O Música no Coração está a dar!!!!!
Eu - como maior parte das pessoas que conheço - habituou-se a ver este filme a dar TODOS os Natais. Acho que foi mesmo o primeiro filme que despoletou a queixa usual "este filme está sempre a dar!".
Claro que não podia durar para sempre. Eventualmente os canais portugueses ganharam vergonha na cara e começaram a dar outras coisas.
Por um lado, tenho pena que não dê todos os anos.
Por outro, é bom que não dê, porque quando vejo aquela freira irritante às voltas sobre si mesma no topo da montanha... a criança dentro de mim não consegue não sorrir.
Eu gosto do Natal.
Não tenho qualquer problema em assumi-lo.
Gosto de comer a mesma coisa todos os anos. Gosto de ficar mal disposto de tanto comer. Gosto de passar dias em pijama, por casa, a vegetar em frente à televisão. Gosto de ser "obrigado" a ter que passar tempo com a famelga. Gosto de decorar a árvore. E gosto muito, mas muito mesmo, de passear pelas ruas.
Um frio dos diabos! Tanto frio que não consigo tirar as mãos dos bolsos. O desejo de ter SÓ MAIS UMA camada de roupa em cima. Por muito que esteja enchouriçado. Por muito que saiba que não fará diferença alguma.
Adoro passear pelas ruas à noite, iluminado por luzes de Natal, a ouvir as mesmas músicas de sempre em altifalantes ridículos. O entrar e sair em lojas à procura daquela prenda. A prenda que fará alguém sorrir.
Já não tenho a cena de receber prendas. Isso era quando era chavalo.
Hoje em dia curto mais dar. Não tenho muito jeito para a coisa, admito.
Mas quando conseguimos oferecer aquela prenda brutal... A coisa que não sabiam querer mas que quando se rasga o papel... A cena de ver as outras pessoas deliciadas com uma boa ideia. Aquela prenda.
O Natal não é prendas. Não é caos. Não é consumismo e obrigações.
É um espírito.
E continua a alegrar-me.
Muito.
Contudo, revelo aqui a inveracidade dum mito de Natal.
Pela primeira vez em muito tempo (acho mesmo que só o fiz uma vez, quando era puto, numa ida ao ACSAntos, aqui perto, com o meu pai) fui às compras no dia 24 de Dezembro.
Nos últimos anos, tive a sorte de estar acompanhado por uma pessoa muito inteligente, que puxava por mim para fazermos as compras cedo, procurando evitar a confusão comummente associada a esta época.
Este ano procastinei. Procastinei muito.
E, como tal, houve compras que ficaram para a última.
Todo eu era pânico, no dia anterior, na noite anterior e naquela manhã.
Ter que enfrentar a horde de gente nesta mesma missão.... arriscaria a dizer que será um dos círculos mais terríveis dos infernos.
Ainda a morrer de sono, lá fiz-me à rua e dirigi-me ao centro comercial aqui da terrinha.
Sabia o que queria comprar. Ao menos isso. Mesmo assim antevia uma missão complicadíssima.
Qual é o meu espanto quando em menos de meia hora despachei-me!
Arriscaria a dizer que foi a vez em que vi menos gente naquele sítio!!!
Ainda estupefacto com esta realidade, mas agradecendo a todos os santinhos pela minha boa fortuna, voltei ao domicílio apenas para ser confrontado com a possibilidade de ter que voltar ao exterior, a seguir a almoço. Para um retail park da moda, ainda por cima!!
Era agora. A primeira foi para levar-me a um falso sentido de segurança. Agora é que viria todo o caos.
Posso dizer que, se quisesse, teria todos os empregados (não eram poucos) a atender-me.
Que é que se passa aqui?!?!?!
Isto é Natal!?
Eu sei que estamos em crise mas há limites!!
Voltei a despachar-me rapidamente. Pouco depois das 14h estaria de volta à salvaguarda do lar, apenas para sair no dia seguinte, tradição em todo lado, quando procuramos fugir da família, apenas para passar demasiado tempo na noite fria, à procura de sítios abertos.
Entretanto, já ouvi relatos de situações calamitosas, mais ao final do dia. Descrições dantescas de multidões e embrulhos de prendas.
Não sei se acredito.
Parece-me que há uma grande conspiração aqui. Parece-me que esta teoria que fazer compras no dia 24 é o fim do mundo será apenas uma grande mentira. Para as pessoas que deixam tudo para a última poderem assustar o resto do pessoal, para poderem fazer as suas compras nas calmas.
O Natal estava a ser estranho.
Houve mesmo uma altura em que não parecia Natal.
Até que liguei a televisão e vi...
Lá estava a Julie Andrews.
E eu pensei "Cai! Cai, minha p#$%!!!".
E tudo estava bem no mundo.
