Um milagre de Natal: vimos o máximo de filmes neste mês, desde que a Madame M. surgiu nas nossas vidas. Ajudou ter uma temática. Embaçar filmes de Natal, sejam maus ou bons, é relativamente fácil cá em casa. A minha companheira de sofá não precisa de grande motivação. E eu fico feliz de ver o que seja.
Claro que números não significam qualidade. Filmes de Natal tornaram-se uma mega cena, nos últimos anos. Toda a gente e as respectivas avós andam a fazê-los em barda. Ou estão a tentar criar um novo clássico, para entrar nas listas de filmes vistos todos os anos nesta altura. Ou é uma questão de volume e chamar a atenção para os seus canais / serviços de streaming.
Não senti que tenha «nascido» algum clássico, este ano. Pelo menos dos que tenha visto. Dentro do que vi, o filme do mês foi The Muppet Christmas Carol. Mas houve ainda Girlfriends of Christmas Past (bom, de tão mau que é), The Night Before (porque tem malta fixe) e The Creator (que não tem nada a ver com o Natal, mas foi um visionamento porreiro).
Sunday, December 31, 2023
Friday, December 22, 2023
despachada: Breeders
Perdoem-me a brejeirice, mas «mamámos» esta série num instante. Foi descobrir que tinha acabado, ver que estava não num, mas em dois(!) serviços de streaming, e foi «despachar» a coisa como se não houvesse amanhã. Convenhamos que com séries britânicas é mais fácil. São quatro temporadas de dez episódios cada. Quarenta no total, de 20-30 minutos cada. Noutros tempos tínhamos despachado isto num dia, quebrando facilmente todas as leis temporais.
Não foi serem pouco episódios, ou sequer serem curtos, que fez com que vissemos tudo num instante. A série é porreira. Não é para toda a gente, convenhamos. Funciona melhor - mas não exclusivamente, atenção - com pais. Não o somos há demasiado tempo, claro. Nem tudo fez-nos sentido. Mas os flashbacks das frustações com bebés... Essa parte bateu forte.
A série tem mais que a parte parental. Tem muito de relações. Seja entre o casal, com outros casais, com outros pais, com os avós, com amigos, com miúdos, etc. etc. etc. E ambos actores principais têm muita piada. Seja individualmente, seja entre eles. Ajuda sempre.
Thursday, November 30, 2023
filme do mês: Novembro '23
Vá lá que voltei aos dois dígitos. Pensava que ia reduzir o número mês a mês, até final do ano. E isto quando tive família a visitar. Não foi nada mau, não senhora.
Para mais, acrescento um filme à lista de «Favoritos», o que é sempre especial. Para além dos mui divertidos Quiz Lady e Strays, Clerks III foi óptimo de se ver.
Para mais, acrescento um filme à lista de «Favoritos», o que é sempre especial. Para além dos mui divertidos Quiz Lady e Strays, Clerks III foi óptimo de se ver.
Friday, November 24, 2023
despachada: Loki
Fala-se em «fadiga de super-heróis». Diz-se que o público está farto da Marvel, dos seus filmes e séries. As pessoas nunca se vão fartar de boas histórias. Estarão sim fartos de entulho. De, de repente, ter-se aberto uma torneira e saído cá para fora uma data de coisas mal feitas, à pressa, sem respeito pelos criadores ou pelo material de origem. Porque de coisas como Loki, dessas o público nunca poderá estar farto.
Vi o último episódio há algum tempo. Acho que recusei-me a aceitar que tinha terminado. Não faz sentido pensar isso. As duas temporadas estão magistralmente bem cosidas, de princípio ao fim. Havia um plano do que se pretendia contar e quando. Há um princípio, um meio, e um senhor final. Continuar a série é parvo. E vi algures confirmando o fim, apesar de ter visto em muito lado que iriam continuar.
Claro que vão continuar com o personagem. Ainda vai aparecer em algum lado. Ele e/ou, provavelmente, os demais personagens da série. Mas o projecto em si, a série sobre o Loki, isso estará fechado. Assim espero. Por muito que tenha pena de não poder ver mais. Porque foi realmente um óptimo trabalho de todos os envolvidos, tendo como ponto máximo o que vemos em cena: os actores. O Hiddleston nasceu para o papel. A química que tem com Owen é de outro mundo. E a outra Loki... Na primeira temporada então está extraordinária no papel.
Infelizmente temos de passar por muito entulho para chegar aos «projecto Loki». A mim não me custa tanto. Ou nada, mesmo. Eu vivo para ver tudo. Mas entendo as críticas de a quem custa. E sei que, se a maioria desistir, eu estou lixado, que fico sem nada. Por isso também estou preocupado. Porque não quero perder os Lokis, os Guardians, as WandaVisions, entre outros. Que raio farei da minha vida sem eles?
Thursday, November 23, 2023
despachada: Miracle Workers
Enquanto via cada uma das temporadas de Miracle Workers, não só ficava contente por estar a fazê-lo, como apreciava a genialidade da série em si. Enquanto estávamos entre temporadas, não me lembrava que a série existia. Não é de estranhar que tenha sido cancelada, né?
Miracle Workers começou como algo baseado num livro. Não sei se havia planos, logo à cabeça, de fazer mais que uma temporada. É possível que quisessem apenas fazer uma. Imagino que tenha tido sucesso, ou não tivessem feito mais umas temporadas, que nada tinham a ver com a primeira. Ou mesmo entre si.
As histórias de cada uma são completamente diferentes. A primeira é uma fantasia em que Buscemi é Deus e há uns anjos, ou funcionários do céu, que se metem a fazer coisas por conta própria. A segunda é nos tempos mediavais. Há uma no faroeste e outra num futuro pós-apocalíptico, tipo Mad Max. Não são os mesmos personagens. Apenas os mesmos actores. O nome da série deixa de fazer sentido no final da primeira temporada. Daí as seguintes terem subtítulos.
E aqui está a genialidade e, provavelmente, o que «matou» a série. A cada temporada tinham de reinventar tudo. Todos os cenários. Toda a história dos personagens. Todo o enredo. Era tudo criado de raíz. Com um grande esforço de produção, imagino. As temporadas eram curtas. E muito tempo passou-se entre uma e outra. Mais da terceira para a quarta, ainda por cima. O pessoal esqueceu. Eu esqueci-me. Só vi porque tenho listas e avisos. E porque está na HBO.
A série é muito bem conseguida. Eu sou suspeito. Gosto do criador. Desde Man Seeking Woman. Até tenho livros do homem, que li não há muito tempo. O que é um feito só por si. Miracle Workers tem ainda a vantagem de que fez-me odiar menos / respeitar um bocadinho o Harry Potter. Outro feito só por si. Se isso não é sinal de qualidade...
Saturday, November 11, 2023
despachada: Disenchantment
Na hierarquia «Matt Groening», tenho Futurama na primeira posição de preferências, seguida dos Simpsons e só depois este Disenchantment. Há desprimor em ser terceiro nesta lista? Nenhum. Porque só estar na lista já dá total mérito.
E a verdade é que Disenchantment foi fixe de ver, na sua maioria. A certa altura foi demasiado. Talvez tenha tido uma temporada a mais. Ou duas. Começou bem. Desenvolveu muito bem. Os personagens, as suas histórias e as suas motivações, tudo cresceu de forma interessante e natural. Depois tornou-se um pouco «elaborado» demais. Perdi interesse, confesso. E quando entrei na última temporada já pouco lembrava-me do que tinha acontecido na anterior. Para piorar, é completamente a despachar. Deram uma última temporada para os criadores fecharem a coisa, mas tinham demasiado ainda por contar. Sente-se muito o acelerar da narrativa. E isso faz com que muitas cenas não tenham o impacto pretendido.
Posto isto, não me arrependo nada de ter visto. Fico contente de o ter feito. Teve detalhes óptimos, ao nível das outras duas séries de referência de Groening. Até há uma ou outra expressão que vamos usando de vez em quando, cá por casa. Não se pode exigir muito mais a uma série.
Sunday, November 5, 2023
despachada: The Continental: From the World of John Wick
Gostei dos filmes. O primeiro então é um sonho de «filme de tirinhos». Que tenham continuado uma história tão simples, durante tanto tempo, é de louvar. Ainda para mais quando era só mesmo para ver porrada. A história não existia por aí além. Se bem que... Tentaram criar um universo. E a parte do hotel, do Continental, tinha o seu charme.
Precisava ver uma história / prequela dum par de personagens dos filmes e, acima de tudo, do raio do hotel? Não. Custou ver? Nada disso. Vê-se OK. Só não acrescenta assim tanto como poder-se-ia achar.
Tuesday, October 31, 2023
filme do mês: Outubro '23
Poucos. Nenhum verdadeiramente terrível. Foi fixe ver Haunted Mansion - o que até surpreendeu -, mas gostei mais de Nimona.Contudo, o filme do mês é Bottoms, porque é uma mamadice pegada.
Thursday, October 26, 2023
despachada: Daisy Jones & the Six
Está cheio de todos os clichês que conhecemos de bandas famosas. Todas aquelas cenas que vemos sempre nos episódios de Behind the Music, está lá tudo. Os abusos e/ou abandonos familiares. Os problemas com álcool e drogas. Festas à grande. Traições. Paixões dentro da banda, que tanto levam ao auge, como ao fim. Bom pais. Maus pais. Gente contente. Gente invejosa, que boicota. Tours como sendo o local de toda a luxúria e deboche, possível e imaginário. Uma banda a atingir o céu, só para queimar-se com o Sol.
