Tuesday, December 31, 2019

filme do mês: Dezembro '19



Acabo o ano com números fracos. Nem é muito normal. Tirando os últimos anos, em Dezembro costumo ter bastante tempo para filmes. Mais que não seja porque as séries estão em pausa. Mas tudo muda. Hoje em dia há séries em qualquer altura. Se juntarmos a isso uma vida diferente, e um mês em que fui passar uma temporada ou duas «de férias»... a Portugal!

É normal que tenha visto pouca coisas. Mas vi dois blockbusters porreiros, de franchises que continuarão, por certo. Também vi umas coisa que tentaram ser algo... mas ficaram-se pelo caminho.

E vi o episódio IX em muito boa companhia, em lugares especiais, numa sala condigna para tamanho filme. O episódio em si é o que é, mas não deixou de ser uma óptima experiência cinematográfica. Assim  sendo, Rise of Skywalker é o filme deste mês. E seria, mesmo que tivesse visto dezenas de filmes.

Monday, December 30, 2019

despachada: Mr. Robot


O início é impecável, apesar de ter o twist que começava a ser banal, já na altura em que a série começou.

As duas temporadas do meio não fizeram grande coisa por mim, apesar de terem tido uma variação engraçada desse mesmo twist, e um final de temporada supreendente. Na última temporada estive para desistir. A meio! Sabia que ia acabar, mas estava a ser uma seca e não parecia levar a lado nenhum. Não tinha grande ligação à narrativa, que parecia ter dado tudo o que tinha a dar.

Até que surgiram dois episódios... brutais!

Dois episódios maravilhosamente bem feitos, que compensaram os episódios todos de encher chouriços, só para ali chegar. É de notar que um deles tem 10, como avaliação no IMDb. Com mais de 14 mil pessoas a votar, mesmo assim tem nota perfeita. É de valor.

Fiquei agarrado outra vez, a partir daí. Até ao fim.

despachada: The Man in the High Castle


A premissa é incrível. É o que tornou esta história tão famosa e apetecível de adaptar. E funcionou. Funcionou muito, mas muito bem. A primeira temporada é óptima e agarra, apesar de confusa e inverosímel.

Para quem não sabe, em TMitHC os nazis ganharam a Segunda Grande Guerra. Têm controlo sobre a Europa, mas não só. Dividem os EUA com os Japoneses. Têm o lado Este, enquanto que os nipónicos controlam o lado Oeste. No meio está uma zona meio destruída e perdida, onde vivem os «fora-da-lei» e uma espécie de resistência possível.

Esta não é a parte inverosímel, porque por muito que não o queiramos aceitar, o certo é que era possível terem ganho a Guerra. O mundo podia ser radicalmente diferente do que é hoje em dia. Mas isso seria o «normal» desse mundo, o vivermos sob um regime fascista. A parte verdadeiramente estranha desta história é que a dita resistência tem em sua posse um filme duma realidade paralela. Uma realidade, para eles, «anormal», onde os Aliados ganharam a Guerra. É um mundo onde, para muitos, vive-se melhor. Para pessoas dos dois lados. Porque até Japoneses e para alguns nazis, essa realidade é vista como algo a almejar.

Com esta arma, muitas mais pessoas começam a acreditar num «normal» diferente. E uma pequena resistência torna-se em algo mais, algo maior... dentro do possível.

É delicioso ver as possibilidades desta realidade paralela. Como coisas simples seriam completamente diferentes. Zepelins continuam muito mais presentes, por exemplo. E, até certo ponto, a séria foi muito bem conseguida. Só que, como acontece demasiadas vezes, esticaram a coisa até à exaustão.

O final é «tirado a ferros», com uma última temporada sofrível, apresentando muito pouco que faltasse contar. O enfoque, de repente, é dado à comunidade «afro-americana». Até então não existiam. No final têm um protagonismo gigante. Atenção que não critico a existência destes personagens neste ou em qualquer contexto. São uma parte da população. Porque haveriam de desaparecer só por causa do regime nazi imposto? A inclusão foi forçada pelo contexto mundial actual. Foi o que deveria ser feito, mas muito tarde. Tarde demais.

Monday, December 16, 2019

despachada: The End of the F***ing World


Que raios! Como é que não tenho um post já feito disto. Porque quando acabou a primeira temporada, as primeiras impressões insinuavam que tinha terminado. A primeira temporada é baseada no único material de origem feito (banda desenhada, já agora). Logo, não há mais para fazer.

Pelos vistos atrasei-me (eu sei, eu sei, choque!) a escrever o post e, entretanto, surgiu a notícia que ia haver segunda temporada, pelo que cancelei os meus planos de deambular sobre a série.

Posso dizer que está muito bem feito. A dinâmica entre os dois protagonistas é perfeita. E há surpresas pelo caminho. Daquelas bem grotescas. Poder-se-ia pensar que a segunda temporada foi «esticar a corda», até pelo final da primeira, mas não. Não senti isso. Acho que foi um bom acrescento. Não necessário só por si, mas interessante qb. Culminou bem.

Para quem gosta de histórias trágicas de «amor», The End of the F***ing World poderá ser uma boa experiência.

Friday, December 13, 2019

despachada: Northern Exposure


Não se volta a onde se foi feliz.

É uma velha máxima, é certo, mas cada vez a sinto mais presente. Esqueçamos que é quase exclusivamente por causa de filmes e séries antigas. Assumamos que é por causa disso e duma data doutros motivos importantes. Não queremos que passe por um cavalheiro desinteressante e até algo fútil.

Northern Exposure (NEx) é daquelas coisas que guardava com carinho na minha memória. Lembro-me de estar na sala, a partilhar a série com o meu velho, a ver episódios soltos que íamos apanhando na TV. NEx parecia ser uma série acima das outras da altura. Algo feito com pés e cabeça, cheio de mensagens e ideias à frente daquele tempo. Infelizmente, aos olhos de hoje em dia, falha em muitos aspectos.

«Continuidade» é uma palavra cara e desconhecida, por exemplo. Entendo. Era como as coisas eram feitas então. Juntava-se a equipa de guionistas numa sala mais para distribuir episódios do que discutir os objectivos gerais. Se é que havia sequer uma reunião presencial. O mais provável era tudo ser feito à distância. Mas desde relacionamentos cuja progressão, ou sequer exististência destes, varia de episódio para episódio, ou mesmo só estações do ano que vão variando, consoante a necessidade, passando por familiares que desaparecem sem deixar rastro, vê-se um pouco de tudo. Quase todos os episódios são independentes e há erros gritantes, para quem decidir ver tudo seguido.

Assuntos «delicados». Acredito que NEx que fosse das séries mais progressistas. Hoje em dia falha em quase todos os aspectos. Mulheres são clichês e questões raciais são abordadas com o tacto dum elefante num espaço reduzido. Basta olhar para o elenco muito, mas muito caucasiano, numa terra cheia de cultura indígena. Aliás, os personagens nativos são usados a belo prazer, consoante as necessidades dos enredos principais (entenda-se, «brancos»). Tudo muito constrangedor.

