Friday, July 31, 2020

filme do mês: Julho '20



Nada contra os tirinhos da Charlize (não é um eufemismo), mas tenho sempre um fraquinho por histórias românticas no reino da fantasia. O filme do mês é Palm Springs.

É irónico gostar de histórias de loops infinitos, apesar destas apenas repetirem-se?

Wednesday, July 22, 2020

despachada: Big Little Lies


Não sei se já deu para perceber, mas andamos um pouco obsecados com a HBO cá em casa.

Eu ando. A minha senhora ficará mais contente com uma qualquer nova série da moda da Netflix, a tornar famosos uns quantos pós-adolescentes a fazer de adolescentes. E não há nada de errado nisso, mas eu nesta fase estou mais numa de explorar o raio da «TV de qualidade» que a HBO andou a fazer durante anos. E que continua a fazer, já agora.

Big Little Lies não é publicidade enganosa. Percebo o hype. Percebo porque tem um elenco tão forte, cheio de nomes grandes. Percebo como maior parte delas terão saltado perante a oportunidade de participar nesta história, tão bem contada.

O único senão é... Para quê a segunda temporada? Para mim, foi gritante a diferença entre as duas. E atenção que não era nada fácil continuar. Tenho noção disso. A primeira temporada está muito bem contada. Com analepses e prolepses metidas em todos os melhores momentos, sempre a deixar-nos na expectativa de saber o que verdadeiramente aconteceu «naquela» fatídica noite. A segunda temporada é o lidar com as consequências. Não há propriamente grandes surpresas. Viveria bem só por si. Há talento a transbordar de cada cena e muita intensidade em cada representação.

Só que, por comparação...

Tuesday, July 14, 2020

despachada: Run


A vida é injusta.

É o que tenho a dizer sobre o cancelamento precoce desta série. As expectativas para mim eram elevadas. Óptimo elenco. Produção duma das mais promissoras (já realizadas, em boa verdade) vozes na escrita de séries. E uma premissa bem interesante.

Embora aqui possa estar a raíz do problema. A premissa é fixe. Um ex-casal tem uma regra, um plano de contingência. Se um mandar a message «Run» ao outro, e se este responder o mesmo, ambos partem numa viagem de comboio através dos EUA. Sem mais conversa, sem «rodriguinhos», sem pensar em consequências. Bora! O problema é... e depois? Não tanto as consequências. Sim, encontram-se, fazem o que ex-amantes têm de fazer.

Como é que isso é interesante para o público a médio prazo?

Terá sido aqui que a dita porca torceu o dito rabo. Inventaram uma história com personagens secundários agressivamente interventivos. E foi giro de se ver, mas eram demasiado notórias as pontas soltas. Houve demasiado a acontecer sob pressão. Pressão de mostrar mais do que um relacionamento antigo, duma tentativa de reatar esse relacionamento. Foi fácil estabelecermos uma ligação com personagens próximos de qualquer um de nós, mas também foi demasiado óbvio que foi um erro terem-se separado e não fazia sentido algum não voltarem a estar juntos. Como tal, tinha de haver conflito externo. E esse conflito não foi realista.

Talvez tenha sido excesso de confiança. Talvez não merecesse ser uma série sem fim à vista. Teria funcionado tão bem como uma temporada fechada.