Posto isto, está muito bem montado. Bom elenco e boa representação. Não temos como não gostar dos personagens. E o raios das músicas não são más. Às vezes, nesta coisa de fazer filmes ou séries sobre música, não costuma haver orçamento para escrita musical. O que leva a termos de ouvir coisas atrozes, pintadas como boa música na narrativa. Não foi o caso aqui. Até que se ouvem bem. E a mini-série também vê-se bastante bem.
Saturday, September 30, 2023
filme do mês: Setembro '23
É a Pequena Sereia!
Claro que não é a Pequena Sereia. Que filme tão mau e esquecível. Não, o filme do mês é... Não é fácil escolher. Vi alguns filmes giros, por muito que poucos, no total. Só que são todos um bocado iguais. Não há nenhum que se destaque, por aí além. Talvez Shortcomings... Ou talvez No Hard Feelings, por ser divertido. Love at First Sight é um bom romance. Banana Split também o é, num estilo diferente. Ponho o Barbie no topo, só porque é um dos filmes bem sucedidos do ano? Claro que não. A verdade é que não fez nada por mim.
Bem, como sou obrigado a escolher um, vai o destaque para uma grande surpresa. Não necessariamente o melhor, ou sequer bom, mas como sendo dos filmes mais esquisitos dos últimos tempos: Bottoms.
PS - Nem consegui chegar aos dois dígitos, apesar do esforço final. Foi por bons motivos. Voltei à terrinha, com a Madame M., finalmente. Foi cansativo com'ó raio e sinto que ainda estou a recuperar. Mas valeu a pena, sem dúvida.
Claro que não é a Pequena Sereia. Que filme tão mau e esquecível. Não, o filme do mês é... Não é fácil escolher. Vi alguns filmes giros, por muito que poucos, no total. Só que são todos um bocado iguais. Não há nenhum que se destaque, por aí além. Talvez Shortcomings... Ou talvez No Hard Feelings, por ser divertido. Love at First Sight é um bom romance. Banana Split também o é, num estilo diferente. Ponho o Barbie no topo, só porque é um dos filmes bem sucedidos do ano? Claro que não. A verdade é que não fez nada por mim.
Bem, como sou obrigado a escolher um, vai o destaque para uma grande surpresa. Não necessariamente o melhor, ou sequer bom, mas como sendo dos filmes mais esquisitos dos últimos tempos: Bottoms.
PS - Nem consegui chegar aos dois dígitos, apesar do esforço final. Foi por bons motivos. Voltei à terrinha, com a Madame M., finalmente. Foi cansativo com'ó raio e sinto que ainda estou a recuperar. Mas valeu a pena, sem dúvida.
Monday, September 4, 2023
despachada: The Great
Estávamos a terminar a última temporada quando, só por curiosidade, vou confirmar online se haverá nova temporada. Porque não tinha visto notícias de que tinha sido cancelada, ou que fosse a última. Mas o desenrolar da trama apontava para um final de história. Eis que encontro uma notícia a confirmar que tinha sido cancelada, apesar que ter um final fechado. Spoilei-me um pouco, sim. Foi culpa minha.
Os criadores tinham planos para dar uma volta à narrativa. Queriam quebrar com o que tinha sido feito e seguir outros caminhos. Seria óptimo. Porque apesar de ter sido uma óptima série, já não dava para continuar a bater no raio das teclas do indeed e do huzzah. Há limites. Pelos vistos o canal não achou piada às novas ideias e decidiu terminar o projecto, que deu direito a uma data de prémios e foi muito bem feito, se bem que caro e não com o nível de audiências necessárias para pagar tudo.
Funcionou bem. E, quando assim é, não posso recriminar quem decide cancelar. Vou ter saudades de certos personagens. Sim, tinha curiosidade para ver onde levariam esta versão duma personagem histórica. Assim é melhor. Assim tenho vontade de ver a série toda seguida novamente, um dia, para apanhar os pormenores. Não fico irritado de ser obrigado a ver mais uma temporada, que já não tem o mesmo interesse ou piada das anteriores. Fico definitivamente com a sensação que vi uma boa e recomendável série de televisão.
Que fossem todas assim, indeed.
Saturday, September 2, 2023
despachada: How I Met Your Father
A série original durou demasiado tempo. Uma boa série cómica estragou-se um pouco, porque não souberam sair de cena atempadamente. A verdade é essa. Por isso, terem criado um spin-off, com a mesma premissa e «ganchos»... Não, não foi uma ideia brilhante.
A primeira temporada provou o que todos temíamos. Que era uma série pouco original, a contar uma história exactamente da mesma maneira, com personagens piores. Os episódios mais badalados (talvez tenha sido só um, já não sei) foram os que apareceram personagens da série original. No meio de tanto de mau, tanto negativo à volta deste projecto (incluindo audiências fracas), a série é renovada para uma segunda temporada. Para surpresa de toda a gente. Incluindo eu próprio, claro. Com as expectativas baixas e sem grande vontade de ver a segunda temporada, chega então a segunda surpresa: a nova temporada tem piada.
Atenção que é-me fácil ver HIMyF. Está na Disney+. Tem a Duff, por quem sempre tive um fraquinho. Eu gostei muito de HIMyF. Mesmo das últimas temporadas (menos, mas ainda bastante). É uma história fofinha e romântica. A primeira característica procuro cada vez mais. E o certo é que os personagens cresceram um bocadinho. Os episódios passaram a ter um pouco mais das suas próprias cenas e não imitações de cenas da outra série. Comecei a achar mais piada.
E é então que vem a terceira e última surpresa: foi cancelada. Vi numa notícia solta, online. Tanta coisa. Tanto esforço (a série estava para sair há muito tempo). Tanto para trás e para a frente. Um mau começo que é recompensado. Um continuar em melhor nível, que não o é. Finalmente ter alguma ligação à série e aos personagens, só para vê-los desaparecer, sem final digno.
Foi frustrante. Muito.
Thursday, August 31, 2023
filme do mês: Agosto '23
Em onze filmes não tenho praticamente nada para recomendar. Só um. Um que não devia ser «filme do mês». Tendo em conta a minha regra que filmes Marvel, ou mesmo filmes baseados nas grandes BD, não podem ser considerados. Porque é desleal, no fundo. Será que aplico a regra, mesmo assim, se só há um filme recomendável este mês?
Não. Claro que não. Isso é parvo. O filme do mês é Spider-Man: Across the Spider-Verse. Como é óbvio.
Não. Claro que não. Isso é parvo. O filme do mês é Spider-Man: Across the Spider-Verse. Como é óbvio.
Monday, August 21, 2023
despachada: Fleabag
É criminoso como o padre não ganha um Bafta por este papel e ganha um pelo Moriarty. Não tem comparação possível. As camadas deste «hot» e completamente surreal interpretação do que poderá ser um padre são imensas. Tanto para descobrir e sobre o qual pensar.
Infelizmente, eu não tenho tempo. Mas quem tem, deveria tê-lo feito. Ainda vão a tempo. Dêem-lhe prémios agora. Porque não? Há alguém a interpretar um papel, neste momento, como ele interpretou este? Não me parece. De qualquer modo, seja prémios ou teses, este papel e esta série merecem muita coisa. Ainda bem que não fizeram mais temporadas. Só estragariam. Quer dizer, se se lembrar que tem mais algo para dizer, força. Não há obrigatoriedade. É uma questão de respeitar e acrescentar ao mundo que criou se, e apenas se, for caso disso.
Fleabag é uma boa série. Consegui ver mais agora, à segunda. Da primeira vez não dei-lhe o respeito merecido. Dividi demasiado a minha atenção. Em boa verdade, muito da série nem lembrava-me. Pude agora ver com outros olhos e maior apreciação. E é mesmo uma boa série.
Monday, July 31, 2023
filme do mês: Julho '23
Outro mês acima dos dez filmes vistos. Confesso que estou surpreendido. Achei que seria muito pior, com a chegada - e presença, acima de tudo -, da Madame M.
O problema é que a qualidade não foi brilhante. Não é que tenha visto filmes «maus», mas não os recomendaria. Tirando um por ser especial (Happy Death Day), dois revisionamentos de coisas boas (What We Do In the Shadows e A Fish Called Wanda) e uma novidade que ganha o estatuto de «filme do mês». Joy Ride não entrará nos anais da história cinematográfica, mas foi divertido de se ver.
O problema é que a qualidade não foi brilhante. Não é que tenha visto filmes «maus», mas não os recomendaria. Tirando um por ser especial (Happy Death Day), dois revisionamentos de coisas boas (What We Do In the Shadows e A Fish Called Wanda) e uma novidade que ganha o estatuto de «filme do mês». Joy Ride não entrará nos anais da história cinematográfica, mas foi divertido de se ver.
Wednesday, July 26, 2023
despachada: Secret Invasion
Mais uma vez é necessário um disclaimer: não sei se a série foi cancelada; não há notícias confirmando se haverá ou não segunda temporada; eu acredito que não haverá. Ainda para mais tendo em conta as críticas à série.
