Mês com um número simpático de filmes vistos, para além de algumas séries «despachadas». Mais do que o número, foi o ritmo, constante e sem forçar. Não foi preciso acelerar em momento algum, para atingir objectivos. Foi um mês porreiro em quase tudo. Faltou ali um detalhe para ser perfeito, mas suponho que não tenha direito algum a ter tudo.
Já sobre a qualidade em si dos filmes... Confesso que tive dificuldade em fazer uma selecção a destacar. Dois deles entram por serem visualmente bonitos, e outros três estão no limite de terem sido entretidos: The Proposal, Three Thousand Years of Longing, Entergalactic, The Wedding Year, Bros, Good Girls Get High e Batman and Superman: Battle of the Super Sons.
Destaque maior vai para Joyride.
Monday, October 31, 2022
Saturday, October 29, 2022
despachada: Mr. Mayor
Surpreendentemente Mr. Mayor foi cancelado. Porque foi uma surpresa, para mim? Porque é de Tina Fey. Porque tinha piada e um elenco com talento. Porque eram épocas apenas com dez episódios o que, por norma, traduz-se em maior qualidade. Porque era uma fórmula que teve imenso sucesso com 30 Rock.
Porque foi então cancelada? A minha teoria vai para o facto de que tinha demasiadas inside jokes sobre LA. Enquanto que NY e os seus detalhes são por demais conhecidos e alguns até são coisas de «cidade grande», com que muita gente consegue identificar-se, LA tem problemas que não são para todos. Fogos intensos e constantes. Secas e racionamento de água. Malta rica a queixar-se que não pode usar tanta água como quer nos seus jardins ou piscinas. Até mesmo a popularidade e mediatismo de cargos políticos. Nada disto faz grande sentido ao cidadão comum.
Foi pena ter sido cancelada. Tinha piada, muito por causa dos intérpretes/personagens. E deixou muitos cliffhangers. Mas imagino que tenha sido piada final. «Ai fomos cancelados?! Então deixa lá reescrever o episódio final só um bocadinho.»
Wednesday, October 26, 2022
despachada: Peaky Blinders
Curioso. Tenho andado a «despachar» muita série britânica ultimamente.
Chegou ao fim a épica saga da família Shelby, dos famigerados «Peaky Blinders». Não chegou nada! Estava a brincar. Consta que querem fazer filmes e continuar a coisa. Parece que fazer séries dá demasiado trabalho, ou custa muito, ou conjugar agendas está mais complicado. Uma coisa dessas. O certo é que querem tornar a coisa menos «episódica convencional». Passam a «episódios cinematográficos», suponho. Pelo menos será essa a ideia. A série acabou, isso é um dado adquirido. Agora, se vão fazer filmes, mini-séries ou spin-offs com estes ou personagens secundários ou novos, não sei. O que sei é que não acredito que queiram abdicar deste franchise. A malta gosta demasiado.
Já ao analisar em detalhe o facto de que a malta gosta duma data de criminosos que mata, rouba, trafica droga, usufrui ou lucra com prostituição e jogo, viola, tem filhos ilegítimos que ignora ou abandona, maltrata mulheres e crianças, suborna, extorque, abusa ou «simplesmente» espanca gente por dá cá aquela palha... Há um problema aqui, pois não deveríamos admirar tanto esta gente. Só que têm pinta e são muito eloquentes. Para além de que têm uma belíssima banda sonora a acompanhá-los. Torna-se difícil não achar-lhes piada, né?
Peaky Blinders foi estilo e carisma em barda. Falas que ficam para a eternidade. Foi uns quantos personagens do outro mundo, a começar e a acabar em Thomas, o patriarca da família, mas sem esquecer Arthur, Polly, Ada ou o famigerado Alfie, entre outros.
A série até pode ter acabado, mas by order of the Peaky f#ck%ng Blinders, dificilmente não veremos mais desta pandilha. É só aguardar mais um pouco.