As personagens e os assuntos eram tratados com bastante inteligência... aos olhos dum adolescente na década de 90. Desta feita vi uma data de gente execrável, a quem não confiaria um cacto moribundo. Tudo malta egoísta, que só vê o seu, em detrimento da comunidade. O que é irónico, porque a grande premissa era precisamente um jovem médico citadino descobrir a beleza duma comunidade mais pequena. Há um episódio em que isso é para lá de notório. Sendo certo que o personagem que dá o mote para a existência desta série (o tal médico que vem da cidade grande) é um palerma que insulta todos os que o rodeiam, tratando-os como pacóvios provincianos, nada justifica como foi tratado, a certo momento. Ele tem a obrigatoriedade de trabalhar naquela terra, de cujo estado pagou-lhe os estudos. Mas também é verdade que com esse trabalho vêm direitos, nomeadamente a ter férias. Quando estas são canceladas mais uma vez, o médico entra em greve. É recurso de notório desespero, vindo do cansaço de quem não parava há meses. Que faz a comunidade? Vira-se contra ele, chegando ao ponto dele passar a noite na rua... no Alaska! É um estado pouco conhecido pelas noites amenas, convenhamos.

Nem tudo foi mau, atenção. Continuam a haver alguns episódios com toques de genialidade, na fantasia em que são construídas as cenas. Mesmo aos olhos de hoje em dia. Isso marcou-me então e continuei a ver desta feita. Mas não consigo recomendar NEx a ninguém, infelizmente. Percebo agora porque a série não se encontra em nenhum serviço de streaming actual.

PS - Apenas como desabafo. Não acrescenta nada ao que já disse e até spoila o final. Mas ter a O'Connell a juntar os trapos com o Chris, quando nada a isso apontava e andámos nós a levar com demasiados episódios do «vai não vai» entre ela e o Fleischman... Epá, é cuspirem na cara do espectador! Entendo que não fizesse sentido ficar com o Fleischman, mas que ficasse sozinha. Qual era o necessidade de a emparelhar com alguém?

Saturday, November 30, 2019

filme do mês: Novembro '19

Já não há nada a fazer. Este ano não vou chegar aos números que queria chegar. Não tenho grande desculpa. Acontece que há demasiadas distrações. Há demasiado que fazer e menos disposição para o fazer. E depois convém dar atenção à moça, que é um doce e atura-me... vá-se lá saber porquê.

Posso não conseguir chegar a grandes números, mas chego a números melhores que dos últimos anos. Não peço mais nada.

Nem os números, nem a qualidade, foram grande coisa este mês. Podia ser Good Boys pela novidade da coisa, porque é um filme bem engraçado. Destaco When Harry Met Sally... porque posso.

Friday, November 22, 2019

despachada: Krypton


Aaaaaaaaahhhhhhh! O Brainiac vem a caminho da Terra! Ah, não. Espera. Isto foi cancelado. Ele não vai a lado nenhum.

Krypton parece-me ter sido algo ambicioso. Elevado nível de produção. Elenco talentoso mas, em teoria, mais barato. Por ser britânico. Escolha arriscada de histórias para contar. Sim, o Super-homem é conhecido pelo mundo todo, mas o seu planeta natal é apenas uma referência no início dos filmes. Logo, falar das castas e de familiares de Kal-El poderá não ser para toda a gente.

A série começou muito bem e tinha qualidade. Mais do que esperava, pois não sou o maior fã deste mundo. Depois perdeu-se, talvez por estar ameaçada pelo cancelamento. Entrou naquele limbo de personagens serem boas e depois más, só para voltarem a ser boas, consoante a necessidade da história.

A partir de determinado ponto demorei demasiado tempo a ver o resto dos episódios. A razão: Doomsday!

Primeiro tenho de dar o devido crédito. O personagem e a sua origem são respeitados. Está muito bem contada a criação deste monstro. O problema veio a seguir, na forma como o personagem foi tratado. Para quem não sabe, Doomsday é a arma mais mortífera alguma vez criada. É quase impossível pará-lo, porque a base da sua criação é sobreviver a tudo o que lhe for «atirado». O seu corpo adapta-se a todo o tipo de novos ataques. É um criatura impossível de controlar. Daí que uma parte do povo kryptoniano tivesse como única missão - secreta, por sinal - de esconder a criatura, para que ninguém a usasse. Até que aparece Zod.

A intenção de Zod é usar Doomsday contra Brainiac, um alienígena quase imortal, com conhecimento e armamento duma data de civilizações avançadas. Só Doomsday poderá derrotar Brainiac. Mas como é que se pára Doomsday depois? Bem, o Zod tem uma arma. Não é uma arma qualquer. É uma arma muito grande que dispara assim uns raios bem lixados!

Bastou um disparo e a criatura foi ao chão. Está certo.

Depois disto nem o bastich mais famoso do espaço (a seguir ao último kryptoniano) conseguiu salvar a série.

Thursday, November 21, 2019

despachada: The League


Em resposta à tua pergunta, vejo outra vez The League, caro eu do passado. Pois claro!

Não há muito a acrescentar ao post original (ver link acima). Continuo a achar muita piada à série, apesar de ser ainda mais controversa, hoje em dia. Pus-me a ver outra vez, talvez porque me falte este tipo de comunicação na minha vida. Porque me falta este tipo de ficção na vida.

Fico contente que estejamos todos preocupados em respeitar-nos, uns aos outros, mais e melhor. Mas f0d@-se, às vezes é bom ver uma boa discussão de c@r@lh@d@s, mesmo que alguém fique sentido no final.

Acho que vai acontecer, voltar a este universo mais vezes no futuro. Só tenho é de ver às escondidas. Ainda mais, que a polícia PC anda por todo o lado!

Thursday, October 31, 2019

filme do mês: Outubro '19

Mês «novo», vidas novas. Ainda não estou com um ritmo adequado para continuar a ver um bom volume de filmes. Quebrei a regra do ano, de em meses pares ter uma média superior a um filme por dia. Procuremos criar novas rotinas no próximo mês e inverter a situação.

Independentemente disso tudo, vi ainda bastantes filmes. Maior parte deles bastante agradáveis de se ver. Destaco - porque tem de ser - um deles: The Kid Who Would Be King.

É prova que ainda é possível fazer boas coisas originais... mesmo que baseadas em coisas antigas.

Friday, October 11, 2019

despachada: BrainDead


Mais uma vez cheguei àquele ponto em que preciso de algo completo, para embaçar. Algo não muito extenso, que não me faça pensar muito e que não tenha ramificações no resto da minha vida. Uma «queca». Um «one night stand». Uma história que me faça aprender posições novas, mas que depois me deixe continuar com a minha vidinha.

BrainDead parecia querer ser mais do que 13 episódios, mas não foi possível. E o ridículo é que acho que não conseguiu porque Trump foi eleito. Há uma data de brincadeiras e parvoíces dentro da série, muito ligadas aos primeiros momentos em que se candidatou. E a premissa poderia estar demasiado próxima do que veio a ser a realidade.

