Tuesday, May 31, 2022

filme do mês: Maio '22

Para mim, 20 filmes vistos por mês é uma óptima média. Mas não foi fácil chegar a este número. Por óptimos motivos, dado que tive o prazer de contar com a presença dum bom amigo aqui em casa, durante uns dias. E também porque meti na cabeça que este mês só ia ver filmes recentes. Nada de revisionamentos ou repescar coisas antigas que não vi então.

Por nada! Foi daquelas parvoíces que meto na cabeça. É sempre bom ter objectivos, mas como eu não faço questão de os ter, porque sei que maior parte das vezes (ou mesmo todas) vou falhar, agarro-me a coisa simples e fáceis. Ou melhor, «fáceis». Porque eu, nos últimos anos, tenho visto muita coisa. Não há assim tantos por ver. Que sejam decentes, claro. Há sempre a possibilidade de ver os 70 filmes que Willis pôs-se a fazer, antes de ser obrigado a retirar-se. E também porque o início do ano foi um marasmo, em termos de novos lançamentos. Os estúdios claramente guardaram-se para o Verão. Historicamente é sempre assim. O Inverno pós-Natal não tem muitas novidades há anos. Os números a isso ajudam. A malta começa a ir ao cinema com melhor tempo. Se está frio ficamos em casa, em frente à TV. Logo, o Verão é quando há o bolo grande. Mas sinto que nos anos pré-pandemia, apesar de tudo, iam saindo logo coisas grandes a partir de final de Março, ou Abril. Este ano foi mais notório que os estúdios não quiseram arriscar ter mais problemas com a pandemia, e só meteram o pé no acelerador este mês passado.

E realmente saiu muita coisa. Eu comecei logo a ver o que sairam. Decidi depois continuar a tendência até final do mês. Assim, vi coisas engraçadas, por um motivo ou outro, como Crush, Ambulance, Lost City, Senior Year, Chip 'n Dale: Rescue Rangers, Jackass 4.5 ou Marvelous and the Black Hole. O destaque maior vai para o filme que muito prometia, conseguindo cumprir em grande: Everything Everywhere All at Once.

Tuesday, May 17, 2022

despachada: Pam & Tommy


Poder-se-ia pensar que é a história da sex tape mais famosa de sempre, e como esta mudou muita coisa no mundo. Também é, mas é muito mais uma história de amor, dum par perfeito um para o outro, que poderia ter sido muito feliz, não fosse o mundo ser um sítio nojento. É isso que fica, no final. Pam e Tommy gostavam tanto um do outro que, ao final de quatro dias, estavam casados. Poder-se-á dizer que foi impulsivo, mas o casal sabia o que queria e não tiveram receio de dar o passo. Essa é a parte mais complicada para maior parte de nós

Ambos estavam numa espécie de auge. O Tommy mais em final de carreira musical, é certo, mas ainda bem conhecido e com o capital para fazer o que lhe dava na telha. Pam sim, era a mega-estrela da altura, à custa duma série absurda que só naquele tempo poderia ter sucesso. A fórmula ainda existe e funciona, bem sei, mas quero acreditar que algo como Baywatch não teria hoje em dia o sucesso que teve então. Faça-se notar que não estou acima de ninguém. Também eu vi e apreciei a série por todos os mesmos motivos que os demais. Só não serei o único a sentir-me um pouco sujo por ter gostado tanto. Pelo menos espero não ser.

Nesta mini-série há alguma alusão que a sex tape destruiu, ou impediu a carreira de Pam de progredir. Talvez. Nos Estados Unidos terá tido impacto, por certo. Do meu ponto de vista, de alguém que vem dum país pequenino, onde as coisas chegavam com atraso e diluídas, e por muito que tenha sido dos poucos a tirar algum gozo do Barbwire, até eu consigo ver que a moça não era grande actriz. Tinha os seus méritos e louvo-lhe a coragem para enfrentar um mundo extremamente machista de... peito feito, salvo seja. Só que... Não quero ser maldoso. A moça sofreu a bom sofrer à custa da tape. Ela nunca foi grande actriz. A verdade é essa. Não há como contornar. A carreira teria sido diferente sem o escândalo? Sem dúvida alguma. Teria sido assim tão melhor? Teria tido papéis muito mais sérios ou estimulantes? Talvez, mas a probabilidade não era grande coisa.

