Monday, May 31, 2021

filme do mês: Maio '21

Qual é o filme do mês? Devia ser o que tem um tigre albino zombie, certo? Errado! É o que tem a Alexis Bleh! E tudo acontece pelos motivos errados. O mundo está virado do avesso. Nem é uma questão de «será que o mundo vai acabar». Não. É: «o mundo tem de acabar!»

Vi mais um filme que em Abril. Sinal positivo. Vi as coisas muito a espaços. Ou seja, tive dias a ver vários, só para compensar os vários outros dias em que não vi nenhum. Sinal menos positivo. Os números continuam dentro do aceitável. Continuo a ver ou rever coisas fixes, a explorar catálogo de serviços de streaming, mesmo que continue a ver demasiado lixo.

Sinal mais este mês para It, Ruthless People, Mystery, Alaska, A Mãe é Que Sabe, Unpregnant e Plan B, mas o filme do mês é mesmo Post Grad, pelo mundo de pernas para o ar.


Sunday, May 30, 2021

despachada: Shrill


Uma série moderna. Podemos dizer isso. Diversidade. Quebrar com estereótipos visuais. E, acima de tudo, ter em cena personagens falíveis.

Confesso que odiei a personagem principal em vários momentos. A moça foi egoísta, manipuladora, parva ou, por vezes, apenas e só muito tola. Mas depois lá vinha a redenção. E ela explicava-se e percebia-se que as suas acções vêm de traumas e frustrações. Somos todos assim, certo? Eu sei que tenho reacções muito parvas, a quente, que arrependo-me e procuro mitigar. Nem sempre consigo. Seria mais fácil evitar. Só que quase sempre é algo impossível no momento.

Ou seja, Shrill tem personagens «reais». Agora, é mesmo isso que se quer em ficção?

despachada: Shameless


People say "you can't drink your troubles away". I say "you're just not drinking enough". - Frank Galagher

Não deveria ter esperado um final feliz. Esse nunca foi o objectivo da série. Shameless lembrou-me muitas vezes o Party of Five. Independentemente do que fizessem, tudo corria mal, em prol da história. Convenhamos que essa premissa cansou facilmente no PoF. Aqui correu esse risco, só que era disfarçado com sexo (muito), narcóticos (variados), álcool (para todos), um qualquer crime (maior ou menor) ou muita violência (moderada). E uma pessoa ficava agarrada mais um bocado, qual droga de eleição.

Frank é um péssimo exemplo. Para tudo. As suas crianças vivem traumatizadas a vida toda. E é também por causa disso que nunca conseguem viver bem, ou pelo menos melhor. Porque estes traumas impedem-nas de tomar as melhores decisões.

É o caso de Lip, o mais inteligente de todos, mais inteligente que maior parte das pessoas, mas nunca conseguiu afastar-se do buraco para poder fazer algo da vida. Ele e todos vêem a coisa como sendo nobre. Não abandonou a família. Mas isso é estúpido por demais. Se ele tem seguido a carreira que se previa podia ter ganho o suficiente para ajudar todos. Não foi essa a decisão e, como tal, passou todas as temporadas a cometer erros atrás de erros.

Para mim for o exemplo mais flagrante. Mas são todos iguais. Protegem a família a todo o custo, mas depois não se ouvem uns ao outros e são incapazes de trabalhar em conjunto. A família é a coisa mais importante para qualquer um deles, mas também a fonte de todo o mal nas suas vidas, qual vício nefasto.

Era uma «casa a arder». Tudo e todos, vizinhos incluídos. Mas admito que foi um bonito espectáculo de se ver, durante mais duma década.

Saturday, May 22, 2021

despachada: The Flash


Mais uma que tardou, mas foi. Andava a ver esta série há um bom par de anos. Não é que seja má, atenção. Mesmo para hoje em dia. Sim, tem coisas muito datadas, mas não é pior que uma Batwoman ou mesmo alguns momentos mais chatos de Arrow. Em termos de histórias, emoção e até alguma atenção ao material de origem, este Flash está ao nível dos melhores. Então porque durou apenas uma temporada? Acredito que fosse cara, com os efeitos especiais, mesmo sendo básicos. Mas mais que isso acredito que tenha sido feita cedo demais, muito antes desta boa geek trend que estamos a viver.

Lembro-me bem de ter visto isto em miúdo. E de ter gostado. Como gostei de rever agora. Só que este estilo antigo de contar histórias, ainda para mais sem continuidade alguma, já não é para mim. Custa-me ver. Daí que tenha demorado tanto tempo, com um episódio ou dois aqui e ali, entre muitas outras coisas.