Eu não achei assim tão má, mas foi uma oportunidade desperdiçada. A BD é tão fixe. Tem uma envolvência brutal e consequências grandes. Foi uma story arc excepcional, metida entre outras ao nível, num auge da BD da Marvel. No fundo, o que aconteceu foi que estamos nós muito bem da nossa vida, a ler um qualquer livro de BD solto, quando a Elektra é morta pelo Bullseye. Sim, sim, outra vez. A diferença é que, desta feita, o cadáver revela que é uma Skrull.
Dum dum duuuuum!
De repente temos uma data de livros à volta da coisa. Skrulls começam a aparecer em todo o lado, revelando que personagens que seguíamos não eram quem pensávamos. Há quanto tempo eram Skrulls? Onde estão as pessoas verdadeiras? Quem mais poderá ser um Skrull? E, no processo, é-nos revelado que os Skrull estão a invadir a Terra porque um grupo de super-heróis decidiu ir ao planeta deles ameaçá-los, em segredo, há uma data de tempo.
A história é brutal. Das melhores que a Marvel tem. E esta série foi um desperdício. Podia ter sido tão melhor. Bastava terem morto um qualquer personagem num dos últimos filmes, revelando que era um Skrull. E só então saltávamos para esta série, deixando toda a gente baralhada. Assim teria intriga e revelações. Depois, seria ainda necessário não contar esta história em meia dúzia de episódios curtos. O último nem uma hora teve. Absurdo.
Foi um total desperdício... com uma excepção. Olivia Colman. Que tesouro! A mulher não sabe fazer um mau papel. Cada cena com ela era uma lufada de ar fresco. E parece que foi ela que pediu para entrar em cenas Marvel. Ligou ao agente e disse «arranja-me qualquer coisa no MCU, que aquilo parece ser divertido». Que maravilha de actriz, pessoa, criatura no geral.
Sunday, July 23, 2023
despachada: Soulmates
Como explicar Soulmates? Como explicar algo que está acima de qualquer lógica? Como explicar uma ligação única com outro ser? Não consigo. A verdade é essa. Terei de ficar-me pela série. E essa é fácil de explicar.
É uma série com episódios individuais. Tudo no mesmo universo, com uma mesma premissa. Há almas gémeas e há tecnologia que indica quem são. Ou seja, fazendo um qualquer teste (não o mostram, claro), se a nossa alma gémea estiver no sistema, esta é-nos dita e já está. Não é preciso mais nada. Dão os dados todos. Metem o pessoal em contacto. Não é preciso dates constrangedores, ter dúvidas, ter medo que não seja aquela a pessoa certa, etc. etc. etc. A parte amorosa da vida fica resolvida num instante. Mesmo que a alma gémea viva do outro lado do mundo. Mesmo que a pessoa que faz o teste esteja numa relação feliz. Mesmo que a alma gémea seja dum género diferente do que se esperava.
Soulmates é uma espécie de Black Mirror. Passa-se num futuro não muito longínquo. É ficção científica, embora não pareça. E tende a ser algo negro, embora tenha um ou outro caso mais feliz. A diferença é que é apenas sobre relações amorosas. Vários tipos, é certo, mas apenas isso. Creio que foi o que ditou o cancelamento da série, esta limitação.
Tenho alguma pena do cancelamento, mas percebo. Não havia muito mais por onde ir.
Wednesday, July 5, 2023
despachada: Ted Lasso
Be a goldfish.
Fui também. Esqueci-me de tanto da série, desde que começou. Espero voltar a esquecer-me de tudo. Porque claro que vou vê-la outra vez. Quero ser surpreendido por todos os detalhes que só se apanham depois de embaçar a série duma ponta à outra.
Sim, vimos a série logo depois de tê-la terminado. Porque, lá está, é daquelas séries que vês muito mais detalhes num segundo visionamento. Por exemplo, vê-lo a conquistar cada um dos personagens, à vez, foi genial. A série começa com todos contra o Lasso. E é estranho de se ver, não sabendo nada. Para uma série cómica, é bastante agressiva e hostil. O que não tem nada a ver. Lasso tem de provar-se perante cada um deles. E fá-lo com mestria e, mais que isso, com intenção. Toda a gente a chamá-lo de wanker. Na cara ou pelas costas. Mesmo assim, ele sabia o seu valor, o que estava ali a fazer e que ia conquistá-los. No final da série estavam todos do lado dele. E nós também. Óbvio.
É uma série deliciosa, de tão doce que é. Recomendarei sempre que possa, a quem quiser ouvir recomendações. Embora creio que muita da minha gente já viu. Ou pelo menos anda a ver.
Saturday, July 1, 2023
despachada: South Park
Decidi neste momento. A série continua, atenção. Neste dia e hora decidi parar de ver South Park. Não vi qualquer episódio ou referência na net, para tomar esta decisão. Simplesmente faz sentido. Se larguei outros títulos clássicos, que teimam em continuar, porque não este?
South Park continua a ser relevante. Continua a ter momentos bem engraçados. Ainda hoje esboço um sorriso ao lembrar-me de como estava no chão, a rebolar a rir (literalmente), em casa dum amigo meu, depois de ouvir «I don't trust anything that bleeds for five days and doesn't die.» É errado? Muito. Mas tinha piada, coração e sim, em muitos momentos fazia-te pensar. Era esse o objectivo. E actual. Por exemplo, antes de ver o que é a praga das trotinetes espalhadas pela rua, vi um episódio de South Park a gozar com isso.
Os pequenos rapazes mais obscenos do mundo terão sempre um espaço especial no meu coração. É só que o tal momento de estar a rebolar no chão passou-se há mais de 20 anos. Vou dizer outra vez: mais... de vinte... anos! Se eles não têm coragem para matar o Kenny de vez, eu tenho.
Friday, June 30, 2023
filme do mês: Junho '23
Aumentámos para 14, este mês. Que loucura! Só possível porque as moças andaram a vadiar e eu tive um tempinho sozinho em casa.
Claro que vou escolher o Innerspace. Não interessa se é um filme antigo ou que saíram muitas coisas novas. É um filme da minha infância. Vai sempre ser o «filme do mês». Nada chega-lhe aos pés, por muito que tenha visto coisas giras como: John Wick: Chapter 4, Discontinued ou Creed III.
Thursday, June 15, 2023
despachada: The Book of Boba Fett
Há relatos de que a Disney não está a trabalhar na segunda temporada. E a verdade é que isto surpreende... absolutamente ninguém! Fui tolo em não ter feito o post logo quando a primeira temporada terminou. Agora não tenho muito mais para dizer sobre a série, que já não tenha sido repetido ad nauseam em todo o lado.
Foi mal feita. Foi uma desilusão ver o Fett assim (não tanto para mim, não sou o maior fã do personagem). Há episódios que são uma seca. Há cenas enfiadas a martelo. Os flashbacks não fazem qualquer sentido. A estrutura é miserável. E que raio foi aquela cena de meterem dois episódios de Mandalorian pelo meio?!
Esses dois episódios são óptimos, atenção. O resto está longe de estar ao nível. Para mim foi óptimo vê-los naquele momento. No entanto, foi super injusto e absurdo para quem é fã do Mando mas não quis ver Fett. É que, ainda por cima, acontecem coisas fulcrais para a história de Mandalorian.
Foi um tiro no pé. Não tem mal. Há créditos para gastar à custa do bom de Mando e de Andor. Venham de lá outras, melhores séries Star Wars, por favor.
Saturday, June 10, 2023
despachada: American Dad!
«Desisti» de ver Family Guy. Não faz muito sentido continuar a ver American Dad!, convenhamos. São séries distintas. Dad! tem mais sumo, mais histórias. E ninguém bate o personagem que é Roger. Guy é feito dos cut aways, de one liners, ou de cenas épicas que demoram demasiado tempo (a luta com o galo, à cabeça). Não vou tão longe como alguém que em tempos conheci, que dizia que Dad! era francamente superior. Continuo a gostar mais de Guy. Os episódios de Star Wars e aquela cena do Stewie são imbatíveis. Acho Guy melhor. Roger é rei, dono e senhor. Um personagem imbatível, sem dúvida.
American Dad! não foi cancelado. Continuará, espero eu, por muitos anos. Deliciando novas gerações de gente tonta. Na verdade, a temporada nem acabou. Está numa das suas pausas estranhas. Foi o que sempre irritou-me nas séries de MacFarlane. O desgoverno de quando começam, pausam, ou acabam. Vendo sítios diferentes, as séries têm números de temporadas distintos, por exemplo. Chega a isto! É parvo e o nerd dentro de mim irrita-se.
Que a vida seja longa para estes também. Obrigado. Obrigado, um abraço... e um queijo, vá.
Thursday, June 1, 2023
despachada: Ted Lasso
Acabou, certo? Alguém sabe?
Não é que queira que acabe, mas.. Sendo honesto, quero que acabe. Porque acabou de forma perfeita. Fechou tudo com um laçarote bonito. É o pacote completo, circular, com todas as pontas de enredo resolvidas e bem resolvidas. Foi uma bela série, esta que Sudeikis criou.
Não é para toda a gente, convenhamos. Nem todos gostam de finais felizes e/ou momentos fofinhos. Porque é falso. Porque as pessoas no mundo real não são assim. Porque mais parece ficção científica do que realidade. Toda a gente prefere ver traições e falcatruas, que sempre são mais reais. Lasso não é isso. Lasso é como a vida devia ser. E como, em boa parte, o futebol devia ser. São pessoas a trabalhar nos seus problemas, a unirem-se em prol comum, ao contrário de apenas para eles. Ou melhor, a ajudarem a sua comunidade, porque também sabem que só assim a comunidade pode ajudá-los a eles. E a elas!