É Natal!
Eu - como maior parte das pessoas que conheço - habituou-se a ver este filme a dar TODOS os Natais. Acho que foi mesmo o primeiro filme que despoletou a queixa usual "este filme está sempre a dar!".
Claro que não podia durar para sempre. Eventualmente os canais portugueses ganharam vergonha na cara e começaram a dar outras coisas.
Por um lado, tenho pena que não dê todos os anos.
Por outro, é bom que não dê, porque quando vejo aquela freira irritante às voltas sobre si mesma no topo da montanha... a criança dentro de mim não consegue não sorrir.
Eu gosto do Natal.
Não tenho qualquer problema em assumi-lo.
Gosto de comer a mesma coisa todos os anos. Gosto de ficar mal disposto de tanto comer. Gosto de passar dias em pijama, por casa, a vegetar em frente à televisão. Gosto de ser "obrigado" a ter que passar tempo com a famelga. Gosto de decorar a árvore. E gosto muito, mas muito mesmo, de passear pelas ruas.
Um frio dos diabos! Tanto frio que não consigo tirar as mãos dos bolsos. O desejo de ter SÓ MAIS UMA camada de roupa em cima. Por muito que esteja enchouriçado. Por muito que saiba que não fará diferença alguma.
Adoro passear pelas ruas à noite, iluminado por luzes de Natal, a ouvir as mesmas músicas de sempre em altifalantes ridículos. O entrar e sair em lojas à procura daquela prenda. A prenda que fará alguém sorrir.
Já não tenho a cena de receber prendas. Isso era quando era chavalo.
Hoje em dia curto mais dar. Não tenho muito jeito para a coisa, admito.
Mas quando conseguimos oferecer aquela prenda brutal... A coisa que não sabiam querer mas que quando se rasga o papel... A cena de ver as outras pessoas deliciadas com uma boa ideia. Aquela prenda.
O Natal não é prendas. Não é caos. Não é consumismo e obrigações.
É um espírito.
E continua a alegrar-me.
Muito.
Contudo, revelo aqui a inveracidade dum mito de Natal.
Pela primeira vez em muito tempo (acho mesmo que só o fiz uma vez, quando era puto, numa ida ao ACSAntos, aqui perto, com o meu pai) fui às compras no dia 24 de Dezembro.
Nos últimos anos, tive a sorte de estar acompanhado por uma pessoa muito inteligente, que puxava por mim para fazermos as compras cedo, procurando evitar a confusão comummente associada a esta época.
Este ano procastinei. Procastinei muito.
E, como tal, houve compras que ficaram para a última.
Todo eu era pânico, no dia anterior, na noite anterior e naquela manhã.
Ter que enfrentar a horde de gente nesta mesma missão.... arriscaria a dizer que será um dos círculos mais terríveis dos infernos.
Ainda a morrer de sono, lá fiz-me à rua e dirigi-me ao centro comercial aqui da terrinha.
Sabia o que queria comprar. Ao menos isso. Mesmo assim antevia uma missão complicadíssima.
Qual é o meu espanto quando em menos de meia hora despachei-me!
Arriscaria a dizer que foi a vez em que vi menos gente naquele sítio!!!
Ainda estupefacto com esta realidade, mas agradecendo a todos os santinhos pela minha boa fortuna, voltei ao domicílio apenas para ser confrontado com a possibilidade de ter que voltar ao exterior, a seguir a almoço. Para um retail park da moda, ainda por cima!!
Era agora. A primeira foi para levar-me a um falso sentido de segurança. Agora é que viria todo o caos.
Posso dizer que, se quisesse, teria todos os empregados (não eram poucos) a atender-me.
Que é que se passa aqui?!?!?!
Isto é Natal!?
Eu sei que estamos em crise mas há limites!!
Voltei a despachar-me rapidamente. Pouco depois das 14h estaria de volta à salvaguarda do lar, apenas para sair no dia seguinte, tradição em todo lado, quando procuramos fugir da família, apenas para passar demasiado tempo na noite fria, à procura de sítios abertos.
Entretanto, já ouvi relatos de situações calamitosas, mais ao final do dia. Descrições dantescas de multidões e embrulhos de prendas.
Não sei se acredito.
Parece-me que há uma grande conspiração aqui. Parece-me que esta teoria que fazer compras no dia 24 é o fim do mundo será apenas uma grande mentira. Para as pessoas que deixam tudo para a última poderem assustar o resto do pessoal, para poderem fazer as suas compras nas calmas.
O Natal estava a ser estranho.
Houve mesmo uma altura em que não parecia Natal.
Até que liguei a televisão e vi...
Lá estava a Julie Andrews.
E eu pensei "Cai! Cai, minha p#$%!!!".
E tudo estava bem no mundo.
É Natal!
No comments:
Post a Comment