Insectos alienígenas chegam à terra e invadem as mentes de maior parte do senado americano. Tomam conta das «inteligências» de ambos partidos e controlam estas vozes e estes partidos, gerando o caos necessário para que possam proceder com o resto da invasão. Quem não conseguem controlar... As cabecitas dessas pobres pessoas explodem, de forma particularmente agressiva.

BrainDead é bastante engraçado, vivendo muito do carisma dos personagens principais. Depois é só mostrar como funciona o governo americano, que tende a ter piada só por si. Para quê perder tempo a escrever ficção, quando basta a realidade?

Monday, September 30, 2019

filme do mês: Setembro '19

Curioso como nos meses ímpares acontece sempre algo que me impede de chegar a números decentes, tendo em conta o meu estilo de vida actual. A sério. Vendo os números do blogue, os ímpares têm sempre números bastante inferiores aos meses pares.

No caso, Setembro foi mês de fecho duma datas de coisas, a preparar-me para a grande mudança. A certa altura deixei até de ter condições decentes para ver filmes.

Ainda para mais foi mês de despachar restos. Coisas guardadas há demasiado tempo, que estão longe de ser primeiras opções. Mesmo assim vi algumas coisas giras, sendo que Eighth Grade é a distinção, mas com Searching muito de perto.


despachada: Preacher


Felizmente os dois broados, amiguinhos, Rogen e Golderg, não fazem só tolices e são fãs de BD. São verdadeiros fãs de BD. E uma série destas nunca poderia ser feita por alguém que não fosse fã. Preacher não é material fácil de adaptar, pelo que só malta com convicção para batalhar por um vilão com cabeça de c@r@lh0, poderia estar à frente do projecto.

O elenco é óptimo. Tiveram a inteligente decisão de não fazer com muita malta americana, formatada com estilos de narrativa demasiado específicos. A série está efectivamente muito bem feita.

Tenho vontade de voltar a ver tudo. Há milhentos detalhes que vão aparecendo, que só têm importância perto do final. Obviamente que não apanhei nem um terço.

Wednesday, September 18, 2019

despachada: Warehouse 13


Andei um pouco saturado do que andava a ver. Precisava de algo que não tivesse grandes «pressões». Ou seja, precisava de algo sem «bagagem». Algo não aclamado por este ou por aquele. Algo que não me obrigasse a gostar só porque existe. Sabia que Warehouse 13 era seguido por malta que gosta do género, mas não mais que isso. Não andou aí a ganhar prémios. Ninguém insinuou que é a melhor coisa desde outra coisa qualquer. Pareceu ser simples, o que ajudaria a fazer companhia num período atribulado.

Não podia ter escolhido melhor.

Warehouse 13 não tem quaisquer pretensões. É divertido e simples. Não vai além do que quer ser. Os personagem são engraçados, sendo que parece que os respectivos actores gostavam uns dos outros. Essa empatia sente-se, pelo menos.

Vim a saber, mais tarde e graças a um amigo que também aprecia este tipo de coisas, que W13 é um spin-off de Eureka... o que implica que tenho mais uma série para ver. Raios!

Saturday, August 31, 2019

filme do mês: Agosto '19

Em mês de recorde de mais filmes vistos no EuVejoFilmes, curiosamente não foi difícil escolher o «filme do mês». Destaco bons filmes, que recomendo, com o Us à cabeça, mas seguido muito de perto por BlindspottingThe Hate U GiveThe House with a Clock in Its Walls, Life Itself, Plus One ou mesmo To All the Boys I've Loved Before.

Embora o vídeo já o tenha revelado, deixo duas notas, uma para o mês que passa e outra para o(s) mês(es) seguinte(s):
1. Quebrar um recorde, que durava há nove anos, não teria sido possível sem a minha moça, que gosta mais de embaçar coisa que eu. Parecendo impossível, com ela cheguei a meio do mês com 20 filmes vistos.
2. A partir de agora vou deixar de meter links de sites oficiais dos filmes. Eu já nem sei o que andei a pôr, pois não verificava os links há muito tempo. Basta o IMDb, em boa verdade. É preciso mais o quê para saber coisas dos filmes?

Posto isto, o filme do mês é um daqueles que me enche as medidas todas. Simples, com coração, e um raio duma música que fica no ouvido: Hearts Beat Loud.

Wednesday, July 31, 2019

filme do mês: Julho '19



Voltei a ver pouca coisa este mês. Quase «despachei um ano» e vi coisas bem fixes. A razão dos poucos visionamentos foi de andar demasiado lá por fora. Um par de semanas basta, para atrasar aqui a coisa. Embora também me tenha dedicado a embaçar algumas séries, é certo.

Independentemente do que aconteceu, este mês é mais um daqueles casos que poderia ter visto uma data de filmes, o «melhor» seria sempre Booksmart.

Saturday, July 27, 2019

despachada: Orange is the New Black


Há pouco mais de seis anos, ainda mal sabia eu o que era um «netflix» e recebia mensagens a meio da noite, da minha amiga I., a dizer-me que eu tinha de ver esta série. A moça não me conhece mal e não estava errada. Só a cena inicial era o suficiente para eu arranjar forma de atirar Óscares a esta coisa. A partir daí... calma!

Não era só seios e lesbianices. Tinha história e uma boa forma de a contar. De as contar, em boa verdade. Cada prisioneira era uma história só por si, que íamos descobrindo ao longo dos episódios e das temporadas.

O meio estagnou, é certo. Admito que sim. Mas lembro-me duma temporada que mexeu comigo e deixou-me algo deprimido. E eu sou a pessoa que gostou da temporada em que elas tomam conta da prisão. Sei que vai contra o que vem dantes, que é uma fórmula talvez demasiado diferente. Mas, lá está, a coisa estava estagnada. Era preciso abanar o barco. Foi perfeito? Não. Mas tentaram fazer alguma coisa, em vez de simplesmente deixarem o barco ir seguindo, até perder-se de vista.

E ainda bem que terminou. Terminou OK. Terminou tendo de terminar. Arrastaram um pouco, mas não muito. Fica uma boa série, cheia de boas interpretações.

Monday, July 15, 2019

despachada: The Thin Blue Line


A certa altura está série apareceu numa daquelas listas que aprecio ver, de tempos a tempos. Um clássico da comédia britânica. «Top coisas feitas pelo Rowan Atkinson.» «Série com mais gente fardada.» Sei lá, algo do género. Surgiram flashbacks na minha cabeça. Pareceu-me que tinha visto a série, na altura. Fui ver um par de vídeos ao YouTube e sim, memórias começaram a reavivar-se. Tinha boas recordações da série.

E sim, é Atkinson e Elton a mostrarem os músculos que os tornaram a referência que são. Só que...

É datado. Há montes de piadas que caem mal, hoje em dia. Tem demasiados momentos muito repetitivos. E os personagens são algo bidimensionais, na sua maioria. Contudo, sempre tinha um elenco mais diversificado que maior parte das séries de hoje em dia. Duas mulheres e mais duas minorias étnicas representadas, em plena década de XX? Ena ena!

Friday, July 12, 2019

despachada: Jonathan Strange & Mr. Norrell


Estes dois cavalheiros estavam destinados a ser os dois mágicos no Reino Unido. Estava escrito... num sítio muito particular.