Agora, que isto é um ponto marcante na história e que veio mudar muita coisa. Sim. Mil vezes sim. A partir daí mais sex tapes surgiram. E algumas até de propósito. Porque houve quem se tenha aproveitado desta «fama» para fazer alguma coisa. E houve ainda quem tenha tentado fazer o mesmo, sem grande sucesso. A sex tape passou a ser, para alguns, mais um artifício para chamar a atenção. E para o reles mortal, passou a ser mais uma forma de invadir a privacidade dos famosos, como se nos devessem alguma coisa, só porque aparecem na nossa televisão.

É um mundo sujo, este em que vivemos. Felizmente a série não passou tanto por isso, embora o tenha mostrado. Tentou passar uma mensagem mais positiva. E ainda bem.

Wednesday, May 4, 2022

despachada: Moon Knight


Moon Knight sempre foi publicitado como uma limited series. O próprio Oscar Isaac disse que não tinha um compromisso muito grande com a Marvel/Disney. Isaac, hoje em dia, goza de bastante estatuto em Hollywood e pode escolher o que fazer. Se fez Moon Knight foi porque quis. Mas preferiu não assinar o contrato usual, que maior parte dos outros assinam, em que o compromisso é por vários anos e/ou x número de projectos. Só que a série teve sucesso, pelos vistos. Nos últimos dias surgiram alguns rumores que haveria uma segunda temporada. É sempre possível. Assim como uma espécie de segunda temporada de WandaVision, por exemplo, ou de qualquer uma das outras. Se se proporcionar, se houver uma boa história para contar, ou se fizer sentido contar algo que faça parte do resto/todo, a Marvel Studios arranjará maneira de o fazer.

Esta metodologia poderá parecer estranha ao comum fã de filmes e/ou séries, mas é prática corrente em BD. Aliás, a BD eleva ainda mais a coisa. Qualquer personagem, mesmo que morto e enterrado por décadas, pode sempre voltar. Desde que haja uma boa história para contar. A única verdadeira limitação do MCU em fazer o mesmo é que, ao contrário da BD, na vida real os actores envelhecem. Mas a base de BD no MCU está lá. Tudo ligado, sem portas fechadas, ao sabor das oportunidades e das vontades.

Se acho que haverá segunda temporada de Moon Knight? Não, mas é possível. Se acho que o personagem aparecerá num qualquer filme? Bastante provável, até porque o Isaac é meio geek e gosta de aparecer nestas coisas. Se acho que será com Isaac? À partida, sim, mas eventualmente substituirão o actor. Tudo depende verdadeiramente do que o público exigir e do que Feige quiser fazer. Depois é só ter o monstro Disney a atirar dinheiro a qualquer problema que possa surgir.

Sobre a série em si, tem qualidade média alta, em comparação com as outras. É a mais distante de tudo o resto do MCU, pelos motivos acima descritos da situação contratual do actor. Se bem que o mesmo pode ser dito do personagem. Hoje em dia tem um pouco mais de interacção com os demais personagens (Avengers e afins), mas sempre foi bastante isolado. Até porque é considerado um herói mais «street level» e não «cósmico». Isaac faz um óptimo papel, mesmo que tenham havido críticas aos sotaques e línguas empregues na série. E houve detalhes bons, que ficam e têm potencial para dar mais ao Universo.

