A vida é injusta.
É o que tenho a dizer sobre o cancelamento precoce desta série. As expectativas para mim eram elevadas. Óptimo elenco. Produção duma das mais promissoras (já realizadas, em boa verdade) vozes na escrita de séries. E uma premissa bem interesante.
Embora aqui possa estar a raíz do problema. A premissa é fixe. Um ex-casal tem uma regra, um plano de contingência. Se um mandar a message «Run» ao outro, e se este responder o mesmo, ambos partem numa viagem de comboio através dos EUA. Sem mais conversa, sem «rodriguinhos», sem pensar em consequências.
Bora! O problema é... e depois? Não tanto as consequências. Sim, encontram-se, fazem o que ex-amantes têm de fazer.
Como é que isso é interesante para o público a médio prazo?
Terá sido aqui que a dita porca torceu o dito rabo. Inventaram uma história com personagens secundários agressivamente interventivos. E foi giro de se ver, mas eram demasiado notórias as pontas soltas. Houve demasiado a acontecer sob pressão. Pressão de mostrar mais do que um relacionamento antigo, duma tentativa de reatar esse relacionamento. Foi fácil estabelecermos uma ligação com personagens próximos de qualquer um de nós, mas também foi demasiado óbvio que foi um erro terem-se separado e não fazia sentido algum não voltarem a estar juntos. Como tal, tinha de haver conflito externo. E esse conflito não foi realista.
Talvez tenha sido excesso de confiança. Talvez não merecesse ser uma série sem fim à vista. Teria funcionado tão bem como uma temporada fechada.