JS&MN é baseado num livro e devo confessar que a história é particularmente original. No total dos sete episódios em momento algum consegui descortinar para onde queriam ir. Fugiu aos clichês usuais e o final chegou mesmo a surpreender. Ajuda ser produção britânica. Se isto fosse americano dava para ver o final feliz a chegar, ainda sem os créditos iniciais do primeiro episódio terem terminado.

Sinto-me algo sujo porque acabei a embaçar a série, algo que tenho tentado evitar fazer. Seja qualquer série. Estou cada vez mais convencido que as séries precisam de tempo. Não ajuda à experiência simplesmente devorar tudo duma só vez.

Não quero ser mal interpretado. Acho sistemas streaming o futuro e não quero outra coisa. Mas, como tudo na vida, séries devem também ser consumidas em moderação.

Acabei por não conseguir resistir à tentação, como com maior parte das coisas, em boa verdade. Ficou este dia marcado por magia e fantasia. A ver se é a única marca que deixa.

despachada: Childhood's End


Sou grande fã de histórias completas. Sou fã de ficção científica. E adoro histórias em que algo muda completamente o status quo da sociedade como nós a conhecemos. Especialmente se aparece uma qualquer raça alienígena, seja para ajudar ou para conquistar-nos.

Childhood's End tinha tudo isto... até chegar a uma parte religiosa. Foi aí que perderam o meu fascínio.

Dou-te total mérito porque mantiveram-me interessado até ao fim. Queria saber o final, que até nem é muito mal. Mas, lá está, a componente religiosa fez com que não consiga recomendar isto a ninguém. Pena.

Thursday, July 11, 2019

despachada: Chernobyl


Ainda nem tinha seis anitos, ainda nem tinha entrado na escola ou sequer interagido com muita gente fora do meu núcleo familiar, e o raio do mundo podia ter acabado. Pelo menos como nós o conhecemos. Porque Chernobyl podia ter destruído boa parte da Europa. Podia ter acabado com uma data de vegetação, água, fauna... Isto para não falar na quantidade de pessoas que morreria ou teria de mudar para outro local. A vida desde então poderia ter sido muito diferente. A História seria completamente diferente.

Como se duma guerra se tratasse, a velha URSS atirou gente ao problema. Centenas de milhares de soviéticos foram recrutados para tratar de «limpar» a central nuclear de todos os destroços radioactivos. Era uma missão... Era mandar miúdos para a morte. Especialmente para determinadas tarefas. Perderam-se vidas, helicópteros, materiais... Tanta coisa. Tudo por causa - segundo a série - de teimosia e do orgulho soviético. Por causa de desleixo e ignorância. Chernobyl conta maravilhosamente bem uma história trágica da nossa História. Claro que usa demasiados truques dramáticos americanos...

O que me recorda do que aconteceu assim que a série terminou. A Rússia emitiu um comunicado a dizer que fariam a sua versão de Chernobyl. A «verdadeira» versão do que aconteceu em Chernobyl, que envolve interferência americana, através dum espião da CIA. Quero tanto, mas tanto, ver esta versão. Vai ser incrível. Porque não foi uma produtora ou um canal a falar do assunto. Foi o país Rússia, no alto do seu total descontentamento com a afronta que foram as acusações da série, a dizer «nós vamos contar a verdade». Incrível.

Outra coisa de que me lembrei, que levanta uma perspectiva muito peculiar. Cerca de três anos depois dos incidentes em Chernobyl, nos EUA, uns jovens criativos cómicos criam uma personagem que se tornaria canónica na cultura pop do século XX. E que profissão dão a esta personagem? Trabalhador duma central nuclear. Até aqui nada de especial. Problema é que esta personagem não é muito esperta, chegando ao ponto da sua expressão mais conhecida ser um sinal de quando se apercebe que algo correu mal, ou que ele próprio fez algo mal. O que quer dizer que acontecia muitas vezes.

D'oh indeed, gentlemen. D'oh indeed.

Sunday, June 30, 2019

filme do mês: Jun'19



Mês com muito visionamento, se bem que pelo pior motivo: procrastinação. No início até tinha desculpa, que estava bem acompanhado. E vi coisas engraçadas. Pelo meio foi só parvoíce de despachar. Algo terá de mudar, já que tenho muita coisinha para fazer.

Independentemente disso, gostei de The Meyerowitz Stories (New and Selected), Gifted, Someone Great e Always Be My Maybe. Mas o que deu a «sapatada» foi o T2.

despachada: Marvel's Jessica Jones


Última série Disney na Netflix a ser cancelada, esta mesmo antes da última temporada estrear.

Foi de génio o anúncio semanas antes de estrear a última temporada (estou a ser irónico). É que nem deram hipóteses de apreciar a coisa só por si. Foi aquela coisa de «Sim, sim, vocês gostam e tal, mas não contem com mais nada depois disto. Mas apreciem, hein? Que a malta envolvida parece ter feito esforços para dar-vos algo engraçado e tal.»

Não é que seja uma surpresa o cancelamento, mas não havia melhor forma?

Ah, e a série era porreira. Não gosto da escolha de actriz principal, mas safou-se bem. A personagem, universo e vilões são óptimos, e espero que consigam ressuscitar tudo no Disney+. OK, não tudo tudo. Não sei se há muito mais para contar em termos individuais. Dêem-me uma boa temporada ou duas de Defenders e serei um moçoilo bem feliz.

Friday, May 31, 2019

filme do mês: Maio '19



Só vi nove filmes este mês. Nove! Considera-se falhada a minha tentativa de voltar a números épicos este ano. Se não acontece agora, que não tenho nada para fazer, não vai acontecer nunca. Suponho que essa parte da minha vida tenha terminado. Daí que faça sentido a escolha deste mês, sobre uma história durante os anos 90, uma altura em que teria visto 600 filmes num ano, se tivesse acesso a tanta coisa.

Nota positiva para o Monster Calls, que fez-me chorar, assim como para o Beasts 2, que é o estilo de coisa que gosto muito, mas o filme do mês é mesmo Landline.

Adenda: Este mês acabei por ver muito menos filmes principalmente porque andei a devorar as «séries Arrow», da CW. Falamos de perto de 100 episódios, o que ocupa muito tempo. Não quero que se pense que algo de errado se passa. ;)

despachada: Easy


Mais uma série que sofre com os cruéis objectivos comerciais da Netflix. Foram três temporadas, até jeitosas, e rua. «Já temos o que queríamos. Vão lá à vossa vidinha.»

Não se pode dizer que tenha deixado alguma coisa pendurada. Acho que a produção foi avisada a tempo e o criador conseguiu fechar os vários enredos da melhor forma possível. Em boa verdade, não havia assim muito que fosse preciso fechar. Easy era sobre a vida das pessoas, sobre as relações mundana que temos uns com os outros. Sobre relações a desabrochar e relações a fechar. Sobre erros do passado. Sobre decisões sobre o futuro. Sobre «tropeções» que tanto podem levar a bons como a maus caminhos. Não há fim para a vida normal, a não ser aquela comum que chega a todos.