Lasso teve coração, humor, algumas intriga, bons desenrolares, personagens falíveis e adoráveis, empatia, excelentes interpretações, surpresas e até um pouquinho de futebol. Acabámos a série (se é que terminou mesmo; Sudaikis foi esquivo, quando perguntaram) com vontade de ver tudo outra vez. É a série porta estandarte da Apple TV+ e é mais que merecido, esse estatuto.
despachada: Family Guy
Como diz a música, temos sorte que há um Family Guy.
Trouxe muita coisa divertida, nos seus mais de 20 anos de cut aways. Há momentos que espero recordar sempre (um em particular ainda faz-me rir, até hoje). Deu para partilhar umas falas ou cenas com amigos, em bons momentos. Foi um excelente upgrade e colmatou ainda o buraco que os Simpsons deixaram em mim. Meteu MacFarlane na ribalta, mesmo que nem tudo o que faça seja assim tão giro. Tudo espectacular e a proveito.
Já chega.
A série não terminou. Está renovada por mais alguns anos, creio. Por muito que MacFarlane ande a chorar, que está farto de interpretar os vários papéis nas suas séries. Family Guy sobreviveu a mais que um cancelamento, levantou polémicas e soube defender posições. Tudo nobre e de louvar.
Já chega. Para mim.
A verdade é que as últimas temporadas vi com total distância. Não me recordo, assim de repente, duma cena ou dum episódio. Ri-me em algumas momentos, claro. Mas o resto acabava por ser forçado, só por rotina. Não vale a pena continuar assim. Divorcío-me de Family Guy, na esperança que faça feliz outras pessoas, como fez-me a mim, durante muito tempo.
Long live Family Guy. Só não mais para mim.
Wednesday, May 31, 2023
filme do mês: Maio '23
Onze! Onze filmes vistos este mês. Mais um que no mês passado. É a completa loucura. Até fui ao cinema e tudo! Se bem que ajudou ter três feriados. Deu mais tempo para ver TV.
Brincadeiras à parte, até vi coisas engraçadas. Claro que delirei com o GotG Vol. 3, para além de ter gostado de Renfield, Beautiful Disaster (pelos motivos errados, atenção), Prom Pact ou Paint. Destaque maior vai para a nobre tentativa de fazer algo fixe e um bocadinho fora da caixa: Dungeons & Dragons: Honor Among Thieves. Pena que não deva continuar.
Brincadeiras à parte, até vi coisas engraçadas. Claro que delirei com o GotG Vol. 3, para além de ter gostado de Renfield, Beautiful Disaster (pelos motivos errados, atenção), Prom Pact ou Paint. Destaque maior vai para a nobre tentativa de fazer algo fixe e um bocadinho fora da caixa: Dungeons & Dragons: Honor Among Thieves. Pena que não deva continuar.
Monday, May 29, 2023
despachada: Succession
É muito estranho este fenómeno de odiarmos personagens, mas mesmo assim estarmos fascinados com o que lhes acontece. Pior, no caso dos Roy, não queremos que lhes aconteça nada de mal. Sim, é parvo. Porque estas pessoas/personagens são horríveis. São riquinhos, com a mania que são melhores que os outros e que merecem tudo, só porque existem. São adultos birrentos, capazes de fazer muito mal a quem esteja à volta. Só porque podem. Porque estão chateados. Porque o paizinho não deu-lhes atenção.
E depois lembramo-nos desta última parte. Logan Roy é execrável. É uma pessoa ruim e um pai ainda pior. É maldoso, maquiavélico, sádico, interesseiro e egocêntrico ao mais alto nível. Tem prazer em meter os filhos uns contra os outros. Quer que eles não sejam fracos, mas passa o tempo todo a boicotá-los, só para que não o suplantem. Com um pai destes acabamos por ter pena dos filhos, por muito que sejam fruto da mesma árvore. Por muito que sejam idiotas e passem o tempo a tentar ser como o paizinho. No final ganha o Logan e nós, tolos espectadores, temos pena das crianças. Apesar de terem mais de 30 e tal anos.
Succession é uma história da sucessão dum gajo rico e velhaco, que subiu a pulso, com mérito e demasiada sacanice também. Veio do nada e tornou-se uma referência no mundo dos negócios. Fez dinheiro à custa dos outros, das suas inseguranças e facetas menos inteligentes. A questão é que o velho não quer sucedido. Aos olhos dele é o maior e não há ninguém igual. Mesmo na família. Mais que não seja, enquanto ainda «tem força na verga», porque carga d'água haveria ele de «abdicar do trono»?
A série bate em todas as teclas que mexem connosco. É actual e tem demasiado do mundo real, para fazer-nos associar a este mundo fictício. Tem intriga até não conseguirmos perceber o que se passa em demasiadas cenas. E tem um elenco muito, mas muito forte. Os irmãos têm uma empatia enorme, como se os próprios actores tivessem passado pela mesma infância abusiva. E os mitras ao redor... Os sanguessugas, os lambe c#s, os que aceitam qualquer abuso em troca da mais pequena esmola, as vítimas... Tudo muito bem sacado e do melhor nível de entretenimento.
Quando comecei a escrever o post estava com a convicção de que Succession era mais uma série da HBO que ficaria para a história. Ao nível de Six Feet Under, Sopranos e umas quantas outras. Entretanto escrevi sobre como tem muito do mundo real (o canal televisivo é a Fox News, sem tirar nem pôr), e temo que possa ser algo datada no futuro. Logo, o que recomendo é ver a série agora. Acabou há pouco tempo e não é assim tão longa. Vê-se bem e num instante. Vamos lá.
Sunday, May 28, 2023
despachada: Doom Patrol
Não acabei de ver Doom Patrol. Achei tão mau que nem consegui ver a última temporada. Faço o post só para poder ventilar um pouco a frustração, mas nem aqui quero alongar-me muito.
Meteram os mais famosos (entenda-se, mais caros) só a fazer vozes. Espertos. Assim sempre dá para rechear o elenco de talento a um preço mais em conta. Para onde foram essas poupanças? Não foi para os argumentistas, de certeza. Talvez para a compra de narcóticos para os argumentistas e outros. Porque só sob o efeito de coisas pesadas é que se escreve as coisas inanarráveis que tive de aturar.
Ao início a história era igual à dos X-Men. Como muitas destas histórias, de grupos de miúdos com poderes, acaba por ser. Doom Patrol até tinha um Xavier interpretado por um Bond. Depois descambou, numa tentativa de ser zany/profundo, mas foi apenas uma m€rd@. Tentei começar a ver o primeiro episódio da última temporada, mas era o clichê batido de futuro pós-apocalíptico. Algo aconteceu porque fizeram trampa no passado. Sim sim, esta equipa de quadragésimas opções, cópias de cópias de cópias doutros personagens, é super importante neste universo. Está-se mesmo a ver.
Claro que tudo o que possa acontecer é irrelevante. Seja em que tempo, em que episódio, feito pelos vilões ou pelos heróis. Têm uma máquina de viajar no tempo, logo tudo o que fizeram ou façam não interessa para nada. Assim, pode ser tudo super estranho, porque há sempre esta «borracha» para apagar.
Irrita-me ter perdido tanto tempo com Doom Patrol. Irrita-me muito.
despachada: Wrecked
Não foi um mau spoof do Lost. Tem dois ou três actores com talento. E teve algumas coisas bem engraçadas. Para onde ia? Não faço ideia. Acho que eles também não tinham grandes narrativas ainda por contar. Foi giro e teve o seu desenvolvimento. Deviam ter caminhado para o fim na terceira temporada, diria. Claro que daria sempre para contar mais uma parvoíce, mas há limites para o que os actores cómicos conseguem vender. Às tantas entram em modo automático, fazem umas caretas populares, dizem o que o público gosta de ouvir e acabou. Não há novidades para ninguém. E nós não queremos ver isso, Hollywood. É vital que saibam sair de cena antes do declínio. Sei que é difícil, mas olhem para o que a Netflix está a fazer, evitem fazer séries a metro, baseadas em algoritmos de supostas preferências, e entrem em acordo com os criadores na duração da série. Seja uma, duas, quatro ou sete temporadas, de x episódios cada. Quando estiver para acabar, não interessa o sucesso que tenha, é acabar com a coisa.
Não há muito que inventar. Qual a dúvida? Parece-me super fácil.
Sunday, April 30, 2023
filme do mês: Abril '23
Foi um mês muito especial, com uma grande pequena novidade, uma total mudança de paradigma e muito tempo passado a fazer coisas novas. Algumas mais interessantes que outras. Continuámos a ver coisas. Tanto antes como depois. Menos, claro, mas o vício mantém-se. As coisas mudaram um pouco, mas nós, na essência, não. Andamos a ver séries longas, que tardam a ficar despachadas. Já filmes... Reduziu-se o número para metade. O que não é nada mau, tenho a dizer. Pensei que seria bastante pior.
Foi um mês muito especial. Tudo verdade. Não em termos de filmes. Em termos de filmes foi uma miséria. Tudo muito fraquinho. Tirando Rye Lane. É uma comédia romântica, com o mesmo formato batido. Mas está bem feito e tem detalhes novos que, em muito, honram o género. Ao contrário de tudo o resto que vi este mês, este é um bom filme.