Sunday, October 23, 2022
despachada: The IT Crowd
Alguma coisa que vimos lembrou a minha senhora duma cena de IT Crowd. Colocou-a de pronto a rodar no YouTube. Bastou isso para querermos rever a série. Nunca será preciso muito para querermos rever a série. E é também verdade que continua a não custar nada ver IT Crowd. É uma série maravilhosa. Tem alguns comentários controversos, sim. Há muitas piadas pouco aceitáveis sobre homossexualidade, por exemplo. É sinal da idade que a série tem.
Eu não posso queixar-me, claro. Não há muitas piadas sobre a minha pessoa. A mim só faz rir. Espero que seja o mesmo para todos, pelo menos na grande maioria da série. Porque IT Crowd é daquelas séries que todos deveriam ver. É um desafio, por exemplo, fazer uma lista reduzida dos melhores episódios. São bastantes e, pelo menos para mim, é muito complicado escolher um Top 3 ou mesmo Top 5. São vários os episódios que estão nos Tops de sempre, de todas as séries, dentro e fora do género.
I will always try to turn it off and on again, Roy. Always.
Sunday, October 16, 2022
despachada: Derry Girls
Being a Derry Girl is a fookin state of mind.
Esta série é altamente recomendável. Foi-me recomendada a mim, em tempos. Só demorei tanto a ver pois aguardava o seu fim. Apenas e só porque gosto de ver séries do princípio ao fim, sem grandes pausas. E se as séries demoram, hoje em dia, duma temporada para a outra! Em defesa desta, Derry sofreu também com COVID, que terá atrasado a produção da terceira e última temporada.
Derry Girls é hilariante. No seu todo. Não só as miúdas. Os adultos são todos eles uma peça. Do mais velho ao mais novo. Ajuda serem Irlandeses, sim. É um estereótipo, mas eu considero-os um povo com piada. Será racismo? É uma faceta positiva. Malta bem disposta e inteligente na utilização da língua inglesa, capazes de tornar leve as situações mais pesadas. Muitas dificuldades teve o povo da Irlanda do Norte, pelo que a sua capacidade de conseguirem rir de tudo, ainda é mais de louvar. Epá e sim, a série faz rir. Não só aquela coisa do sorriso. Nos últimos episódios ria a bom rir, até com medo que um momento mais exuberante pudesse levar a uma crise de falta de ar e tosse.
O elenco é óptimo, ou não tivessem alguns dos actores já feito outras coisas boas, assim como outros estejam na calha para fazer mais coisas boas no futuro. As moças então são um casting brilhante. Tanto, que falamos de personagens adolescentes interpretadas por moças nos seus trintas. Eu sei, Hollywood faz isso constantemente. Mas mal. Aqui, eu acreditei que elas eram mesmo adolescentes. E se me identifiquei com elas. Com a angústia de ser um adolescente. Apenas isso. Não sei nada do que é viver num país em guerra. Mas a cena hormonal e de acessos de loucura / raiva, decisões parvas e momentos embaraçosos, irritação com outros, etc., disso tenho eu memória bem presente. E compreendo. Tudo. Ainda hoje. Apesar de ser tão parvo.
Vá, vai lá ver isto. Está na Netflix e tudo. São três temporadas de formato sitcom de Reino Unido. Ou seja, são só 19 episódios. Dá para ver numa tarde. Anda. Não vais arrepender-te.
Thursday, October 13, 2022
despachada: She-Hulk: Attorney at Law
Não sei se acabou ou se haverá segunda temporada. Ainda agora vi a actriz principal a dizer que seria pouco provável haver uma segunda temporada, mas tanto pode ter dito isso com um motivo alternativo (renegociação de contrato, tentativa de manipular o público, enganar toda a gente), como pode simplemente não saber qual o plano. A segunda parte é mais provável. Sinto que as coisas estão algo caóticas, no mundo que é o MCU / cabeça do Feige.
Apesar de ser fixe ter uma pessoa a controlar tudo, o certo é que faz com que tudo demore mais tempo. Porque haverá inúmeras outras prioridades à frente da decisão de fazer ou não uma segunda temporada de She-Hulk, por exemplo. A começar com os fracos resultados desta «fase», o facto de que há projectos importantes que ainda não têm realização, guionista ou elenco, o que cria atrasos nestes e nos projectos seguintes, ou a notória falta de malta suficiente no departamento de efeitos.