Confesso que nem achava que teria mais que uma temporada, do modo que tudo já estava fechado no final daqueles singelos primeiros episódios.

A grande questão aqui é: vai o criador continuar a trabalhar com o «canal»? Já fez um filme e uma série para eles. Imagino que quererá continuar, mas... A necessidade de ter um sítio, onde o trabalho terá mais destaque, suplantará a frustração?

Aguardarei pelos próximos capítulos desta novela da vida... dos outros.

Monday, May 20, 2019

despachada: Game of Thrones


Está feito.

Será porventura a série mais falada da Internet. Embora, para mim, há outro factor de destaque. Há outros, em boa verdade. Mas o que tenho mais presente, neste momento, é ser a série com quem falei com mais gente. Malta completamente diferente, com gostos muito distintos. Fossem mais fãs de intriga, ficção científica, fantasia, comédia... tudo! Foi uma série que chegou a todos os grupos. Mesmo os resistentes, aqueles que não vêm a série, alguns deles leram os livros. Ou até os mais «ignorantes», até esses cheguei a trocar umas impressões. Independentemente do resultado final, o certo é que GoT chegou a quase toda a gente. É um feito só por si.

Enquanto pensava que esta epopeia terminaria e que, invariavelmente, teria de comentar algo aqui, o que me veio à cabeça foi a forma como mudou a minha forma de ver séries. Não o farei com todas, mas abriu-me os olhos a explorar determinado conteúdo online. Ver comentários, teorias, vídeos com pormenores dos episódios. Não foi só o tempo em que estive a ver os vários capítulos, foi também as horas que levou a ver muito do que se passava à volta e a forma como afectava as pessoas. Deu-lhe corpo. Foi ainda uma série em que tive de quebrar os meus padrões. Por norma, séries de uma hora vejo temporadas inteiras. Espero que acabem e vejo de enfiada. Com GoT era impossível. Haviam demasiados spoilers por aí. Quando comecei a ver GoT já tinham dado três ou quatro temporadas. E pouco houve que tivesse surpreendido, porque já tinha sabido de quase todos os grandes twists. A partir de então fui «forçado» a ver semana a semana. Não custou, como é óbvio.

Muito se falará deste fenómeno mundial. E o certo é que virão spin-offs, para além do raios dos livros que faltam escrever. Muito se falará desta última temporada, embora quase nada seja positivo, infelizmente. Seria impossível agradar a todos, com tanta expectativa criada, mas o certo é que a última, e talvez até as anteriores, sofreram bastante por não ter os livros como material de origem para adaptar. Houve um corte no estilo da narrativa. É notório. Só que esta última...

Bem, foi o que foi.

O Inverno sempre veio. Foi demasiado longo para alguns. Curto para outros. Há decisões tomadas pelos criadores que não creio que alguma vez consigam ser justificadas. Dou-lhes o desconto porque tenho plena consciência que a tarefa não era fácil. Nada fácil mesmo.

O que tenho verdadeiramente pena é que até meio da última temporada tinha vontade de voltar a ver tudo de enfiada, para apanhar todos os detalhes que escaparam. Agora não sinto isso. No limite talvez venha a ler os livros.

talvez

Friday, May 17, 2019

despachada: The Big Bang Theory


Fico contente que tenham arranjado o raio do elevador, para o penúltimo episódio. Não o deixaram mesmo mesmo para o fim. Foi um um bom pormenor.

Foi um spoiler? Toda a gente estava à espera, certo? Até porque afecta 0 a história. Bem, se fosse qualquer um dos personagens da série a ler (dos homens, entenda-se), eles ficariam chateados. Como os nerds há muito deixaram de ver a série, acho que não estou a incomodar ninguém.

BBT teve um início até engraçado e, durante um tempo, foi uma boa companhia. Eu tinha uma box na cozinha cheia de episódios, que via e revia, enquanto por lá andava. Nas duas últimas cozinhas, aliás. Foi bom ir descobrindo todos os maneirismos do Sheldon, o personagem que verdadeiramente manteve a série viva. A partir do momento que os abandonou ou tornaram-se banais, BBT perdeu gás e entrou em modo automático.

Já devia ter acabado há mais tempo. Teria outra qualidade se tivesse acontecido. O assustador é que só acabou porque o actor que faz de Sheldon não quer fazer mais fazer de Sheldon. Um pouco como o Seinfeld acabou porque o Seinfeld não queria mais o stress. Ninguém do elenco do Seinfeld queria que a série acabasse, tirando o próprio. Nenhum deles fez grande coisa entretanto (tirando a Dreyfus com o Veep), e o Kramer até acabou por arruinar a carreira. Mesmo assim Seinfeld acabou. E ninguém do BBT queria que BBT acabasse tirando o Sheldon, pois ninguém vai fazer grande coisa depois disto. Talvez a Cuoco, que já era popular antes. Tudo o resto vai ser remetido para papéis reles secundários, regra geral para tentar trazer público/atenção para a série ou filme. Mesmo o Sheldon poderá achar que vai começar a fazer grandes filmes ou séries com qualidade, mas não costuma ser o caso. Todos eles farão a sua vidinha de andar de convenção em convenção, a juntar mais uns dinheiros. E aparecem aqui e ali, só para alguém dizer «olha, o Wolowitz».

Vamos não ter pena desta gente, por favor. São ricos. E a vida das convenções paga muito bem, se fores estrela, o que eles são, para já. Estão a viver o sonho de qualquer actor. Ter um papel que paga tudo na vida. Não precisam fazer mais nada. Pode vir a ser frustrante, mas é o sonho de muita gente. E não é como se a coisa não possa ser esticada. Poderão sempre dar uma perninha no Young Sheldon. E até se anda a falar doutros spin-offs.

O que nos devemos concentrar é na ironia que o Sheldon voltou a fazer o que queria, mesmo que toda a gente quisesse outra coisa. Acontece até na vida real. E isso sim, tem piada.

Monday, May 13, 2019

despachada: Veep


Aquele discurso que Dreyfus faz no último episódio à amante do House... Que coisa de sonho.

É a marca da série. A maneira sanguinária como Dreyfus tudo faz e é capaz de fazer para chegar a um só objectivo: ser presidente dos EUA. E ela é capaz de fazer tudo. Tu-do!

Se pararmos um pouco para pensar, a série é deprimente. Tudo o que é sujidade possível dentro do universo político americano (mundial?) é mostrado. E enquanto pensamos que é tudo uma brincadeira, está tudo bem. O problema é se, de repente, começarmos a pensar quão real pode tudo ser. Obviamente que há coisas absurdas que recusamo-nos a acreditar. Porque se forem verdade então estamos entregues aos bichos e, de forma muito simples, estamos lixados. Mas depois há mesmo cidades nos EUA que têm cães como mayors...

Fazendo um paralelo que poderá parecer não muito lógico, embora ambas as séries são HBO, façamos uma comparação com Game of Thrones. Como GoT, Veep entrou na sua última temporada com duas limitações:
1. Um grande atraso no lançamento da temporada, no caso de Veep por questões de saúde de Dreyfus.
2. Ter de acabar cedo demais, pois a história até dava para mais algumas temporadas.

