Sunday, May 31, 2020

filme do mês: Maio '20



No meio de nada que fazer em tempo de quarentena, passando para um regressar a ritmos menos desejáveis do passado, consegui despachar todos os filmes Irmãos Marx e pela saga X-Men, que deu-me mais gozo do que estava à espera.

Mesmo não sendo as melhores coisas, gosto mesmo de embaçar comic book movies. Acho que até se visse os DC movies estaria entretido.

Consegui ainda entreter-me com alguns bons buddy movies e até umas comédias românticas (género que a Netflix procura revitalizar a toda a força, mas só com uma geração específica em destaque). E até consegui ver em média um filme por dia, algo que não creio que se repitirá tão cedo.

Não há muito para ver hoje em dia, mas ainda é possível ver algumas coisas decentes. Dá algum alento, no meio do caos da vida real.

Destaque para Lovebirds, porque a dupla merece isso e muito mais.

Tuesday, May 19, 2020

despachada: The Last Dance


Não queria começar a ver antes de terminar. Estava aqui na lista, para ver no momento certo. Mas a pressão foi grande. O meu grupo de conversa semanal só falava nisto. E em todo o lado apareciam coisas. Nunca pensei ver o fenómeno de desmultiplicação de artigos, nos dias a seguir a saírem episódios, para um documentário!

E o impresssionante é isso mesmo. Será o documentário mais famoso do planeta, não? Até nisso o sacana do Jordan tinha de ser o melhor. Foi aburdo. Não gostava do Jordan. Não gosto de documentários. Mas Last Dance é espectacular e vê-se tão bem. Desde o primeiro segundo ficas agarrado e queres ver tudo de seguida. O que não só é possível, como é super fácil de fazer.

Porque é que foi tão incrível para mim? Não falo pelos outros, nem pelo sucesso mundial que teve. Para mim foi o acesso a mais informações. Muito mais do que nos chegou na altura. Por exemplo, tinha uma noção completamente errada da morte do pai dele. Em Portugal chegou-me a parte das intrigas e fofoquices. Até ver o documentário estava convencido que o Jordan tinha saído do jogo porque devia dinheiro a máfias que mataram o pai. Nada disso é verdade. É até bastante estúpido. Mas notícias sem polémica não tinham qualquer força para chegar ao resto do planeta. O que se queria e ainda quer hoje é sangue.

Percebi também que tive muito azar. A altura em que vi NBA foi quando os Bulls dominaram. A década de 90. Foi a única altura em que dominaram, aliás. E quando o Jordan esteve reformado pela primeira vez e a jogar (mal) beisebol, os Rockets ou os Spurs ganharam. Que trágico. Torcia por equipa que estiveram perto, mas não chegaram lá.

À partida foi a última vez que vi os Bulls de Jordan a dominar. A não ser que se lembrem de fazer filmes ou séries. Esperemos que não.

Monday, May 18, 2020

despachada: Schitt's Creek


Uma das séries mais badaladas nos últimos anos.

A comédia pura, inocente e familiar, está cada vez mais em desuso. Logo é difícil encontrar séries de boa qualidade nas listas anuais de premiados. Coitaditos não podem propriamente dar prémios ao Rick & Morty, apesar de ser hilariante e super inteligente. Daí que se diga que a comédia esteja a morrer um pouco. Ou, pelo menos, a transformar-se.

Contudo, há «sobreviventes».

Schitt's Creek tem algumas obscenidades mas é, no fundo, a história duma família. Uma família branca, rica, que perdeu tudo. Há tons de homossexualidade, bissexualidade e outras coisas no espectro, mas continua a ser a história dos que sobrevivem e prosperam no grande país que é a América. E isso faz com que, mesmo se não tivesse piada, seja uma presença garantida nas listas de nomeados dos grandes prémios.

