Tuesday, December 25, 2012

despachada: The Wonder Years


Tive duas séries marcantes no início da adolescência. Esta e Doug. Lembro-me de as ver nos sábados de manhã, na televisão só minha, acabadinha de ser oferecida. Recepção má. Ter que sair do quente da cama para orientar as antenas, enfiadas à pressão num cubículo dum simples armário, meio tortas. Havia uma posição para elas, que quase nunca variava, assim como havia uma posição para mim, dentro do quente da cama. Vista agora, The Wonder Years traz um misto de emoções. Por um lado é surpreendente a quantidade de coisas que acabei por aprender, e a maneira como cenas da série influenciaram a maneira como vejo certas coisas, certas relações. Tenho dois ou três momentos que ficaram na memória, mesmo sem saber enredo ou contexto. O murro no ombro do bully era a minha imagem da série. Mais que não seja há o saudosismo da altura em que a vi, não da altura em que se passa. Não faria sentido se assim não fosse. Por outro lado é mau ver a série agora, com uma frieza que cresceu de anos de ver séries a vulso, vendo numa altura em que já não é para a minha faixa etária, em que as mensagens morais já não são para mim. E é ver que Fred Savage era um actor horrível, que ainda por cima sofria do problema que advinha de ter um voz-off sempre presente: pausas longas, falas simples, sempre a dar espaço para o outro actor (não presente) entrar. O que é certo é que The Wonder Years teve uma data de gente a aparecer num ou outro episódio. Alguns em mais. Certo actores não foram a lado nenhum, como até é o caso de maior parte dos principais. Outros nomes como David Schimmer, Seth Green, Paula Marshall, Juliette Lewis, Carla Gugino, Giovanni Ribisi ou mesmo um muito, mas muito novo Kevin Bacon, acho que andam por aí, a fazer uma coisa ou outra. O próprio Savage, esse ainda tentou acabar com a maldição das crianças actores, mas limitou-se a conseguir fazer o Working. Teve duas temporadas. Ficam as memórias e a música maravilhosa do Cocker.

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