Foi um mês muito especial. Tudo verdade. Não em termos de filmes. Em termos de filmes foi uma miséria. Tudo muito fraquinho. Tirando Rye Lane. É uma comédia romântica, com o mesmo formato batido. Mas está bem feito e tem detalhes novos que, em muito, honram o género. Ao contrário de tudo o resto que vi este mês, este é um bom filme.
Friday, March 31, 2023
filme do mês: Março '23
Arranque porreiro do mês, a voltar a um ritmo aceitável na primeira quinzena. A segunda não correu tão bem. Por dois motivos. Porque cheguei ao fim do mês com muito pouca coisa que quisesse ver. Parece que os estúdios entraram naquela posição de aguardar para começar a batalha. «Hoooooooold! Só atacamos quando estiver calor suficiente em todos os fins-de-semana!» Os filmes só vão sair com as pessoas na rua. A outra razão não tem nada a ver com uma indústria que continua a cometer erros parvos, mas a verdade é que tenho menos tempo livre, infelizmente. E à noite... Os olhos começam a fechar mais cedo.
De qualquer modo, vi umas coisas giras. Nota de destaque individual, salvo seja, para estas três magníficas interpretações: Living, Whale e Aftersun. O segundo até poderia ser o «filme do mês», mas Fraser merece destaque acima de tudo o resto.
Depois houve ainda óptimos visionamentos com See How They Run, She Said, Empire of Light, I'm Totally Fine e Wunderschön. Tudo coisas bastante recomendáveis, mas nenhuma consegue bater um clássico: White Men Can't Jump.
De qualquer modo, vi umas coisas giras. Nota de destaque individual, salvo seja, para estas três magníficas interpretações: Living, Whale e Aftersun. O segundo até poderia ser o «filme do mês», mas Fraser merece destaque acima de tudo o resto.
Depois houve ainda óptimos visionamentos com See How They Run, She Said, Empire of Light, I'm Totally Fine e Wunderschön. Tudo coisas bastante recomendáveis, mas nenhuma consegue bater um clássico: White Men Can't Jump.
Tuesday, March 28, 2023
despachada: Buddies
Há uns tempos li algures sobre as negociações entre Chappelle e a Netflix, sobre direitos de transmissão do Chappelle Show. Inicialmente o cómico não queria que a série passasse na Netflix. Pelos vistos o trauma ainda está bastante presente. Para aceder, Chappelle colocou como condição a Netflix tirar do catálogo uma outra sua série. Ou melhor, uma em que tinha entrado. Chappelle tem vergonha do trabalho que fez em Buddies. Tem vergonha do que a série é.
Achei estranho. Eu tinha boas memórias de Buddies. Lembro-me perfeitamente de ter achado um piadão a Chappelle. De achar que a série era «muito à frente», porque tinha esta amizade tão forte entre rapazes de raízes diferentes, e como davam-se tão bem, apesar de todo o racismo e preconceito da era, yadda yadda yadda...
Chappelle tem razão. Buddies é mauzinho. Se na altura achei que tinha sido cancelada por preconceito, agora acho que foi mesmo porque apenas tinha humor de muito baixo nível.
Monday, March 13, 2023
despachada: Wellington Paranormal
Belíssima e hilariante série, da mente perversa dum dos tipos mais criativos em Hollywood... Quer dizer, isto se calhar não é bem assim.
Taika é o nome conhecido. E todos nós tendemos a fazer esta coisa de dizer «a série daquele tipo» ou a «o filme da outra». Só que isto são projectos que envolvem uma data de pessoas diferentes. Taika e amigos criaram o What We Do in The Shadows, como gente talentosa da Nova Zelândia que são. O filme original, que deu origem à série e também a esta série. (E depois a uma outra série, que não tem tanto a ver, mas não entremos por mais caminhos espinhosos.) No processo, Taika passou de conhecido no seu país para estrela de Hollywood. Jemaine é um tipo muito conhecido no seu país, mais nuns quantos outros sítios onde existem nerds. Já o terceiro gajo do WWDITS é só conhecido no seu país, parece-me.
À custa do sucesso do mockumentary, progrediram na carreira. No caso de Taika, ele chegou àquele ponto em que qualquer projecto em que entra é dele. O que não será assim tanto o caso. A série de WWDITS não é «criada» por ele, por exemplo. E Wellington, sendo um spin-off dentro deste universo, claro que também é um projecto de Taika. Mas podemos dizer que é uma série sua? Especialmente tendo em conta que os seus projectos vivem tanto do talento de improvisão dos seus intérpretes. Os actores de Wellington têm créditos de escrita. É natural. Os dois principais trabalhavam juntos antes. Ou seja, isto terá sido junção de «tipos com potencial para criar séries» encontram «grupo de actores com talento» e cola-se tudo, numa tempestade perfeita.
Bem, alonguei-me demasiado sobre esta coisa do crédito criativo. O certo é que Wellington Paranormal foi das coisas mais engraçadas que vi nos últimos tempo. E é tão genial, que soube acabar antes de esgotar-se. Há também muito mérito nesta parte.
Tuesday, March 7, 2023
despachada: The Best Man: Final Chapters
Cá está o terceiro capítulo da vida destes personagens.
Valeu a pena fazerem tanto sobre esta malta? Não sei. A verdade é que o primeiro filme é bastante datado, apesar de ter sido porreiro na altura. O segundo não é nada de especial. Este terceiro «episódio» vive do sucesso que os actores têm, assim como da História que existe deste universo. Tem total mérito, sem dúvida. É um elenco recheado de talento e também eu sou fã de ver a progressão no tempo de personagens. Já se são bons personagens...
Todos nós temos os nossos defeitos. Se há coisa que podemos apontar a esta saga «Best Man» é que os personagens estão muito próximos da realidade, cheios de defeitos e tiques de egoísmo, egocentrismo e mais uns quantos ismos de que não nos orgulhamos, mas todos temos. A história deve ser contada? Sem dúvida. Acrescenta algo? Não sou a pessoa indicada para responder. Esta série não foi feita para mim. Consigo apreciá-la, mas há muito que nunca conseguirei compreender - há mesmo decisões com as quais não concordo -, porque não passei pelas mesmas experiências.
Seria amigo desta malta? Não. São ricalhaços. Tenho pouco a ver com malta com esse estatuto social. Foi simpático de acompanhar a evolução? Sim, foi.
Thursday, March 2, 2023
despachada: Plebs
Andei não sei quanto tempo a ponderar ver ou não esta série. Por um lado tem gente fixe. Por outro tinha aspecto de não ser nada de especial. Eventualmente acabei por decidir ver, mais que não seja porque é um visionamento fácil. São cinco temporadas, é certo, mas com oito episódios cada, de 20 e tal minutos cada. Mais um filme, mas também curtinho. Despachei isto numa semana, mais ou menos, às vezes a ver uma temporada por noite.
Até que não estava a ser mauzito, só que esticaram a corda com as duas últimas temporadas e o filme. No final da terceira substituíram o personagem engraçado por um mimbo. Percebo a escolha do rapazito. Tinha boas dinâmicas com os outros dois, mas por si só não tinha grande piada. Não foi só o tal outro a sair (morto de forma infame, no primeiro episódio, pelo substituto). Saiu ainda uma actriz por quem tenho carinho, já que fazia parte do trio do Smack the Pony. É muito engraçada.
A banda sonora também não era má, estranhamente. Fizeram uma combinação curiosa entre universo dos tempos romanos, com os maneirismos dos britânicos e música reggae. Funcionou e os genéricos ficarão na memória, por acaso.
Não é grande série, mas foi uma companhia simpática.
Tuesday, February 28, 2023
filme do mês: Fevereiro '23
Consegui ver menos filmes que em Janeiro. Ser um mês com menos dias não é justificação. Passará por andar meio desiludido com Hollywood, por não haver assim tanta coisa que queira efectivamente ver, mas se calhar mais por andarmos preocupados com outras coisas. Coisas essas que vão acontecer em Março e mudarão a dinâmica de... Tudo! Não só de ver filmes.
É verdade, verei menos coisas estes próximos meses. Sem dúvida. E assusta-me. Porque se não vejo filmes e séries, quem sou eu?
De qualquer modos, vi umas coisitas bem boas e recomendáveis: Dorosute No Hate De Bokura, Galaxy Quest, Strange World e Knock at the Cabin. Destaque maior para Plane, o primeiro «blockbuster» do ano.
É verdade, verei menos coisas estes próximos meses. Sem dúvida. E assusta-me. Porque se não vejo filmes e séries, quem sou eu?
De qualquer modos, vi umas coisitas bem boas e recomendáveis: Dorosute No Hate De Bokura, Galaxy Quest, Strange World e Knock at the Cabin. Destaque maior para Plane, o primeiro «blockbuster» do ano.
Saturday, February 18, 2023
despachada: The First Team
Olha, alguém tentou fazer outro Ted Lasso!
Não foi bem um «alguém» qualquer. First Team é criado pela malta que fez o Inbetweeners, série com algum sucesso (merecido), de que gosto bastante. Porque não funcionou? Porque futebol não tem assim tanta piada. Porque se não tiveres tipos mega engraçados e personagens que toda a gente adora (football is life, à cabeça) ninguém consegue identificar-se com jogadores de futebol, com o universo de futebol. Adeptos não querem rir-se com o desporto, ou a personificação engraçada do desporto. E malta que não gosta de bola não tem interesse em ver uma série sobre bola, por muita piada que tenha. Novamente, Ted Lasso é uma excepção. A série tem sucesso pelo brilhantismo de Sudeikis e amigos, para além de que é muito mais do que uma série sobre futebol.
