Thursday, February 28, 2008

os heróis do século XXI

Christian Troy
Shane
Hank Moody

Para quem não os conhece, são conquistadores sexuais.
São também personagens de ficção televisiva.

Sempre houve galãs neste universo (nem vale a pena entrar no mundo que é o Bond, por exemplo).
O mais marcante, para mim, foi Sam Malone.
O Sam podia ter quem queria, mas era sempre ele que ficava maltratado com as mulheres.
A coisa era mais simples naquela altura. Não havia detalhes. O que se sabia era que qualquer mulher que entrasse naquele bar, invariavelmente iria para a cama com Sam.

Existirá alguma reticência em apelidá-los de heróis.
Não é como se andassem por aí a salvar donzelas ou matar dragões.
Só que são, para todos os efeitos, os personagens principais de algumas das mais populares séries de televisão correntes.
São o chamariz... um chamariz especialmente sexual - roçando o obsceno - para um público que já não se choca.

Christian Troy foi abandonado à nascença. Teve uma data de problemas na infância e usa o seu charme, estilo de vida e boa aparência para ir para a cama com qualquer mulher que ele digne merecedora. É assim que lida com os problemas de abandono maternal. Christian é, sem dúvida, o mais cruel dos três. O mais perverso e vil. É o melhor da série... aliás, é o que se aproveita da série. Tirando o fascínio que uma pessoa poderá ter por intervenções cirúrgicas - no caso, operações plásticas - o resto da série é desprovida de... qualidade, mesmo! Contudo, isso será assunto para outra altura.

Shane será a mulher mais respeitada pelos homens, pelo mundo fora.
A Shane tem pinta e qualquer mulher, seja ou não lésbica, deseja-a imediatamente.
Em comum com Cristian há a história de serem abandonados, enquanto crianças e infâncias consequentemente terríveis.
No entanto, Shane será a que se aproxima mais do velho Malone. Shane ama as mulheres incondicionalmente, nem que seja só por 10m. Ama-as a todas e será isso que complica a coisa.

Hank foi a minha última descoberta. O nosso Mulder está crescidito e muito saído da casca.
Hank usa o sexo como forma de passar o tempo, misturado com uma espécie de auto-mutilação, usando ainda esta poderosa ferramenta como forma de vingança.
Hank foi feliz e fiel com a mulher da vida dele, tendo mesmo acrescido a este duo, uma filha. Por negligência perdeu o seu paraíso. Como tal, decidiu afogar as mágoas in a river of pussy. Nada sério. Tudo passageiro. Deboche só porque sim, com um toque de tragico-cómico.

Porque é que, apesar de tudo, estes personagens são tão cativantes?
Porque invariavelmente, por muito sexo que possam ter, eles querem o mesmo que maior parte de nós.
Amor, carinho, afecto.
Acima de tudo, todos anseiam ter uma família. Alguém que os ame incondicionalmente.
Esse é o ponto em comum, com o público em geral.

Feitos "heróicos":
Cristian - Há o caso do saco de papel. Esse será a pérola. O problema é que é de difícil descrição, aqui. É basicamente ser o mais ca#$ã% possível e, mesmo assim, ficar por cima. Exequo (para alguns), temos o episódio da mãe e da filha ao mesmo tempo. Não é coisa que me fascine mas é de louvar o empreendimento.
Shane - Há muitos episódios. O melhor será o último. Shane foi a um casamento e conseguiu estar com duas damas de honor, a noiva (claro) e a mãe da noiva! Mais hilariante foi acabar o episódio com as quatro mulheres a correrem atrás de Shane, enquanto esta fugia no primeiro carro que apareceu.
Hank - Na primeira cena da série, temos Hank a entrar numa igreja para queixar-se ao JC na cruz. Estava com uma crise existencial e queria reclamar. Acaba por lamuriar-se também a uma freira. Esta, em vez de recomendar a penitência do costume - avés marias e tudo mais - mandou-se com a solução de um felácio. Parece-me bem. É um sonho, é verdade. Não deixa de ser uma boa maneira de começar uma série.

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