Sim, todo o enredo da última temporada foi acelerado. E ainda mal tínhamos consciência que a série ia terminar, e tudo já tinha acontecido. (Convenhamos que fast pacing sempre foi marca da série.) Mas, ao contrário de GoT, foi tudo bem feito e com respeito ao passado narrativo e aos seus personagens. Sim, já se sabia que ela ia ser presidente. E então? Qual o problema? Não precisa haver surpresas a cada minuto. Foi espectacular só vê-la chegar lá.

Eu sei. É estúpida a comparação e não há necessidade de sujar um post duma excelente série com novas menções ao incidente GoT. Ainda estou com azia. Vai continuar, eu e muitos, durante muitos bons (maus) anos.

Talvez ajude rever Veep, um dia destes.

Tuesday, April 30, 2019

filme do mês: Abril '19

Foi um mês que consegui ver bastantes coisas. Coisas diferentes do que andava a ver. Começou no estrangeiro, em pleno conforto, logo após uns dias de bastante trabalho. Vi uns quantos engraçados. Table 19 foi giro. Tully teve um óptimo twist final. Estranhamente gostei do Covenant. Instant Family trouxe uma lágrima ao olho. Dragon 3 foi um bom desfecho para a saga. Valerian é uma boa história de ficção científica/fantasia. Mas nenhum encheu as medidas. Esses foram Marvel (mesmo repetido) Shazam! ou Endgame, mas já não posso escolhê-los.

Tem de ser um. Apenas um. Escolha não é fácil. Em boa verdade deveria destacar canais do YouTube, que ajudaram a relembrar filmes vistos há muito. Foi a grande evolução este mês e é algo que mudará os meus visionamentos daqui para a frente.



Mas vá, que seja o Grinch, que surpreendeu e está bem feito.

Saturday, April 27, 2019

despachada: Santa Clarita Diet


Não há muito a dizer sobre esta série. É sobre zombies, sim. Mas, mais que isso, é sobre o quão divertida consegue ser Barrymore que, com uma data de gente engraçada à sua volta, todos a meterem-se em «peripécias», fazem uma narrativa gira. A série era fixe, atenção. Mas não há mesmo muito mais de registo.

O que fica é o revelado dos planos da Netflix. Que querem ter volume, que querem dominar o mercado, isso já sabia. O que não me era claro ainda eram os planos de cancelar maior parte das coisas até um máximo de três temporadas. Passo a explicar.

Li algures que a Netflix faz contratos razoáveis a três anos, com a promessa de aumentos substanciais no quarto ano. Isto permite-lhe ter até três temporadas duma série, com pessoal de renome, a preços acessíveis. Porque há uma promessa de ganhar muito mais, a certo momento. Se uma série provar ser um angariador massivo de utilizadores, então a Netflix continua a pagar a produção e renovam contratos. Se eles vêem que angariou as pessoas que conseguia angariar, então cancelam a série. Independentemente de boas críticas. Santa Clarita Diet até foi bem recebido pelos críticos, tendo um público que apreciava bastante a série. Não é isso que interessa à Netflix.

Orange is the New Black ou Stranger Things todos os anos continuam a trazer novos utilizadores. Logo, não interessa quanto custam, é para ir fazendo. Coisas como Santa Clarita ou Easy, trouxeram umas quantas pessoas, que entretanto consomem também outros conteúdos. Outros utilizadores que chegam, graças a outros chamarizes, têm nestas séries mais alguma coisa para ver. Passam de séries angariadoras para serem só volume dum catálogo diversificado.

O chato aqui é que nós, consumidores, assim como os criadores, não sabendo destes planos, vamos acabar sempre por ter uma história inacabada. O que é frustrante. Se a Netflix abrir o jogo, então os criadores podem preparar-se para um story arc de três anos. Se correr bem, criam novo story arc. Se não correr bem, ao menos todos temos um conteúdo que funciona só por si, sem ficar pendurado. Isto seria menos mal, mas não creio que as coisas venham a ser tão às claras assim.

Com a nova guerra pelo negócio streaming, vamos ter «canais» a prometer mundos e fundos, só para garantir conteúdo. E nós vamos levar com uma data de coisas que nunca chegarão a um fim digno.

Como este post, aliás.

Sunday, April 7, 2019

despachada: Crazy Ex-Girlfriend


Nos idos tempos de 2016 a série ganhou um Golden Globe. Preparei-me para reclamar, na altura. «Que porcaria de séries andam por aí a ser premiadas?», pensava eu. Ainda por cima um musical. «Onde anda esta gente com a cabeça? Quem ainda vê musicais?» Como gajo claramente ponderado que sou, decidi ver por que raios tinha isto ganho seja o que for.

Achei piada. Mesmo às músicas. No limite, mas até às músicas achei piada.

Fui assolado com uma onda de vergonha. Tornou-se o meu guilty pleasure, que não tinha como justificar. Não há nada na série que costumo gostar (tirando a protagonista meio tonta, com volumosos argumentos, cheia de problemas). Tive de investigar um pouco mais a série. Descubro algo que desculpabiliza-me, de certa forma. Bloom, a actriz principal, escreveu e participou no Robot Chicken, com as músicas, mas também com as vozes. OK! Menos mal. Ela vem duma escola de comédia que tem a ver comigo. Já não preciso enfiar-me num armário o resto da vida.

Independentemente de tudo isto, CE-G é inteligente em vários momentos. E tenta fazer algo diferente. Ganha também muito por ser genuíno, muito pessoal. Depois perde-se noutros momentos, em sintonia com a personagem principal, que não sabe o que quer, maior parte dos dias.

Um pouco como todos nós, não?

Thursday, April 4, 2019

despachada: You're the Worst


Durante os últimos anos disse, sempre que alguém perguntava (às vezes mesmo sem perguntarem), que as melhores coisas na televisão eram Superstore e esta série. Convenci alguns. Dentro desses uns poucos chegaram mesmo a agradecer a recomendação. Outros ficaram apenas chocados com a minha descrição das cenas brilhantes e que agarraram-me logo, do primeiro episódio.

You're the Worst era e continuará a ser das maiores mostras de amor e romantismo que alguma vez vi em cena. Mesmo com estas pessoas, todas elas, a serem literalmente os piores seres humanos que por aí andam. E a questão é essa. Por muito que fossem execráveis para qualquer outra pessoa, ou só mesmo genericamente, amavam profundamente os poucos que os toleravam e viam para além das suas usuais demonstrações de indecência. Foi muito bonito de se ver.

Para sempre ficará a cantilena, proferida por tantos nas belas manhã de Domingo.


Monday, April 1, 2019

despachada: Broad City


À boa maneira da comunicação feita sobre séries televisivas (para além do mundo machista em que vivemos), Broad City foi metido no mesmo pacote que Workaholics. Amigos(as) que fumam cenas e fazem coisas estúpidas. City é mais que isso. E é bastante melhor que Workaholics. Infelizmente só percebi isso mais tarde.