Feige não fechará a porta a uma segunda temporada. Feige não fecha a porta a nada. Se não há um quarto Iron Man é porque Downey já não está para aí virado, ou por ser caro demais fazê-lo. Não é por causa de Feige. Tirando estes casos isolados, tudo é possível. Quando poderá acontecer? Não faço ideia. Daqui a vários anos podemos ter a segunda temporada de She-Hulk: Attorney at Law, ou a primeira temporada de She-Hulk: Barber in Queens. Até pode seguir os eventos da primeira, mas o mais provável é seguir os eventos dum qualquer filme ou série, que entretanto saiu. Não quer dizer que não vamos ver a She-Hulk noutras coisas. Fala-se que estará na próxima série de Daredevil, pelo menos. E, por certo, estará nos próximos Avengers ou FF ou Blade ou Ant-Man ou onde der para juntar as respectivas agendas.
Já sobre a série em si, eu gostei e achei que está muito fiel à BD, o que poderá ter criado alguns problemas que abordarei mais à frente. She-Hulk sofreu ainda daquilo que fala no enredo, e que era mais do que previsível: foi bullied e/ou trollado até à quinta casa. A cotação de cinco ponto qualquer coisa no IMDb é um absurdo, por exemplo. A série foi genial ou esteve ao nível das melhores? Não. Foi divertida, bem interpretada e adaptada, com personagens e algumas situações engraçadas? Sem dúvida. Não terá tido coerência. Dou-lhe isso. Saltou demasiadas vezes entre momentos muito inteligentes e coisas que não faziam qualquer sentido. E o final... O final é esquisito. E aqui entro no que referia acima.
Foram fieis à BD. Isso implica muuuuuito quebrar de 4th Wall. She-Hulk faz disto mais que o Deadpool, na BD. Ou, se não for mais, pelo menos fá-lo há mais tempo. E fá-lo tanto ou tão mais, que é levado ao extremo dela «sair da BD» e interagir não só com o leitor, mas com os seus criadores. Houve mais do que uma história em que foi ao gabinete da Marvel e/ou deu porrada no escritor. Neste caso em Byrne, que foi quem lhe deu estas características de «sair da caixa». Levaram tudo isto para a série. E talvez fosse tempo de o fazer. Não sei. A verdade é que quando foi feito na BD a malta gostou. Eu gostei, pelo menos. Mas eu, como os demais leitores, tinhamos muita BD lida, muito volume de história nas nossas cabeças e, talvez o mais importante, tínhamos outras BDs «normais» que líamos ao mesmo tempo. Ou seja, She-Hulk era uma coisa fora, especial, dentro de tudo o resto. O fã de MCU, que vê os filmes e as séries, que vê tudo e espera por tudo, não poderá ter gostado desta série da mesma forma que eu, leitor, gostei da BD. Estamos há espera semanas por mais um «episódio» deste universo. Antes de She-Hulk foi Ms. Marvel, que terminou um mês antes. Depois de She-Hulk teremos Black Panther 2 em Novembro! Será pedir demais da paciência do fã normal de MCU, que tolere a «excentricidade» desta personagem. Às tantas sentem que perderam tempo a ver a série e tomam como um insulto.
Eu sou tendencioso. Para mim está tudo bem. Eu divirto-me a ver estas coisas. E gosto muito da Maslany. Acho-a um grande talento. Por isso, para mim, She-Hulk foi fixe. Para outros não terá sido. E aceito. Pelos motivos acima, atenção, ou por questões de narrativa. Os trolls que não gostam da série porque é uma personagem feminina... Epá, p'ó c@r@lh0 para esses. Vão todos para uma quinta na casa do c@r@lh0 e façam as vossas próprias séries. Deixam o resto da malta em paz.
Wednesday, October 12, 2022
despachada: Smack the Pony
Tinha aqui umas quantas a arrastarem-se, para ver. Ainda tenho mais um par delas, mas cada coisa a seu tempo.