Ou seja, a moral da história é que é mais uma coisa para quem quer ver tudo, embora não seja preciso ver para acompanhar o resto. E é uma série que se vê bastante bem. São seis episódios, o equivalente a dois filmes grandes.

Monday, May 2, 2022

despachada: DC's Legends of Tomorrow


Já este cancelamento surpreendeu um bocadinho. Não muito, mas um bocadinho. O Arrowverse não é o que era. Longe disso. Houve um momento que as quatro estavam todas bastante bem, a mostrar que era possível fazer boas séries de super-heróis, mesmo com orçamentos infinitamente menores que filmes. Aliás, provaram que era possível criar um bom universo DC, algo que os filmes continuam a não conseguir fazer. E eram séries diveridas de se ver, que interagiam muito bem umas com as outras.

Legends começou um pouco perdida neste universo DC/Arrowverse, mas lá encontrou o seu espaço. Que, ainda por cima, foi um que gostei bastante. Legends era uma data de humor e tontices, misturada com a fantasia da BD. É o que quero sempre ver numa série que tem uma data de personagens secundários e consequências praticamente inexistentes, mesmo que o enredo envolva viagens no tempo e alteração de coisas no passado. O elenco era porreiro. A acção fixe. As histórias divertidas. Era a série do Arrowverse que ainda tolerava ver.

Vi Arrow e Supergirl até ao fim, mesmo que ambas estivessem a arrastar-se por um bom bocado. Continuo a ver Flash, embora esteja a passar pelo mesmo processo de «definhamento». Desisti de Superman & Lois e de Batwoman, porque nunca conseguiram chegar a um bom nível (a segunda, entretanto, foi cancelada também). Não deverei ver Black Lightning ou Stargirl, porque não parecem ter grande qualidade (a primeira foi cancelada o ano passado, creio).

Moral da história é que Legends era a única que ainda dava gozo. Havia rumores que não teria mais nenhuma temporada, mas a última até termina com um cliffhanger. O criador entretanto disse que foi uma forma de «atirar barro à parede». Não funcionou. Pena. Sobra Flash, para mim. E vamos a ver se consigo sequer terminar a temporada que decorre. Não está fácil.

Apesar de tudo, fica a nota que Arrowverse foi bom. Está longe de ser um fracasso, só porque está a terminar mal. Durou demasiado tempo. Não souberam desistir no momento certo e toda a gente saturou. Espectadores, guionistas, elenco e demais envolvidos. Acontece. E ainda bem que aconteceu.

despachada: Space Force


Série cancelada pela Netflix, sem grande surpresa. Não só porque o serviço de streaming anda a apertar o cinto, depois de terem apresentado números de perda de subscritores (vários projectos de animação foram cancelados, mesmo antes de começar, por exemplo), mas também porque era uma ideia para lá de rebuscada.

O presidente palerma que os norte-americanos tiveram (ainda é chocante que não esteja a referir-me ao Bush Jr.) às tantas terá dito que queria militarizar o Espaço. Algo do género. Talvez não isto, mas é o conceito parvo de gerir o Espaço, que não é deles, da mesma forma como gerem o seu próprio espaço. Ridículo, sim. Houve quem tenha pegado no conteito idiota e tentado fazer uma série. Mais, não foram pessoas quaisquer, mas a ideia veio da equipa que criou, com muito sucesso, o Office norte-americano. Mais ainda, conseguiram meter a mega-estrela, hoje em dia, Steve Carell ao barulho.

A Netflix mandou-se com todas as forças para cima deste projecto, à boa maneira como gerem o seu negócio. E terá funcionado. Sei de algumas pessoas que viram a série, que não teriam visto se não estivesse na Netflix. Acredito que tenha ajudado a angariar subscritores. Depois... Bem, depois, no final, é uma série cara demais, que não está a ter o sucesso esperado. Logo, nem esperaram pela fatídica marca das três temporada para matar o bicho.

E ainda bem. Era uma série fraquinha, infelizmente.