Foi engraçado ver actores como Paula Marshall, Angela Bassett, Bryan Cranston, Gloria Reuben, muito novinhos. Para além do aqui já famoso Mark Hamill, que foi magistral como Trickster. Para além disso, é de destacar que a série era muito preenchida com cenas banais, postas em alta velocidade. Implica que o actor que faz de Flash passou muito tempo a fazer a cama, limpar a casa, lavar a loiça, arrumar esta ou aquela sala, etc. O actor terá pensado que chegou ao ponto alto na carreira, ao ser contratado para uma série grande de TV e, no fundo, afinal passou o tempo quase todo a fazer tarefas domésticas.

Não serei o único a guardar boas recordações de The Flash. Maior parte do elenco já apareceu ou aparece regularmente na nova versão do scarlet speedster da DC. Até a música do genérico facilmente fica na memória.

despachada: Eureka


À custa de Warehouse 13 descobri que Eureka existia. Deveria ter sido ao contrário, já que W13 é spin off desta série. O registo é o mesmo. Humor e algumas fórmulas (estou a ser simpático, só há uma fórmula). Uma data de fantasia em supostas tecnologias avançadas que existem na pequena povoação de Eureka. Não deixa de ser um mundo bem mais interessante.

Sim, a série repetia-se, de episódio para episódio. Pelo meio tínhamos alguns acontecimentos maiores, que baralhavam um pouco. Mas era sempre a mesma coisa. Não me incomodava por aí além. Desde que funcione, por mim siga. A verdade é que não será uma boa série para embaçar, por muito que seja fácil fazê-lo.

Podiam ter diversificado de forma muito simples: não ser sempre o Carter a resolver tudo, na sua forma atabalhoada. Mas então qual seria a piada, ?

Monday, May 17, 2021

despachada: Schitt's Creek


Voltámos a ver porque ficou disponível num serviço de TV / streaming nacional. Não vimos só por isso. A série é realmente muito boa. Não tem propriamente grande diversidade no elenco, mas tem personagens fortes femininas e toca numa data de assuntos que, há uns anos atrás, teriam sido particulamente controversos. Felizmente hoje só «ofendem» quem não interessa.

Todos os personagens são geniais. O do pai talvez seja o menos genial, mas apenas e só porque o Levy pai já faz este papel há uns anos. Não preciso, ou não precisam, que volte a falar de Catherine O'Hara ou do Levy filho, ou mesmo da moça que faz de filha. Todos eles já foram louvados e laureados por tudo e por todos. Desta feita, quem impressionou-me mais foi a actriz que faz de Jocelyn. Especialmente ao início é uma personagem deliciosa, com pormenores grandes, que me fizeram rir bastante.

Se depender da minha senhora, acho que vamos andar a ver Schitt's Creek com mais regularidade do que seria de esperar. Não será coisa que me custará muito a fazer.

Thursday, May 13, 2021

despachada: Friday Night Dinner


Começo difícil. Os primeiros episódios são super repetitivos, sempre com as mesmas piadas, as mesmas expressões. Cada episódio era um chorrilho de chatchfrases. Só que o truque residia aí. Após este estabelecer das personagens, marteladas em dois ou três episódios, começou então o caos.

E que caos foi.

Cada jantar de sexta à noite trazia um novo absoluto disparate, seja com a avó, com ex-amigos de faculdade, uma actividade, ou uma fêmea... quero dizer, uma namorada. E sempre, mas sempre, com o magnífico vizinho a aparecer.

Jim, com o seu cão (fera) Wilson, é dos personagens mais incríveis que tenho visto, que vi nos últimos tempos, que talvez alguma vez tenha visto. Um ser completamente alucinado, cheio de medo do doce cão, que fazia sempre todas as tropelias fora de câmara. Embora quando outros o vissem fosse o mais civilizado possível. Todos os momentos com Jim eram especiais. Para o fim, quando aparecia, eu começava logo a rir.

Gostei muito de FND. Só espero que não se lembrem de fazer uma versão americana. Seria parvo. Não sei se continuará. Imagino que não. À boa maneira britânica tinha sempre pausas demasiado grandes, também muito porque os intérpretes iam crescendo na carreira e tendo menos tempo para esta série. É o caso do pai, que começou a fazer séries de maior nível, a ganhar mais destaque. Infelizmente o cavalheiro faleceu recentemente, pelo que será de acreditar que efectivamente a série não continuará. Ainda ninguém o disse. Convenhamos que não é o que se quer falar logo após um falecimento.

Uma realidade triste, para contrastar com uma série muito engraçada.