First Team é o mesmo registo de Inbetweeners. Mas, enquanto todos fomos adolescentes de liceu, cheios de hormonas aos saltos, ninguém frequentou um balnerário de clube de topo de futebol.
despachada: Reboot
Uma das primeiras tentativas falhadas desta época. E tenho pena, porque o elenco é divertido o suficiente para fazer algo de jeito, se lhes fosse dada a possibilidade. Mas mais do que discutir os méritos ou deméritos de Reboot, não consigo deixar de pensar na mudança de paradigma, e a demorada adaptação a esta, que ainda trará muitas mais «vítimas» de cancelamentos precoces.
Reboot tinha Keegan-Michael Key, Judy Greer e Paul Reiser como os nomes mais sonantes, mais Knoxville e Rachel Bloom para apelar a nichos. Há ainda meia dúzia de malta talentosa, que ajuda e muito a dar profundidade a qualquer elenco. É uma série criada por Steve Levitan, que vem do sucesso tremendo que foi Modern Family. A série é lançada na plataforma Hulu, que permite-lhes ter uma série mais adulta, capaz de dar mais do que apenas umas risadas em família. E permite ainda chegar a muita gente, através de Hulu nos states e Disney+ na Europa e afins. Tem tudo para correr bem, certo? Errado.
Porquê? Bem, no meu entender passa por números. Levitan elevou a fasquia com Modern Family. Qualquer estúdio ou canal está à espera que traga um número elevado de espectadores, só porque é ele. Logo, o número do seu salário será elevado. Assim como os salários de alguns membros do elenco. A Reiser precisam de convencê-lo para tirar o cu do sofá. Como o seu personagem diz na série, é «demasiado velho e demasiado rico» para fazer certas coisas. Mas voltando às audiências, começa a ser cada vez mais difícil chegar aos «bons» números de outrora. E atenção que falamos apenas de audiências dos Estados Unidos. Continuam a ser apenas essas que interessam. Não estou a ver nenhum estúdio a querer continuar uma série só porque tem sucesso na Europa e/ou na América Latina, por exemplo. Dantes havia menos canais, menos alternativas e muito, mas muito menos séries. A atenção agora é super dividida. Não há seis séries com dez milhões de espectadores cada. Há 120 com meio milhão cada.
E mais, dantes víamos o que dava na TV. Todas as várias coisas. Hoje em dia vemos uma série inteira em exclusivo. Temporadas após temporadas, tudo de enfiada. Eu, que vejo muita (demasiada?) coisa, ainda há uns tempos pus-me a ver Americans e pouco mais vi para além disso. A forma de ver conteúdos mudou. Ou, pelo menos, está a mudar. A forma de criar conteúdos é que ainda não se adaptou. Especialmente a mentalidade desta malta, que acha que lançar uma série em serviço de streaming é o mesmo do que lançar num canal de TV. Claro que acontece haver um visionamento semanal com fenómenos pontuais. É complicado não ver todas as semanas os novos episódios de House of the Dragon ou Last of Us, dando exemplos da HBO. Ou ver tudo num fim-de-semana de Stranger Things. Porque, mais que não seja, a Internet e a malta no escritório não falam doutra coisa. Mas ninguém tem a necessidade de ver semana a semana Reboot. Isto é a série que começamos a ver quando procuramos algo para preencher os espaços da semana. Vemos dois ou três episódios numa noite e, se calhar, depois passamos o resto da semana sem ver nada. Vemos com gosto, atenção. Só não há é urgência.
Para que séries como Reboot vivam algum tempo (ênfase no «algum» e não na eternidade que foi Modern Family, por exemplo), é preciso mudar a mentalidade. As séries têm de ser vistas como criação de catálogo. Para que um utilizador, ao procurar um serviço de streaming, seja convencido pelas várias opções disponíveis. É isto que fará um serviço de streaming ser bom, e não apenas ter a série da moda desta semana.
Wednesday, February 15, 2023
despachada: Paper Girls
A carreira de Brian K. Vaughan na televisão não faz qualquer sentido.
O homem tem três facetas, que reconheço-lhe. Duas delas na TV. A outra, onde é um consagrado e escreveu algumas das melhores histórias das últimas décadas, é a banda desenhada. Neste meio, o homem é rei e senhor. Criou personagens novos dentro de universos estabelecidos (nos tempos recentes é mais difícil do que parece) e cada novo livro que cria é imediatamente seguido por uma legião de fãs. Na televisão, por um lado também tem algum sucesso, embora não tenha muitos créditos associados ao seu nome. Desenvolveu o Under the Dome que, não tendo sido brilhante, teve ali algum mediatismo no início. Escreveu ainda alguns episódios para um pequeno fenómeno televisivo chamado Lost. Alguém conhece?
Depois há a faceta que não percebo. Acho mesmo que nunca perceberei, por muito que viva 1000 anos. A de criador que fica a ver outras pessoas destruírem completamente as suas histórias. Porquê?! Já são três exemplos de séries criadas com base nas histórias de Vaughan, que são desenvolvidas e escritas por outras pessoas, com resultados desastrosos! A primeira foi Runaways, baseada numa BD da Marvel, mas que não foi desenvolvida pela máquina MCU. Foi feito por um qualquer canal de TV, que adquiriu os direitos. É possível que ainda estivesse a dar, não fosse a máquina MCU ter acabado com projectos paralelos. Eu comecei a ver Runaways. Eu adorei a BD. Lá está, personagens novos num universo estabelecido. Foi refrescante. Foi excitante. Runaways tem tudo o que se quer. Na BD. A série de TV é a confusão estereotipada das novelas norte-americanas. Tudo ao mesmo tempo. Tudo a mudar de episódio para episódio. Vilões e heróis a mudarem de papéis ao sabor do vento. Uma salgalhada. Desisti de ver porque tinha muito pouco a ver com o material de origem. Depois veio Y: The Last Man, que teve dificuldades por causa do timing da coisa, mas que sofreu também do mesmo problema. Alterações desnecessárias à história original. Foi cancelada. Seguiu-se pouco depois este Paper Girls, exactamente com o mesmo resultado. Foi cancelada a meio da primeira temporada.
Porquê?
Não o cancelamento, atenção. Percebo perfeitamente o cancelamento de qualquer uma destas séries. São péssimas. A minha pergunta é: porque mudam tanto a história? Ajuda em quê? O que faz, logo à cabeça, é alienar os fãs. Uma série, ao basear-se num material original conhecido e respeitado, tem logo à cabeça um grupo de fãs absolutos. Se mudas a história perdes quem estava à espera anos para ver. Os que iriam publicitar e defender a série de todos os que estivessem numa de armar brigas. Não só os perdes, como ganhas logo um grupo de haters. E estes vão afugentar quem até poderia gostar da nova história. Porque é isso que estão a criar. Uma nova história com um nome conhecido. É enganador. Para quê? Para quê criar uma nova história que muitos vão logo odiar, que não terá garantias nenhumas de que alguém novo possa vir a gostar?
Eu percebo a questão de ter de adaptar um género a outro. A sério que percebo. Há coisas que funcionam na BD e não fazem qualquer sentido em série ou filme. O oposto é igual. Tudo tem a sua forma no local certo. A sério que percebo tudo isso. E sim, como disse no post do Last Man, são personagens femininas que precisam de ser trabalhadas (entenda-se: escritas por mulheres). O mesmo passa-se aqui. As miúdas adolescentes em Paper Girls (a BD) são demasiado parecidas a qualquer outro personagem adolescente escrito por um homem branco de 40 anos. Logo, precisavam de ser melhoradas. Precisavam de ter mais profundidade. E acedo ainda que as histórias de Vaughan na BD são demasiado esquisitas para mainstream televisivo. Posto isto...
Porque é que mudaram tuuuuuuuuuuuuudo do início da história original? Porque é que andaram mais focados no sonho de nos vermos a nós próprios no futuro e vice versa, e não se preocuparam de todo com o desenrolar original da história. Isto é uma história de ficção científica misturado com nostalgia, com o bónus de que não tem os mesmos rapazes branquelas como principais! Não é uma sessão de psiquiatria para resolver os traumas de infância duma equipa de escritores de televisão!! Sim, uma delas conhecer-se no futuro e ficar desiludida é importante para a história. E todas podiam e iam passar por isso. Mas tem de ser nos primeiros episódios?! Tem de ser da mesma forma? Não se pode estender por três ou quatro temporadas?!?! F0d@-s€, mas isto é assim tão difícil de perceber?!
Meus caros, isto não é complicado. Querem fazer uma série de sucesso? Um passo que ajuda é adaptar algo bem sucedido por si só. Mais uma vez, é garantir público logo à cabeça. Passo seguinte: não f0d€r o conteúdo original! A BD é um storyboard já feito para uma série!! Alguém fez o trabalho por vocês! É só replicar o 2D em 3D. Passar do papel para a tela. É o mais fácil que pode haver. E caso achem que estou a ser simplista, basta olhar para um caso de sucesso recente.
Last of Us está ter bastante sucesso. É uma série baseada num videojogo! Nem sequer há muita história. É um shoot 'em up de zombies. O jogo é andar aos tiros. Só. Logo, foi preciso desenvolver história para a série. Até agora mal vimos zombies na série, em boa verdade. Tem sido só conversa. Só drama.
