Tuesday, July 31, 2012

despachada: Grace Under Fire


O Chuck Lorre tem uma apetência não só para criar séries de sucesso, como para armar brigas com as respectivas estrelas. Em defesa de Lorre, tanto Charlie Sheen (Two & a Half Men) como Bret Butler (aqui do Grace Under Fire) já provaram ser pessoas que não jogam com as cartas todas do baralho. Tudo menos em defesa de Lorre, eles ficaram malucos precisamente depois do estrelato (entenda-se «rios de dinheiro») que estas séries proporcionaram. Muito antes do disparo de Sheen o ano passado, Butler conseguiu expulsar Lorre do processo criativo de Grace Under Fire, uma série que não teve muito sucesso cá, mas que era bastante apelativa aos americanos do sul. GUF, como T&aHM ou mesmo o Big Bang Theory, funcionam porque falam para determinados segmentos, porque têm uma dinâmica divertida de grupo e porque tocam sempre em assuntos comuns a maior parte das pessoas: sexo, pobreza, família, trabalho, relações e sexo. Serão básicas, sim, mas sempre entretenimento agradável de se ver. «Give the people what they want» será a máxima de Lorre. E GUF não é excepção. Eu gostava de ver na TVI, há muitos anos atrás, enquanto miúdo. Butler tem piada. E dois ou três personagens da série eram hilariantes. Visto como um bolo, tudo de enfiada, e não numa rotina semanal, GUF apresenta buracos de história e incongruências de comportamento, o que estraga não só a série como os personagens. E dá para ver também os pontos em que Butler começou a enlouquecer. A partir de certa altura a série a perdeu-se um pouco. Mais que não seja temos o exemplo flagrante da actriz que interpretava a melhor amiga de Butler. Ela não aparece na última temporada porque já não aguentava com os problemas que vinham do vício de Butler em drogas para as dores de costas. Acho que tornou-se mesmo um mau ambiente de trabalho, naquele set. Tudo à custa da diva que sim, enlouqueceu mesmo. Ela lá largou as drogas mas acabou por largar também a carreira de sucesso, não tanto por opção. Pelo meio começou a falar com espíritos e ficou «doente de magra». A sério. Ela tem um ar esquisito à brava e fala da questão dos espíritos com aquele olhar perdido, digno dos melhores maluquinhos. É pena, porque como cómica era muito boa.

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