Que fazem vocês, pessoas normais, com o vosso tempo?
Confesso que já não sei o que é «normalidade». Lembro-me que era possível fazer outras coisas que não ver filmes e séries. Lembro-me que até havia pouco tempo para estes divertimentos. Mas não sei porquê. Não sei com que preenchia os meus dias, que parecem longos e impossíveis de preencher, mas que depois desaparecem muito rápido, como a comida no meu prato. Estranha coisa esta, que chamam de «dia a dia».
Precisei de dois meses apenas para ver tantos filmes como no «pior» ano do blogue. Precisarei de apenas um pouco de tempo para ver mais do que no pior ano, espero eu. Não tenho qualquer pretensão de quebrar muitos mais recordes este ano, mas não deixa de ser um belo começo.
Sobre o que vi, num mês em que meti-me a ver obras duma parelha emblemática (o que abriu uma porta para filmes antigos e que poderá trazer-me mais desgosto que alegrias), destaco Teen Spirit e Willy's Wonderland (por serem tão maus, que são bons), Uncle Frank e Monsters (por serem bons no que tentam fazer), Locked Down (por ser uma história na realidade em que estamos), Barb and Star... (pelo bom ridículo), Brightburn (pelo assustador que é), Map Of Tiny Perfect Things (pelos detalhes) e See No Evil, Hear No Evil (porque ainda conseguiu fazer-me rir).
O «filme do mês», por ser uma bela história, é Little Fish.
Sunday, February 28, 2021
Friday, February 19, 2021
despachada: Godless
I was aiming for the other eye.
Premissa muito interessante. Para o espectador, entenda-se. Não para estas pobre pessoas. Uma povoação perdeu todos os homens num acidente na mina. Quase todos trabalhavam lá. Sobram uns donos de lojas mais velhotes e os xerifes. Para além das crianças e mulheres.
A restante população adapta-se. Um bordel já não faz tanto sentido existir, por exemplo. Ou melhor, algumas adaptam-se. Outras esperam que novos homens cheguem à povoação. Acontece que todas terão de arregaçar as mangas e pegar em armas e defender-se. Um bando de meliantes vem a caminho, prontos a levar tudo à frente, enquanto procuram o desertor que roubou-lhes o último saque.
Mini-série bem feita e com óptimos momentos, muito castiços. Quase faz pena que tenham deixado de fazer westerns.
Não faz nada. Westerns são horríveis e agora sim, definitivamente não há mais histórias para contar daquele tempo.
Friday, February 12, 2021
despachada: I Know This Much is True
Vimos o primeiro episódio. Precisámos dum pouco de tempo para digerir tudo o que se passou. A digestão não foi fácil. Demorou mais do que o expectável. No verdade, meses depois voltei só eu para ver o resto. E se pensava que o início era intenso, mal sabia o que me esperava.
É uma série cuja história e desenvolvimentos «pioram» de episódio para episódio. E falamos duma em que no primeiro episódio um dos personagens corta a própria mão. A partir daí é murro no estômago, atrás de murro no estômago. Não culminou num desenvimento que ambos previmos, felizmente. Por comparação com o resto, quase que se pode dizer que até acabou bem.
Não é o tipo de série ou história que procuro. Cada vez mais sinto-me melhor a ver coisas ou muito leves, ou escabrosamente miseráveis. Mas estas histórias têm a vantagem de nos fazer pensar «hey, ao menos a minha vida não é assim tão má».
Sunday, February 7, 2021
despachada: Looking for Alaska
Quem é que o John Green pensa que é para estar sempre a contar as mesmas histórias de dramas adolescentes, em cenários diferentes?
É um génio, é o que é. Não que sejam obras primas, mas é um nicho tremendo para fazer dinheiro, hoje em dia. Quem não teve a paixoneta inatingível adolescente? Quem não revoltou-se contra figuras parentais porque acreditava ter sempre a razão? Quem não teve fantasias de aventuras mais crescidas (não dessas... mas também, claro)? Quem não teve um desgosto nesta fase demasiado hormonal da vida, mais ou menos traumatizante?
São histórias que comunicam a todos nós.
E por «nós» entenda-se duma sociedada ocidental, classe média, maioritarimente caucasiana. Malta com guita agora. E com medo que a vida esteja a escapar-lhe, no fundo.
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