E...
MESMO ASSIM...
OS CRIADORES DA SÉRIE METERAM CENAS INTEIRAS DO JOGO NA SÉRIE! FALAS INTEIRAS! CENAS IGUAIS! FALA POR FALA, PLANO POR PLANO!!
Sim, estou muito chateado com isto. Porque é por demais absurdo. Uma série de TV, baseada num jogo, tem mais do conteúdo original do que uma série baseada numa banda desenhada. Isto faz algum sentido? A sério. Por favor, alguém que me explique como é que isto é possível. Tu, Vaughan, por favor explica-me como é que deixas isto acontecer? É só o dinheiro? Não estás para chatear-te? A sério que preferes deixar as tuas histórias nas mãos de gente idiota?
Estou maluco com isto.
Monday, February 13, 2023
despachada: Dead to Me
Esta série tem duas referências que me são próximas. Conheço Applegate não desde o início, mas com uma série que achei muita piada em miúdo: Jesse. Cardellini conheço-lhe o primeiro grande papel, no famigerado Freaks and Geeks, a eterna série que aparece em todas as boas listas de séries canceladas cedo demais. Para além da nostalgia, ambas têm talento e este é mostrado na totalidade em Dead to Me. São papéis de carreira, disso não haja dúvidas.
Sobre a série em si, acho-a boa. Não sinto que seja o que lhe pintam, mas muito porque a terceira temporada, para mim, não esteve ao nível das anteriores. A premissa é boa. O desenrolar nas duas primeiras temporadas é óptimo. A terceira surge depois de vários problemas, com COVID estando à cabeça, passando pelo péssimo critério editorial da Netflix (só não cancelou depois da segunda por acaso, parece-me), e terminando com o problema de saúde grave da Applegate. A verdade é que tudo roça demasiado o ridículo na terceira. Se seria justificável ambas as personagens terem-se safado dos seus crimes nas primeiras temporadas, na terceira é por demais evidente que teriam de ser presas. Mais que não seja porque ambas confessaram crimes à polícia.
Que não se pense que a minha opinião é maioritariamente negativa. A série é boa e recomendável, para quem gosta do género. Há muito talento aqui metido e não é por causa duma temporada que o resto deve ser posto em causa. Convenhamos que isto está longe de ser um caso tão grave como Game of Thrones ou Lost, atenção. Refiro-o mais porque foi o último que vi da série. É o que está mais presente. De qualquer modo, a conclusão final é que foi bom ter visto Dead to Me. E a verdadeira pena que tenho é que não veremos novo conteúdo com Applegate. Isso sim, é de lamentar.
Saturday, February 11, 2023
despachada: Avenue 5
Para choque de ninguém, Avenue 5 foi cancelado.
O projecto era interessante. O elenco muito bom. A premissa gira. A execução deixou a desejar, como é apanágio nestas coisas. Em especial a primeira temporada, onde demasiados momentos que deveriam ser engraçados simplesmente não eram. A segunda foi melhor, na minha opinião, mas talvez muito porque as expectativas eram baixas. De qualquer modo, sinto que as personagens estavam mais cimentadas e determinados pormenores irritantes foram eliminados. Contudo, não foi suficiente.
O nível de exigência era elevado. Houve aposta na série. O elenco não deveria ser barato, mais efeitos, cenários, etc. A primeira temporada não foi brilhante, o que levou a muitos «rumores» que provavelmente não haveria segunda, ou que seria a última. Aliás, o que li mais é que a intenção dos executivos era para que a segunda fosse efectivamente a última. Algo que os criadores decidiram ignorar, por algum motivo. Assim, temos apenas duas temporadas incompletas duma... cena, que não teve um final digno desse nome.
Mais um projecto falhado, de entre muitos. Este falhanço pareceu-me evitável, confesso. Havia mais que condições para fazer algo de jeito.
Tuesday, January 31, 2023
filme do mês: Janeiro '23
Que começo de ano tão fraquinho.
O início do mês foi bom. Do melhor que se pode querer, em boa verdade. Uma transição perfeita para um novo ano. Depois disso a coisa esmoreceu. Muito. Janeiro tende a ser um mês fraco, embora a tendência seja para melhorar. Mesmo assim. Não houve vontade. Houve outras prioridades. Não há muito para ver. Yadda yadda yadda... Chega de dizer sempre a mesma coisa! Se não tenho nada para dizer, nada devo dizer.
Destaco três filmes por motivos diferentes, mas todos são bom entretenimento (para além de Star Wars, claro): RRR (Rise Roar Revolt), Puss in Boots: The Last Wish e Shotgun Wedding. O destaque maior vai para um que, se ganhar um Oscar, desta feita até será merecido: The Banshees of Inisherin.
O início do mês foi bom. Do melhor que se pode querer, em boa verdade. Uma transição perfeita para um novo ano. Depois disso a coisa esmoreceu. Muito. Janeiro tende a ser um mês fraco, embora a tendência seja para melhorar. Mesmo assim. Não houve vontade. Houve outras prioridades. Não há muito para ver. Yadda yadda yadda... Chega de dizer sempre a mesma coisa! Se não tenho nada para dizer, nada devo dizer.
Destaco três filmes por motivos diferentes, mas todos são bom entretenimento (para além de Star Wars, claro): RRR (Rise Roar Revolt), Puss in Boots: The Last Wish e Shotgun Wedding. O destaque maior vai para um que, se ganhar um Oscar, desta feita até será merecido: The Banshees of Inisherin.
Saturday, January 28, 2023
despachada: Schitt's Creek
À terceira será de vez? Claro que não. É das séries preferidas da minha senhora. Eu também gosto bastante, embora não ao nível dela, de andar a ver vídeos YouTube dos melhores bocados, volta e meia, ou de usar constantemente GIFs da série. De qualquer modo, foi só mais uma vez que vimos. Tenho 100% de certeza que não será a última.
Assim, não vou «gastar o meu inglês». Até porque não há grande coisa a dizer. É uma boa série, com óptimas interpretações, cheia de coração e emoções várias. É tolo quando tem de ser. É hilariante em vários momentos. Tem um grande elenco. E as expressões faciais dos actores, em tantos momentos, é qualquer coisa só por si. A série vale pelos diálogos, mas tanto é não dito, porque basta olhar para as caras deles e perceber tudo. É um píncaro, por demais.
Não é um adeus. É até à próxima, Schitt's Creek.
Tuesday, January 17, 2023
despachada: Quantum Leap
Esta série tem várias particularidades. Comecemos pelo início. Tem um genérico gigantesco. É mesmo um absurdo. Como era sempre o caso para as séries deste período, bem sei. Se dúvidas houvesse sobre quando foi feita, o gerérico dissipa-as. Ou seja, até é uma coisa normal, dado o tempo em que foi feita. Destaco este ponto porque, tendo em conta que só têm dois actores no elenco principal, qual era a necessidade de tanta musiqueta e montagem apenas para anunciar apenas dois actores? Vamos para a acção mais rapidamente, caramba!
Depois, Sam Beckett (esse nome clássico) viaja atrás no tempo, mas só entre as décadas de 1940 e 1980. Não mais que isso. Faz parte do enredo. Supostamente é uma limitação da «ciência» descoberta pelo personagem, mas é apenas porque não há dinheiro para indumentária muito antiga em termos de produção dos episódios, como é óbvio. Há muitos mais exemplos de ficção científica em que dizem que é melhor nem viajar no tempo em que existimos, por problemas com paradoxos ou algo assim. Há uma base teórica científica (ênfase no «teórico», atenção). Eu é que não a sei.
E se até aqui eram questões de somenos, depois temos problemas de white savior e violação, mais a questão de que as pessoas cujas vidas ele ocupa não estão presentes em momentos de grandes alterações. Como será ter uma branca, adormecer solteiro, só para acordar casado, por exemplo? Explanando um pouco melhor, Sam ocupa o corpo doutras pessoas no passado. Há uma troca de mentes, por assim dizer. Sam ocupa o corpo de homens e mulheres, de idades e raças várias. Essas pessoas, por sua vez, ocupam o seu corpo no «futuro», passando o tempo numa sala de espera e recebendo pouca informação, enquanto um desconhecido resolve-lhes a vida. Por vezes são trocas curtas, mas nem sempre é assim. Sam vive as suas vidas por inteiro, durante este período. Faz os seus trabalhos, canta os seus concertos, participa nos seus jogos grandes e interage com amigos, família ou parceiros sexuais. Porque sim, Sam tem relações com algumas pessoas. Mulheres sempre, claro. As mais atraentes. Mesmo quando estava no corpo duma mulher casada, nem por isso havia beijinhos com o marido. Durante dias. Mas esqueçamos os preconceitos da década de 80, senão nunca mais daqui saímos. E, verdade seja dita, Quantum Leap tentou ser progressiva, no que lhes foi permitido. Só que a verdade é que o homem era um white savior que violava moças, fingindo ser outra pessoa. Isto chegou mesmo ao ponto dele ser pai duma rapariga, que passou a vida sem saber quem era o verdadeiro pai, para todos os efeitos. Essa parte, e outras, foram mega cringe.
