
Se qualquer uma destas séries for cancelada ou não for renovada (para além dos naturais tumultos), isto não terá qualquer impacto na avaliação final.
São, aliás, séries que são avaliadas à medida que vão dando.

Por onde passam os meus gostos?

Acima de tudo, é uma questão de identificação com as personagens e/ou a história.
O Lost puxa por mim a nível de magnitude da coisa, naturalmente.
E sou completamente doido por Stargate, isto a título de exemplo.
Mas são histórias onde dificilmente me poderei identificar.
Não me vejo a sobreviver a um desastre de avião (o mais provável era ser o primeiro a ser comido e não no bom sentido e nem seria necessário estar morto!) e lutar com alienígenas no espaço... ya, também não me vejo a fazer isso tão cedo! Mais que não seja porque não conseguiria tirar os dias no trabalho.

Só que depois há as séries que me marcam. Aquelas que verdadeiramente influenciam a minha vida a nível de entretenimento.
Séries com o That '70s Show, Mad About You, Simpsons/Family Guy ou mesmo Buffy.
Tudo por motivos diferentes.
O primeiro porque adorava/odiava passar os dias com os meus amigos, sem fazer nada mas a tentar fazer um pouco de tudo que era possível fazer.
O Mad pelo sentido de tentar procurar alguém assim, com quem quisesse partilhar tudo da minha vida.
A animação pelo gozo da coisa. Pelo ridículo e pela sátira da vida.
E a Buffy pelo humor. Não, não pelos vampiros e, infelizmente, não pelas moçoilas que dão porrada em vampiros.

O último exemplo é o Entourage.
Um palerma amigo meu andava doido com aquilo e lá tive que embaçar as quatro séries.
Aquilo é bom?
Não especialmente.
Mas o desejo de partilhar aquela vida com as pessoas mais importantes para ti.
O sentimento de camaradagem, apoio e cumplicidade fazem-te querer ser aqueles gajos.
O sentimento de aperfeiçoamento e participação numa arte que é importante para nós puxam por ti.
A mansão em Hollywood também ajuda, é bem verdade.

Moral da história é:
Como é que se pode dizer que uma série é boa ou não?
Isso cabe a cada um decidir.

Não critico ninguém pelos gostos que apresentam.
Mas o que é certo é que o pessoal tende a fazer isso um pouco.

PS - Gostava de conseguir identificar-me com o gajo do Californication, mas tenho consciência que nunca conseguiria ser assim tão romântico!