O meu raciocínio foi: «Estou a ver uma. Não vou ver outra coisa igual. Deixo uma terminar e depois vejo a outra. Assim posso prolongar o mesmo estilo algum tempo, enquanto vejo outros registos.» Sim, bem sei. É parvo... mas só tendo presente o que se sabe agora.

A minha moça melgou-me a cabeça até mais não para ver. Porque adorou a série. Porque era claramente para ela. Sempre lhe disse que aguardava que a série terminasse, para poder ver tudo. Comecei algures quando a última temporada começou. E isso permitiu-me ver os últimos episódios com ela. O que foi fixe.

Não sendo eu o público alvo de Broad City, gostei bastante do que estas duas moças inteligentes fizeram. Não é uma série de stoners, tira-se daí as ideias... embora tenho um pouco disso também. É uma narrativa mordaz e criativa, de duas moças da nova geração, que ainda terão muita coisa para dizer por aí.

Sunday, March 31, 2019

filme do mês: Março '19


Num mês simpático em termos de números, em que despachei o que ainda tinha dos Óscares, tanto deste ano como dos anteriores, e onde vi algo que seria «filme do mês» (refiro-me ao Captain Marvel), acabo por escolher The Festival. Apenas e só porque foi um regressar a filmes que deveria/quero ver. Coisas simples, divertidas e com malta que aprecio. Por muito que o filme não seja nada de especial.

Sunday, March 17, 2019

despachada: Marvel's The Punisher


Penúltima série da Disney na Netflix a ser cancelada, ainda mal tinha terminado a temporada.

Não tinha tiros suficientes, lamento. A série não era nada má, e o casting para Frank Castle foi de génio. Havia bastante violência, atenção. Mas não era o Punisher. Tinha conversa. Tinha muita conversa. Mesmo que tivesse apenas um bocado de conversa, seria conversa a mais. Punisher não é isso. Punisher não fala. Punisher é tiros e violência, com um objectivo apenas: matar todos os maus da fita, sem contemplações.

Esta versão do personagem acabou por funcionar melhor enquanto secundário no Daredevil. Teve uma participação brilhante aí. E sim, pedia-se uma série. Mas não foi incrível. Talvez uma mini-série tivesse sido melhor. Mais directo ao assunto.

Para a próxima - talvez no Disney+ -, tomem o filme War Zone como exemplo. Vale?

Tuesday, March 12, 2019

despachada: Ghosted


Malta com qualidade acaba por conseguir sempre fazer os projectos que quer. Ghosted nunca teria sido aprovado, se não tivesse os protagonistas que teve.

Claro que não basta ter bons nomes e talento. Já agora dá jeito ter alguma ideia do que se quer fazer com a série. Tudo bem que é um formato de vinte minutos, não muito conhecido pela continuidade, mas ao menos que haja um arco de história que se respeite por algum tempo. Assim de cabeça, as duas linhas de narrativa principais que começaram e abandonaram, só para voltar ou mesmo abandonar sem justificação: a esposa de Adam Scott ser raptada por extraterrestres e a paixoneta entre Scott e a moça gira do escritório.

Não houve esforço aparente em tornar o bolo em algo muito apelativo. Ficaram apenas uma ou duas fatias com piada, em mais um projecto que foi feito com os pés.

Tuesday, March 5, 2019

despachada: Ascension


Esta é uma de duas mini-séries que tinha em lista para ver. Gosto muito deste formato, tenho a dizer. Quando uma boa história tem demasiado tempo para um filme, mas não o suficiente para uma série completa. Acaba por sair uma coisa compacta, sólida, com princípio, um meio não desenvolvido até à morte, e um fim não muito tardio, como é certo e sabido que maior parte das séries americanas de sucesso acabam por ter.

Gostei muito da história, da premissa e do desenvolvimento, com uns quantos twists, alguns mais previsíveis que outros.

Para os que quererão aventurar-se a ver, sinto-me na obrigação de alertar que não há fim para a história. Não acho que tenha sido por falta de interesse em que continuasse. Parece ter havido mesmo vontade em deixar a coisa em aberto, só porque sim, para ter mais impacto.

Foi irritante, mas não me arrependo de ter visto.

Thursday, February 28, 2019

filme do mês: Fevereiro '19



Em época de prémios, o «filme do mês» vai para... Bem, eu não sou a Academia. Não posso estar sujeito a polémicas.

Green Book, Vice e Favourite são bons filmes. Christopher Robin é amoroso. Hidden Figures e En Man Som Heter Ove são divertidos. A Quiet Place, 20th Century Women e Ralph Breaks the Internet são óptimos nos seus respectivos géneros. Roma não tem grande história mas é lindo.

Como já perceberam pelo vídeo acima, eu tendo para Wes Anderson, com Isle of Dogs. Mas não quer dizer que seja melhor que os outros. Simplesmente é o melhor para mim, para quando vi, para a altura em que estamos, e pelo facto de que tinha saudades do trabalho do cavalheiro... e porque tem cães. Depois cada um sabe de si, do que é melhor para si.

Vi mais filmes este mês do que Fevereiro tem dias. Foi só mais um, mas... Há quanto tempo não acontecia. Sei que é uma idiotice, mas não consigo deixar de sentir orgulho. Agora só falta conseguir fazer alguma coisa de verdadeiramente útil, com o resto do tempo.

despachada: Alex, Inc.


Irónico que o último episódio a ir para o ar, desta mui bem cancelada série, seja um de sucesso para os personagens, que ficaram na lista em primeiro de blah blah blah snoooooooore...!

Gosto muito do que Braff faz. Scrubs estará no top séries sempre. Mas isto não era bom. Via-se no piloto. À distância. Bêbado. A única coisa verdadeiramente merecedora de atenção era o filho mais velho, que é capaz de fazer tudo.

Tenta lá outra vez, Zach. Anda lá. A gente espera.

Saturday, February 23, 2019

despachada: Friends from College


Mal soube do cancelamento pus-me a ver. Coincidiu que estava entre «novas» séries canceladas para ver.

Estava na lista há algum tempo. Sentia-se mal por ainda não entrado na coisa. Isto porque determinado amigo insistiu veementemente, quando a série saiu, que seria algo a ter em conta. E porque aprecio toda a gente que aparece. Pelo menos os que conheço. O problema é que estou a tentar evitar ver novas coisas, sem fim. Tenho demasiadas séries nos meus «to dos».

Sendo certo que não auspiciava nada de bom a notícia de cancelamento - a Netflix continua a não ser muito conhecida como um «canal» exigente para com os seus produtos -, a verdade é que acabei por apreciar bastante os momentos de humor em conjunto. Ou seja, quando os ditos amigos se juntavam todos. Aí começava a paródia de adultos, uns mais bem sucedidos que outros, a comportarem-se como os miúdos que eram nos tempos de universidade. Havia muita química entre os actores, proporcionando momentos em que ri-me a bom rir, algo pouco comum neste tipo de séries mais «sérias», que não têm um qualquer gancho ridículo.