Decidi rever Smack the Pony porque sim. Nos bons velhos tempos da SIC Radical esta foi uma das alegres surpresas que apareceram por lá. Foi das últimas coisas que acompanhei na televisão, quando dava. E há um par de sketches dos quais tenho boa memória. Em especial um. Acho que fazia parte dos spots de divulgação. «Come! Come aboard the love train.», interpretado pela «tonta» maior do trio, a que fazia as interpretações mais levadas ao extremo. E este sketch fazia-me sempre rir. Da primeira vez então acho que faltou-me o ar. Já não tem o mesmo efeito, claro, mas ainda pôs-me um sorriso largo na cara.
As três atingiram o auge nesta série. Pouco conheço-lhes desde então. Há pouco tempo vi um filme (fraquinho, por sinal) com uma delas. Terá sido isso a relembrar-me de que Pony existia. De resto, nada. Mas ter no currículo algo como Pony não está ao alcance de todos ou todas. É sempre de louvar.
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Com este post chegamos aos 60 este ano. Um máximo no blogue, na última década. Tenho andado a «despachar» muita série, é certo. Também há muita coisa a acabar. Algumas até tarde demais. Em todo o caso, fica o registo.
Monday, October 10, 2022
despachada: Coupling (US)
Há pouco tempo andei de roda da série original, a versão (decente) britânica. É possível que venha a rever essa, mas entretanto achei por bem despachar esta, que vi menos vezes. Claro que a verdade é que a original foi uma boa série e esta foi... uma adaptação.
Continua a ser sempre demasiado esquisito ver episódios copiados à letra, da versão britânica para a norte-americana. É absurdo! Para quê? Se é para isto basta ver o original, não? É a mesma língua, convenhamos. O certo é que, mesmo tendo muitas cenas que são a mesma coisa, a partir do piloto a coisa muda. É feita, efetivamente, uma adaptação. Há cenas novas, misturadas com as «velhas». Mesmo assim não funciona. E, se calhar, é uma questão de ser uma série e temáticas datadas, que hoje não teriam o mesmo efeito. É muito provável, mesmo. Confirmarei tal se vier a rever a série original.
Como ponto positivo desta versão convém destacar o elenco. Quase todos saíram daqui para, mais tarde, participarem em boas séries. Better Off Ted, Lost, Eureka, entre outras e até mesmo o The Bold and the Beautiful. No elenco havia talento. Talvez a série pudesse ter dado alguma coisa, se fosse mais «original». Talvez.
Saturday, October 8, 2022
despachada: Fam
Não fui eu a pedir para ver isto cá em casa, mas podia ter sido.
Fam foi mais uma das muitas séries canceladas, acabadinhas de lançar. Todos os anos há disto. Canais encomendam inícios de séries, com base em pilotos ou ideias. Por incrível que pareça, ainda há canais a encomendar sitcoms deste género. «Multicâmara», como lhe chamam, por ser em estúdio, com várias câmaras ao mesmo tempo. É um género praticamente defunto. Houve grandes séries de sucesso recentes, deste género, mas foram as últimas. E mesmo apenas um par de anos mais tarde deixam já de ser tão bem vistas. Mas eles continuam a insisir. Percebo, de algum modo. O valor de produção será relativamente baixo. Convém até usar os recursos que têm em mãos. E se a coisa pega, se a série tem sucesso, é lucro elevado garantido.
Mas a verdade é que estes produtos finais são quase sempre fraquinhos. Não só porque o formato está morto, mas porque a malta criativa é de segunda linha. Os bons escritores estão metidos em projectos com canais privados, não públicos, como a casa que alojou este Fam. Estão a ganhar bom dinheiro a tentar lançar os seus projectos, sem restrições de canais públicos televisivos, e com um orçamento decente para produção. Os canais públicos poderão ter sorte em apanhar alguém talentoso em início de carreira. Mesmo assim é pouco provável.
Posto isto, sim, Fam é o que se espera. Tem demasiada previsibilidade, mas também algum talento e várias piadas que tiveram efeito. Foi algo surpreendente, admito, mas bom que tenha acontecido. E tem Dobrev. Não há muitas séries que tenham a sorte de ter Dobrev. Há isso.
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