Agora, independentemente de tudo isto, Schitt's Creek tem mesmo muita piada. É uma série engraçada. Tem um pouco menos de parvoíce do que pensava - há momentos mesmo bastante profundos e bonitos -, mas tem interpretações absolutamente divinais. Enalteço alguns dos personagens da terriola, que são deliciosos, mas o ponto máximo é a personagem de Catherine O'Hara. Não que a mulher precisasse, mas este papel é fabuloso e marcante numa carreira. Ainda não ganhou o Emmy, mas se não o ganha para o ano é só criminoso.

Foi uma excelente série para embaçar (com moderação) durante a fase final da quarentena.

Monday, May 11, 2020

despachada: Muppets Tonight


Mais uma que demorei demasiado tempo a acabar. São 22 episódios, mas acho que durou cerca de três ou quatro anos para «despachar».

Sou fã dos Marretas. Fiquei todo entusiasmado quando o novo filme foi um sucesso e quando soube que iam fazer nova série. Também fiquei super triste quando percebi que a série não era grande coisa e ia ser cancelada, e que o estúdio decidiu arruinar o sucesso do novo filme e dum possível franchise com uma trampa duma sequela.

Só que esta iteração de Muppets não foi mesmo fácil de digerir. Nem era muito má. A sequela cinematográfica recente foi pior, por exemplo. Mas o formato era muito igual. Era trazer uma estrela da altura para um episódio (ou várias, até) e fazer piadas com isso. Um variety show, à la SNL, mas com Marretas.

Tudo muito ideal, mas demasiado. Demasiado tudo. Demasiadas secas, musiquetas, referências de então (datadas, entenda-se), demasiados chistes físicos. Talvez se visse semanalmente fosse mais tolerável. Só que comecei a ver de enfiada uns quantos episódios, e depois tinha de fazer longas pausas entre visionamentos.

Uma coisa tenho de aceder. Seja em que formato for, toda a gente quer participar em coisas com os Marretas. Toda. A. Gente. É impressionante.

Sunday, May 10, 2020

despachada: Cybill


Cybill é o cromo que me faltava das séries mais antigas, criadas por Lorre. Para quem não sabe, o cavalheiro criou coisas como Dharma & Greg, Two and a Half Men ou Big Bang Theory. E, apesar de ser tudo muito igual, vi todas. Não tenho paciência para ver coisas novas. Ele tem três ou quatro séries a dar, neste momento, incluindo um spin-off do Big Bang. Mas eu já dei o suficiente para o peditório Lorre. Ele não precisa mais de mim.

Tinha Cybill para ver há algum tempo. E, sendo honesto, ando a vê-la se calhar há mais dum ano. Não, não é assim tão longa. São quatro temporadas de episódios de vinte e poucos minutos. Em situação normal, demoraria cerca de quatro/cinco dias a ver. Porque demorei assim tanto tempo?

Não, não é nada má. É formatada no mesmo registo de todas as outras que listei acima. É um registo cansado e que já não funciona tão bem para o público mais novo, mas eu ainda tenho alguma tolerância para a coisa. E poderá surpreender, mas Cybill teve Alan Ball a escrever para a série, por exemplo. Mais uma vez, para quem não sabe, Ball escreveu coisas como o Six Feet Under ou o American Beauty.

Mas, mais que tudo isto, Cybill tinha Cybill Sheperd que, para quem não se lembra, entrou na muito famosa (na altura) série Modelo e Detective. Série essa que lançou para a ribalta um jovem moçoilo de seu nome Bruce Willis. Admito que, enquanto miúdo, fiquei fixado foi em Willis. Era um gajo com piada, mas que se aguentava na acção. Esperto e mordaz, sempre às turras com a personagem de Sheperd. Chiça, ele era o John McClane!

Hoje em dia vejo que Sheperd não ficava aquém do companheiro de cena. Era uma mulher bonita, inteligente e com muita piada. Também canta, mas esse tipo de coisas não me impressiona. A não ser que façam uma versão musical do Assalto ao Arranha-Céus. Cybill trouxe muitas das qualidades de Sheperd ao de cima, aproveitando para mandar uma data de bicadas a Hollywood e à sociedade em geral. Especialmente na forma como as mulheres eram tratadas, na vida em geral e no trabalho em concreto.