A parte «dramática» dos amores e desamores, entre todos eles (quase literalmente todos eles) era só a confusão necessária para proporcionar os tais bons momentos de tontices. Acabou por valer a pena o visionamento.

despachada: LA to Vegas


Gostei da ideia.

Todos os episódios passam-se em viagem entre Los Angeles e Las Vegas, sempre com mesmos viajantes e tripulação. Havia mais alguns interesses em viajar, para além do jogo, o que achei piada, tendo ainda um elenco que não é nada de se deitar fora, com ponto mais algo Dylan McDermott (não confundir com o outro, que também aparece) que, brilhantemente, faz de piloto egocêntrico, absoluta diva, completamente fora deste mundo.

Apreciei ver as tolices dentro e fora do avião (no aeroporto e à volta deste, entenda-se), na curta duração desta «viagem».

Wednesday, February 20, 2019

despachada: Other Space


Voltei ao meu velho vício de ver séries canceladas, em especial comédias de vinte minutos, vulgo «sitcoms».

Comecei por algo tolo. Uma série de «ficção científica» no espaço, com uma equipa invulgar, liderada pelo agora famoso Dopinder. Não defraudou expectativas. É o que se pode dizer, assim de repente. O humor não era parvo, com uns quantos clichês a serem batidos de forma inteligente. Os claros fracos níveis de produção e um elenco que não se poderá considerar caro, levariam a pensar-se que até poderia ter alguma duração. Infelizmente não terá conseguido angariar sequer público suficiente para isso.

Pena. Tinha algum potencial. Não muito, mas algum.

Friday, February 8, 2019

despachada: Dark Matter


Não sei que se passa, hoje em dia, mas parecem haver poucas séries de ficção científica. Posso ser só eu, mas a sensação que tenho é que, com o fim de Stargate e o insucesso de Firefly, ficou um vazio que dificilmente é preenchido. Sim, há sempre os Star Treks e, no futuro, teremos séries de Star Wars no Disney+. Mas parece faltar conteúdo original. Mais, parece haver falta de investimento no género. O que é estranho, porque a era dos geeks impera. E se há gente que gosta de gastar dinheiro são os geeks fãs.

Dark Mattter não era brilhante, mas apesar do início algo fraco estava a melhorar bastante para o final. Foi curioso ter sido cancelado talvez na melhor fase. Estava ainda cimentada numa boa premissa: meia dúzia de pessoas acordam numa nave, sem terem qualquer ideia de quem são e do que fazem ali. O instinto natural é serem bonzinhos, mas o certo é que descobrem, pouco depois, que são os maiores vilões da galáxia.

Admito que estive algo desligado durante maior parte do início. Via só para alimentar a necessidade de algo do género. Mas fiquei mesmo com pena que fosse cancelado. Haverá alguma coisa por aí, perdida no espaço, que possa saciar a necessidade?

despachada: The Odd Couple


Arriscaria a dizer que foi a série que demorei mais tempo a despachar.

Sem exagero, acho que demorei quase três anos a ver 38 episódios de vinte minutos cada. Em situação normal, eu vejo isso num fim-de-semana em que durmo 10 horas por noite. O motivo da demora é porque a série é péssima, sem qualquer piada, destruindo o respeito criado para com os actores durante anos. Porque a série tinha talentos. E não eram poucos. O resultado é que não estava ao nível.

Porque continuei a ver as representações robóticas de Perry? Porque respeito maior parte do pessoal, e gosto mesmo de Perry. Sou parvo. Nada a fazer.

O surpreendente é que esta é, sem qualquer dúvida, a pior representação (se é que se pode chamar isso) de Perry. Era tudo mau. Limitou-se a dizer as falas, sem qualquer compromisso para com a personagem, a história, ou os colegas. No entanto, enquanto outros projectos seus foram rapidamente cancelados, Odd Couple chegou a ter uma segunda temporada. Porquê?

A única justificação que encontro é o amigo/vizinho/ex-desportista meio tolinho, que teve piada um bom par de vezes. Era a única coisa que se aproveitou, numa série que até tinha a Teri Hatcher.

Thursday, January 31, 2019

filme do mês: Janeiro '19



Ui, isto assim é complicado escolher. Prometi que não escolheria mais filmes baseados em BD como filmes do mês. Mas tenho de incluir nesta categoria coisas como o Split ou o Glass? É que filmaço do mês seria um destes, o MI Fallout ou o Atomic Blonde.

Vá, OK. Criemos espaço para outros géneros. Seja o Bad Times at the El Dorado.

Fico contente só de estar a ver muitas coisas. Mais, ou menos boas.

Thursday, January 17, 2019

despachada: Trial & Error


Esta série acabou por ser uma sucessão de surpresas para mim.

Primeiro foi alguém chamar-lhe a nova Parks and Rec, quando nem sabia que existia.
Não estando verdadeiramente ao nível, até surpreendeu pela criatividade e maneira como conseguiram fechar o final.
Depois surpreendeu não só por não ter sido cancelado, como por terem-lhe dado uma segunda temporada.

É que a premissa da série era: defender um caso impossível de defender. Eles conseguiram fazê-lo, mesmo com todas as personagens incompetentes e momentos ridículos. Nunca pensei que os argumentistas conseguissem inventar um segundo caso impossível de defender. Mas ainda bem que o conseguiram, porque foi bem divertido.

Será que há um terceiro caso impossível de defender?
- Não. Surpresa. Cancelámos a série.

Tuesday, January 1, 2019

top dos filmes do ano 2018

Revisitando a forma como faço estes posts, todos os anos, dá a entender que a minha vida é um conjunto de maus anos, seguido de maus anos.

Calma, DaMaSCo! Também não pode ser assim tudo tão horrível.

Vamos lá recapitular: 2017 foi o pior ano que se podia desejar, mas mesmo esse acabou por ter uma alegre surpresa, perto do final. Em termos de filmes vistos, foi o mais fraco desde que fiz o blogue (72).

À custa dessa surpresa no final de 2017 (mas não só), consegui quebrar novamente em 2018 este recorde negativo. Foram 60 filmes vistos, no total. Alguns nem eram novidades, apenas filmes revistos. Maior parte, ou mesmo todos, por serem partilhados. Coisa positiva foi que em 2018 vi pelo menos um filme por mês, algo que não sucedeu no ano anterior.

O ano de 2018 foi muito intenso. Apenas isso. Não foi mau. Que seja a primeira vez que o diga aqui: não foi mesmo mau. Teve apenas muito a acontecer e a decidir, com partes mesmo de reviravolta na vida. Parece até que os cabelos ficaram mais brancos, segundo me dizem... muitas vezes... repetidamente!

Veremos agora o que essas reviravoltas vão trazer, se coisas boas ou... das outras.


Segue a lista da praxe, sem ordem nenhuma propositada:

Black Panther
The Big Sick
I, Tonya
Almost Famous
Avengers: Infinity War, primeira e segunda vez
Deadpool 2
Baby Driver
The Big Chill
Super Troopers 2
The Hitman's Bodyguard
Captain Underpants: The First Epic Movie
Professor Marston and the Wonder Women
The Princess Bride
Spider-Man: Into the Spiderverse