Por fim, o final. Que não foi final porque a série foi cancelada sem grande pré-aviso. A equipa de produção terá ficado com azia e meteu um cartão final a lixar tudo. O personagem queria voltar a casa, ao seu tempo. Essa sempre foi a premissa base da série. Pelo meio fazia de anjo da guarda e rectificava problemas, de modo a melhorar a vida de muita gente. Esta última parte fez sempre. A principal não conseguiu. O cartão disse apenas «esqueçam, que ele nunca mais voltou a casa (porque os executivos são umas bestas e não percebem nada desta m€rd@!)». A segunda parte não estava no cartão, claro, mas subentende-se.
Posto tudo isto, Quantum Leap foi uma óptima companhia nos últimos tempos. Gostei da série quando a vi em miúdo. E não tenho problema algum em dizer que marcou o jovem moço que fui, assim como o adulto que vim a ser. Sim, aos olhos de hoje há muitos pontos problemáticos. Mas na altura procuraram quebrar algumas barreiras e abordar assuntos problemáticos. Sexismo, racismo, discriminação generalizada. Tudo resolvido de forma muito bonita, em quarenta e tal minutos, por uma pessoa, quase como se nunca tivessem existido problemas - à boa maneira americana da época. Sem dúvida. Fizeram muito e mudaram a sociedade? Fizeram algo. Fizeram o possível. E a mim abriram um pouco os olhos para alguns assuntos, na altura.
É uma série que marcou-me. A verdade é essa. E gostei de a rever. Aconselho malta nova ver? Claro que não. É super datado e não faz sentido. Já a nova versão (fizeram um reboot agora em 2022)... De certeza que não será boa, mas tenho muita curiosidade de ver como resolveram a questão moral de ocupar a vida doutras pessoas e fazer determinadas coisas. Muito curioso, mesmo.
Monday, January 9, 2023
despachada: Obi-Wan Kenobi
Depois de ver a série, pela primeira vez, vi aquele documentário que a Disney+ lança sempre agora, para os filmes e séries Marvel e Star Wars. Uma espécia de «making of» / «behind the scenes». É coisa para nerds com demasiado tempo livre. Sem dúvida. Mas neste... Bem, o McGregor estava a fazer-se ao piso para mais tudo o que fosse ele interpretar Obi-Wan. Acho que até participaria na sequela do Christmas Special, ainda que estivesse ao mesmo nível. Não sabia que ele gostava tanto de Star Wars. Quer dizer, se fosse eu seria o mesmo. Há aqueles universos que serão sempre o sonho de fan boys em fazer parte, mesmo para actores mega famosos (por terem «mergulhado» na retrete mais nojenta do universo).
Daí que até tenha ficado na dúvida se haveria algum plano para segunda temporada. Não acredito. Não acreditava e continuo a não acreditar. Não faz qualquer sentido. Fizeram um óptimo serviço de acrescentar à nonalogia com esta série. Não convém estragar. Agora, que o McGregor fez-me duvidar, com a sua paixão pelo personagem, lá isso fez.
Não há alterações ao que senti há seis meses. Continua a gostar bastante do que foi feito aqui, apesar de ter algumas coisas coladas a cuspo. Não quero saber. Aqueles confrontos entre Vader e Obi-Wan alimentam-me a alma. Fazem o Sol aparecer no dia mais encoberto. Fazem-me respirar melhor. Até quase passo a ter fé na humanidade.
Quase.
despachada: Living With Yourself
À boa maneira da Netflix, esta série vivia no limbo. Em princípio não continuará - porque não foi um sucesso de maior, porque não há um enorme público a pedir a sua continuidade, porque continuar a pagar ao Paul Rudd será difícil, porque a agenda de toda a gente entretanto estará muito diferente -, mas convém não fechar portas. Para a Netflix será sempre bom ter mais conteúdos com alguém do nível de Rudd, mesmo que seja caro. Não quer isto dizer que farão grandes movimentações para continuar o projecto. Os tempos mudaram e os objectivos da Netflix não passam por ter este tipo de séries. Talvez se fosse a Apple ou a HBO. Muuuuuuito «talvez».
E a trampa é que este modelo não ajuda no legado que as séries deixam. Antigamente até podíamos ter uma série que não durasse muito tempo, mas seriam ali três ou quatro anos em que havia uma «presença». Uma pessoa conseguia associar o momento da sua vida com a existência duma série. «Epá, lembro-me perfeitamente. Foi grande companhia para mim, quando estava a estudar no estrangeiro / a terminar a minha relação / a chumbar Análise Matemática II pela quarta vez.» Eu não faço ideia onde estava quando vi a primeira temporada de Living With Yourself. E da série em si pouca memória tinha também. Vi umas imagens e houve coisas que voltaram. Gostei da série. Sei disso. A premissa era interessante e a dupla principal é óptima. E até há um momento que, volta e meia é referido na minha relação, o raio da menção constante da «credenza».
Vou lembrar-me de Living With Yourself mais alguma vez na vida, se não passar os olhos neste post, por acaso? Não. Claro que não. E por isso culpo a péssima gestão que a Netflix faz e dos demais serviços de streaming, que lançam (ou não) novas temporadas passado demasiado tempo.
Sunday, January 1, 2023
top dos filmes vistos em 2022
Comecemos por mudar o raio do título destes posts. Dá sempre a entender que são os melhores filmes lançados no ano (no caso, 2022) e nunca é isso. Passa a ser este título e espero não me esquecer para o ano. Outra coisa que preciso fazer é simplificar o processo. Porque esta porcaria demora mais tempo a fazer do que tenho para dar. Até ler os posts anteriores já demora demasiado tempo.
Logo, demos um passo atrás. Abaixo estão a lista dos melhores dos melhores filmes que vi este ano. Para mim. Sempre. Seja por que motivo for. Não vou incluir revisionamentos, porque se os revejo por algum motivo é. Irei um pouco além do que apenas listar os «Filmes do Mês». Porque poderá ter sido o melhor desse mês, mas não quer dizer que seja incrível. Fora isso, é uma lista e pronto.
De resto e, mais uma vez, procurando simplificar:
- Este ano a vida não deu a volta desejada e começa a ser preocupante. Aliás, foi isso que levou a ver demasiadas coisas. Basta olhar para o número de posts deste blogue, este ano, que é o maior dos últimos dez anos! Vi muita série.
- Começo a cimentar o meu envelhecimento e a rabujar demasiado com falta de qualidade a sair de Hollywood. Por todos os motivos e mais alguns deveria ver menos lixo, mas essa mudança será gradual. Ou talvez não.
- Porque 2023 trará uma grande novidade pequenita (pelo menos ao início). E essa sim, alterará os ritmos e tempos disponíveis.
- Nem tudo foi mau. Houve momentos muito em baixo, mas também algumas alegrias. E, desde que assim seja, está tudo bem. Mais que não seja, o Benfica ganhou mais vezes.
Cá estão os ditos. Tomai-os como «recomendações», se quiserem. Estão aqui coisas bem boas.
Verdens Verste Menneske
Last Night in Soho
I Want You Back
The Fallout
Turning Red
Jackass Forever e Jackass 4.5
Moonfall
Moonshot
Metal Lords
Doctor Strange in the Multiverse of Madness
Marvelous and the Black Hole
Everything Everywhere All at Once
Hustle
The Unbearable Weight of Massive Talent
Good Luck to You, Leo Grande
Cha Cha Real Smooth
Gatlopp
Ali & Ava
Prey
Don't Make Me Go
Samaritan
Marcel the Shell with Shoes On
Meet Cute
Confess, Fletch
Nope
Bullet Train
Joyride
Raymond & Ray
Black Panther: Wakanda Forever
Logo, demos um passo atrás. Abaixo estão a lista dos melhores dos melhores filmes que vi este ano. Para mim. Sempre. Seja por que motivo for. Não vou incluir revisionamentos, porque se os revejo por algum motivo é. Irei um pouco além do que apenas listar os «Filmes do Mês». Porque poderá ter sido o melhor desse mês, mas não quer dizer que seja incrível. Fora isso, é uma lista e pronto.
De resto e, mais uma vez, procurando simplificar:
- Este ano a vida não deu a volta desejada e começa a ser preocupante. Aliás, foi isso que levou a ver demasiadas coisas. Basta olhar para o número de posts deste blogue, este ano, que é o maior dos últimos dez anos! Vi muita série.
- Começo a cimentar o meu envelhecimento e a rabujar demasiado com falta de qualidade a sair de Hollywood. Por todos os motivos e mais alguns deveria ver menos lixo, mas essa mudança será gradual. Ou talvez não.
- Porque 2023 trará uma grande novidade pequenita (pelo menos ao início). E essa sim, alterará os ritmos e tempos disponíveis.
- Nem tudo foi mau. Houve momentos muito em baixo, mas também algumas alegrias. E, desde que assim seja, está tudo bem. Mais que não seja, o Benfica ganhou mais vezes.
Cá estão os ditos. Tomai-os como «recomendações», se quiserem. Estão aqui coisas bem boas.
Verdens Verste Menneske
Last Night in Soho
I Want You Back
The Fallout
Turning Red
Jackass Forever e Jackass 4.5
Moonfall
Moonshot
Metal Lords
Doctor Strange in the Multiverse of Madness
Marvelous and the Black Hole
Everything Everywhere All at Once
Hustle
The Unbearable Weight of Massive Talent
Good Luck to You, Leo Grande
Cha Cha Real Smooth
Gatlopp
Ali & Ava
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Don't Make Me Go
Samaritan
Marcel the Shell with Shoes On
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Nope
Bullet Train
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