Demorei a ver porque a série é repetitiva e usa todos os mesmos artifícios das outras séries Lorre. Não por falta de qualidade. Ou seja, se visse na altura em que saiu, com os olhos de hoje, teria apreciado muito mais e «despachado» muito mais rapidamente.

Thursday, May 7, 2020

despachada: Crashing


Phoebe Waller-Bridge é a nova grande cena. Uma daquelas vozes que Hollywood vai engolir e esmifrar até toda a gente dizer que afinal não era assim tão fixe. O certo é que, por enquanto, cá em casa somos fãs.

Crashing são seis episódios duma série britânica que até tinha pernas para continuar, mas que PW-B sempre disse que era uma coisa fechada. A série começa a grande velocidade. É sempre a despachar. (Porque, convenhamos, seis episódios de 20 minutos cada não é assim tanto para se poder contar o que seja.) Tem um conjunto de momentos bastante engraçados e teve um absolutamente hilariante lá pelo meio, que fez-nos rir a bom gargalhar. Até que nos apercebemos que estávamos a fazer demasiado barulho para as onze da noite.

Gostava que a moça fizesse mais coisas ao género disto e de Fleabag, mas parece que a estamos a perder para a acção. Alguém sabia que o guião do novo Bond é escrito por ela?

Brilliant.

Sunday, May 3, 2020

despachada: Band of Brothers


Weekend passes are canceled.

Para mim, é a frase que fica desta mui clássica série. Nos primeiros episódios é repetido até à exaustão, durante o período de treino. Pensa-se que na «parte da guerra» não será grande assunto. Errado. Ter o período de divertimento e descontração cancelado é quase um perigo tão presente como os próprios nazis.

A Segunda Guerra Mundial foi diferente de todas as outras, aos olhos dos criativos de Hollwood. Enquanto que em maior parte das guerras os homens são brutos, sanguinários, infantis (são miúdos, afinal), cheias de demasiado sexo e deboche, tanto quanto violência e homicídio, nesta Guerra específica os soldados são sempre dotados duma honra inabalável. São miúdos, vão «às meninas» à mesma, matam e morrem, mas é tudo com uma distinção notável, de quem tudo faz por uma causa maior. Mesmo frequentar prostitutas. «Não são maus rapazes. Têm é necessidades e precisam dum escape, pois estão a lutar pelo bem da humanidade.»

Há uma cena quando entram na Holanda, onde certas mulheres são despidas pela população em praça pública, sendo que é-lhes cortado o cabelo à força. Choram e tentam defender-se. É bastante violento, mas o público bate palmas. Porque são umas malandras que foram para a cama com Alemães, durante a ocupação. Então e depois dos Americano saírem? Estas mulheres serão vistas como heroínas pelas pequenas comunidades, pois dormiram com os «bons da fita»? Estou certo que estátuas existirão a honrar o que fizeram pela causa.

Mesmo a simples história do soldado que, durante uma batalha, teve um caso de ceguez histérica. Lamento, mas compreensão e solidariedade não é o que aconteceria durante uma guerra. Teriam duvidado e gritado com ele até a coisa passar, ou piorar substancialmente. Há demasiada inocência neste bando de homens.

Posto isto, é realmente uma bela série, com histórias notáveis. E foi melhor ver agora, passado algum tempo. Todos os jovens actores que aparecem aqui em início de carreira, conheço-os quase todos doutras andanças. Neste tipo de séries de guerra, os rapazes parecem-me sempre demasiado iguais e torna-se difícil reconhecê-los nas cenas ou até simplesmente saber quem é quem. Em Band of Brothers consegui reconhecê-los quase sempre. O que me leva ao ponto final que quero fazer.

Apesar do Michael Fassbender estar registado como tendo aparecido em sete episódios da série (que tem dez, no total), por vezes é mais difícil encontrá-lo do que ao raio do Wally, naqueles livros do demónio. E o ridículo é que, quando aparece mais, nos últimos episódios, tem o desplante de dizer que não fala alemão.

Ele nasceu no famigerado país, caramba!